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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24765: Agenda cultural (840): Síntese da minha comunicação destinada à conferência "Comemorar o Cinquentenário do 25 de Abril", realizada nos dias 5, 6 e 7 de outubro de 2023, iniciativa da Câmara Municipal da Torre de Moncorvo (Mário Beja Santos)


A juventude moncorvense compareceu em força num dos painéis
Presentes: coronel Vasco Lourenço, general Alípio Tomé Pinto e o presidente da edilidade, Nuno Rodrigues Gonçalves. Sentado, e diligentemente a escrever, o nosso confrade Paulo Salgado, moderou a sessão António Lopes, oficial do Exército aposentado

Imagens cedidas pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, a quem agradecemos


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 16 de Outubro de 2023:

Queridos amigos,
Do programa da conferência não falo, veio publicado no blogue. O que me foi pedido prendia-se com a análise da literatura da guerra colonial, mau conhecedor das literaturas referentes aos teatros angolano e moçambicano, fui-me reportando ao que conheço da realidade da literatura guineense.

Como estas comunicações não dão para divagar, há que encontrar um ritmo que possa cativar um público transversal, por isso achei por bem falar da abrangência da literatura e suas manifestações; enfatizar a variedade topográfica que gerou singularidades quanto à Guiné, Angola e Moçambique, se bem que, haja um enquadramento que vai do embarque ao desembarque e que toca a todos, e mesmo nesse itinerário um relato de alguém que viveu em destacamento naturalmente que se distingue de quem foi fuzileiro ou paraquedista; procuro dar ênfase à questão do meio, como ele é preponderante na inquietação de um patrulhamento ou no fascínio de um esplendoroso palmar que surge inopinadamente; e há a questão do tempo da comissão, um relato de Álvaro Guerra, que combateu no início da luta armada distingue-se da história de um batalhão como o BCAV 2867, que combateu na região de Tite nos anos de 1969 e 1970, e que coteja os factos por ele percecionados com a documentação do PAIGC depositada na Fundação Mário Soares. 

E confesso que me desvelou o acolhimento de Paulo Salgado que me levou a visitar zonas extraordinárias do Baixo Sabor, deu-me matéria para falar de itinerâncias na região moncorvense.

Um abraço do
Mário


Síntese da minha comunicação destinada à conferência Comemorar o Cinquentenário do 25 de Abril, realizada nos dias 5, 6 e 7 de outubro de 2023, iniciativa da Câmara Municipal da Torre de Moncorvo

Uma guerra colonial que gerou investigação e largas memórias de diferente ficção

Mário Beja Santos

1. Era inevitável: uma guerra vivida em três frentes, de 1961 a 1975, iria implicar estudos historiográficos, socioeconómicos, abordagens militares, diferentes domínios de investigação, nomeadamente no campo universitário, dando origem a uma vasta multiplicidade de teses e obras destinadas a um vasto mercado, desde o estritamente militar ao do grande público. 

Por natureza, e mercê do olhar ideológico, será também motivo de contínuos trabalhos, recorde-se que há omissões graves no campo da investigação que importa colmatar: por exemplo, não há ainda nenhum estudo aprofundado sobre os quatro anos (1964-1968) da governação de Arnaldo Schulz;

2. Mas nem só da investigação vive o homem: há um rol infindável de manifestações literárias: conto, novela, romance, poesia, literatura memorial, reportagem, propaganda para captar populações ou a favor da política do Estado Novo, justificando a gradual intervenção militar, mesmo quando esse regime apresentava tal intervenção como “ações de polícia”;

3. Como é natural, dada a variedade topográfica das três frentes, gerou-se uma literatura com particularidades/especificidades. Há, contudo, questões e conceitos que se podem apresentar como padronizados: 
  • as despedidas aquando do embarque; 
  • a viagem tormentosa, com as praças metidas em porão; 
  • o estado de nervosismo e a expetativa do que se vai encontrar pela frente; 
  • a chegada, o embate com o clima; 
  • a deslocação para um lugar ainda desconhecido; 
  • a adaptação ao meio, por vezes uma intensa participação em obras para melhorar o nível do conforto; 
  • a tensão nos patrulhamentos, procurar ver o que se esconde no capim; 
  • o sobressalto da mina antipessoal e mina anticarro; 
  • os primeiros contactos com a guerrilha; 
  • o comer mal, a vigilância noturna, as flagelações, etc., etc.. 

Não são situações padronizadas, são quadros de referência do itinerário da comissão, obviamente com cambiantes, é bem provável que um paraquedista, um fuzileiro, um comando, estejam dominados por outras referências, as operações têm um peso dominante na literatura que eles elaboram;

4. As particularidades decorrem do meio, como é óbvio: 
  • o território da Guiné depende das marés altas e baixas (o território tem uma superfície de 36.125 km2 numas alturas, noutras 28.000 km2); 
  • é território sulcado por rias e braços de mar, tem de facto só dois rios, o Geba e o Corubal;
  •  há o tarrafo, que pode ser um inimigo natural implacável, no mínimo intimida, ande-se por terra ou por água; 
  • há as florestas-galeria, por vezes caminha-se de gatas, surgem inesperados contratempos, podem ser as abelhas, um porco do mato que se atravessa à frente da patrulha, e que provoca pânico; 
  • há a estação das chuvas, que nos faz adoecer, que aumenta os casos de malária…
  • como é evidente, há a ligação entre o militar e as populações, a solicitação do médico ou do enfermeiro ou do maqueiro, angariar professor para a criançada ou para os soldados iletrados; fica-se aterrado quando se vê um leproso ou um ser humano com elefantíase...

 Tudo isto é matéria que aparece na correspondência do militar para a família e amigos e entra nas obras literárias, claro está;

5. Tal como os estudos historiográficos, a propaganda apologética, qualquer obra de ficção tem de ser dimensionada pelo tempo em que foi escrita e publicada. Da análise que faço à literatura da guerra colonial da Guiné, consigo distinguir as seguintes fases:
  • as obras publicadas até 1974, nelas prepondera o heroísmo e a exaltação das qualidades do soldado português, há situações específicas como um diário que foi publicado no Jornal da Bairrada, em pleno Estado Novo, e quando o autor, também durante esse regime deu corpo a um livro, este foi apreendido pela censura (Tarrafo, de Armor Pires Mota); 
  • há literatura encriptada, é o caso das obras de Álvaro Guerra; com o 25 de Abril, o azimute muda de direção, crescem as críticas à guerra, há mesmo assassinatos de caráter, e nesta literatura tantas vezes contundente surgem obras que hoje merecem atenção nas universidades, é o caso do romance Lugar de Massacre, de José Martins Garcia; 
  • tenho para mim que é nas décadas de 1980 e 1990, quando o antigo combatente passa a ter mais disponibilidade e serenidade face aos acontecimentos vividos, que vão surgir obras de inegável valor no campo romanesco; 
  • é na viragem do século que faz aparição a literatura memorial, hoje a vanguarda desta ficção, é um amplo leque que vai da poesia popular, passando pelos diários, recordações fragmentadas, singelas histórias de unidades militares, e muito mais.

6. Tudo conjugado, temos o campo da investigação, o ensaio antológico, a análise política; e, na sequência diacrónica a literatura da guerra colonial tem de ser apreciada no tempo em que foi escrita e no território em que se combateu. É de uso indispensável, doravante, para ser compatibilizada com o que dizem os factos históricos, pois há imensos relatos que podem servir de contraponto ou validação de documentos: dou o exemplo dos depoimentos de antigos combatentes do BCAV 2867, que combateu na região de Tite (sul da Guiné) nos anos de 1969 a 1970, e que aparecem ao lado de documentação do PAIGC depositada na Fundação Mário Soares.

Poderá dizer-se que na sua generalidade esta literatura não prima pela grande qualidade, mas há um acervo de obras (e noutras capítulos ou parágrafos) que farão obrigatoriamente parte do que melhor se tem escrito na nossa contemporaneidade.

É a análise destes pontos que pretendo fazer e debater neste auditório. 

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24476: Notas de leitura (1597): Histórias dos “Boinas Negras”, por Jorge Martins Barbosa; Fronteira do Caos Editores, 2018 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 11 de Julho de 2023:

Queridos amigos,
É o itinerário do costume, cerca de meio século depois um alferes recebe a incumbência de juntar os elementos soltos, os testemunhos de outros participantes daquela guerra, não fica esquecido o jornal "O Boina Negra", um mensário, pasme-se, ficamos com uma ideia clara de como evoluiu a guerra nesta área do Quínara, Jabadá, Enxudé, Tite, Fulacunda, Nova Sintra, ali participou e teve o seu maior desastre um grupo de combate da 15.ª companhia de Comandos, fez-se obra, conta-se a verdade, olhando para aquele mapa e na sequência das operações, a população afeta ao PAIGC produzia alimento e os guerrilheiros não estavam inativos. Motivo maior de satisfação terá sido o regresso voluntário de população dispersa no setor. Coube a Jorge Martins Barbosa dar forma de livro, ele que tivera tanta responsabilidade no jornal, foi cuidadoso dirigindo-se primeiro a leigos e depois mais diretamente aos "Boinas Negras". Iniciativa tão tocante que teve sequência noutra obra que em breve iremos falar.

Um abraço do
Mário



Histórias dos “Boinas Negras”, a CCAV 2482, 1969-70

Mário Beja Santos

Compete a Jorge Martins Barbosa, alferes do 4.º pelotão da CCAV 2482 explicar ao leitor o essencial do percurso dos “Boinas Negras”, entre fevereiro de 1969 e dezembro de 1970, nessa altura ainda o autor não sabia a repercussão que a obra ia ter junto da rapaziada de outras companhias, isto para alertar que temos outras histórias para vos noticiar. Estas são da autoria de Jorge Martins Barbosa, Fronteira do Caos Editores, 2018. Teve a preocupação de explicar a leigos a localização, dimensão e ambiente da Guiné-Bissau onde os “Boinas Negras” combateram, dá-nos conta da mobilização e a preparação da companhia, integrada no BCAV 2867 (lema: Somos Como Somos – Audácia, Coragem, Decisão, Firmeza); dá conta de pormenores dessa mesma mobilização e sua partida para a Guiné em 23 de fevereiro de 1969. O comandante de companhia (hoje coronel reformado) era o Capitão Henrique de Carvalho Morais.

Ficamos a saber que o batalhão tinha um jornal, o “Boina Negra”, e dá-se a seguinte informação: “Quando – a partir de 31 de julho de 1961 – o Exército Português começou a utilizar a boina como parte do seu fardamento, a mesma era de cor preta, por bastantes em stock. Todavia, ao fim de algum tempo a boina negra foi reservada para a Arma de Cavalaria, assim como a verde para Paraquedistas, a vermelha para Comandos, etc. Visando uma maior uniformização, e procurando evitar eventuais rivalidades entre as diferentes Armas, cedo foi obrigatória a utilização exclusiva da boina castanha para todas as unidades do Exército português". Por despacho do General Spínola, de 28 de maio de 1970, os “Boinas Negras” foram autorizados a utilizar a boina negra no teatro de operações da Guiné. A sede do batalhão era Tite e as unidades espalhavam-se por Fulacunda, Nova Sintra e Jabadá. Os “Boinas Negras” embarcam em 4 de março rumo ao porto de Enxudé. Na manhã de 8 ocorre a primeira calamidade. Pedro Graça, padeiro na vida civil, de Abitureiras, Santarém, apresentado como homem são de eterno sorriso, pisa uma mina antipessoal na carreira de tiro de Tite, a perna direita fica reduzida a um coto. O PAIGC irá praxá-los com flagelações. Começa a vida dos operacionais a visitar as tabancas vizinhas do aquartelamento.

A primeira operação a nível do batalhão irá levá-los até Bissássema, passam por tabancas abandonadas, contornam bolanhas e lalas, Spínola aparecerá na manhã seguinte. Aqui e acolá Jorge Martins Barbosa socorre-se de trabalhos de Rogado Quintino para nos apresentar os povos da Guiné. Já estamos em abril, prosseguem os patrulhamentos e emboscadas, há recontos com o PAIGC, nova mina antipessoal estropiou um pé ao 1.º Cabo Agripino Cascalho. Em finais de abril, o Comando-Chefe impõe nova operação, envolve tropas do batalhão, meios navais e aéreos, vão em direção à região de Gampará, dão com campos agrícolas cultivados, há flagelações, dia e noite. Na manhã seguinte está toda a tropa junta, a operação demorara 5 dias, regressam com as fardas sujas e rasgadas, foi descoberto e capturado muito arroz e fardamento.

Martins Barbosa vai apresentando as etnias guineenses e eis que chegou a ordem da companhia partir para Fulacunda, houvera uma curta estadia na região do Gabu, em Canjadude, faz-se uma larga descrição do apoio ali dado. Voltam para Fulacunda, prossegue a vida operacional e dá-nos o relato do pior desaire da 15.ª Companhia de Comandos que sofreu 7 mortos, quando iam a caminho do porto, para reembarcar para Bissau. Haverá depoimento de Luciano Garcia Lopes, que era o Comandante de Companhia, e é hoje Major-General reformado (foi meu instrutor em Mafra, em 1967), é um relato merecedor de leitura para nos apercebermos das vicissitudes a que pode estar sujeita mesmo um contingente militar que tem o apelativo de tropa de elite. Se aquele mês de agosto de 1969 não correra bem, setembro começou mal, António Cardoso pisa uma mina antipessoal. Sucedem-se os patrulhamentos, as operações a nível do batalhão, caso da operação “Sexto Desforço” na região de Gã Formoso. Os “Boinas Negras” recebem o reforço de dois obuses. Em novembro, quando um pelotão “Boina Negra” seguiu para Nova Sintra, uma Mercedes acionou uma mina anticarro provocando mortes e feridos graves. Em janeiro, o jornal “O Boina Negra” publica o seu n.º 6, Spínola agradece o exemplar recebido.

E assim se passam uns meses, em março, quando a companhia já completara um ano sobre a data da sua chegada à Guiné, o ativo operacional merecia distinção. Mas o PAIGC também não dava descanso, flagelações sob o quartel e a tabanca. Nesse mesmo mês, os “Boinas Negras” vão até à região de Cufada (operação “Cabeça Negra”), trarão no regresso população e gado. Haverá obras de beneficiação em Fulacunda, novo fontanário, construção de uma escola, funcionará uma classe de ginástica. Em agosto, as chuvas aumentaram de intensidade, mesmo assim os “Boinas Negras” montaram emboscadas e efetuaram patrulhamentos. O autor observa que o PAIGC aumentou de atividade, flagelando mais vezes o aquartelamento do setor e conseguindo que as populações dessem menos informações às nossas tropas. No mês de setembro sai do 19.º jornal “O Boina Negra”, terá ainda um 20.º com a publicação das fotografias de todos os “Boinas Negras”. Há informações que se encontrava em Injassane, a leste de Fulacunda um grupo de foguetões, mas o mês decorreu sem foguetório. A comissão caminha para o fim, regressam no Uíge em 22 de dezembro de 1970, no Cais da Rocha do Conde de Óbidos aguardam-nos os familiares e o Pedro Graça, vítima de uma mina antipessoal em 8 de março de 1969.

A obra inclui depoimentos, como o do Major-General Luciano Garcia Lopes, o testemunho do Alferes Miliciano Médico Rustom Framrose Bilimória, do Alferes Ilídio Vaz Saleiro Maranhão, dos Furriéis Carlos de Jesus Gouveia Rodrigues, Daniel Resende de Oliveira, Domingos Robalo, do 1.º Cabo Júlio Gago de Almeida, do Soldado Patrício Manuel dos Santos, Fernando Agostinho de Sousa Duarte, Jorge Ferreira Damásio dos Santos, Carlos Alcântara da Conceição Domingues, do 1.º Cabo António dos Santos Craveiro e Susana Duque, filha do Furriel José Alberto Sequeira Duque. Segue-se um álbum de imagens da comissão e a lista completa dos “Boinas Negras”.

A obra permite estudar a evolução da guerra nesta região do Quínara entre 1969 e 1970.


No interior da capela do quartel de Tite, imagem pertencente a Nicolau da Silva Esteves, ex-1º cabo radiotelegrafista do BCAÇ 1860, com a devida vénia
Bolanhas de Tite a caminho de Enxudé. Foto de José da Câmara, ex-furriel militar da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56
A placa afixada na parede pode ler-se, “Administração de Fulacunda”. Notar o traje do “antes da guerra”. (fotografado circa 1960). Adaptação de foto, cortesia do Instituto de Investigação Científica Tropical, Arquivo Histórico Ultramarino.
Imagem parcial do quartel de Fulacunda. Foto gentilmente enviada por, Carlos Silva, ex-furriel militar do BCAÇ 2879 / CCAÇ 2548; originária de Paulo Bastos, Pel Caç Ind 953
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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE JULHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24468: Notas de leitura (1596): "O Capitão Nemo e Eu, Crónica das Horas Aparentes", por Álvaro Guerra; Editorial Estampa, 1973 (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 10 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23066: Tabanca Grande (531): Manuel Antunes, ex-Soldado Condutor Auto da CCAV 2484 - "Dragões de Jabadá" (Jabadá, 1969/70)... Senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 858

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano, Manuel Antunes[*], ex-Soldado Condutor Auto da CCAV 2484/BCAV 2867 (Jabadá, 1969/70), com data de 6 de Março de 2022:

Caro camarada Carlos Vinhal:

Dizias que eram  precisos mais alguns dados para aderir ao blogue dos camaradas.

Sou natural de Duas Igrejas, Miranda do Douro e ainda sei falar mirandês.

Vai fazer 51 anos dia 8 de setembro de 2022 que emigrei para o Canadá,  cidade Toronto.

PS: -  Foi um primo meu, que também esteve na Guiné entre 1970 e 1971, que me deu o email dos camaradas. Que Deus vos dê muita saúde e muitos anos de vida pelo bom trabalho que estais a fazer, que gosto muito de ler.

Um abraço do camarada
Manuel Antunes
Condutor Auto da CCAV 2484
Jabadá - Guiné, 1969/70


Jabadá - Sector S1 - Tite - Manuel Antunes rodeado de crianças
Jabadá- Sector S1 - Tite - Manuel Antunes num posto de sentinela
Jabadá - Sector S1 - Tite - Quartel e ao fundo o Rio Geba
Jabadá - Sector S1 - Tite - No tempo das chuvas, Manuel Antunes junto do seu Unimog
Jabadá - Sector 1 - Tite - Manuel Antunes com alguns camaradas e meninos da tabanca
Jabadá - Sector 1 - Tite - Manuel Antunes com os seus camaradas condutores e viaturas
Jabadá - Sector 1 - Tite - Manuel Antunes e camaradas

Jabadá - Sector 1 - Tite - Uma cantora actuando para as tropas
Jabadá - Sector S1 - Tite - Quartel e ao fundo o Rio Geba
Toronto - Canadá - Manuel Antunes na actualidade, novo membro da Tabanca Grande, nº 859

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2. Comentário do coeditor CV:

Caro Manuel Antunes, bem-vindo à nossa tertúlia.

És mais um dos camaradas que rumou às Américas. Deixaste Duas Igrejas em 1971, rumo ao Novo Mundo, onde esperamos te encontres bem. Sei por um amigo e vizinho que os portugueses são muito considerados tanto no Canadá como nos Estados Unidos da América. Portugal está muito bem representado pelos nossos emigrantes, na esmagadora maioria bons profissionais, especialmente os mais novos, agora habilitados com cursos superiores.

Em boa hora decidiste aderir à nossa Tabanca Grande, enviando logo nas duas primeiras mensagens as fotos publicadas hoje e no poste anterior. Passas a ter o nº 858. 

Continuamos receptivos a outras que tenhas contigo, assim como a estórias que nos queiras contar. Só te peço que não nos escrevas em letra  maiúscula porque nos obrigas a passar tudo a letras minúsculas, excepto os inícios das frases.

Em jeito de despedida, deixo-te em nome dos editores e da tertúlia em geral, um abraço e os votos da melhor saúde.

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Notas do editor

[*] - Vd poste de 9 de março de 2022 > Guiné 61/74 - P23062: O nosso livro de visitas (215): Manuel Antunes, radicado em Toronto - Canadá, ex-Soldado Condutor Auto da CCAV 2484/BCAV 2867 (Jabadá, 1969/70)

Último poste da série de 12 de janeiro de  2022 > Guiné 61/74 - P22900: Tabanca Grande (530): José Carlos Rocha da Silva, ex-Fur Mil Inf da 1.ª CCAÇ/BCAÇ 4518/73 (Dulombi e Nova Lamego, 1974) que se senta no lugar 857 da nossa tertúlia

quarta-feira, 9 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23062: O nosso livro de visitas (215): Manuel Antunes, radicado em Toronto - Canadá, ex-Soldado Condutor Auto da CCAV 2484/BCAV 2867 (Jabadá, 1969/70)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Antunes, ex-Soldado Condutor Auto da CCAV 2484/BCAV 2867 (Jabadá, 1969/70), com data de 20 de Fevereiro de 2022:

Sou:
Manuel Antunes,
Soldado Condutor Auto
Companhia de Cavalaria 2484 - "Dragões de Jabadá"
Sector de Tite

Um abraço para todos os camaradas
Toronto - Canadá



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2. Mensagem enviada pelos editores ao nosso camarada em 28 de Fevereiro de 2022:

Caro camarada de armas Manuel Antunes
Pelo envio das tuas fotos, supomos que queres aderir à tertúlia do nosso Blogue, o que muito nos aprás.
Por favor, para que te possamos apresentar devidamente, manda-nos uma foto tua actual.

Esperando que estejas bem nesse bonito país, deixamos-te um abraço e votos de boa saúde.
Carlos

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Nota do editor

Último poste da série de 5 DE OUTUBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22601: O nosso livro de visitas (214): Luís Sequeira, filho do nosso camarada Manuel Dias Sequeira, ex-1.º Cabo do Pel Mort 979 (Buba, 1964/66), falecido em 2008

sábado, 30 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20398: Álbum fotográfico de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 (Bissau e Fulacunda, 1969/71) - Parte III


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  > Espaldão do obus 10.5 (1)


Guiné > Região de Quínara  > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  > Espaldão do obus 10.5 (2)


Guiné > Região de Quínara  > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  > DO 27: a chegada do correio


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >  Eu e o furrel Jacinto


Guiné > Região de Quínara  > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >  Criançada


 Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >  População local


Guiné > Região de Quínara  > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >   Operação com helicópteros AL III

 

Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >  Uma passagem por Tite, sede do BCAV 2867 (Tite, 1969/70).


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >  Diversão


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >  Futebolada


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >  O Manuel e o Quibite



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > c. 1969/70 > 22º Pel Art e CCAV 2482  >  Mulheres


Fotos (e legendas): © Domingos Robalo  (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico (*) de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7, Bissau, 1969/71; comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70); vive em Almada;  tem cerca de 20 referências no nosso blogue.


(...) "Ah…já sabia pelo Jacinto onde era Fulacunda, e quem estava por lá. Os Boininhas [CCAV  2482]. Mas o lugar não era dos mais pacíficos...

Cerca de cinco dias depois, não dois como estava previsto, preparamo-nos para embarcar em três LDM (Lancha de Desembarque Média), 3 obuses 10,5cm, 27 soldados, três cabos, dois furriéis e eu próprio como Comandante de Pelotão. Para além destes militares, íamos acompanhados das mulheres dos soldados e dos respetivos filhos. Cada soldado tinha em média duas ou três mulheres, filhos já não sei.


No dia da partida aportámos a Bolama, onde o pessoal pernoitou o melhor que pôde e eu fui também dormir a uma pensão, cheia de cabo verdianos que não se calaram durante toda a noite. " (...) (**)

A CCAV 2482, "Boinas Negras" era a subunidade que esteva em Fulacunda (entre 30 de junho de 1969 e 14 de dezembro de 1970, regressando nesta data a Bissau).  Foi mobilizada pelo RC 3, pertencia ao BCAV 2867 (Tite,1969/70); partida: 23/2/69; regresso: 23/12/70; antes de Fulacunda, esteve em Tite; comandante: cap cav Henrique de Carvalho Mais.ont




segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12379: Memórias da minha comissão em Fulacunda (Jorge Pinto, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, 1972/74) (Parte III)



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 1 A > Lavadeiras


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 1 >  Lavadeira. Fonte antiga. Todos os soldados tinham a sua lavadeira. A lavagem da roupa era feita na tabanca com água retirada através do único furo (foto nº 6), feito por uma companhia de caçadores estacionada em Fulacunda em 68/69 [ou melhor, 69/70], e que penso chamar-se “Boinas Negras” [ CCAV 2482, "Boinas Negras", subunidade que esteve em Fulacunda entre 30 de Junho de 1969 e 14 de Dezembro de 1970, data em que foi rendida e partiu para Bissau].  Contudo, quando havia muita roupa para lavar, as lavadeiras deslocavam-se à fonte antiga (foto), que se localizava na parte exterior do aquartelamento e portanto sujeita a “surpresas” [, acções do IN].


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 2 >  Avó com filho de soldado branco. Em Fulacunda, verifiquei que havia 4 crianças filhas de soldados brancos,  pertencentes a companhias anteriores. Também verifiquei que apenas uma das mães continuava a viver em Fulacunda.



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 3  > Colheita da mancarra (ou milho painço?). 



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 3 A > Colheita da mancarra (ou milho painço?).

Aqui os homens também trabalham! Em Fulacunda praticamente não havia atividades. Cultivava-se apenas junto ao arame que rodeava a tabanca, alguma mancarra, milho painço, pescava-se muito pouco, apanhavam-se cestos de ostras que cozinhávamos como petisco ao final do dia e havia um milícia que às vezes caçava uma gazela e nos vendia a “preço de ouro”.



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 4


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 4A > Horta do Tobias. Alguns soldados e gente da tabanca, sob a orientação do furriel Tobias,  dedicaram-se a esta horta, que como se vê era bem verdejante, mesmo na época seca. Graças a ela tínhamos, couves, alfaces, pimentos e outras hortaliças.



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 5


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 5A  > Fazendo tijolos para uma morança. Durante a minha estada em Fulacunda, construíram-se apenas umas 3 moranças novas. As NT deram a sua ajuda preciosa.



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 6 > Fonte dentro da tabanca. Furo feito pela companhia caçadores “Boinas Negras”, 1968/69 (?) [CCAV 2482, "Boinas Negras",  30 de junho de 1969 / 14 de dezembro de 1970]. Comparar com foto, a preto e branco, de Augusto Inácio Ferreira (dos "Boinas Pretas", 1969/70).


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 7 > Vista aérea da pista, da tabanca e do aquartelamento de Fulacunda... Tentativa de reconstituição do perímetro de arame farpado (a amarelo, tracejado), dos espaldões e abrigos (a vermelho, círculo) e da área cultivável em redor do arame farpado (a verde, linha)... No sentido su-sudeste / nor-noroeste. vê-se a pista e o heliporto... Pede-se ao Jorge Pinto que avalize-se ou mande corrigir, se for caso disso, esta reconstituição...(LG)

Fotos (e legendas): © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem da foto nº 7: L.G.]



1. Continuação da publicação das Memórias da minha comissão em Fulacunda (Jorge Pinto, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, 1972/74) (Parte III)

[Foto atual do Jorge Pinto, à esquerda]


Subunidades que passaram por Fulacunda (1962/74):

CCAÇ 153 - Unidade mobilizadora: RI 13. Partida: 27/5/61.  Regresso: 24/7/63. Localização: Bissau, Fulacunda, Bissau. Comandante:  cap inf José dos Santos Carreto Curto.

CCAÇ 273  - Unidade mobilizadora: BII 18. Partida: 17/1/62.  Regresso: 17/1/64. Localização: Bissau, Fulacunda. Comandante:  cap inf Adérito Augusto Figueira.

CART 565 - Unidade mobilizadora: RAP 2. Partida: 12/10/63. Regresso: 27/10/65. Localização: Bissau, Fulacunda, Nhacra. Comandante:  cap art Luís Manuel Soares dos Reis Gonçalves.

CCAÇ 1487 - Unidade mobilizadora: RI 15. Partida: 20/10/65. Regresso: 1/8/67. Localização: Bissau, Fulacunda, Nhacra. Comandante:  cap inf Alberto Fernão de Magalhães Osório.

CCAÇ 1567 - Unidade mobilizadora: RI 2. Partida: 7/5/66.  Regresso: 17/1/68. Localização: Bissau, Fulacunda. Comandante:  cap mil inf João Renato de Moura Colmonero.

CCAÇ 1591 - Unidade mobilizadora: RI 15. Partida: 30/7/66.  Regresso: 9/5/68. Localização: Fulacunda, Catió, Fulacunda,  Bolama, Mejo, Porto Gole, Fulacunda. Comandante:  cap mil art  Fernando Augusto dos Santos Pereira; e cap mil inf Vitor Brandão Pereira da Gama. Batalhão: BART 1896 (Bissau, Buba, 1966/68).

CCAÇ 1624 - Unidade mobilizadora: RI 2. Partida: 12/11/66.  Regresso: 18/8/68. Localização: Bissau, Fulacunda. Comandante:  cap mil inf João Renato de Moura Colmonero.

CCAÇ 2314 - Unidade mobilizadora: RI 15. Partida: 10/1/68.  Regresso: 23/11/69. Localização: Tite, Fulacunda, Tite. Comandante:  cap inf Joaquim Jesus das Neves. Batalhão: BCAÇ 2834 (Bissua, Buba, Aldeia Formosa, Gadamael, 1968/69).

CCmds  15 - Unidade mobilizadora: CIOE. Partida: 1/5/68.   Regresso: 10/3/70. Localização: Bolama, Bissau, Cuntima, Jumbembém, Farim, Bissau, Buba, Bissau, Tite, Fulacunda,
Bissau. Comandante:  cap inf  cmd  Luciano António de Jesus Garcia Lopes.

CCAV 2482 - Unidade mobilizadora: RC 3. Partida: 23/2/69.  Regresso: 23/12/70. Localização: Tite, Fulacunda. Comandante:  cap cav > Henrique de Carvalho Morais. Batalhão: BCAV 2867 (Tite,1969/70)

CART 2772 - Unidade mobilizadora: GACA 2. Partida: 23/9/70.   Regresso: 17/9/72. Localização:  Fulacunda.  Comandante:   cap art João Carlos Rodrigues de Oliveira. Batalhão: BART 2924 (Tite, 1970/72).

CCmds  27 - Unidade mobilizadora: CIOE. Partida: 11/7/70.   Regresso: 30/5/72. Localização: Cacheu, Saliquinhedim, Fulacunda, Bolama, Bissau, Mansabá.  Comandante:  cap mil cmd José Eduardo Lima Rebola; cap mil cmd  Octávio Emanuel Barbosa Henriques; e alf mil cmd Manuel Carlos Génio Vidal.

3ª C/BART 6520/72 - Unidade mobilizadora: RAL 5. Partida: 24/9/73.  Regresso: 8/9/74. Localização: Cacine, Fulacunda. Comandante:  cap mil cav António Lourenço Dias. Batalhão: BART 6520/72 (Tite, 1972/74).

CCAV 8354/73  - Unidade mobilizadora: RC 3. Partida: 26/6/72.  Regresso: 21/8/74. Localização: Fulacunda. Comandante:  cap mil n inf José João Mousinho Serrote. Batalhão: BART 6520/72 (Tite, 1972/74).



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda >  CCAV 2482, "Boinas Negras" (1969/70) > O chafariz feito pelos "Boinas Negras"

[ Créditos fotográficos: Augusto Inácio Ferreira, op cripto, CCav 2482 – Boinas Negras, Fulacunda, 69/71. Cortesia do sítio do Rumo a Fulacunda, do nosso camarada Henrique Cabral ].