sábado, 17 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18326: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XVIII: Visita, a Bissau, do presidente do Conselho de Ministros, prof Marcelo Caetano, em 14 e 15 de abril de 1969 (III)


Foto nº 21A

Foto nº 21


Foto nº 22


Foto nº 23


Foto nº 24


Foto nº 25


Foto nº 26


Foto nº 27


Foto nº 28A


Foto nº 28B


Foto nº 28



Foto nº 29

Foto nº 30

Foto nº 30A


Guiné > Bissau > 14 de abril de 1969 > Visita presidencial do Professor Marcelo Caetano a Bissau (III)

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), e que vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado. (*)

 Última parte da reportagem fotográfica da visita do prof Marcelo Caetano, a Bissau, em 14 de abril de 1969, no âmbito de um périplo pelo Ultramar português, em guerra (Angola, Moçambique e Guiné). No dia seguinte, 15, partiu para Luanda.


Tendo viajado em avião da TAP,  desembarcou em Bissalanca, onde era aguardado por uma enorme multidão, e pelas autoridades militares e civis fa províncica. O com-.chefe e o governador geral da província era então o general António Spínola, já com um ano de Guiné (desde 20 de maio de 1968).

Depois das boas.vindas e recepção protocolar ao ilustre visitante, a comitiva percorreu de automóvel o percurso entre o aeroporto e a cidade de Bissau, uns 10 quilómetros aproximadamente, sendo visível ao longo de todo o percurso nas bermas da estrada um grande número de guineenses, apoiando com bandeiras e outros adornos e roncos o "homem grande" de Lisboa.

Pelo que pude observar, a população recebeu bem Marcelo Caetano. Não estive em todo o lado porque não era possível, dadas as dificuldades de passar barreiras que eram enormes, mas ainda assim pude fotografar Marcelo Caetano no carro nas Avenidas de Bissau.

Em, 14-02-2018

Virgílio Teixeira

«Propriedade, Autoria, Reserva de Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».


2. Nota do editor LG:

Na RTP Arquivos pode-se ver uma interessante reportagem, de cerca de 30 minutos, sobre a visita oficial de Marcelo Caetano a Bissau, em 14 e 15 de abril de 1969. Clicar aqui.

O então recente presidente do conselho de ministros Marcelo Caetabo (1906-1980)  (, em funções desde 26 de setembro de 1968, substituindo Salazar) foi acompanhado pela filha e pelo  ministro do ultramar, Silva Cunha, nesta sua visita à capital da Guiné.

Veio em carro descapotável de Bissalanca até ao palácio do Governador, mas em grande velocidade. No palácio, é saudado por Spínola, e por uma representação de homens grandes (, régulos). Caetano tinha estado na Guiné em 1936... Cá fora, o ambiente é de festa popular, com vários grupos de músicos e dansarinos. Depois de também  discursar, e da sessão de cumprimentos,  a comitiva  dirige-se ao cemitério de Bissau, onde Marcelo Caetano presta homenagem aos militares portugueses mortos na guerra. De regresso, e caminho do estádio de futebol Sarmento Rodrigues, Marecelo Caetano mistura-se, com à vontade,  com a multidão... Desce várias vezes da viatura. E aqui é acompanhado por Spínola.


Resumo analítico da reportagem. emitida em 24 de abril de 1969 (Fonte:  RTP Arquivos, com a devida vénia)

(i) Marcelo Caetano chega ao Aeroporto de Lisboa, acompanhado por sua filha Ana Maria e despede-se de entidades e membros do Governo;

(ii)  população aplaude; parada militar; Marcelo Caetano entra no Boeing 727-100, "Ilha da Madeira" da TAP; avião a descolar. 

(iii) 05m28: Aeroporto de Bissalanca: populares aguardam a chegada do Presidente do Conselho de Ministros, exibindo cartazes com a sua fotografia, faixas e bandeira portuguesa; desfile militar; parada militar com avião a aterrar ao fundo; Marcelo Caetano desembarca e cumprimenta General António de Spínola, Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné; fanfarra militar toca o hino nacional; Marcelo Caetano, Joaquim Silva Cunha (Ministro do Ultramar) e César Moreira Baptista (Secretário de Estado da Informação e Turismo) escutam o hino em sentido; militares em parada militar; Marcelo Caetano, General António de Spínola e General Venâncio Augusto Deslandes, Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, passam revista às tropas; desfile militar com fanfarra; Presidente do Conselho de Ministros cumprimenta a população e entra no automóvel. 

(iv) 08m31: Bissau: pessoas à beira da estrada saúdam Marcelo Caetano à passagem da comitiva, com faixas, cânticos e danças; num gabinete do Palácio do Governo, Marcelo Caetano cumprimenta oficiais dos três ramos das Forças Armadas.

(v) 10m42: Presidente do Conselho entra no Salão Nobre onde se realiza uma sessão extraordinária do Conselho Legislativo da Província; à direita de Marcelo Caetano, Joaquim Silva Cunha e à esquerda o General António de Spínola; discurso de Joaquim Baticã Ferreira, vogal do Conselho Legislativo (sem som); César Moreira Baptista e Venâncio Augusto Deslandes assistem à reunião; discurso do Governador-Geral da Guiné agradecendo a visita oficial de Marcelo Caetano ao Ultramar; assistência aplaude. 

(vi) 13m00: Marcelo Caetano discursa sobre a última visita à Guiné, as medidas tomadas enquanto Ministro do Ultramar para o desenvolvimento da província, a paz como condição essencial para o progresso do território e o reforço das forças de segurança da Guiné; entidades presentes aplaudem e cumprimentam o Presidente do Conselho de Ministros.

(vii)  21m01: Praça do Império com multidão a aplaudir e a dar vivas; Marcelo Caetano acena da varanda; no interior do palácio, o Presidente do Conselho de Ministro entrega lembranças a individualidades nativas; no exterior a população dança, canta e toca instrumentos musicais; Marcelo Caetano acena à população a partir do automóvel. 

(viii) 23m20: Marcelo Caetano chega ao Cemitério de Bissau acompanhado por Joaquim Silva Cunha, César Moreira Baptista e Venâncio Augusto Deslandes; passam entre alas da Mocidade Portuguesa; junto de campas prestam homenagem aos soldados que morreram pela Pátria em território guineense; soldado entrega coroa de flores a Marcelo Caetano, que as deposita junto do monumento; fachada da Catedral de Bissau; população cerca o Presidente do Conselho à saída da Catedral; no automóvel Marcelo Caetano acena à população que grita "Viva Portugal". 

(ix) 27m31: Marcelo Caetano e comitiva entram no Comando-Chefe das Forças Armadas; sentinela; carro do Governo percorre as ruas de Bissau com pessoas a assistir; chegada ao Aeroporto de Bissalanca; Marcelo Caetano, acompanhado por Joaquim Silva Cunha e General António de Spínola, despede-se da população que aplaude; guarda de honra em parada militar; banda toca Hino Nacional; Marcelo Caetano despede-se do General António de Spínola e embarca no avião [, rumo a Luanda,] acenando à população.

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Nota do editor:

(*) Vd. postes anteriores da série >

15 de fevereiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18320: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XVI: Visita, a Bissau, do presidente do Conselho de Ministros, prof Marcelo Caetano, em 24 de abril de 1969 (I)

16 de fevereiro de  2018 > Guiné 61/74 - P18323: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XVII: Visita, a Bissau, do presidente do Conselho de Ministros, prof Marcelo Caetano, em 24 de abril de 1969 (II)

6 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Estive a ler os jornais da época, nomeadamente o "Diário de Lisboa"... Marcelo Caetano chegou a Bissau a 14 de abril, partindo no dia seguinte para Luanda... Esteve também em Lourenço Marques. O périplo terminaria em 21 de abril.

A RTP passaria, depois, a 24, um reportagem de 30 minutos sobre a visita a Bissau. Houve uma confusão de datas, de que pedimos desculpa aos nossos leitores.

patricio ribeiro disse...

Bom dia, desde Bissau, com sol e ostras.

Hoje a festa é outra,como podem ver em baixo.

MANIFESTAÇÃO ANTI-CEDEAO
Polícia coloca agentes em todas as esquinas que dão acesso às embaixadas. Dizem que é por causa da manifestação anti-CEDEAO. Ontem à noite já tinham plantado polícias junto da embaixada da Guiné-Conacri.

Também há polícias entre o UNIOGBIS e a UE e ainda nos cruzamentos que dão acesso a França e Russia, todos no bairro da Penha. A marcha deve começar na sede do PRS e terminar na rotunda de São Paulo, junto à Sede da CEDEAO, cujo acesso está bloqueado. AAS

Manuel Luís Lomba disse...

Caetano procedeu ao contrário de Salazar - foi ao terreno. A sua visitou aconteceu no contexto da "primavera marcelista". Esse terá sido o momento psicológico para a resolução da Guerra da Guiné. O PAIGC estava à beira da exaustão, encostado às cordas da desistência; Spínola desguarnecia a fronteira da Guiné-Conacri, a atraí-lo à "caça" no interior e o CEMGFA, general Venâncio Deslandes era favorável a uma rápida solução política. Caetano proclamou em Bissau que receberia todos de braços abertos que "temos de conquistar a paz" - mas não só não atrairá o PAIGC à sua mensagem, mas também esconjurou qualquer possibilidade de aproximação e despediu aquele general.
Nesse mesmo ano, a União Soviética reforçou o PAIGC com 6 vedetas rápidas P6, com capadidade para acções no alto mar, subempreitou a Cuba o enquadramento dos guerrilheiros com militares do exercito regular, a formar e a enformar as FARP (Forças Armadas Revolucionárias do Povo), dimensionou a cooperação na formação de pessoal e em armamento da última geração, seguiram-se os Strella, com capacidade de acção contra toda a aviação. E, de derrota em derrota, o PAIGC alcançará a vitória final.
Por que Caetano desperdiçou esse momento propício à paz na Guine?
"Por orgulho e preconceito" - penso eu. O Luís Graça poderá dar-nos ema explicação "sociológica".
Ab
Manuel Luís Lomba

Manuel Luís Lomba disse...

Em abono dos factos: Em 1972, Caetano permitiu e, depois, proibiu os contactos Spínola- Senghor, mediados pelo capitão miliciano Nunes Barata, mas manteve contactos com Amílcar e Luís Cabral, através do comandante Alpoim Calvão. Para Caetano, a operação "Mar Verde" desacreditara e valorizara Alpoim Calvão.
Ab
Manuel Luís Lomba

Manuel Luís Lomba disse...

Correcção: desacreditara Spínola e valorizara...
MLL

Anónimo disse...

E até hoje, que eu saiba, nessas negociações paralelas com Senghor e PAIGC, nada se disse ainda, sobre os 3 Majores que foram barbaramente assassinados, quando iam para conversações, totalmente desarmados, com elementos do PAIGC, lá para a fronteira Norte com o Senegal. Quem sabe mais alguma coisa sobre isso?
É por isso que eu continuo a chamar de «terroristas» a esses assassinos do PAIGC, e não guerrilheiros ou coisas do género que muitos querem fazer crer! Acredito que poderia haver gente boa dentro daquelas fileiras, mas contavam-se pelos dedos.
Também sabemos que os terroristas do PAIGC estavam em vias de se renderem ou baixarem as armas, pelo cansaço evidente, mas não se fez nada, altos interesses deviam existir de parte a parte, não sei nem quero saber agora, que tudo terminou da pior forma para nós e para os meus.

É a minha opinião que vale o que vale!

Virgilio Teixeira