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terça-feira, 4 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16560: Ser solidário (198): Associação dos Filhos e Viúvas dos ex-Combatentes das Forças Armadas Portuguesa na Guiné-Bissau quer estabelecer parceria com a Liga dos Combatentes (Idrissa Iafa, jornalista da Rádio Pindjiguiti)


Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > Outubro de 2016 > Encontro entre a Associação dos Filhos e Viúvas dos ex-Combatentes das Forças Armadas Portuguesa na Guiné-Bissau com filhos e viúvas do sector de Buba.

Foto de Idrissa Iafa, Facebook (2016) ( com a devida vénia...)

1. Mensagem que nos chegou através do nosso amigo  Idrissa Iafa, jornalista da Rádio Pindjiguiti  com data de hoje, às 15h23 


Guiné-Bissau, Bissau

04/10/2016

Exmo. Senhor

Tenente General Joaquim Chito Rodrigues.
 Presidente de Liga dos Combatente.


Assunto: informação

Senhor Presidente

Viemos pelo presente informar, primeiramente,  da existência da Associação dos Filhos e Viúvas dos ex-Combatentes das Forças Armadas Portuguesa na Guiné-Bissau (*), com objetivo estabelecer uma parceria [com] a vossa Liga dos Combatentes.

A Associação dos Filhos e Viúvas dos ex-Combatentes das Forças Armadas Portuguesa na Guiné-Bissau que foi fundada 18 de novembro do ano 2014, e foi legalizada no dia 31 de maio do ano ]de} 2016. e publicado na boletim oficial no dia 13 de junho do mesmo ano.

E neste momento esta organização dos filhos e viúvas conta com mais de 300 associados e temos como objetivo zelar pela união dos interesses comuns dos filhos e viúvas dos combatentes, dedicação no acompanhamento da remuneração dos ex-combatentes e elaborar e executar projetos sociais em vários domínios para solidarizar com os nossos pais das forças armadas portuguesa.

Nestes momentos os nossos pais se encontra muito velhos e outros já morreram sem ter uma casa pelo menos e os filhos ficam sem ter condições financeiras para estudar.

Sem mais assunto, agradecemos pelo tempo disponibilizado na leitura desta pequena Carta. (**)

Obrigado [pela] boa compreensão

Atentamente

O presidente,

Suleimane Camara

Contatos:

[telef] 00245 955559707

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12733: O Nosso Livro de Estilo (8): O que fazer com este blogue ? (Parte III): Joaquim Luís Fernandes (ex-alf mil, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, 1973; e Depósito de Adidos, Brá, 1974)



Guiné > Região de Cacheu > Teixeira Pinto  > CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863 (Teixeira Pinbto, 1973) > Visita de Acção Social e Psicológica em Caió, com o camarada tabanqueiro, alf mil médico Mário Bravo e outros camarada da CCaç 3461, alf mil  Moreira que estava “atabancado” em Carenque,  e o alf mil Teixeira,  da CCS, aquando da visita às ilhas de Jeta ou Peciche.

Foto (e legenda): © Joaquim Luís Fernandes (2013). Todos os direitos reservados
Joaquim Luís Fernandes, 
residente em Maceira, Leiria,  
técnico de desenho e projeto 
da indústria de moldes  para 
plásticos, tabanqueiro nº 621
1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Luís Fernandes [ex-alf mil, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, 1973: e Depósito de Adidos, Brá, 1974]:

Data: 19 de Janeiro de 2014 às 02:54

Assunto: P12557- O Nosso Blogue em Números - Divagação -Proposta: A[ssociação] Tabanca Grande


Caro Camarada Luís Graça:

Insigne fundador, administrador, editor do Blogue, de grande sabedoria e mestria como animador e moderador da "comunidade" Tabanca Grande, seu grande e prestigiado Régulo.

Desculpa tantos atributos que te endereço, mas aceita-os como expressão sincera do meu apreço pelo trabalho que tens feito e continuas a desenvolver, tão bem assessorado pela equipa que te acompanha, da qual não posso deixar de referir o nome do Carlos Vinhal, que foi o meu apresentador à Tertúlia e me tem acolhido com grande simpatia e camaradagem. A minha saudação amiga e grata.

Vem esta mensagem na sequência do poste 12557 - O Nosso Blogue em Números - em que, na ocasião comentei, não encontrar palavras que exprimissem o que neles via. Agora, as que me ocorrem, são: Muita vida de muitas vidas.

Perante as dimensões que o Blogue alcançou, em dados, em informações e conhecimentos, na rede de relações, mas principalmente, na massa crítica que elas contêm, então e em jeito de brincadeira e como desafio para a celebração do 10º aniversário do Blogue, lancei a ideia de este poder vir a evoluir até à constituição de uma associação mais formal. Não explicitei o que estava a sugerir ou a pensar, nem manifestei grande convicção no que escrevi, mas não fui inocente e sabia bem que não era fácil e não bastava o que disse. Já tinha em mente esta mensagem.

Também não irei escrever agora tudo o que me vai na cabeça, nem isso interessa, mas sinto que devo transmitir mais do que disse e esperar ser compreendido, para que possa obter algum acolhimento e reflexão, de que aguardarei resultados.

Eu sei que o Blogue tem objetivos editoriais bem definidos, que vem cumprindo com muito mérito, alcançando bons resultados, e deles não proponho que se afaste ; Todos eles são bons e importantes. Sei também das 10 regras a respeitar, que se me afiguram equilibradas, de bom senso e necessárias. Os resultados falam por si.

Porém, dentro destas regras, poderá existir em algumas, uma certa elasticidade, (que já tenho verificado sem qualquer mal) que possa possibilitar dar origem a uma qualquer associação, filha do Blogue, que poderia até herdar o seu nome, Tabanca Grande. Seria constituída por elementos do Blogue, voluntários, ao jeito de outra associação sem fins lucrativos, de índole cultural e informativa, com intervenção ou participação nos média, criando opinião, participando de forma organizada na vida democrática, mas não se confundindo com os partidos. 

Sei que não estou a explicitar tudo o que penso e nem isso interessa agora. Os objetivos seriam: De forma simples e despretensiosa procurar pela sua ação, influenciar a Sociedade, as Organizações Políticas, os Órgãos do Poder, no sentido de obter para os ex-combatentes das Guerras Ultramarinas e em particular os da Guiné, algum reconhecimento público que tem faltado, assim como alcançar algumas condições favoráveis e justas, para a vida dos ex-combatentes ainda vivos.

Dou como exemplo: (i) a redução da idade da reforma;  (ii) apoio extraordinário na área da saúde; e (iii) mais reconhecimento público (e não só) para com os ex-combatentes da Guiné, que por lá ficaram abandonados, que serviram Portugal, lutando ao lado dos soldados da Metrópole e das Ilhas...

O campo de ação será muito mais vasto, mas não entrarei por agora em divagações,

Por fim, devo declarar, que também sou parte interessada. Veja-se o meu caso: farei este ano 63 anos, se Deus quiser. Faço descontos, para a então "Caixa de Previdência" e hoje "Segurança Social", ininterruptos, (exceptuando o tempo da tropa) desde 1968, (já lá vão 45 anos) e o meu horizonte de reforma está a ameaçar afastar-se para os 66 anos (se eu lá chegar). 

Como eu, quantos milhares de ex-combatentes haverá? Entretanto terei que continuar a competir, para sobreviver no mercado do trabalho, com jovens de 30, 40 anos. Coisa injusta para uns e para outros. É mau para o País e pior para mim, digo eu. Mas Que posso fazer?...

Agora alguns números para reflexão:

Dos sete camaradas que nos deixaram mais pobres no Blogue em 2013, um era de 1947, logo com 66 anos; quatro eram de 1948, com 65 anos; dois de 1950 com 63 anos. Média inferior a 65 anos. Mas mais: Tomando como referência as idade dos vinte e nove camaradas do Blogue que já partiram, com menos de 75 anos foram vinte e seis, com uma média de idades de 63,8 anos. Só três acima dos 75 anos. [Negritos e realce a amarelo: editores]

​Sei que estes números não têm valor estatístico do todo nacional, mas não deixam de ser uma amostragem e uma indicação que as mazelas que herdamos da guerra, fazem os seus estragos. Pergunto: Há estudos rigorosos sobre este tema que nos mostrem a quantas andamos? Se houver, tu saberás Luís, será uma da tuas especialidades! Ou estou enganado? Poderás partilhar essas informações com os mortais, que foram carne para canhão?

Presumo, que no nosso universo de ex-combatentes na Guiné, as estatísticas que têm justificado, com o aumento da esperança de vida, o aumento da idade das pensões e reformas, são uma balela e como tal, devem ser denunciadas e combatidas, reivindicando um ajustamento da Lei, que contemple esta situação especial, desfavorável para nós.

Caro camarada e amigo Luís Graça, se me excedi, desculpa o atrevimento. Eu sei, que tudo neste Blogue começou em ti e por ti tem vivido. Eu sou um pira, um quase nada nesta comunidade, com fraca participação e sem qualquer legitimidade de apropriação das suas potencialidades, o que aliás, não pretendo.

O conhecimento que fui adquirindo do Blogue e da tua grandeza de alma, deu-me a ousadia de sonhar. Eu sei sei que sou um sonhador e por vezes os pés descolam da terra. António Gedeão cantou: " O Sonho Comanda a Vida" e Sebastião da Gama escreveu " Pelo Sonho é que Vamos". Eu também quero deixar-me embalar em sonhos... de mais Verdade, mais Respeito, mais Justiça. mais Solidariedade, mais Amor....  

Mas irei com calma, mesmo continuando a sonhar.

Creio que transmiti a ideia. Se houver alguma dúvida, fico inteiramente ao dispor para esclarecer o que me for possível. Mas deixo tudo ao teu mais elevado critério e sem o mínimo de pressão. Faz desta mensagem o que considerares melhor e eu aceitarei qualquer desfecho, sem mágoa ou azedume. Só tenho que me penitenciar por ter sido tão longo e agradecer-te a paciência de me teres lido.
Aproveito para desejar-te boa saúde e expressar os meus votos, de que a intervenção cirúrgica que anunciaste para breve, seja bem sucedida, que tudo corra bem e fiques como novo e cheio de força, para muitos quilómetros neste nosso encantador Portugal.

Muito obrigado e um forte abraço
Joaquim Luís Fernandes

___________________

Nota do editor:

Postes desta série:

7 de dezembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10770: O Nosso livro de estilo (7): Cerca de 400 abreviaturas, siglas, acrónimos, expressões idiomáticas, gíria, calão, crioulo... Para rever, aumentar, melhorar...

20 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10409: O Nosso Livro de Estilo (6): O que fazer com este blogue ? (Parte II ): Depoimentos de A. Pires, C. Pinheiro, D. Guimarães, L. Ferreira, B. Santos, C. Rocha, F. Súcio, B. Sardinha , T. Mendonça e JERO

18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10402: O Nosso Livro de Estilo (5): O que fazer com este blogue ? (Parte I) : Depoimentos de H. Cerqueira, L. Graça, A. Branquinho, J. Manuel Dinis, J. Mexia Alves, J. Amado, Manuel L. Sousa, José Martins, Hélder Sousa e Eduardo Estrela

15 de agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8675: O Nosso Livro de Estilo (4): O que nós (não) somos... Em dez pontos!


12 de agosto de  2011 >Guiné  63/74 - P8662: O Nosso Livro de  Estilo (2): Comentar  (nem sempre) é fácil...

22 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8588: O Nosso Livro de Estilo (1): Política editorial do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12289: Filhos do vento (24): Associação de Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné... Uma associação sem sede, sem sítio na Net, sem email, que precisa da nossa ajuda (Catarina Gomes, jornalista do Público)


Parte da capa da página do Público 'on lin', de 14/7/2013 > "Filhos do vento: guerra colonial; as histórias dos filhos que os portugueses deixaram para trás".  Uma reportagem dos enviados especiais do Público à Guiné Bissau, Catarina Gomes, Manuel Roberto e Ricardo Rezende. 


1. A pedido a da jornalista do Público, Catarina Gomes, que tem procurado dar voz aos "filhos do vento" da Guiné-Bissau.  Mensagem que nos chegou ontem:

Fernando Silva nasceu em 1968, Fátima Cruz em 1975, José Maria Indequi em 1971. São nomes que não vos dizem nada. Eu conheci-os. São filhos de ex-combatentes portugueses com mulheres guineenses que sonham em conhecer os seus pais, são adultos hoje com cerca de 30-40 anos que parecem tornar a ser crianças quando começam a falar do seu passado, do pai português de quem só ouviram falar mas cuja ausência os assombra. “Sinto-me meia-pessoa”, disse-me Fernando. Em apenas 10 dias na Guiné entrevistei mais de 20 filhos, tive que deixar muitos dos que me abordaram de fora. Posso dizer-vos que noite dentro, chegada ao hotel, tinha sempre mais alguém na recepção para me contar a sua história. Foi uma experiência avassaladora e emocional. Tinha meia dúzia de histórias antes de ir, lá havia sempre que conhecia alguém e mais alguém e mais alguém… 

Contámos algumas destas histórias numa reportagem publicada no Público em Julho. Criámos um email, filhosdovento@publico.pt, para tentar ir além da reportagem e tentar unir estes dois lados, filhos e pais que eventualmente queiram procurar/encontrar os filhos. Não recebemos nenhum email de um pai. Recebemos emails de vários irmãos a quem os pais um dia contaram que deixaram lá um filho, alguns pais já tinham morrido, recebemos alguns emails de filhos guineenses que continuam à procura do pai vivendo em Portugal.

Passados quase 4 meses, por causa da reportagem, alguns destes filhos decidiram criar uma associação para tentarem ser portugueses e descobrir os pais. Muitos dos que me lêem conhecem a Guiné melhor que eu, saberão que pouco mudou, que é um dos mais pobres países do mundo, que nem Bissau tem luz à noite. Consigo a custo falar com eles ao telefone, obviamente que a associação não tem sede, site, email de correspondência. Penso que eles precisam de ajuda deste lado de cá, em Portugal. Pergunto se alguém quer ajudar nesta busca pelos seus pais? Alguém quererá dar apoio jurídico para que eles tentem tornar-se portugueses como sonham?

Como dizia um ex-combatente em conversa comigo sobre este assunto, “daqui a 15 anos a sua reportagem seria irrelevante, agora ainda é tempo”. (**)

Catarina Gomes, Jornalista Público

______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 6 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12257: Filhos do vento (22): Criada a Associação de Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné

(**) Último poste da série > 8 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12266: Filhos do vento (23): ...ou da ventania (Juvenal Amado)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12257: Filhos do vento (22): Criada a Associação de Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné


Título de notícia  do "Público", 1/11/2013, assinada pela jornalista Catarina Gomes. A Catarina foi responsável, juntamente com Manuel Roberto e Ricardo Rezende, por uma notável  peça de jornalismo de investigação sobre o tema, politicamente incorreto, dos "filhos do vento", disponível no portal Público Mais.

Recorde de imprensa reproduzido aqui com a devida vénia.

1. Sinopse da notícia

(i) São filhos de ex-combatentes portugueses da guerra colonial e de mulheres guineenses, andando hoje na casa dos 40/50 anos;

(ii) O seu desejo é ainda poderem conhecer o pai "tuga";

(iii) Criaram, um grupo deles (cerca de 50, vivendo em Bissau), a Associação de Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné, sendo o seu presidente Fernando Edgar da Silva;

(iv) O objetivo principal  da associação é  "obter a cidadania portuguesa" e "conhecer o pai";

(v) Estão já a fazer diligências  para serem  recebidos pelo embaixador de Portugal na Guiné-Bissau;

(vi) Na sexta-feira (, dia em que em Portugal se vai aos cemitérios visitar as campas dos entes queridos que já partiram) , e num gesto simbólico, este grupo de "filhos do vento" guineenses foi depositar uma coroa de flores “ao pai desconhecido” (sic),  no cemitério de Bissau; 

(vii) A Associação foi criada na sequência do trabalho de investigação, corajoso e sério,  da Catarina Gomes (vd  reportagem do Público, Em busca do pai tuga);

(viii ) O presidente da associação fala da existência de  "centenas de pessoas espalhadas pelo país", a maioria das quais nunca conheceu o pai.

 Eis a história resumida de 3 dos dirigentes da associação:

(i) O presidente Fernando Edgar da Silva, camionista de profissão, nasceu em 1968; a mãe vivia em Teixeira Pinto (ou Canchungo), junto ao quartel:  o pai seria furriel, com comissão feita em 1966/67;

(ii)  O secretário José Maria Indéqui, técnico agrário, nasceu em 1971; o nome que lhe terá sido atribuído pelo pai era José Carlos dos Santos;  o progenitor terá regressado a Portugal por volta de 1973/74; esteva colocado no quartel de Pelundo, região de Cacheu;  vivia maritalmente com a mãe e tiveram mais duas raparigas;

(iii) A tesoureira Fátima Cruz, comerciante de roupa em Bissau, nasceu já em 1975;  o pai esteve no quartel de Empada e de Cutia (1973/74); a mãe era lavadeira do pai.

2. Ser solidário

Mandei à Catarina (e partilho agora com os nossos leitores) a seguinte mensagem da sequência desta notícia:

(...) Disponha sempre, mande notícias dos nossos 'filhos do vento'. Gostava de saber como poder ajudar a associação... Podemos fazer um poste... Quer escrever um pequeno texto ?...Aqueles homens e mulheres merecem muito mais!.. 

Sabemos, por outro lado, que  na sequência da sua reportagem também há, aqui em Portugal, irmãos e irmãs dos "filhos do vento",  que estão interessados em conhecer os irmãos e as irmãs que vivem na Guiné-Bissau. Naturalmente que tudo isto é feito com discrição, fora dos holofotes da comunicação social. Mas seria bom que a embaixada portuguesa assumisse um papel mais proactivo e dialogante na tentativa de resolução deste problema que está longe de ser um problema simples. A maior parte dos guineenses, filhos de portugueses do tempo da guerra colonial, não tem uma simples foto do pai, nem sabe o nome do pai...

(...) Eu sei que vocês, jornalistas, não gostam de misturar as coisas, a investigação e ação... Mas o blogue pode ajudar, temos associações também de solidariedade... Para já é preciso pôr o problema na nossa 'agenda'... Você, por seu turno, deu um excelente contributo com a sua magnífica reportagem... O Público é, continua a ser, para mim,  um jornal de referência. (...)

_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 1 de novembro 2013 > Guiné 63/74 - P12235: Filhos do vento (21): Apelo da jornalista do Público, Catarina Gomes, para a ajudar a descobrir uma "história de reencontro" (de um pai ex-combatente que tenha encontrado ou ido à procura de um destes filhos da guerra, ou de um destes filhos que tenha encontrado o seu pai)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6167: Lançamento do livro do Amadu Bailo Djaló: Lisboa, Museu Militar, 15 de Abril (1): "Os cobardes, esses, vivem mais, mas nunca hão-de ter música para dançar" (provérbio tradicional guineense)




Lisboa > Museu Militar >  15 de Abril de 2010  > O Amadu, 70 anos, de fato completo, gravata, e as suas condecorações,  autografando o seu livro... A seu lado, a filha e o neto... Pareceu-me estar feliz, apesar do peso da idade e da doença crónica... Disse-lhe, na brincadeira: "Agora é que vais ser famoso e rico"... 


Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > O Amadu, a filha e o neto, antes do início da sessão...  O Amadu foi apresentado como um grande contador de histórias, dotado de uma prodigiosa memória, como um homem bom, recto e profundamente religioso, bem como um grande operacional que serviu, com coragem e dedicação o exército colonial português, a partir de 1962,  ano em que fez a sua recruta em Bolama... Promovido a 1º Cabo em 1966, foi sucessivamente graduado em furriel (1970), 2º sargento (1971) e alferes (1973). Na foto, ostenta a sua Medalha de Cruz de Guerra de 3ª Classe, ganha em 1973.  O subtítulo deste poste é retirado de uma citação  do seu livro:  "Os cobardes, esses, vivem mais, mas nunca hão-de ter música para dançar"... Como todos os provérbios populares, e nomeadamente africanos, não tem uma leitura imediata nem linear... 



Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > A filha e o neto do Amadú (que tem mais uma filha e um filho, a viverem no estrangeiro).




Lisboa > Museu >Militar > 15 de Abril de 2010 > Apesar de ter perdido ainda recentemente a sua mãe, o Virgínio Briote estava feliz pelo Amadu e  pela concretização de um projecto onde ele investiu muito do seu tempo, talento, camaradagem e generosidade.. Estevbe sempre atento ao Amadú, segredando-lhe ao ouvido algumas dicas...A felicidade do nosso querido amigo, camarada e co-editor seria completo se o Amadu tivesse aproveitado a ocasião, como era a sua intenção, para a estender a mão aos inimigos de ontem, num gesto  histórico de reconciliação, que teria grande simbolismo. Mas o Amadu não se sentiu muito confortável nem em condições de saúde para dizer as palavras que estavam nop seu coração e na sua cabeça (e que estão no seu livro).

Por detrás dele, sentada, a Maria Irene, sua esposa, professora do ensino secundário que sempre o acompanha nestes actos públicos. Na foto, à direita, o nosso camarada Carlos Santos, que veio de Coimbra (Recorde-se que foi  Fur Mil da CCAÇ 2700, Saltinho, 1970/72). A malta do nosso blogue esteve presente em força, querendo com isso testemunhar o seu apreço e carinho ao Amadu. Em próximos postes, apresentaremos mais fotos e vídeos.




Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > Sessão de lançamento do livro "Guineense, Comando, Português" (edição da Associação dos Comandos, 2010). Aspecto geral da assistência, completo a ala central das famosas caves manuelinas... Na primeira fila, do lado direito, reconheço a Dra. Maria Irene, esposa do Virgínio Briote bem como o comandante Alpoím Galvão, além do representante do Chefe do Estado Maior do Exército.





Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > A apresentação do livro este a cargo de três oradores: O Cor Comando Ref Raul Folques (de que lamentavelmente não temos foto, apenas um vídeo que será aqui reproduzido noutro poste; foi o último comandante do Batalhão de Comandos Africanos), o Cor Inf Ref e escritor Manuel Bernardo (na foto) e  ainda o jornalista e analista político Nuno Rogeiro.  




Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > Outro orador, o Nuno Rogeiro, apresentado como um amigo da Associação de Comandos... Disse que leu o livro de um trago. Fez uma análise original, que temos registado em vídeo.


Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 >  O Autor, Amadu Bailo Djaló, membro da nossa Tabanca Grande, e o presidente da Associação de Comandos, Dr.  José Lobo do Amaral... Nas suas palavras de abertura fez questão de, em nome da associação,.  agradecer "ao sócio comando Virgínio António Moreira da Silva Briote a disponibilidade, competência e dedicação com que acompanhou esta Memória, sem a qual não teria sido poossível esta edição"... No final, também me agradeceu a divulgação dada pelo nosso blogue e manifestou o seu regozijo pela entusiasmo com que foi recebida o 1º volume das memórias do Amadu bem pelo pluralismo das abordagens dos oradores.



Fotos e legendas: ©   Luis Graça (2010). Direitos reservados

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5328: Blogoterapia (131): Sobe a calçada, camarada, sobe (Luís Carvalhido, CCS/BART 3873, Bambadinca, 1972/74)

O Luís Carvalhido, membro e ex-dirigente da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (APVG),  com sede em Braga, foi soldado de transmissões da CCS do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74). É natural de (e residente em) Barcelos. Pertence à nossa tertúlia desde Abril de 2005, tendo entrado pela mão do Sousa de Castro, do mesmo batalhão (CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/74), e que é o nosso tertuliano nº 2.

1. Mensagem do Luís Carvalhido:


 Ao receber este texto (*), tenho que reflectir, acerca daquilo que em baixo fica escrito. É que às vezes eu também me canso de não entender certas coisas, certas atitudes. E se é certo que começo a perder algumas capacidades do meu modesto intelecto, também é certo que conheci muitos FIGURANTES, nas minhas andanças, alguns dos quais fazem parte desta tua cadeia. E se a memória não perdeu de vez a lucidez, anda por aí gabiru.



Às vezes, e porque penso que começo a não ter interesse, penso abandonar, mas outras vezes lembro-me daqueles que cairam e que lá no alto olham com afecto para nós pelo simples facto de ainda os recordarmos e isso motiva a continuação. Sabes: é um bocado o "sobe a calçada, Luísa, sobe".


Já agora e se possível, diz ao Vasco [da Gama] que há mais olhos abertos, perscrutando as sombras desenhadas pelos abutres que teimam em aparecer sempre que há despojos.


Por isso,  e sabendo que às vezes furo barreiras, não com o intuito de ganhar primazias, mas antes pelo meu espírito de inquietação permanente, naquilo que aos nossos camaradas toca, deixa dizer-te o seguinte:

  • faço sempre as coisas com sentido altruísta;
  • tive desde sempre intuitos firmes e sérios que paguei bem caro;
  • lutei durante muitos anos numa luta desigual, sem nada pedir em troca;
  • gosto de alertar aqueles de nós, (muitos), que apenas dormem;
  • por isso às vezes sou incómodo, sobretudo se sinto ou pressinto alguma coisa que me fira a alma;
  • por isso e se por acaso alguma minha atitude num passado recente te incomodou, não peço desculpa porque nunca faço nada com o intuito de ofender, ultrapassar ou obter qualquer benefício pessoal.


Apenas e simplesmente fiquei chocado com algumas notícias, que aqui chegaram e fiz o que a minha consciência me ditou, ou seja: disse o que penso de uma determinada notícia, dando a perceber ó outro lado da moeda [Vd. mensagem a seguir, ponto 2]

No meu conceito, os participantes do teu blogue, entre os quais me incluo, devem e têm que obedecer a regras, mas - e porque para mim isto é muito mais que um local de encontro -, os responsáveis do mesmo, antes de informarem, devem fazer uma viagem histórica por forma a não ofenderem aqueles que conhecem por dentro outras Histórias.


Estive para não comentar os teus poemas, que para mim merecem todo o respeito, independentemente da abrangência que lhe quiseste dar, mas depois, uma vez mais, este Luís resolveu subir a calçada.


Como nota final, deixa-me dizer-te, com o tal espírito de homem da Guiné, que por vezes é necessário que as águas sejam cristalinas, por forma a que cada um assuma o seu lugar.


Deixo-te um abraço e,  se um dia for possível, acredita que terei contigo uma conversa de Homens, para que percebas melhor e entendes o outro lado da barreira.


Até lá
Luis Carvalhido


2. Mensagem de 13 do corrente, dirigida aos camaradas da Guiné, em geral, e que não chegou a ser publicada, na altura:

Caro Companheiro:

Acabo de receber o teu e-mail, no qual referencias a notícia de que os corpos dos companheiros, ou o que resta deles, acabam de ser transladados de terras da Guiné para solo Português. (**)


Naturalmente que essa notícia me comoveu e me encheu de uma alegria triste. Acompanhas a notícia, com algumas considerações pessoais, entre as quais salientas o dia 14 de Novembro e as comemorações nele contidas.

Vou tentar ser breve, mas antes deixa-me retirar do contexto os restos mortais dos nossos companheiros de armas, a quem deixo um minuto do meu silêncio. Depois passo a perguntar-te o seguinte:

  • Porque estão os corpos, ou aquilo que resta deles em mais um dia dos Generais?
  • Será para darem uma medalha de ferro às famílias e ficarem bem na fotografia?
  • Porque é que tu, companheiro, que presumo seres de boa formação, não incentivas a que a própria Liga [dos Combatentes] pague as despesas dos que já vieram, bem como as do outro corpo que por lá ficou, uma vez que eles também se aproveitam da memória e da presença física dos nossos companheiros mortos?
Deixa-me dizer-te que me sinto incomodado com essa notícia, porque esse dia é um dia morto para nós. Ele não consubstancia qualquer ideia séria, qualquer projecto, qualquer sentimento de solidariedade quer para os vivos, quer para a família dos mortos.

Sinto-me triste por saber que esse dia é uma farsa para povo ver e por isso deixa-me dizer-te que a culpa é dos interesses maiores que movem muita gente que se arvora em defensor dos reais e legítimos valores de todos aqueles que suaram a bandeira.

É culpa das várias pessoas, associadas e dependentes de pequenos tachos e da valorização da imagem que alguns teimam em conseguir.

É culpa daqueles que,  devido a uma antiga ruralidade, ainda se aninham ao poder corporativo, seja ele fardado ou não.

É culpa da presença daqueles que “pseudamente” se dizem muitas coisas e são outros dos tais.

Sabes,  companheiro, a culpa não é das Associações, mas sim culpa das “presidenciações” que apenas vivem para os seus próprios interesses.


Por isso deixa-me dizer-te que pessoalmente o 14 [de Novembro] dos Generais,  nunca. Nem desses nem de outros que se digam defensores dos Veteranos de Guerra e que depois se associam para que a água corra pró seu moínho.


EU, NÃO ESTAREI PRESENTE!

A memória dos restos mortais desses e de tantos outros que tombaram, assim mo exigem.

Saudações

Luís Carvalhido (***)
Barcelos 2009/09/12

3. Comentário de L.G.:

Há muito que não sabia de ti, camarada de Bambadinca (desencontrámo-nos lá por uma diferença de um ano...).  Também, é verdade, não nos tens escrito, mas seguramente que vais acompanhando o nosso blogue, nem que seja à distância, e nem sempre concordando, necessariamente,  com a nossa linha editorial. Não quero, nem devo, comentar o teu poste, e muito menos responder às tuas críticas. Quero  apenas contextualizar as tuas duas mensagens.

A maior parte dos camaradas do nosso blogue não sabe que já foste dirigente (vice-presidente, em 2003) da APVG, e que deste o melhor do teu esforço à causa da dignificação de todos nós enquanto antigos combatentes. Está escrito, na coluna do lado esquerdo do nosso blogue, que "somos sensíveis aos problemas (de saúde, de reparação legal, de reconhecimento público, de dignidade, etc.) dos nossos camaradas e amigos, incluindo os guineenses que combateram, de um lado e de outro. Mas enquanto comunidade (virtual) não temos nenhum compromisso para com esta ou aquela causa por muita justa ou legítima que ela seja"... Isto não significa que cada um de nós, individualmente,  não possa tomar posição sobre estas e outras questões. Não queremos, no entanto, substituir-nos à Liga dos Combatentes, à APVG e às demais associações.

Quanto ao teu protesto em relação às comemorações do dia 14 do corrente, não o publicámos na altura por manifesta incapacidade material... A efeméride, entretanto,  passou e a própria notícia que originalmente publicámos sobre as trasladações não era verdadeira, era falsa (não há notícias parcialmente falsas ou parcial mente verdadeiras, há apenas notícias falsas e notícias verdadeiras).


Aprecio a tua frontalidade: de  facto, não temos quaisquer ajustes de contas a fazer um ao outro. Nem eu sou pessoa de susceptibilidades, nem tu és menino de desculpas e salamaleques... (Se me devesses alguma coisa, era uma foto e uma história de Bambadimca, que nunca chegaste a mandar, pela tua entrada na nossa tertúlia em Abril de 2005. Como já passaram duas comissões, estás perdoado!).

 Um Alfa Bravo. E não desistas, nunca desistas de continuar a subir a calçada da vida... Oxalá, ao menos, que seja menos íngreme e poeirenta que a rampa do quartel de Bambadinca (foto acima). Luís
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Notas de L.G.


(**) Vd. postes de:

12 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5261: Efemérides (29): Às custas dos seus familiares (Magalhães Ribeiro)

17 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5284: Dando a mão à palmatória (24): Os editores do blogue têm que ter rigor e espírito crítico em relação às suas fontes (Luís Graça)




21 de Julho de 2006 >  Guiné 63/74 - P977: Antologia (52): A guerra que Portugal quis esquecer (Luís Carvalhido, ao Jornal de Barcelos)

(...) Entrevista a Luís Carvalhido, por Zita Fonseca e José de Coelho. Jornal de Barcelos. 9 de Julho de 2003 (com a devida autorização)

Alguns excertos:

(...) JB - O país foi ingrato para convosco?


LC - O país foi ingrato! O país não teve a capacidade de reconhecer isso e fez uma coisa ao contrário que foi tentar ocultar. Quando um povo não é capaz de reconhecer o seu próprio mérito, mesmo na adversidade, fraco é este povo ou fraco é quem o lidera. Actualmente, as coisas estão a vir ao de cima, o movimento está a crescer. A prova disso é esta Associação que é a maior com 40 mil membros, mas há outras com alguns milhares. Isso quer dizer que este movimento não vai parar. Isto assumiu proporções de bola de neve.


JB - As consequências mais visíveis da guerra colonial eram, para além dos mortos, os soldados que voltavam estropiados. Nos outros, as consequências não se viam, a não ser às vezes, quando a família de algum comentava que veio de África...

LC - Que veio marado, cacimbado, ninguém o pode aturar.

JB - Isto eram coisas que as famílias viviam dentro das quatro paredes e passavam despercebidas. Agora, a ideia que se começa a implantar é que as consequências psicológicas da guerra têm uma dimensão muito grande.

LC - Enorme. Há dois tipos de feridos e de feridas. Há os chamados deficientes das forças armadas, que estão à vista, e há os deficientes encobertos. E a própria família, sendo vítima do sistema - e o sistema era de encobrimento - tinha de acobertar os seus doentes suportando tudo à luz do modelo duma pretensa família católica. Ou seja, se o marido era um stressado, um indivíduo cacimbado como se diz na gíria, batia na mulher ela, porque era uma boa católica, tinha de aguentar. Se o marido batia nos filhos pedia-lhes que tivessem paciência. Durante muito anos foi assim. Finalmente, há cerca de meia dúzia de anos, fruto das lutas de pessoas mais atentas, está reconhecido o stress pós-traumático de guerra. Isto veio ajudar a quebrar os tabus. Começou a encarar-se com naturalidade a possibilidade de cada um transmitir ao seu psiquiatra ou psicólogo um fenómeno que estava associado a efeitos recorrentes.  (...)

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1850: O 10 de Junho, o Hernâni Lopes e a malta da tertúlia (Ayala Botto / A. Marques Lopes / Hugo Moura Ferreira / Lema Santos)

Lisboa > Belém > Forte do Bom Sucesso > Memorial aos Mortos do Ultramar > 10 de Junho de 2007 > Ramos de flores de diversas associações de antigos combatentes.

Lisboa > Belém > 14º Encontro Nacional de Combatentes > 10d e Junho de 2007 > Malta da nossa tertúlia > Da esquerda paara a direitra, reconheço, entre outros o António Santos(e a esposa), o Tino Neves, o Hugo Moura Ferreira (e a esposa), o Marques Lopes e, por fim, o Fernando Chapouto (e a espoa).

Lisboa > Belém > 14º Encontro Nacional de Combatentes > 10 de Junho de 2007 > O Vacas de Carvalho, O Fernado Franco e o Hugo Moura Ferreira (e esposa)


Lisboa > Belém > 14º Encontro Nacional de Combatentes > 10 de Junho de 2007 > O Marques Lopes e o Fernando Chapouto
Fotos: © Hugo Moura Ferreira (2007). Direitos rerservados.

Ainda a propósito do 14º Encontro Nacionald e Combatentes, Lisboa, Belém, 10 de Junho de 2007 (1), aqui ficam mais alguns apontamentos e esclarecimentos:


1. Caro Marques Lopes:

Eu também lá estive mais uma vez, mas como não conheço pessoalmente ninguém da tertúlia não dei por vocês. Foi pena.

Em relação ao Hernâni Lopes, ele próprio referiu que embora tenha feito o Serviço Militar na Reserva Naval, nunca esteve no Ultramar e que não era antigo combatente.

Um abraço para todos

Carlos Ayala Botto


2. Caro Ayala Botto:

As minhas desculpas. Confesso que não estive atento ao discurso do Hernâni Lopes, pois estava na conversa com os amigos. Por isso perguntei ao Lema Santos da razão por ser o Hernâni Lopes a fazer o discurso. E foi ele que me disse que ele tinha estado na Reserva Naval, a cuja Associação pertence, tal como o Lema Santos. Pareceu-me também - e mal, então - que ele me disse que o Hernâni Lopes tinha estado na Guiné. Fica a correcção. Os meus agradecimentos.

Abraço

A. Marques Lopes

3. Caros Amigos e Camaradas;

Os meus agradecimentos a todos e também um esclarecimento: O Ernâni Rodrigues Lopes (escreve-se mesmo assim) foi do 7º CEORN (Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval) e entrou para a Escola Naval em 15.8.1964 para a classe de Administração Naval. Como Oficial da Reserva Naval, não esteve na Guiné no seu tempo de permanência ao serviço da Marinha de Guerra.

É presidente da Mesa da Assembleia Geral da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval (2) e julgo que terá sido nessa qualidade que esteve presente na cerimónia do 10 de Junho.

O Almirante Nuno Gonçalo Vieira Matias foi Chefe da Estado-Maior da Armada e, enquanto 1º tenente, comandou o destacamento nº 11 de Fuzileiros Especiais na Guiné de 1968 a 1970. É também sócio honorário da Associação.

Um abraço para todos,

Manuel Lema Santos

2. O A. Marques Lopes aproveitou tamnbém para nos mandar mais umas fotos da malta da tertúlia que esteve no 10 de Junho em Belém. Sem legendas...Autoria: Hugo Moura Ferreira.

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Nota de L. G.:

(1) Vd. posts de:

12 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1841: Estive no 10 de Junho... e que bem que me soube olhar aquela multidão de boinas e de cabelos brancos... (A. Mendes, 38ª CCmds)

13 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1842: 10 de Junho: Nós também estivemos lá (A. Marques Lopes / Lema Santos)

(2) O nosso camarada Jorge Santos, na sua página Guerra Colonial tem (e mantém actualizada) uma lista bastante completa de dezenas de associações de antigos militares e combatentes portugueses, dos três ramos das forças armadas, sediadas em Portugal e no estrangeiro, incluindo os respectivos contactos (endereço postal, telefone, fax, e-mail, URL). Dessa lista também consta a AORN.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1841: Estive no 10 de Junho... e que bem que me soube olhar aquela multidão de boinas e de cabelos brancos... (A. Mendes, 38ª CCmds)


1. Texto do nosso camarada Amílcar Mendes, da 38ª CCmds:


Luís Graça, no dia 10 de Junho, dia que alguém um dia se lembrou de apelidar o dia do ex-combatente, eu fui lá a Belém (1).

Eu fui lá, mas antes de te contar as emoções que senti deixa-me desabafar!

Dia do COMBATENTE! Essa é boa. Digamos que é o dia em que ex-combatentes se encontram para prestar homenagem aos nossos mortos e em que temos de ouvir um discurso apalavrado a bajular-nos para nos manter quietos. Estive lá e ouvi um senhor a botar discurso que não fez o mínimo sentido. Chamam os jornalistas àquele tipo de discurso Encher Chouriços. E ele nem sequer foi combatente e nem lá estava para fazer merda nenhuma por eles. Estava a cumprir calendário.

Porra, façam alguma coisa por aqueles que ainda estão doentes da alma, por aqueles que ainda hoje não se conseguiram encontrar, por aqueles que esperam ansiosamente um dia do ano para poderem estar junto daqueles que falam a mesma linguagem e para quem aquela conversa chata sobre guerra faz todo o sentido e não é de forma nenhuma uma seca!

Estive lá, Luís, e que bem que me soube olhar aquela multidão de boinas... verdes, amarelas, vermelhas, pretas, castanhas ou só aqueles cabelos brancos ao vento. Estive lá, Luis, e sabes que mais? Já ninguem está triste por sucessivos Governos não terem feito nada pelos ex-combatentes porque todos temos consciência que o fardo dos ex-combatentes está a pouco tempo de acabar. Assim sem mais nem menos. Sabes Luís, que ao falar com muitos deles já ninguém espera nada de nada do governo, estão resignados.

Fiquei surpreso com a quantidade de associações que representam os ex-combatentes. Assim, tão dispersos por várias, não temos força em nenhuma, mas não será isso que alguém quer?
Mas foi um dia lindo. Apenas faço uma pergunta a uma das muitas associações que esteve presente:
-Será possível termos o dia do ex-combatente só com ex-combatentes, sem discurssos de ocasião, e aproveitar a ocasião para tratarmos de coisas úteis aos ex-combatentes? Digamos, um dia mais [para os] ex-combatentes.

Gostaria de ouvir a opinião dos camaradas do blogue. Um abraço a todos.

A. Mendes,
ex-1ºcabo da 38ª Companhia de COMANDOS
Guiné, 1972/74

PS - Amigo Luis Graça, assim que eu puder vou-te fazer chegar as mãos o CD dos COMANDOS, que é um documento fantástico (2). Um abraço. A. Mendes.

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Nota de L.G.:

(1) Vd. programa do 14º Encontro Nacionald e Combatentes > Vd. sítio da Comissão Executiva do Encontro Nacional de Combatentes. O discurso este ano foi feito pelo Professor Doutor Hernâni Lopes, antigo ministro das finanças, e que foi Oficial da Reserva Naval, pertencendo nessa condição à Associação dos Oficiais da Reserva Naval (AORN).

(2) Há dias eu tinha-lhe escrito: "A propósito, vi ontem na televisão um reportagem sobre o lançamento de um DVD com a história dos comandos em Portugal (3). Entre outros, vi o Folques, já aqui falado diversas vezes. Quando tiveres um tempinho livre, peço-te para nos falares desse DVD cujo conteúdo eu ainda não conheço".

Vd. post de 9 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1827: Convívios (14): 38ª Companhia de Comandos, Pínzio, Vilar Formoso, 9 de Junho de 2007 (A. Mendes)

(3) Comandos - Um Contributo para a História - 1962/2006. [DVD]

É um documentário de cerca de 100 minutos, da autoria do jornalista Carlos Santos, com imagens dos arquivos do Exército, RTP e SIC e com depoimentos de diversos Comandos. Acabou de ser lançado em Lisboa, no passado dia 8 do corrente, no auditório do Instituto de Defesa Nacional.

A história dos Comandos remonta a 1962, ano em que nasceram em Angola (Zemba e Quibala). Estiveram depois sediados em diversos locais: Luanda, Namaacha, Montepuez, Brá (Bissau), Lamego, Amadora, Carregueira e, mais recentemente, Mafra.

Segundo Carlos Santos, trata-se de "um documento que, pelas imagens e pelos depoimentos recolhidos, fala dos Comandos e da sua História: de como se formam e como agem; do caminho percorrido desde a sua fundação até aos dias de hoje - de África ao 25 de Novembro, de Timor-Leste ao Afeganistão. E dos seus Heróis".

Guiné 63/74 - P1839: 10 de Junho de 2007: Manifestação da Associação dos Combatentes Portugueses na Guiné-Bissau (A. Marques Lopes)

Guiné-Bissau > Junho, o mês das mangas > "A caça às mangas : Sabem a mel, as mangas de Junho. Enganam a fome e divertem os miúdos, que se entretêm a derrubá-las da árvore com tiros certeiros. No tempo das mangas há pedrada que ferve! E de quando em vez um pára-brisas partido, dum veículo estacionado debaixo de uma mangueira. No tempo das mangas todos enchem a barriga" (Fonte: Africanidades, blogue do Jorge Rosmaninho > 30 de Maio de 2007)

Foto: Africanidades (2007) (com a devida vénia...).


Notícia da Lusa, divulgada pelo Diário Digital (Secção: Sociedade), e que chega ao nosso blogue por mão do A. Marques Lopes, o mais bem informado, de todos nós, sobre a actualidade política, social e económica da Guiné-Bissau.


FAP/Guiné: Antigos combatentes reivindicam pensões e reformas

Diário Digital / Lusa > 10-06-2007


Mais de 50 antigos combatentes guineenses das Forças Armadas Portuguesas (FAP) manifestaram-se este domingo frente à Embaixada de Portugal em Bissau para reivindicar o pagamento de pensões e reformas (1).

«Estamos aqui a reivindicar os nossos direitos que são reformas, pensões de sangue e invalidez» para as pessoas que, há 34 anos, combateram do lado dos portugueses, afirmou o presidente da Associação dos Combatentes Portugueses na Guiné-Bissau, Marques Vieira.

«França, Inglaterra e Alemanha pagaram os direitos aos seus antigos combatentes, porque razão Portugal não paga aos seus?», questionou o responsável, adiantando que também pretendem saber se vão «ser pagos na Guiné-Bissau ou se vai tudo para Portugal».

Lembrando que há antigos combatentes doentes sem assistência médica, o porta-voz da associação, Malam Mané, frisou que, quando os portugueses se foram embora daquele território, os guineenses foram perseguidos e alguns fuzilados.

Nesse sentido, a Associação dos Combatentes Portugueses da Guiné-Bissau apela ao Estado português para assumir as suas responsabilidades, após já se terem manifestado no passado dia 25 de Abril, com as mesmas exigências.

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Nota de L.G.:

(1) Sobre o problema dos antigos combatentes africanos e suas (justas) reivindicações, vd. posts de:

27 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P998: Antigos combatentes: sem pernas, sem braços mas com memória (Jorge Neto)

7 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1156: Dar voz (e fazer justiça) aos antigos combatentes africanos (Jorge Rosmaninho)

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1767: Spínola e Senghor encontram-se na região de Casamance em 1972 (Pedro Lauret)

Mensagem de Pedro Lauret:

Caros companheiros,

Em 18 de Maio de 1972 Spínola e Senghor encontravam-se na região do Casamance numa tentativa de encontrar uma solução negociada para a Guerra na Guiné.

No blogue da A25A, Avenida da Liberdade, textos do Coronel Carlos Fabião e Prof. Marcello Caetano em Efemérides.

Por considerar que tem interesse para a nossa tertúlia aqui estou a fazer propaganda a este blogue de que sou responsável.

Um abraço
Pedro Lauret