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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24561: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (4): Tropa depois da Especialidade

Posição relativa de Ingoré


"A MINHA IDA À GUERRA"

4 - TROPA DEPOIS DA ESPECIALIDADE

João Moreira

Em Janeiro de 1969 fui colocado no RC 3, em Estremoz, onde fui promovido a Cabo Miliciano no dia 6.


Cabo Miliciano João Moreira. Estremoz

Em Fevereiro fui para Tancos para tirar o curso de Minas e Armadilhas.

Voltei ao RC 3.
Mobilizado para a Guiné.

Dei instrução aos militares da CCAV 2540, que fazia parte do BCAV 2876. Na semana de campo tive nova crise - Espinha bífida - e o médico mandou-me para o Hospital Militar de Évora, onde estive até ao fim de Setembro de 1969.

Regressado ao RC 3 fui gozar os 10 dias da mobilização, para ir ter com a minha CCAV 2540 que já estava em Ingoré, na fronteira do Senegal.

Ao 2.º ou 3.º dia recebi uma chamada telefónica do 1.º sargento da secretaria do RC 3 a dizer para voltar para o quartel porque tinha sido desmobilizado.

Estive colocado no Gabinete de Estudos até Dezembro. Nessa altura voltei a ser mobilizado para a Guiné.

Em Dezembro de 1969 fui para o RC 4, em Santa Margarida, para formar a CCAV 2721, novamente mobilizado para a Guiné.


O Cabo Miliciano Enfermeiro José Manuel CARVALHO e eu na semana de campo no RC 4 - Santa Margarida
Furriel João Moreira, com a farda n.º 1


Embarquei no T/T Carvalho Araújo em 4 de Abril de 1970. Cheguei a Bissau no dia 11 de Abril.

Quando embarquei já era furriel, embora ainda não tivesse sido promovido, porque já era cabo miliciano desde 6 de Janeiro de 1969 e na data de embarque já tinha 15 meses de cabo miliciano. Por isso a graduação em furriel que me fizeram em 4 de Abril de 1970, foi corrigida para promoção com a data de 15 de Janeiro do mesmo ano.

No embarque já tinha 21 meses de tropa efetiva mais 6 meses das 2 especialidades perdidas, num total de 27 meses desde a data da incorporação.


(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24547: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (3): EPC - Escola Prática de Cavalaria - Santarém: Especialidade

terça-feira, 20 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17490: Convívios (812): Encontro do pessoal da CCAV 2539/BCAV 2876, levado a efeito no passado dia 3 de Junho de 2017 em Lisboa (António Rocha Costa, ex-Alf Mil Op Esp))





1. Em mensagem do dia 14 de Junho de 2017, o nosso camarada António Rocha Costa, (ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2539/BCAV 2876, S. Domingos, Antotinha e Bissau, 1969/71), enviou-nos algumas fotos referentes ao Encontro do pessoal da sua Unidade, levado a efeito no passado dia 3 deste mesmo mês, em Lisboa.
























Selecção e edição das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17472: Convívios (811): Operação na cidade de Tondela pela CART 3494 (Sousa de Castro)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12683: Tabanca Grande (425): António Rocha Costa, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2539/BCAV 2876, S. Domingos, Antotinha e Bissau, 1969/71)

1. Mensagem enviada, no dia 3 de Fevereiro de 2014, ao nosso camarada, e meu vizinho de há muitos anos, António Manuel Rocha Costa:

Caro camarada, amigo e vizinho António Costa
A propósito do comentário que fizeste, sabendo que acedes por vezes ao nosso Blogue, lembrei-me de te convidar para a nossa tertúlia.
Esta nossa página pretende apenas ser um repositório de memórias escritas e fotográficas dos ex-combatentes da Guiné, ex-militares milicianos e profissionais. Deste último grupo temos felizmente alguns representantes que não se importam de conviver com a esmagadora maioria daqueles que foram civis fardados para participarem na guerra do ultramar. Por outro lado, a tua Unidade só se encontra representada pelo nosso camarada João Manuel Félix Dias.

Precisamos de mais histórias e fotos da CCAV 2539, assim como possíveis memórias tuas, e fotos que tenhas guardadas que podem aumentar o nosso espólio colectivo, e quem sabe, futuro local de pesquisa para quem quiser um dia refazer a História de Portugal dos anos 60 e 70, particularmente a parte da guerra colonial.
Podes dizer-me que há o facebook onde a malta vai publicando e mandando umas bocas, às vezes foleiras, mas num blogue consegue-se alguma organização que o "face" não contempla, digo eu que não me entendo muito bem lá.

Posto isto e se te que quiseres juntar ao numeroso grupo de leceiros que fazem já parte da nossa tertúlia, envia-me uma foto actual, outra do tempo de Alferes e uma pequena história que servirá de apresentação.
O teu posto terá sido Alferes de Cavalaria, mas queremos saber a especialidade. Atirador?
Se foste e vieste com a tua CCAV, às vezes aparecem casos de rendição individual, locais por onde andaste, etc.
Para desfazer qualquer dúvida que queiras ver esclarecida quanto ao funcionamento do Blogue, forma de navegação no mesmo, etc, fico à tua disposição.

OBS: - As chamadas fotos da praxe que te peço são para encimar os postes publicados, como poderás verificar.

Por agora é tudo, recebe um abraço
Carlos Vinhal


2. Resposta chegada ao nosso Blogue no mesmo dia, do nosso camarada, e novo tertuliano, António Rocha Costa, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2539/BCAV 2876, S. Domingos, Antotinha e Bissau, 1969/71:

Olá Vinhal,
Pois, como é mais que óbvio, não posso deixar de aceder ao vosso convite para fazer parte do grupo de leceiros que fazem parte da vossa tertúlia e para tanto começo por anexar as fotos pretendidas: uma "selfie" tirada hoje mesmo e uma outra tirada em Dão Domingos em 1969.

A minha apresentação:
A minha "guerra" começou em 16-07-1968 em Mafra onde depois dos habituais 3 meses de recruta, fui "selecionado" para Lamego, onde tirei a especialidade de "Operações Especiais". Portanto, sou um homem de infantaria.

Formei batalhão (2876) em Estremoz num Batalhão de Cavalaria, tendo sido agregado à CCAV 2539.
Embarquei para a Guiné em 19-7-1969, data da minha promoção.

Lisboa - Julho de 1969 - Desfile que antecedeu o embarque para a Guiné. Reconhece-se: Porta bandeira: sargento Gonçalves; atrás eu e os meus furriéis: o Henriques, o Lage e o Mendes; ao lado esquerdo o Paiva e os seus furriéis: o Brandão e ???

Um dia em Bissau, e deslocação imediata para São Domingos, com passagem por Cacheu, onde tivemos a nossa primeira prova de fogo. Uma brincadeira dos "velhinhos" do Cacheu, que irritou sobremaneira o comandante do batalhão, pois, grande parte dos "piriquitos" limparam os carregadores!

Nunca mais me esqueço que o único "esperto" do nosso Unimog foi o básico Melécio, um alentejano muito débil que ia tão fraquinho, tão fraquinho, que nem capacidade teve para reagir!

Depois da descompostura do Coronel Sirgado Maia, lá prosseguimos em direção a São Domingos. Fomos substituir a Companhia 1790, uma companhia toda esfrangalhada pelo triste episódio da travessia do rio Corubal onde pereceram cerca de 50 militares, após retirada de Madina de Boé, companhia essa comandada pelo capitão Aparício, um militar com muito prestígio.

Estive em São Domingos até finais de 1970, altura em que o meu pelotão foi destacado para Antotinha, dentro da chamada "psico" preconizada pelo General Spínola. Apesar de eles não gostarem de nós, aqui, foi uma guerra santa. Um mês de comissão liquidatária em Bissau e eis-me de regresso a Portugal em 26-07-1971.

São Domingos 1969 - Av Central que ia do porto até a Administração local o edifício que se vislumbra lá em cima.

Antotinha, 2 de janeiro de 1971 - Na traseira do meu quarto

Bissau, Junho de 1970

Fotos: © António Rocha Costa

Não quero deixar de referir dois dos episódios mais marcantes nesta "viagem" até à Guiné:
1. - A maneira desumana como foram transportados os soldados no Uíge: nós, como uns lordes lá em cima, não faltava nada, mas mesmo nada; eles, nos porões tratados como mercadoria, como gado (alguns nunca chegaram a vir ao convés: escandaloso); chocante o contraste;
2. - A forma como viviam as populações, a falta de tudo, o primitivismo, ficava indignado com tudo isto e muitas vezes interrogava-me: mas o que fizemos aqui, nos últimos 500 anos?!
Foi assim que começou a minha politização, eu, diga-se em abono da verdade, que ia todo convencido da minha... missão.

Um abraço
António Rocha Costa


2. Comentário do editor:

Caro amigo Lelo, muito obrigado por te juntares a nós.
Passámos anos sem falar e num curto espaço de tempo, pessoalmente e no facebook, já nos encontramos vezes sem conta.

Cabe aqui uma explicação breve. O nosso camarada Costa, mais conhecido entre a malta por Lelo, é mais velho do que eu cerca de 3 anos. Se pensarmos nos nossos 9/10 anos, 3 são uma diferença muito grande. Cada idade tem o seu núcleo de amigos, como se sabe.
Une-nos a amizade que mantive com o seu irmão Alfredo, meu companheiro de instrução primária, que infelizmente nos deixou muito cedo. Agora, na casa dos 60, quase 70, quando somos já da mesma idade, reatamos a conversa e começamos a falar dos amigos comuns e das referências da nossa meninice e juventude, enquanto leceiros. Descobri também nele há pouco tempo aquele "virus" tão vulgar entre muitos ex-combatentes da guerra do ultramar, a Guiné. Convidá-lo para se juntar à nossa tertúlia foi a cereja em cima do bolo.

Amigo Lelo, sabes quais são as nossas intenções quanto ao Blogue e o que queremos de ti. No "face" tens imensas fotos que, se não te importares, publicarei aqui, salvaguardando sempre a tua propriedade intelectual, como é óbvio. Contamos também com as tuas memórias escritas, onde nos poderás descrever  a experiência de viver entre aquele povo extraordinário, os felupes, com usos e costumes tão peculiares.
Outra forma de participação activa, é reagir ao que se publica, comentando nos postes ou enviando aos editores textos com os contraditórios que achares oportunos.

Termino, enviando-te um abraço de boas-vindas em nome dos editores e da tertúlia em geral.
Podes contar comigo para qualquer esclarecimento adicional, por escrito ou pessoalmente.

Até um destes dias em qualquer rua de Leça City
Carlos Vinhal
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Nota do editor:

Último poste da série de 3 DE FEVEREIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12672: Tabanca Grande (424): Carmelino Cardoso, ex-Soldado Condutor Auto da CCAÇ 2701/BCAÇ 2912, Condutor ao serviço do então Major Carlos Fabião, (QG/Bissau, 1970/72), grã-tabanqueiro n.º 644

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6982: Blogues da nossa blogosfera (36): A Tabanca do Montijo, de João Manuel Félix Dias (ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539 e CCAÇ 3, 1969/71)



Foi criado, em Dezembro de 2009,  mais um blogue sobre a guerra na Guiné (1963/74)... A iniciativa é do nosso camarada João Manuel Félix Dias, que pertence à nossa Tabanca Grande desde Setembro de 2008 (*). Nome do blogue: Montijo - Tabanca do Montijo. É "dedicada aos militares de Montijo que, naqueles anos de 1961/1974,  por trilhos, picadas e bolanhas com Sangue, Suor e Lágrimas contribuiram para elaborar o Nosso Historial".

Boa parte da rapaziada do Montijo, dos três ramos das Forças Armadas, são ou foram amigos de infância e de juventude do João, a quem damos os parabéns pela iniciativa (e o apoio que for necessário por parte da Tabanca Grande).


Eis como se apresenta o autor do blogue:

"Morei, algum tempo, no Alto das Vinhas Grandes. Em 1958 mudámos para a Rua E, (hoje, da Guiné) nº 4, no Afonsoeiro. Estudei até à 4ª. classe na Escola Reis,  junto ao Cinema. Preparei a Admissão na Farmácia Higiene, Prof. Pita, antes do Exame para o Ciclo Preparatório.

"Frequentei a velha Escola Técnica EICM até 1963. Saí com 15 anos e nesse mesmo ano comecei a trabalhar. Fiz um estágio na Soluz,  do Sr. Joaquim C. Tapadinhas e Quirino Correia. Algum tempo trabalhei em Lisboa na Rádio Escola. Também na empresa José Trindade Ventura - Carnes - que funcionava no quintal do Sr. Ilhéu. E durante mais tempo, até à tropa, trabalhei na Oficina  Joao Augusto Ramos. Contacto joaomanuel47@gmail.com  ou felixdias@msn.com  964451199 / 212316862, São Francisco, Alcochete".

No TO da Guiné o João Manuel Félix Dias foi Fur Mil Grad SAM, tendo passado pelas CCAV 2539 (S. Domingos) e 2540 (Sedengal) /BCAV 2876 (Ingoré, 1969/70) e  CCAÇ 3 (Binta, Guidaje, 1970/71).

A este batalhão, o BCAV 2876, pertencia o malogrado Cap Cav Luís Rei Vilar, comandante da CCAV 2538.

O João ia na coluna em que o Alf Mil Nelson Gonçalves, do Pel Caç Nat 60,  foi gravemente ferido numa A/C, na estrada São Domingos, Susana, a 13 de Novembro de 1969. (Há um blogue sobre o Pel Caç Nat 60, da autoria de Manuel Seleiro).

A mulher do Nelson Gonçalves, a Manuela Gonçalves (Nela) já escreveu, na I Série do nosso blogue,  sobre essse trágico episódio... Foi uma das primeiras mulheres a fazer parte da nossa tertúlia (hoje, Tabanca Grande). Tinha um blogue (Caminhos por onde andei) que já não está activo... Eu próprio lhe perdi o rasto. Eis o seu antigo email: misstrenga@gmail.com.




Blogue do Pel Caç Nat 60 (1968/74), da autoria de Manuel Seleiro

Ao telefone com o João, que tem uma excelente memória, fiquei a saber o seguinte:

(i) Ele cresceu n o Montijo, o pai era operário da Mundet, a fábrica de cortiça;

(ii) Hoje vive em São Franscisco, que pertence a Alcochete;

(iii) A ideia do blogue (**) surgiu-lhe quando estava desempregado;

(iv) Está a tentar reunir a malta da região, e fazer uma primeira reunião de convívio no Café Portugal;

(v) Foi vagomestre na CCAV 2539, mas levou uma porrada do capitão, acabando por passar um mês na CCAV 2540 e o resto da comissão na CCAÇ 3;

(vi) O vagomestre que ele foi render, teve uma comissão desgraçada: ficou até 1972 em comissão liquidatária; toda a gente roubava (a começar pela população civil a quem se dava boleia) quando da organização das colunas logísticas, de tal maneira que era preciso levar malta armada em cima das viaturas para dissuadir os ladrões; na mina em que foi ferido o Alf Mil Nelson Gonçalves, houve pilhagens de toda a ordem; 

(viii) Na CCAÇ 3 ele conseguiu convencer o capitão a arranjar mais um vagomestre: quando um ia a Guidage buscar os abastecimentos, ficava outro em Binta: tudo era conferido à partida e à chegada; ele não se queixa, na CCAÇ 3, teve uma comissão descansada;

(ix) Ouviu falar da história do Cap Luis Rei Vilar, da CCAV 2538, mas não sabe mais do que os boatos que circulavam; já conhecia aquele oficial deste Estremoz; achava que se devia pôr uma pedra no assunto;

(x) Tem, o contacto da Manuela Gonçalves (Nela) e de vez em quando trocam mensagens; o email dela é outro...

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 7 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3183: Tabanca Grande (85): João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539, 2540 e CCAÇ 3, Guiné 1969/71

(**) Último poste da série > 21 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6203: Blogues da nossa blogosfera (35): Tabanca dos Melros, com sede no Choupal dos Melros, em Fânzeres, Gondomar, aberta a todos os ECUS, ex-combatentes do ultramar...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4962: In Memoriam (31): Cap Cav Luís Rei Vilar, meu irmão e meu herói (Miguel Vilar)

1. Mensagem de ontem, enviada por Miguel Vilar, nome conhecido do automobilismo português desde 1974, piloto de ralis que chegaria até à Fórmula Um, nos anos 80 (com sucesso, até ao dia do grave acidente, na A5, que o deixaria às portas da morte) (*), irmão mais novo do malogrado Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538 / BCAV 2876, unidade de quadrícula de Susana (1969/71), que morreu, em circunstâncias nunca totalmente esclarecidas, numa operação contra o PAIGC, já em território do Senegal, no dia 18 de Fevereiro de 1970 (**).


Caro Luís Graça: A nossa conversa resulta nisto. Se quiseres publicar no teu blogue, estarás à vontade, assim como gostaria de conhecer o dossier Luis Filipe Rei Vilar.


Meu querido irmão:

Passaram 39 anos e a ferida ainda sangra.

O teu presente, depois de um fim de semana equestre atribulado na EPC (Escola Prática de Cavalaria), depois de à tua frente me teres visto cair do teu cavalo, o Atómico, do Sanches Osório, teu colega, e no fim de semana a seguir ter caído dum outro cavalo em Cascais, tinha 10 anos, e ter partido os dois braços e uma perna e ter ficado quase 1 ano na cama depois de 13 operações, lembro de me visitares na Clínica de São Lucas e vinhas comunicar que esperavas o teu 1º filho. O Tiago. Vieste-me dar a honra de ser o padrinho dele.

Filho esse que de ti não tem memórias porque cedo partiste. E depois veio o João Luís que também não guarda memórias de ti.

Eras o meu herói e lembro nesse dia 18/02/1970,. às 13h00, chegava das escola para almoçar, como todos os dias, vinha eu e o Duarte. Entro em casa, subo ao meu quarto no 1º andar e estava o pai no cimo da escada que me olhou de frente, agarrou-se a mim a chorar (o meu pai nunca chorou!!) e abraça-me e em pranto diz:
- Miguel, levaram o Luisinho.....eles levaram o Luisinho!

Vivo esse momento agora e choro. Convivi pouco contigo porque estavas sempre no quartel mas o que guardo de ti são as melhores das memórias. Homem honrado e digno e justo.

Vivi anos a achar que eles se tinham enganado e que não eras tu. Eles tinham-se enganado de certeza!!!

Devo-te uma homenagem. Quero pisar o chão onde te mataram. A guerra era justa ou não. Não me interessa, na altura era o teu trabalho e deste a vida pelo teu patrão: a pátria. E recordo a placa gravada pelos teus colegas de armas que acompanhava o teu caixão naquele dia 18.03.1970 quanto te enterrámos. E dizia: "Homenagem dos colegas em missão de soberania na Guiné: E AQUELES QUE POR OBRAS VALOROSAS SE VÃO DA LEI DA MORTE LIBERTANDO".

Luís, foste, és e serás o meu herói.

Vou pagar a factura que me deixaste, que será molhar a terra onde te mataram com as lágrimas que correm agora pelo rosto.

Miguel

2. Comentário de L.G.:

Querido Miguel: Tinha acabado, umas horas antes, de falar ao telefone com o teu irmão Duarte, meu amigo e colega do ISCTE onde ambos cursámos sociologia na segunda metade da década de 1970, quando me ligaste para casa... Sabia da tragédia que se abateu sobre a tua família, com a morte do teu irmão mais velho, meu camarada, do meu tempo de Guiné... Desconhecia, no entanto, a outra tragédia de que foste o protagonista, há treze anos atrás (bem como o processo kafkiano que se seguiu com a justiça)... Soube do infausto acontecimento, através da imprensa, na época, mas nunca imaginei que a vítima foste tu, irmão do Duarte, do Manuel e do Luís...

Deu para perceber, no entanto, enquanto falávamos ao telefone, que és um homem corajoso, determinado, inconformado, decidido, disposto a saber a verdade, toda a verdade, sobre as circunstâncias da morte do teu mano, que era o teu ídolo e o teu herói... Tinhas então 13 anos (e o Duarte 15), quando chegou a brutal notícia da sua morte, que destroçou a vossa família...

Li, com emoção, a tua pequena mas sentida homenagem ao teu irmão e nosso camarada Luís, e sei da tua vontade (bem como dos teus outros irmãos mais velhos, o Duarte e o Manuel) em ir até à Guiné-Bissau, à região do Cacheu, a Suzana, molhar, com as tuas lágrimas, aquela terra vermelha que ele pisou e conhecer aquele povo, os felupe, de que ele era amigo, tendo ainda tempo, apesar da actividade operacional da sua companhia, de construir uma escola para a população local...

Ofereci-te o nosso blogue para escreveres o que te ia na alma (ainda hoje, ao fim destes quase 40 anos de dor e de saudade) e inclusive para retomares a pesquisa da família sobre as circunstâncias da sua morte... Tu e a tua família não descartam a hipótese de o Luís ter sido morto por uma bala de G3, ou seja, por uma bala dos nossos... Acidente, com bala de ricochete ? Outras hipóteses, mais sinistras ?

Também o Duarte me escreveu, em 14 do corrente, o seguinte, da maneira lúcida e desassombrada que eu sempre lhe conheci:

(...) "Eu sei que há várias versões da morte do meu irmão e, mesmo que elas sejam melindrosas, gostava de as saber. Pouco depois da sua morte, e ao longo destes anos, correu a versão que o meu irmão tinha sido atingido por fogo nosso e não dos guerrilheiros. Também sabia da versão de a emboscada ter ocorrido no Senegal ou numa zona libertada (o Cassum)" (...).

O teu irmão Manuel, que vive em França onde é cientista, já deve ter falado ao telefone ao ex-Fur Mil Enf Jesus, da CCAV 2538, e que vive (ou vivia em Junho de 2007) em Mértola, contacto que lhe foi fornecido pelo nosso camarada Afonso Sousa, de Ovar. O Jesus estava a 2 metros do seu comandante e é, seguramente, uma das testemunhas-chave deste processo... A sua versão é a da emboscada do PAIG, ainda em território do Senegal...

Verifico agora que dossiê de que te falei, está praticamente publicado no nosso blogue. Há pistas que ainda estão por explorar, como por exemplo o relatório da autópsia que ninguém sabe onde pára... O relatório oficial da morte do Cap Luís Rei Vilar é o único documento que foi facultado à tua família (seria assinado pelo então tenente-coronel Ricardo Durão, segundo me dizes..), mas onde se fala em bala de ricochete (tese do acidente ?).

Pessoalmente não acredito na tese (monstruosa) de um eventual tiro, de um miserável justiceiro qualquer, nas costas do capitão... ainda para mais em território do Senegal, longe de casa, ou seja, Suzana, sede da CCAV 2538... Não tenho notícia de nenhum caso eventualmente parecido, debaixo de fogo, em combate, no TO da Guiné... Sei de dois casos de assassínio de oficiais (um alferes e um capitão), não a quente, debaixo de fogo do inimigo, mas sim a frio, no interior do aquartelamento: o caso mais conhecido é do Cap da CART 1613, na noite de Natal de 166, com pouco mais de um mês de Guiné, em São João (frente a Bolama), foi morto, por tiros de G3, por um dos seus soldados que estava sob o efeito do álcool, e que esteve quase a ser linchado pelos seus camaradas (***).

Caso concretizes, tu e os teus irmãos, a planeada romagem de saudade a Susana, nos próximos tempos, será para nós um privilégio e uma honra fazer a devida cobertura do acontecimento e mobilizar possíveis apoios na Guiné-Bissau.

Recebe as melhores saudações de solidariedade, apreço e respeito pela minha parte, bem como por parte dos restantes editores e demais membros do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
___________

Notas de L.G.:

(*) Vd. excertos de imprensa sobre o caso do Miguel Vilar que teve na época algum destaque na imprensa, por más e boas razões:

Diário de Notícias

Uma pedra na estrada e a falência do sistema
por P. S.

21 Novembro 2004


Aos 40 anos, uma pedra de cinco quilos atravessou-se na vida de Miguel Vilar através do pára-brisas do carro. A pedra resvalou do rodado de um camião à frente da sua viatura e atingiu Miguel em cheio na cabeça. Ninguém sabe o que fazia um paralelepípedo cinzento no meio da auto-estrada. Sabe-se que Miguel se despistou, já sem sentidos, e que passou um mês em coma, a lutar pela vida na cama de um hospital. Luta, que para o neurologista António Damásio, é o exemplo extremo da força de vontade. A força de querer fazer sempre bem tê-lo-á salvo. Miguel é um sobrevivente.

Apesar da brutalidade da pancada, que lhe provocou afundamento do cérebro com perda de massa encefálica, Miguel não morreu, porque quis viver.

Piloto de automóveis, empresário bem sucedido, casado, com filhos, habituado a arrancar títulos na competição de quatro rodas, Miguel travou então a corrida pela recuperação da qualidade de vida. Perdeu as empresas, meses depois ficou divorciado, passou a ter problemas financeiros e viu-se obrigado, de um momento para o outro, a refazer tudo. «Ninguém me perguntou nestes anos se precisava de uma aspirina», afirma.

A Brisa, empresa concessionária da A5, foi absolvida em tribunal. O Fundo de Garantia Automóvel foi condenado a pagar uma indemnização. Mas recorreu. E voltou a perder. E agora voltou a recorrer...

Miguel Vilar espera, consumindo-se no desespero. Assume a revolta e incompreensão contra o sistema. «Sempre paguei tudo o que tinha para pagar. Até paguei para circular naquela estrada em condições de segurança. Para que servem então os seguros?»



Sobre a história da extraordinária recuperação do Miguel Vilar, com o apoio da sua família e de muitos amigos, incluindo o Prof António Damásio, bem como do seu regresso às corridas, oito anos depois da tragédia, para passar a sua mensagem de vida ("Nunca percam a esperança"), vd. notícias:

Miguel Vilar volta às corridas para agradecer o apoio (DCA News, 17/7/2005)
Miguel voltou às corridas (DCA News, 26/7/2005)


Oito anos depois do grave acidente rodoviário

(...) Miguel Vilar foi um caso raro de recuperação, mesmo um Case Study da Universidade de Iowa e do cientista português radicado nos Estados Unidos da América, Prof. António Damásio. O ex-piloto lutou com todas as suas forças, e teve o apoio dos amigos, mas sente que tem o dever de passar a mensagem da sua filosofia ao longo desta longa caminhada pela vida, aos muitos casos que estão no desespero e que não são apoiados: 'Nunca percam a esperança'.

Para Miguel Vilar 'o importante é que as pessoas não desistam, que acreditem que é possível melhorar. É esta mensagem que gostaria que me ajudassem a passar. '

No próximo fim-de-semana no Autódromo do Estoril, Miguel Vilar vai regressar às corridas de automóveis, ao seu 'habitat natural' com um único objectivo: 'de agradecer às pessoas que mais me ajudaram e que acreditaram que era possível conseguir evoluir e lutar pela vida, sem baixar nunca os braços. Não desistam, vale a pena lutar.' (...)

(**) Vd, postes de

30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1902: Manuel Rei Vilar, França: Quem conheceu o meu irmão, Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, morto em Susana, em Fevereiro de 1970 ?

30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1903: Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto numa emboscada (Afonso M.F. Sousa)

1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1906: Notícias sobre o Cap Cav Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto em 1970 (Benjamim Durães / Ayala Botto)

1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1908: Cap Cav Luís Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto no campo da honra, em incursão no Senegal (Afonso M.F. Sousa)

10 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1939: Susana, região de Cacheu: fantasmas do passado (Pepito)

(***) Vd. I Série, poste de 23 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DLXXVI: O meu capitão, o capitão Corvacho da CART 1613 (1966/68) (Zé Neto)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4718: Efemérides (23): Em 20 de Julho de 1969, eu estava no Uíge em pleno oceano, a caminho de Farim... (Carlos Silva, BCAÇ 2879)

Lisboa, 19 de Julho de 1969> Edifício da Estação Marítima Rocha Conde de Óbidos, um típico edifício do Estado Novo, da autoria do Arq Pardal Monteiro (1897-1957), com pinturas murais do Almada Negreiros (1893-1970)(*)... >

Partida, no T/T Uíge, do pessoal do BCAÇ 2879 e do BCAV 2876, com destino à Guiné... Nesse dia a Apolo 11 ia a caminho da Lua (um pouco mais longe que a distância entre Lisboa e Bissau, cerca de 400 mil Km, em números redondos...), aonde chegaria (e alunaria) a 20, domingo... com regresso à Terra, a 24, quinta-feira...

O T/T Uíge, com o pessoal do Batalhão dos Cobras (onde ia incluído o nosso camarada e amigo Carlos Silva) levou um pouco mais de tempo que a Apolo 11... Chegou a Bissau e desembarcou, na sexta-feira, dia 25, diz a história do BCAÇ 2879. Não sei se, ao longo da viagem, os nossos camaradas se aperceberam do feito, que era para a humanidade, este "passo de gigante", parafraseando a célebre frase mstrong, as primeiras palavars do primeiro homem a pôr a pata na lua ("That's one small step for man; one giant leap for mankind": Como há alguém chamou a atenção, o astronauta queria dizer: a small step for a man, um pequeno passo para um homem, ele, Neil Armstrong, mas um salto de gigante para o Homem, a humanidade, a espécie humana: one giant leap for mankind... Tal como os portugueses, há mais de 500 anos, dobrando o Bojador e indo muito para além da dor, do sangue, suor e lágrimas dos pequenos/grandes heróis anónimos que foram os nossos antepassados). (LG)

Foto: © Carlos Silva (2009). Direitos reservados (Com a devida vénia...)


Navio Uíge> c. 20 de Julho de 1969 > De pé, da esquerda para a direita: Alf Sampaio, Cap Vasco Lourenço, Alf Carmo Ferreira, da CCaç 2549; Cap Covas de Lima, da CCaç 2547; de cócoras, da esquerda para a direita: Alf João Casanova e Alf Gil André, da CCaç 2548; Alf Carvalho, da CCaç 2549; e Alf João Rebelo, da CCaç 2548. Foto do Alf Gil André.

Foto (e legenda): © Carlos Silva (2009). Direitos reservados (Com a devida vénia...)

1. Resposta do Carlos Silva à pergunta, "Camaradas, onde é que vocês estavam em 20 de Julho de 1969 ?" (**)... O Carlos é o autor do sítio Guerra na Guiné 63/74, por Carlos Silva... (A página mais completa sobre as unidades que passaram pela Região de Farim, nomeadamente entre 1969 e 1971). Foi Fur Mil na CCAÇ 2548 / BCAÇ 2879 (Jumbembem, 1969/71)...

É também conhecido como o Régulo de Farim, um grande amigo da Guiné e dos guineenses. Advogado, é um dos fundadores e dirigentes, com o Carlos Fortunato, da Ajuda Amiga - Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento. (**)


Luís: Aqui vai a resposta à tua pergunta:

Lisboa, sábado, 19-07-69

Embarque do Bat Cav 2876 e do meu Bat Caç 2879

Domingo, 20-07-69, Uíge, em pleno Oceano

Uma das fotos do VL [Vasco Lourenço, comandante da CCAÇ 2549,] também está no último livro dele, Interior da Revolução.

Também podes ver no Blogue, num dos Postes do Bat Caç 2879, [o Batalhão dos Cobras] (**)

Um abraço
Carlos Silva

_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. nota histórica sobre a Gare Marítima Rocha Conde de Óbidos, "o nosso pórtico de entrada na Guiné", no sítio do IPPAR - Instituto Português doPatrimónio Arquitectónico:

"Projectada a partir de 1934 e construída entre 1945 e 1948, a Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos insere-se no programa de modernização dos serviços do Porto de Lisboa.

"Concebida numa estrutura de betão armado, apresenta um primeiro andar reservado aos passageiros e o piso térreo destinado aos serviços do cais. Composta por dois corpos, a Gare apresenta um vestíbulo principal e uma ampla nave. O terraço-varanda prolonga-se na direcção nascente para além das linhas do edifício.

"Como acontecera com a Gare Marítima de Alcântara, também aqui Pardal Monteiro chamou José de Almada Negreiros para animar com pinturas murais as paredes do do grande vestíbulo. Modernamente desenhada, esta Gare apresenta fachadas rasgadas por envidraçados pontuados com pequeno óculos. Aqui as linhas curvas conjugam-se em harmonia com os valores ortogonais de estruturas numa volumetria proporcionada e com sentido de escala. Sandra Vaz Costa, 2001" (...)


(**) Vd. poste de 20 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4713: Efemérides (17): 20 de Julho de 1969... O dia em que o primeiro homem pisou a Lua (Rui Felício, CCAÇ 2405, Samba Cumbera)

Último poste da série Efemérides: 12 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4673: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (15): Ingoré e Gandembel na feira de Custóias, Matosinhos (José Teixeira)

(***) Vd. postes de:

8 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2417: Tabanca Grande (51): Carlos Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Jumbembem 1969/71) Guiné 63/74 - P1976: Tabanca Grande (27): Carlos Silva, mais um 'apanhado do clima' (CCAÇ 2548, Jumbembem)

Vd. também poste de 23 de Maio de 2009 >Guiné 63/74 - P4402: Convívios (133): BCAÇ 2879 e Outras Unidades (Farim, 1969/71), convivem em Castelo Branco, 30 de Maio (Carlos Silva)

(****) Vd. postes da série História do BCAÇ 28769, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras:

15 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2440: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes para Farim: O Batalhão dos Cobras (1) (Carlos Silva)

20 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2464: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (2) (Carlos Silva)

24 de Janeiro>Guiné 63/74 - P2477: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim : O Batalhão dos Cobras (3) (Carlos Silva)

30 de Janeiro de 2008> Guiné 63/74 - P2491: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (4) (Carlos Silva)

1 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2496: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (5) (Carlos Silva)

10 de Fevereiro > Guiné 63/74 - P2520: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (6) (Carlos Silva)

11 de Fevereiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2525: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (7) (Carlos Silva)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3614: Convívios (90): 1.º Encontro da CCAÇ 3, em 14 de Maio de 2005 em Alvados - Porto de Mós (João M. Félix Dias)

1. Mensagem do nosso camarada João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539/CCAV 2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3, Guiné, 1869/71, com data de 8 de Dezembro de 2008:

O 1.º Convívio da CCAÇ 3 realizou-se a 14 de Maio de 2005 em Alvados - Porto de Mós no Restaurante Rosa. Estiveram presentes 26 ex-militares e alguns familiares.

O encontro foi organizado pelo ex-Alf Mil José Manuel S. Gonçalves, falecido no passado mês de Julho.

Também prestou grande colaboração, o ex-Alf Mil Francisco M. Branco Frutuoso.

Além de colaborar na organização, deu valioso contributo o nosso camarada Virgílio Alves Silva, no que concerne ao registo fotográfico e elaboração de vídeo do acontecimento e são de sua autoria as fotografias deste evento.

Foi celebrada missa pelos camaradas já falecidos.

Estiveram presentes:

O Sr. Coronel na Reforma Carlos A. Marques Abreu; igualmente, os ex-Capitães
João Galamarra Curado e Carlos Ricardo, que comandaram a Companhia nos anos de 1970 a 1972 em Binta, Guidaje e K3.

Também estiveram presentes:

João Ramex
João Torrinha
João Francisco Claudino Antunes
Fernando Alberto Barrios
António Manuel Godinho Pinto Ribeiro
José Cândido Barros Pereira
Henrique M. Madeira Neves
Manuel Fernando Alheira
Américo Formiga da Silva
Manuel Cabinas
Idalécio Castro
Artur J. Sousa Fernandes
José Espinheira
Luís Mendes Costa
António Fialho
Valentim Luz Pedro
Carlos Oliveira
Artur Pombinho
Vítor Domingues
Rui C. Branco Sena
Domingos Ribeiro













Nesta foto, pode-ver-se, de pé: Formiga Silva, Sena, Pedro, Neves, Ribeiro "balanta", Ribeiro "mecânico, Barrios; em baixo: Pereira, Cabinas, Alheira, Ramex e Pombinho.

Fotos: © Virgílio Silva (2008). Direitos reservados.

domingo, 7 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3183: Tabanca Grande (85): João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539, 2540 e CCAÇ 3, Guiné 1969/71


João Manuel Félix Dias
ex-Fur Mil SAM
CCAV 2539/CCAV 2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3
Guiné, 1869/71


1. Mensagem com data de 5 de Setembro de 2008 do nosso novo camarada João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM que pertenceu às CCAV 2539 e 2540/BCAV 2876 e à CCAÇ 3, Guiné 1969/71.

Curriculum Vitae

1968 - RI5 Caldas da Raínha CSM;

1969 - BC8 Elvas, instrutor de 2 recrutas;

1969 - RC3 Formação BCAV 2876;

A 19 de Julho segui no "Uíge" como Furriel Graduado SAM para S. Domingos Sector Ingoré.

Poucos meses (3/4 ?) depois fui substituído e fiquei à ordem do Comando.

A 13 de Novembro de 1969 na estrada de S. Domingos-Susana indo eu na GMC "rebenta-minas" apenas com o condutor Oliveira (Vasculho), próximo de Nhambalã aconteceu que a 3.ª viatura, Unimog, em que seguia o ex-Alf Nelson Gonçalves, do Pel Caç Nat 60, accionou uma mina anti-carro que o feriu gravemente; como consequência sofreu amputação de uma perna e ferimentos em todo o corpo.
Além de outros, foi o acontecimento que mais me marcou durante os dois anos, e que profundamente marcou o meu comportamento desde então. Costumo pensar que se não foi daquela, vai ser difícil ser doutra.

Recordo que Armstrong, Aldrin e Collins a bordo da Apolo 11 chegaram mais rápido e primeiro à Lua, a 21 de Julho, que o 'Uíge' a Bissau, a 24 do mesmo mês.

Transferido para a CCAÇ 3 em 1970.

Regressei a 2 de Agosto de 1971.

Nome: João Manuel Félix Dias
Posto/Espec.: Fur Mil Grad SAM
Unidades: CCAV 2539/2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3
Zona: S. Domingos, Canjandi (Ingoré) Binta e Guidage
Comissão: 1969 a Agosto de 1971
Morada: S. Francisco - Alcochete


2. Comentário de CV

Caro Félix Dias

Estás apresentado à tertúlia como julgo seria o teu desejo.

Esperamos que nos contes agora as tuas estórias, que não serão poucas, uma vez que andaste de Unidade em Unidade e de terra em terra pelo Norte da Guiné. Se tiveres fotos, podes ilustrar as estórias que nos mandares, com elas.

Por meu intermédio, recebe um abraço de boas vindas de toda a tertúlia.
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE SETEMBRO DE 2008 > Guiné 63/74 - P3180: Tabanca Grande (84): Jorge Teixeira, ex-Fur Mil, Guiné, 1968/70