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segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24825: Casos: a verdade sobre...(35): Op Revistar, programada no ar condicionado de Bissau, uma operação das grandes, destinada ao assalto e ocupação de Salancaura, e que acabou por abortar... (Mário Gaspar, ex-fur mil at inf MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68 / José Brás, ex-fur mil trms, CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68),


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 1613 (1967/68) e 7º Pel Art / BAC > O obús 8.8. Foto do álbum do nosso saudoso cap SGE ref  José Neto (1929-2007), na altura o 2º sargento da CART 1613, que chefiava a secretaria.

Foto: © José Neto (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Mário Vitorino Gaspar (ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (entrou para a Tabanca Grande em 8/12/2013; tem 135 referências no nosso blogue; por razões de saúde não tem prestado maior colaboração ao blogue nos últimos tempos; alegramo-nos com
o seu reaparecimento).

Data - 4/11/2023 04:39  
Assunto - Operação Revistar  
Caros Camaradas, Luís e Carlos

Capa do livro
de José Brás, "Lugares de passagem",
Lisboa, Chiado, Editora, 2011


Dia 5 deste mês faz precisamente 55 anos que regressou da Guiné a CART 1659. Desembarcámos só na manhã de 6, passando mais de 12 horas ao largo de Lisboa.

Cheguei com muitas dúvidas, tendo a sorte de desvendar todas,  com uma falha: a "Operação Revistar”.

No Blogue não surgiu ninguém que tivesse conhecimento da mesma. Passei horas no Arquivo Histórico-Militar, esclarecendo muitas dúvidas. Sabia que só era possível levar-se a efeito tal Operação, com objectivos tão ambiciosos, direi inclusive estúpidos. Pretendiam esses senhores de gabinete acabar com a guerra, inclusive matar os líderes ('Nino' Vieira) e apanharem toda a documentação confidencial.

Chegara de licença e em Bissau não se falava de outro assunto. (*)

Um Abraço a todos os Camaradas
Mário Vitorino Gaspar

PS - Podem publicar no Blogue. Continuo bastante doente, mas acrescentar a informação de José Brás à minha, a tudo que assisti, deixou-me melhor. Até parece que tenho menos dores.

2. Operação Revistar (não consta do livro da CECA, 2015, relativo à atividade operacional no CTIG, de 1967 a 1970)(**)



José Brás, (ex-fur mil trms, CCAÇ 1622, 
Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68),

Do livro de José Brás “Lugares de Passagem” (texto que me enviou, a mim, Mário Gaspar, o amigo José Brás; conheço-o desde o início dos anos 60; estudei no Colégio Sousa Martins, em Vila Franca de Xira): 

(..) Mas nada disto de que venho a falar-vos tem importância e a importância dou-lha eu no
 engano de vos fazer compreender melhor a encomenda do Santinhos no episódio burlesco que desde o início vos quero relatar. 

Comecemos pelo princípio! Em certo tempo, que como vocês sabem não é o mesmo que em tempo certo… em certo mau tempo, direi, foi programada no ar condicionado de Bissau uma operação das grandes, destinada ao assalto e ocupação de Salancaur (...). Salancaur, imaginem…  

Tal operação envolvia várias Companhias que passaram a noite deitadas pelo chão do acanhado quartel de Medjo e incluía bombardeamentos prévios nos dias precedentes pela aviação, Fiats, T6’s (...), e DO-27 no ar a horas que deveriam ser as do assalto, e bojardas dos tais obuses do Santos a partir de Medjo, tudo antes da planeada entrada da tropa apeada. 

As quatro peças de artilharia foram deslocadas dos seus espaldares para o exterior da paliçada, alinhadas lado a lado e apontadas em paralelo ao objetivo como dedos de deuses vingativos. A regulação do tiro seria feita, e foi, a partir do voo de um DO-27, Major de operações mais que duvidoso a mandar vir, tantos graus à esquerda, alongar o tiro mais cem metros…

Diz-se que o homem põe e Deus dispõe. Dizia Fernando Pessoa que Deus quer, o homem sonha e a obra nasce. Que Deus quisesse tal coisa, quer dizer, o assalto a Salancaur, é duvidoso, ainda que num mundo como este nem em deuses se possa confiar, e esta parte digo eu que tanta desgraça vi naquelas terras. O sonho, neste caso, o sonho seria do mastronço que ocupava a cadeira do poder de Bissau, ou de alguns dos seus bengalinhas querendo mostrar serviço, movendo pioneses coloridos no amplo mapa que ornamentava paredes nas competentes salas do QG (...) e do palácio do Governador. 

Pesadelo se deveria dizer, em vez de sonho, já que sonho é palavra mais adequada a gente que luta e morre por liberdade de sua terra e povos, e por justiça, o que ali, claramente, não era o caso, mas bem o seu contrário. Pesadelo, portanto, também querendo justificar-se a coisa torta e deformada, causadora de sofrimento e dores, talvez mortes a somar a mortes nos dois lados da contenda. 

A operação que deveria ser de um dia, naquela mata quase virgem, avançando nos poucos quilómetros à força de catana para evitar sinais de picada antiga, chegou à antecâmara do destino apenas na terceira madrugada. Sete quilómetros, a bem dizer, se medidos em linha reta, acho que era a leitura dos generais em Bissau. Fomes, sedes, exaustão, desidratação, medos, esfrangalharam corpos e convicções. As evacuações começaram em catadupa, umas de necessidade absolutamente comprovada e outras aproveitadas no ressalto, todas, vi eu, mais que justificadas no limite de cada um, nas caras torcidas de esgar, nos olhos febris. Na frente da tropa que se aprestava para o ataque, havia agora um enorme espaço de bolanha nua e rasa que era necessário passar para chegar ao objetivo.

Ordem para iniciar procedimentos de tiro de obus em Mejdo. Tudo a postos, cada peça com seu apontador e municiador. Em PRC-10 (...) ouvia eu as ordens do DO ao Santinhos, e em wallkie talk, a comunicação entre o Santinhos e o apontador de cada obus, conversa esta, em especial, para a qual peço a vossa inesgotável imaginação, recriando a manhã naquele lugar, quente e húmida, mais abafada ainda pelo stress da espera de meia dúzia de soldados que haviam ficado a garantir a segurança das peças, encarrapitados na bancada da paliçada; o DO esvoaçando e dando indicações, não tão longe dali que não se pudesse enxergar-lhe a evolução a olho nu; a voz do Santinhos nas perguntas ao avião, nas ordens às peças, pastosa, embrulhada na língua, augurando tensões.

− Primeira bateria?

− Pronto,  meu Alferes!

− Segunda bateria?

− Pronto.  meu Alferes!

− Terceira bateria?

− Pronto. meu Alferes!

− Quarta bateria?

− Quarta bateria?!

− Quarta bateria?!!!

− Foooooda-se!

BUUUUUUUUUUUUUUUUUM!!! Quatro buuuns num só, ecoaram inesperados nos meus ouvidos e no susto dos ocupantes do DO que voava em frente, não muito acima da linha de tiro!

− Tirem-me daqui!!!  − esganiçou o Alferes.  − Tirem-me daquiiiii!

Um médico de fora que por ali ficara para a possibilidade de ter de servir na operação, diagnosticou sintomatologia histeriforme e solicitou evacuação para o Alferes. O helicóptero que o veio buscar,  carregou já para Medjo o seu substituto, outro Alferes, açoriano, diferente do Santinhos no talhe físico e na atitude. Para aquele dia nem valia a pena a pressa da substituição. 

Os obuses não teriam mais serventia naquela operação acabada por ordem superior, como superior havia sido a do seu início. Do DO para a tropa na orla da mata a ordem foi de recuar porque do outro lado daquele largo espaço aberto, eram muitos os morteiros, canhões sem recuo, possíveis foguetões terra-terra dissimulados e outros materiais eficazes na função de matar, prontos para bater a bolanha nua e rasa.

Não havia tropas helitransportadas. E que houvesse! A morte de dezenas estaria assim mais que certa, ainda por cima, para nada, segundo concluíram os chefes. Sensatamente, desta vez.

Não morreu ninguém, portanto, do nosso lado, pelo menos.

Só fomes.

Só sedes.

Só medos.

Só pragas.

Só raivas!

E do Santinhos, Alferes e civil, engenheiro brilhante, segundo se dizia, e contestatário, nunca mais ouvi fosse o que fosse, por palavras escritas, ou ditas… ou (des)ditas.


In "Lugares de Passagem" (com a devida vénia...)

Nota do editor: nesta altura devia estar em Mejo o 6º Pel Art / BCAC (8,8 cm). OU o 7º, que depois foi para Guileje.
 



Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, Minas e Armadilhas,
CART 1659, "Zorba" (Gadamael e Ganturé, 1967/68)
  

3. Sobre a  “Operação Revistar” ver o texto que publiquei no blogue, Poste P14302 (***).

(...) A CCAÇ 1622 viria a ser a maior vítima da “Operação Revistar”, que tinha por objectivo a Acção ofensiva em diversos acampamentos do PAIGC e o aprisionamento do chefe Nino Vieira. Participaram na “Operação Revistar”, a CCAÇ 1622; CCAÇ 1591; CCAÇ 1624 e CART 1613.

No dia 3 (de dezembro de 1967), teve a Companhia, 3 feridos (um Oficial, um Sargento e um Soldado; 18 evacuados por esgotamento físico e dois por doença).

No dia 6, repete-se a Operação, e para além das Companhias que tinham estado na 1.ª Acção no terreno, foram reforçados com a minha CART 1659 e CCAÇ 1620.

Na História da Unidade da CCAÇ 1620, nem uma linha sobre a “Operação Revistar”, entretanto esteve lá.

Na História da Unidade da CART 1659 consta:

“De 1 a 3 e de 6 e 7 de Dezembro de 1967, feita a Operação Revistar, uma Acção ofensiva na Península de Salancaur, tendo as forças da CART 1659 colaborado numa primeira fase, montando segurança ao aquartelamento de Mejo. Numa segunda fase, participaram da operação juntamente com as forças da CART 1613 e CCAÇ 1591, 1622 e 1624. Os objectivos previstos não foram atingidos devido ao esgotamento físico das nossas tropas”.

Na História da Unidade da CCAÇ 1591, repetem-se as dificuldades que a NT teve ao percorrer matas fechadas, calor intenso o que provocou o agravamento do estado físico das NT. Termina dizendo que a Companhia acusou, notoriamente, as 5 noites ao relento, dormindo no chão e a falta de alimentação capaz, antes de iniciar a Operação.

Na História da Unidade da CCAÇ 1624, repete-se o mesmo, só com mais 15 evacuações (1 Oficial e 1 Sargento), não existindo condições para se concluir a Operação. (...)

(...) Sobre a actividade da Força Aérea nada é focado, mas que a aviação esteve lá não me podem negar. Dias antes já actuava, e em força, bombardeando constantemente a Península de Salancaur.

Em relação aos motivos que levaram que a Operação não fosse concluída, todos falam em desgastes nas NT. Estavam Paraquedistas, Fuzileiros e Comandos do lado contrário da Bolanha? E a aviação?

Uma Grande Operação falhada. Quem foram os culpados?

Estes também foram para mim dias horríveis, 7 dias consecutivos que não esqueço. (,,,)


4. E agora acrescento eu, para se percebeu o meu reencontro como Zé Brás:

No início dos anos 60 um grupo de 9 estudantes do Externato Sousa Martins fundaram o Jornal “Eco Académico”, entre eles estava eu. A Direcção do Externato pensou ser um Jornal tipo “quadro de honra”. Através do Padre, Professor de Moral, conseguiu-se que fosse composto e impresso na Tipografia do Centro de Apoio Social Infantil (CASI).

Conseguimos assinantes e publicidade, após cada um de nós entrar, penso com 50$00.

Começámos por inserir artigos que foram contestados pelo Externato e o CASI deixou de nos apoiar. Falou-se em desistirmos mas continuámos. Foi complicado visto termos de pagar a uma Tipografia.

Entretanto já tínhamos sido convidados para colaborar na Criação da Secção Cultural do União Desportivo Vilafranquense (UDV).

Quem nos coordena é o escritor Alves Redol em reuniões semanais (?).

Já deixara de estudar mas continuei a frequentar esses encontros. Nasci em Sintra e desde os meus 3 anos que vivia em Alhandra – rival nº 1 do União. Os meus Amigos chamaram-me traidor por colaborar com o clube de Vila Franca. Trabalhava mas continuei a frequentar o Restaurante Maioral, local onde anteriormente nos juntávamos diariamente e que continuava por ser o “local de encontro”. Vítor Manuel Caetano Dias, meu primo, é um dos obreiros.

A Secção Cultural nasce, já com o amigo José Brás que a compõe. Outras figuras surgem. O Cineclube do UDV faz história.

A 3 de Maio de 1965 sou obrigado a iniciar o Serviço Militar no RI 5, nas Caldas da Rainha o Curso de Sargentos Milicianos. José Brás encontra-se na mesma unidade. Finda a Recruta vou para Tavira em Agosto, e o Amigo José Brás também.

O meu Comandante de Pelotão é o Alferes de Infantaria Luís Carlos Loureiro Cadete.

Devido a ter sido hospitalizado no Hospital Militar de Évora, perco a Especialidade – Armas Pesadas – e vou de Licença Registada para casa. Em Janeiro mandam-me apresentar na Escola Prática de Artilharia (EPA), em Vendas Novas e termino a Especialidade e sou promovido após ter sido forçado contra vontade a prestar Provas para os Comandos – recusei, tive a sorte de me safar – e após Licença sou colocado no RI 14, Viseu. Monitor em várias Recrutas, com sucesso. Imagine-se. 

Quando penso estar prestes em terminar o Serviço Militar vou, contra vontade, Prestar Provas para os Rangeres. Após concluir todas as provas, foram 9 dias, e uma caminhada de 40 quilómetros, regresso a Viseu, onde integro a Equipa de Natação no Campeonato da Região Militar. Sou o único elemento da equipa a apurar-se para os Campeonatos das Regiões Militares Nacionais. Volto a ter esperança, mas sou destacado para o RAC, em Oeiras. Dai sigo para a Escola Prática de Engenharia, Tancos para frequentar o Curso de Minas e Armadilhas. Acontecem aqui umas histórias curiosas, mas noto ter sido deveras enganado. Preferível ter ido para os Comandos ou Rangeres. Passei o Curso com 14,8 (?), recebi um diploma e fui mobilizado para a Guiné.

Chego a Bissau em Janeiro de 1967 – não desembarcamos na cidade – e seguimos de LDM para o desconhecido. Defronte de Cacine dizem irmos para Gadamael Porto. Visto um Pelotão e uma Secção ter de ir para o Destacamento de Ganturé, toca-me esse destino.

Vários Furriéis Milicianos, Amigos e conhecidos que estavam já destacados na zona falam-me que o meu amigo – já Capitão Cadete – se encontrava em Mejo, entre eles o Amigo José Brás. Sempre que era destacado para Operações nesse aquartelamento, tentava que ele não me visse. Em Dezembro de 1967 dou de caras com o Capitão na falada “Operação Revistar”.

Devido a um Rebentamento, no dia 4 de Julho, quando morrem (dizem) 10 nativos e mais de 20 feridos graves,  vou para Gadamael. Entretanto já tenho o doutoramento de Minas e Armadilhas.

Não li o livro de José Brásm  “Lugares de Passagem”, só por mero acaso há poucos dias, tomei conhecimento. É notório que a Operação é a mesma – uma mancha tremenda na História que se recusam em falar – História da Guerra Colonial.


5. Lisboa > 
Hospital Júlio de Matos >  25 de Setembro de 1998 > Colóquio "Amor em Tempo de Guerra"

Volto a encontrar-me com José Brás, Aqui fica uma resumo,

O Amor em Tempo de Guerra

 por Mário Vitorino Gaspar

No dia 25 de Setembro de 1998 houve um Colóquio com o tema “Amor em Tempo de Guerra – A Guerra Colonial Portuguesa”, no Anfiteatro do Hospital Júlio de Matos. Para além do Psiquiatra Doutor Afonso de Albuquerque e da Psicóloga Clínica Doutora Fani Lopes, esteve presente um convidado surpresa, José Brás, ex-combatente que publicou o livro “Vindimas do Capim”, Prémio Revelação do Ano de 1986,  que começou por afirmar: 

– Na Guerra Colonial não existiram, quanto sei, orgias, como as vistas nos filmes americanos da Guerra do Vietname. (…). Que soldados portugueses eram estes? Alguns fizeram-se homens com as prostitutas das feiras anuais da província. E vão para a guerra. Guiné, onde cumpri o serviço militar, é um território pequeno… mas a solidão era maior. O soldado, na maioria carente de bens materiais, e muitas vezes de sexo, vai para a guerra e sente-se mais livre em combate que no quartel. 

Continua: 
– A masturbação, essa, sim, existia, até pela descoberta do corpo.

O Psiquiatra Doutor Afonso de Albuquerque, que cumpriu o serviço militar como Médico em Moçambique, referiu: 
– A sexualidade em tempo de guerra tem a ver com a experiência havida em tempo de paz. Quando parti para Moçambique chorei … limpei as lágrimas e lancei o lenço ao mar… Chegado à zona onde se instalou a minha Companhia, as prostitutas quando souberam que estavam nas imediações novos militares instalados, surgiram logo. Existia uma mulher branca, por cada dez europeus. Os perigos das relações sexuais com as nativas eram as doenças venéreas. Não havia preservativo, mas bisnagas de sulfamida. Os soldados afirmavam que aquilo tirava a potência. Sucedeu que um número de militares analfabetos, e não só, acabaram por ter experiências sexuais com animais.

Falou-se da homossexualidade existente na Guerra Colonial.

A Psicóloga Clínica Doutora Fani Lopes, disse: 

– Era natural que a namorada ou noiva fosse virgem. Casos houve que antes da partida para a guerra deixava de o ser. Decerto que algum pacto foi feito por mulheres de ex-combatentes, visto esses casamentos durarem ainda hoje.

Mário Vitorino Gaspar, fez notar:

– Importante referir, pela minha experiência, que o amor em tempo de guerra, estava aqui e não no sul da Guiné em 1967/1968. Lá existia guerra e não amor. Em Ganturé, destacamento de Gadamael Porto, o Régulo da zona, o beafada Abibo Injasso, Tenente de 2ª Linha, e elo de ligação entre o Exército Português e os “informadores” – que jogavam com um “pau de dois bicos” – e pago com uma viagem anual a Meca pelo Estado Português, proibia que as mulheres, e principalmente as bajudas (raparigas novas e em princípio virgens) de terem relações sexuais com os militares, sendo castigadas se o fizessem. Quando confrontadas com a tropa para terem relações sexuais, as mulheres ou bajudas recusavam com uma frase: - “Mim cá nega!”

Amor era o amor de pais, família, da noiva ou namorada.

Mas até se fazia sexo por correio – por carta ou aerograma – sexo por escrita, com noiva, namorada ou madrinha de guerra, por vezes até havia masturbação! Os militares na zona onde me encontrava só podiam ter relações sexuais, quando evacuados por ferimentos ou doença para Bissau, onde existiam prostitutas

Muitas vezes ficava imensamente triste por receber tanta correspondência e soldados nem um simples aerograma terem. Estes quando me falavam choravam e queixavam-se que as namoradas andavam com outros, por vezes até familiares, principalmente primos.

O Dr. Santinho Martins completou: 
– Necessário fazermos a distinção entre oficiais, sargentos e praças. É que estes últimos não tinham dinheiro. As prostitutas eram mulheres na decadência, já com uma certa idade.

Foi levantada a questão:
– Até que ponto o amor pode ser uma boa terapia para o Ex-Combatente que sofre de Perturbações do Stress Pós Traumático de Guerra?

A Doutora Fani Lopes, ao terminar afirmou: 
– Um ou outro regressa da guerra e posteriormente isola-se de tudo e de todos. O isolamento consigo próprio é uma situação de risco. A vida não é aquilo que queremos, mas aquilo que ela é!

Discutiu-se o “Amor em Tempo de Guerra – o Sexo em Tempo de Guerra”

NOTA: Este texto foi publicado no Jornal APOIAR, fui um dos seus fundadores e 1º Director.
 ____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 3 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24447: Casos: a verdade sobre... (34): A CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72), comandada pelo cap inf Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), e depois maj gen ref, que embarcou para o CTIG sem três alferes (que terão desertado) e durante a IAO ficou sem o último, por motivos disciplinares...

(**) Fonte: Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro II; 1.ª Edição; Lisboa (2015).

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20181: Tabanca Grande (485): Carlos Marques de Oliveira, ex-alf mil arm pes inf, cmdt Pel Mort 2115 e, depois, do 5º Pel Art e do 7º Pel Art (Catió e Cabedu, 1969/71): senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 796



Carlos Marques de Oliveira, BI Militar


1. Mensagem do Carlos Marques de Oliveira. com data de 26/09/2019 23:36:

Meu caro Luis,

Espero que estejas melhor da intervenção ao joelho e que a recuperação se vá fazendo sem percalços. Que fiques bem o mais rápido possível.

Tenho agora oportunidade de te enviar um breve resumo do meu percurso de vida, enquanto militar.

Fui incorporado no 1.º Turno do COM na Escola Prática de Infantaria, Mafra, em Janeiro de 1968. Após recruta e tendo-me sido atribuída a especialidade de Armas Pesadas de Infantaria, terminei a formação na EPI em Junho de 1968.

Fui colocado no RI 2, Regimento de Infantaria de Abrantes onde, como Aspirante, dei instrução de Armas Pesadas/ Apontadores de Morteiros e Escola de Cabos. Também, como Adjunto do Comando, fiquei com a responsabilidade do Trem Auto.

O pessoal a que dei instrução foi todo mobilizado para diversos Pelotões de Morteiros e de Canhões sem Recuo, que entretanto se constituíram, com destino à Guiné, a Angola e a Moçambique.
Em Dezembro de 1968 fui mobilizado para a Guiné como Comandante do Pelotão de Morteiros 2115. 

Em Março de 1969 formei Unidade no RI 15, Regimento de Infantaria 15, em Tomar, onde fizemos a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO)

Terminado o IAO, embarcámos no navio Niassa a 7 de Maio 69. Chegámos a Bissau a 12 de Maio, onde aguardámos destino operacional.

O Pelotão de Morteiros é uma pequena Unidade Independente, constituída por 1 Oficial Subalterno, 1  2.º Sargento, 2 Furriéis Armas Pesadas, 4 Cabos Apontadores, 2 Soldados Condutores Auto, 2 Soldados Transmissões e neste caso, 35 soldados com diversas funções operacionais atribuídas. Actua  normalmente em apoio a outras Unidades de Escalão superior.

A 16 Mai 69 embarcámos em comboio naval com destino a Catió, na Região Sul da Guiné. Chegados a 17 de Maio foi-nos atribuído o apoio ao Batalhão de Artilharia 2865, ficando a depender logística e operacionalmente deste BArt até Dezembro de 1970.

Por ter terminado a Comissão, o BArt 2865 foi rendido pelo Batalhão de Caçadores 2930, para o qual transitámos o apoio até final da nossa Comissão, em Fevereiro de 1971.

Em Setembro de 1969, fiz parte de um grupo de Alferes e Furriéis de Armas Pesadas de Infantaria que, por necessidade operacional, recebeu instrução e formação em Materiais e Tiro de Artilharia, na BAC 1 em Bissau. Fomos depois distribuídos por diversos Pelotões de Artilharia de Campanha. Fui colocado em Cabedú, a comandar o 5.º Pel Art / BAC 1 desde Outubro de 1969 até Junho de 1970, data em que regressei a Catió para comandar o 7.º Pel Art, cujo comandante falecera em combate.

De Junho de 1970 até final da comissão, em Fevereiro de 1971, passei a comandar cumulativamente os Pelotões de Morteiros e de Artilharia. No período de transição entre o BArt 2865 e o BCaç 2930 fui responsável pelo Serviço de Informações Operações e, Administrativamente, das duas Companhias de Milícias sediadas em Catió.

Apesar de Oficial Miliciano de Infantaria, a minha Comissão de Serviço na Guiné foi, operacionalmente, quase que como Artilheiro, dada a enorme actividade dos Pel Art que comandei , em particular o 7.º Pel Art de Catió, não só em defesa de frequentes ataques e flagelações a que éramos sujeitos, como por iniciativas operacionais do BArt 2865.

Terminada a Comissão, em Fevereiro de 1971, regressámos no navio Angra do Heroísmo que, após passagem pelo Funchal, chegou a Lisboa a 12 de Fevereiro. Passei à disponibilidade no dia 13 de Fevereiro de 1971, no Regimento de Infantaria 15, em Tomar.

Meu caro Luís, este é um brevíssimo resumo do que foi o meu SMO. É longo porque foi longo. Os detalhes ficarão para pequenos textos, se assim o entenderes.

Recheado de factos, de estórias, de sensações, de sentimentos que não nos importamos de compartir e partilhar com quem, como tu, os da tua e nossa Tabanca, das Tabancas de que fazemos parte, os que também viveram e passaram pelos mesmos Chãos, sabem do que estamos a falar. E ouvem e escutam e acreditam nos sentimentos que nos irmanam e igualam.

As fotos, em anexo, não sei se te vão chegar bem. Dá notícias.

Um muito forte abraço com ,uma vez mais, os meus desejos de que tenhas uma rápida recuperação.

Carlos

Carlos Marques de Oliveira

PS. Já agora n.º mecanográfico:   NM 08234765


Foto de família do pessoal do Pel Mort 2115 (Catió e Cabedu, 1969/71). Convívio em 2016. Foto da página do Facebook do seu antigo comandante, o ex-alf mil arm pes inf, Carlos Marques de Oliveira. Reproduzida com a devida vénia...


Guiné > Região de Tombali > Catió > c. 1969 > O 7.º Pel Art de Catió, comandando pelo 2.º Sargento Issa Jau, morto em combate em 27/2/1970. Na foto, o único elemento não guineense, na segunda fila, de pé, o terceiro a contar da esquerda, é o major art José Manuel Mello Machado (1928-2012), 2.º cmdt e mais tarde comandante, depois de promovido a tenente coronel, do BART 2865 (Catió, Cufar e Bedanda, fev 1969 - dez de 1970). 

Segundo informação do Carlos Marques de Oliveira,  nesta foto do 7.º Pel Art não está o srgt art  Issa Jau, faltando aliás  mais elementos: os de recrutamento local eram cerca de 16 soldados. O srgt art  Issa Jau foi ferido nos primeiros rebentamentos de um ataque ao quartel de Catió, a 26/2/1970 tendo falecido durante a evacuação para Bissau. Nessa data já era comandante do BART 2865 o ten cor art Mello Machado, já falecido e amigo pessoal do Carlos. 

Foto do cor art Mello Machado, reproduzida no poste P9514, de 21/2/2012.  Fonte: Mello Machado - Aviltados e traídos: resposta a Costa Gomes. Lisboa: Editora Literal, 1977, 120 pp.


2. Comentário do editor:

Meu caro Carlos, fica então regularizada a tua entrada na Tabanca Grande, com o envio das fotos da praxe, que nos chegaram em boas condições. Já sabes qual é o teu lugar à sombra do nosso mágico e protetor poilão, o n.º 796. à direita do Domingos Robalo (n.º 795) e à esquerda do António Manuel Carlão, infelizmente já falecido. (*)

A tua presença honra-nos a todos, independentemente da arma e da especialidade que calhou a cada um de nós. A Tabanca Grande, já com cerca de 8 centenas de amigos e camaradas da Guiné, é uma pequena amostra da gente valorosa que passou pelo CTIG de 1961 a 1974. Mais de 90% são ex-combatentes, os restantes são familiares de ex-combatentes, mas  também guineenses e demais amigos da Guiné.

A nossa missão é simples e clara: partilhar memórias (e afetos).  É o que fazemos desde há 15 anos, contribuindo de algum modo para que os veteranos da guerra da Guiné não morram na "vala comum do esquecimento". 

Os nossos leitores já têm mais informação a teu respeito: (i) és membro da Magnífica Tabanca da Linha (desde 2 de maio de 2017); (ii) nasceste em Lisboa; (iii) praticaste remo (skiff) antes da tropa e foate campeão; (iii) trabalhaste numa multinacional; (iv) está reformado; (v)  vives em Sintra; tens tem página no Facebook: e (vi) és também membro e administrador da página de grupo Artilharia de Campanha na Guiné . BAC 1 / GAC 7, de que o Domingos Robalo é o administrador. (**)

Carlos, temo-nos encontrado, nos almoços da Tabanca da Linha, mas nunca tivemos oportunidade de conversar sobre as "coisas" da Guiné... por coincidência, somos ambos  homem de armas pesadas de infantaria:  mas tu tiveste o privilégio de ser artilheiro e comandar bravos artilheiros (***)...

Por outro lado, confirma-se, mais uma vez, que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!... O teu reencontro com o Domingos Robalo, no 45.º Convívio da Tabanca da Linha, no passado dia 19,  já foi aqui devidamente assinalado e documentado.

Espero que outros comandantes de Pel Mort e Pel Art sigam o teu exemplo, dando a cara.  De futuro, já sabes como comunicar connosco: através do email, podes mandar novos textos e fotos. O nosso blogue é voraz e preciso de ser devidamente alimentado todos os dias. 

Bem vindo, camarada!

PS - Obrigado também pela partilha do teu n.º de telemóvel e pelos teus votos de boa saúde... O meu joelhinho esquerdo está em franca recuperação depois de uma artroscopia, no passado dia 24.
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Notas do editor:



sábado, 4 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14835: Jornal "O Soquete - BAC 1" (José Diniz de Sousa e Faro, ex-Fur Mil Art.ª do 7.º Pel Art)

1. Mensagem do nosso camarada José Diniz de Souza e Faro, ex-Fur Mil Art do 7.º Pel Art (CamecondePichePelundo e Binar, 1968/70), com data de 25 de Junho de 2015:

Bom dia caros Luís/Carlos,
Para os devidos efeitos, anexo alguns excertos do nosso jornal em assunto editado em Junho de 1970.
O artigo principal é a extinção da Bataria de Artilharia de Campanha n.º 1 e o nascer do Grupo de Artilharia de Campanha n.º 7.
Depois temos a chegada dos nossos substitutos, a praxe da ordem e a nossa partida (oficias e furriéis), para a Metrópole.
Uma homenagem aos que tombaram em combate.
E por último os aniversariantes e a reportagem do Fogo real.
Espero que seja do vosso agrado a minha modesta contribuição e que a mesma seja publicada.
Em breve mandarei um estudo em torno da mobilização das unidades de Artilharia na guerra de África em particular na Guiné.

Grato pela atenção dispensada,
Abraço,
J.D.S. C. FARO
Ex-Fur. Milº Artª
Guiné 68/70



OBS: - Clicar nas imagens para ampliar para tamanho que permite leitura sem esforço
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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13311: Convívios (607): Recordando os 1.º e 2.º Convívios da BAC 1 (Guiné, 1968/70), realizados em 1989 e 1991 (José Diniz de Souza)

1. Mensagem do nosso camarada José Diniz de Souza e Faro, ex-Fur Mil Art do 7.º Pel Art (CamecondePichePelundo e Binar, 1968/70), com data de 21 de Maio de 2014:

Caros Carlos/Luís,
Com as minhas saudações, começo por transcrever as palavras do meu camarada artilheiro, Vasco Pires: "Éramos poucos e dispersos, e dispersos continuamos, talvez por isso a nossa história seja tão pouco conhecida, digamos mesmo, quase esquecida." 

Felizmente realizamos dois encontros de Artilheiros, graças ao esforço do camarada, Jacinto Rocha, que consegui contactar-nos quase vinte anos depois.
O primeiro encontro foi realizado em Coimbra conforme a convocatória e ao todo compareceram cerca de 35 artilheiros, alguns com família.

O segundo encontro organizado pelo Coronel Moura Soares, na altura comandante do Quartel de Oeiras, onde foi realizado uma missa em memória dos camaradas mortos em combate e descerrada uma placa com os nomes dos mesmos que está salva erro na parada principal do quartel.
O almoço com a presença dos familiares, foi oferecido pelo o Comandante da Unidade Coronel MOURA SOARES sendo realizado nas instalações de Parede com cerca de 53 Artilheiros.

Com esta achega nós os artilheiros passaremos a ser mais conhecidos na Tabanca Grande e com a divulgação das fotos possamos ser reconhecidos pelos nossos camaradas das companhias por onde passamos de norte a sul da GUINÉ.

Com a ajuda do Coronel Moura Soares que foi um dos comandantes da BAC 1, então capitão, vou ver se consigo o mais breve possível divulgar a história da Artilharia na Guiné.

Caso concordarem, agradeço a publicação depois do devido tratamento editorial, da convocatória e as fotos em anexo.
Caso necessário algum esclarecimento estou ao vosso dispor.

E SIGA A ARTILHARIA que a Stª Bárbara nos proteja.

Com os meus sinceros agradecimentos e abraços
José Diniz Sousa e Faro
Artilheiro Veterano


Convocatória para o 1.º Encontro dos Artilheiros da BAC 1 (Guiné, 1968/70), realizado no dia 29 de Abril de 1989

Foto de família do 1.º Encontro dos Artilheiros da BAC 1 (Guiné, 1968/70) realizado no dia 29 de Abril de 1989

Em primeiro plano, à esquerda J. Mendes e à direita Mendes de Almeida. Em segundo plano: Diniz S. Faro e A. Glória

A partir da esquerda: A. Glória, Diniz S. Faro e J. Mendes




Segundo Encontro dos Artilheiros da BAC 1 (Guiné, 1968/70), realizado no dia 20 de Abril de 1991

Foto de família

Sentado à esquerda o Cor Moura Soares


Quartel de  Oeiras - A partir da esquerda: M. Almeida; Robalo (de costas) Cor M. Soares; Diniz S. Faro e Caetano.
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Nota do editor

Último poste da série de 8 DE JUNHO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13259: Convívios (606): X Encontro do pessoal da CART 1742 (Os Panteras) levado a efeito no passado dia 13 de Junho em Leça da Palmeira e Perafita - Matosinhos (Abel Santos)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13184: Tabanca Grande (436): José Diniz Carneiro de Souza e Faro, ex-Fur Mil Art do 7.º Pel Art (Cameconde, Piche, Pelundo e Binar, 1968/70), Grã-Tabanqueiro 657

1. Mensagem do nosso camarada, e novo amigo tertuliano, José Diniz Carneiro de Souza e Faro, ex-Fur Mil Art do 7.º Pel Art (Cameconde, Piche, Pelundo e Binar, 1968/70), com data de 21 de Maio de 2014:

Caro Luís,
Há muito tempo que desejo fazer parte do grupo, assim informo:

Estive na Guiné desde 22 de Abril de 1968 a 17 de Junho de 1970 com Furriel Miliciano de Artilharia de Campanha integrado na Bateria de Artilharia de Campanha Nº 1 em Bissau.

Os Pelotões de Artilharia deslocavam-se pelo território da Guiné consoante as necessidades operacionais. Tanto quanto sei a Artilharia foi implementada pelo Gen. Spínola.

No inicio de 1968 só havia 6 ou 7 Pelotões de Artilharia e em 1970 quase 30.

Em 1 de Julho de 1970 a Bateria passou a Grupo de Artilharia N.º 7.

Fiz parte do 7.º Pelotão de Artilharia, tendo passado por: Cameconde, Piche, Pelundo e Binar, tendo dado uma especialidade em Bissau.

Onde fiquei mais tempo foi em Cameconde, de Abril de 1968 a Junho de 1970; nos outros aquartelamentos fiquei dois a três meses.

Os pelotões eram do recrutamento Provincial, sendo os comandantes de secção e de pelotão de origem metropolitana (de rendição individual).

Caso queiras mais informações é só dizeres.

Moro em S. Domingos de Rana, concelho de Cascais .

Sem mais de momento, sou com a mais alta estima e consideração.
Abraço
J. Diniz

Foto retirada do facebook do nosso camarada Diniz Souza e Faro

Cópia das págs 8 e 9 da Caderneta Militar de Diniz Souza e Faro, onde constam os seus postos e Unidades a que pertenceu.

Senha de entrada na Piscina Municipal de Bolama


2. Comentário do editor:

Caro camarada e amigo José Diniz de Souza (vai ser este o teu nome de guerra no Blogue, onde és o tertuliano 657), bem-vindo à tertúlia.

Muito obrigado por te juntares a esta enorme família de ex-combatentes da Guiné, e amigos que de algum modo se sentem ligados àquela terra.

Não repares o tratamento informal por tu, que é um procedimento para nós normal, que pretende sobretudo apagar "diferenças", assim como: antigos e actuais postos militares, formação académica, idade, etc.

Porque estamos a precisar de "gente nova" para testemunhar neste repositório de memórias, contamos com a tua colaboração, seja enviando textos ou fotos para publicarmos. O Blogue tem 10 anos, e muitos de nós estamos cá há já algum tempo, o que acarreta uma diminuição sensível no envio de trabalhos para o Blogue. Como se costuma dizer, chegaste na hora certa.

Se tens acompanhado a nossa página, saberás que no próximo dia 14 de Junho vamos realizar em Monte Real o nosso IX Encontro Nacional, pelo que se quiseres conhecer boa parte da malta e passar um belo dia, inscreve-te e faz-te acompanhar, se quiseres. Se conheces algum camarada interessado em participar do nosso Convívio, trá-lo também. O local é óptimo, de fácil acesso e o serviço 5 estrelas.

Antes de terminar não posso deixar de te endereçar um abraço de boas-vindas em nome dos editores e da tertúlia.

Fico por aqui ao teu dispor.
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de Maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13174: Tabanca Grande (435): Francisco Monteiro Galveia, a residir em Fronteira, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 616 (Empada, 1964/66), grã-tabanqueiro nº 656