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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10449: Passatempos de verão (17): Luís R. Moreira, de férias em terras transmontanas de Miranda, com o campeão do jogo da malha Belmiro Vaqueiro

1. Mensagem do nosso camarada Luís Rodrigues Moreira (ex-Alf Mil Sapador da CCS/BCAÇ 2917 e BENG 447, Bambadinca e Bissau, 1970/72), com data de 15 de Setembro de 2012, dando-nos conta das suas férias em Miranda do Douro, onde confraternizou com o outro nosso camarada Belmiro Vaqueiro, ex-Fur Mil da CCAÇ 1426 (1965/67) que esteve no subsector de Bafatá:

Caro Carlos,
Nestas férias estive em Miranda do Douro onde também tem casa o nosso camarigo Belmiro Vaqueiro cuja residência oficial é em Bragança como consta nos arquivos da Tabanca Grande.

Há muitos anos que somos amigos e até foi ele que me deu o contacto do blogue para me inscrever. Não temos podido contar com a sua presença nos nossos encontros anuais devido à interioridade e grande distância das localidades onde habita e os locais onde decorrem os nossos encontros. Mas, este ano, resolvemos tirar umas fotos em Miranda que agora te envio para fazeres o que achares por mais conveniente.

Umas com vistas de Miranda e outras onde aparece o jogar o tradicional “Jogo do Fito” (na minha terra é mais conhecido por “Jogo da Malha”) no qual ele é o campeão indiscutível na zona. Não há no blogue muitas referências a qualquer um de nós sobre a passagem pelo T.O. da Guiné, no meu caso por falta de memórias dessa altura já que o acidente que sofri me afectou nesse campo e só recentemente com a leitura do blogue e o encontro com camaradas do meu tempo em Bambadinca – Luís Graça, Humberto Reis, Fernando Marques, Cabral, Vacas de Carvalho, Gabriel Gonçalves, Benjamim Durães e …. tantos outros, me tem permitido reavivar a memória e recordar alguns momentos desse tempo.

E por aqui me fico.
Recebe um grande abraço do camarigo,
Luís R. Moreira

Um aspecto do Jogo do Fito ou, mais vulgarmente conhecido, Jogo da Malha



Os nossos camarigos Belmiro Vaqueiro e Luís R. Moreira (por esta ordem nas fotos inferiores) em Miranda do Douro

Fotos de Luís R. Moreira
Legendas de Carlos Vinhal
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10426: Passatempos de verão (16): Viva Portugal (Felismina Costa)

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2515: Em busca de... (19): Informações sobre a morte do Fur Mil Belmiro dos Santos João (Irundino N. João / Belmiro Vaqueiro)



Cópia da certidão de óbito do Fur Mil Belmiro João, vítima de rebentamento de mina antipessoal, em Catió. Evacuado para Bissau, veio a falecer no Hospital Militar, em 18 de Abril de 1968. A sua unidade, a CART 1689, do BART 1913, passou em 1967 por Bambadinca.

Foto: A. Marques Lopes (2007).

1. Em 5 de Fevreiro de 2008, Luís Graça recebeu a seguinte mensagem de Irundino do Nascimento João, irmão do malogrado Fur Mil Belmiro dos Santos João.

Tive conhecimento através dum amigo comum, Belmiro Vaqueiro, que o Luís sabia de todos os pormenores da morte do meu irmão.

Gostaria de trocar impressões sobre este assunto.

Caso seja possível, agradecia que me diga se tem disponibilidade.

Sem outro assunto de momento aguardo o seu contacto através deste meio.

Um amigo ao dispor
Irundino do Nascimento João


2. Face à insuficiência de elementos para avançarmos numa pesquisa, a pedido do Editor Luís Graça, foi enviada em 6 de Fevereiro, a mensagem que se segue, ao nosso camarada Belmiro Vaqueiro que vive na tão bonita quanto fria Cidade de Bragança.

Caro Belmiro Vaqueiro:
Votos de boa saúde.

Tenho o prazer de te contactar pela primeira vez.

Pediu-me o Luís Graça para solicitar a tua colaboração para o assunto abaixo.

Parece que conheces o Irundino, mas gostávamos de saber pormenores do seu irmão.

Como se chamava, onde e como morreu, etc.

Aguardo notícias tuas.

Recebe um fraterno abraço do camarada
Carlos Vinhal

3. No mesmo dia veio a resposta do Belmiro Vaqueiro.

Caro Carlos Vinhal:
Foi através de um nosso camarada, em resposta a um meu pedido emitido através do blogue do Luís Graça, que tomei conhecimento de alguns pormenores da morte em combate do ex-Furriel Miliciano Belmiro dos Santos João.

Na posse destes dados extraí uma fotocópia que entreguei ao irmão do falecido.

Como apaguei a mensagem não estou na posse de qualquer dado que possa enviar.

Apenas sei que o infortunado, meu amigo e conterrâneo, fazia parte do BART 1913/CART 1689 e morreu em 18 de Abril de 1968, ao que julgo no sul da Guiné.

Foi um prazer ter-te contactado.

Aprecio muito o teu trabalho e faço votos para que nunca te faltem forças para o prosseguir.

Recebe um grande abraço do amigo e camarada
Belmiro Vaqueiro.

4. Em face dos preciosos esclarecimentos do camarada Belmiro, foi fácil encontrar as postagens que se referem à morte do nosso camarada.

Assim foi enviada em 8 de Fevereiro a mensagem resposta ao nosso amigo Irundino.

Caro Irundino:
Estou a comunicar consigo em nome de Luís Graça, editor do nosso Blogue, para lhe dar algumas notícias sobre a morte do seu irmão e nosso camarada, Belmiro dos Santos João.

Na verdade a fatídica morte deste nosso camarada foi falada no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com).

Vou deixar-lhe os números das publicações e os respectivos endereços, pelo que basta clicar e vai directamente aos locais que lhe interessam (1).

Publicação P1529 > http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/02/guin-6374-p1529-belmiro-dos-santos-joo.html

Publicação P1532 > http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/02/guin-6374-p1532-o-furriel-belmiro-dos.html

Publicação P1535 > http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/02/guin-6374-p1535-subsdios-para-histria.html

Espero que o que tem oportunidade de agora ler chegue para apaziguar as vossas dúvidas.

Pela nossa parte não deixaremos esquecer aqueles que tiveram o infortúnio de não voltarem vivos.

Seremos testemunhas activas até ao fim dos nossos dias e esperamos deixar um legado que jamais deixe esquecer o sacrifício em vidas, saúde física e mental, derramamento de sangue e tudo mais que uma juventude violentada pela guerra teve de suportar.

Como, por mais palavras que se digam e escrevam, é impossível acalmar a vossa saudade e a vossa dor, deixo-lhe um abraço sentido em nome do editor Luís Graça e de todos os tertulianos do nosso Blogue.

Disponha de nós sempre que precise.

Carlos Vinhal
_________________________

Nota de CV:

(1) Vd. postes sobre a morte do Fur Mil Belmiro dos Santos João:

15 de Fevereiro de 2007> Guiné 63/74 - P1529: Belmiro dos Santos João, de Miranda do Douro, vítima de mina antipessoal em Catió (Fernando Chapouto / A. Marques Lopes)

17 de Fevereiro de 2007> Guiné 63/74 - P1532: O furriel Belmiro dos Santos João, a primeira vítima mortal do inferno de Gandembel (Idálio Reis)

19 de Fevreiro de 2007> Guiné 63/74 - P1535: Subsídios para a história da CART 1689, a que pertencia o Belmiro dos Santos João (Vitor Condeço)

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Guiné 63/74 - P167: Tabanca Grande: Luís Moreira, Alf. Mil. Sapador, CCS/ BART 2917


© Luís Moreira (2005)

1. Mensagem enviada pelo Luís Moreira ao David Guimarães, com data de 11 de Setembro de 2005:

Caro camarada ex-combatente:

Pela mão do Belmiro Vaqueiro, que conheço há muitos anos mas que só há pouco tempo soube que também ele esteve na Guiné nos mesmos locais que percorremos, tive acesso ao site do Luís Graça e a felicidade de rever fotos de locais que muito me dizem e de alguns camaradas do meu Batalhão, no qual te incluis assim como o Padre Poim, o Quaresma, o Cap. Espinha de Almeida, o Alf. Soares e outros a quem a memória já não me ajuda a recordar.

Estive em Bambadinca na CCS [do BART 2917] e sou o ex-alferes sapador Luís Moreira que fui ao ar com uma mina anti-carro no reordenamento dos Nhabijões (espero não estar a errar no nome).

Na sequência desse acidente passei aos serviços auxiliares e fui colocado no Batalhão de Engenharia, em Bissau, até ao fim da minha comissão que terminou já depois de vocês terem regressado e que fez com que eu hoje faça parte do grupo dos DFA [Deficientes das Forças Armadas].

Infelizmente não me recordo do nome da maioria dos camaradas com quem convivi, talvez devido ao traumatismo craneano que sofri na sequência do acidente. No entanto gostaria de recordar e contactar com o maior número de camaradas para tentar reconstituir esse período de quase um ano que passei em Bambadinca.

Tenho algumas fotos que vou retirar da "arca" onde têm estado depositadas todos estes anos, e que depois enviarei. Ainda recordo o nome dos alferes Machado e Guerreiro, da CCS, e tenho bem presente a figura do alferes mecânico, mas já não lhe recordo o nome. Outra figura ímpar que recordo com saudade é a do alferes Vacas de Carvalho, das Daimler, e da sua viola que nos animava os serões.

Fico a aguardar notícias e possíveis contactos.

Um abraço, Luís Moreira.


2. Mensagem do David Guimarães, com data de ontem:


Olá, Luís Moreira. Se pelo nome já não me lembrava de ti, já o facto de seres o Alferes Sapador da CCS do BART 2917 da CCC me diz muito mais. Efectivamente o tempo passa e os nomes também. Hoje resta-nos a imagem que tínhamos na altura : eramos uns miúdios, todos muito novinhos....

Eu estive na CART 2716 do Xitole, comandada pelo Cap Mil Espinha de Almeida... Os Alferes eram o Soares, o Correia, o Sampaio e o Coutinho que foi substituir o Ferreirinha (que se tinha ferido na instrução ainda na Pesada 2, isso te lembrarás possivelmente). Se do Coutinho não tiveres a imagem, é natural que tenhas a do Ferreirinha que foi desmobilizado do nosso Batalhão (mais tarde parece que foi num BART para Moçambique)...

Guiné > Zona Leste > Xitole > CART 2716 >1970: Da esquerda para a direita: O Cap Mil Espinha de Almeida, o Fur Mil Guimarães e o Alf Mil Soares.

© David J. Guimarães (2005).

Os Furriéis desta CART 2716 eram o Rei, o Augusto, o Quaresma, o Leones, o Santos, o Martins, o Ribeiro, o Ferreira e eu, o Guimarães, todos natiradores. Depois havia ainda o Meirinho, o enfermeiro; o Cabete, o mecânico; o Marques, Vago-Mestre e o Henriques, de armas pesadas. Estes eram os quadros da CART 2716...

No nossa página sobre o Xitole podes ver a minha figura de então - eu também era daqueles que tinha numa mão a espingarda e noutra mão a Viola... Avivarás a memória... Creio que um dia foste tu que me levaste ao [Major] Anjos de Carvalho para me apresentar: estavas de oficial de dia.

Já da malta da CCS, de Bambadinca, o tempo me fez esquecer os nomes. Mas, como Alferes Sapador, deves lembrar-te do Furriel Rebelo, também sapador, do Vinagre, o mecânico... O Machado é daqui de Riba D'Ave. Digo daqui, do Norte e perto relativamente de onde vivo (eu moro em Espinho). Guerreiro, só hoje mo lembraste... Do Vacas de Carvalho, sim, com a sua viola, e que o Machado também acompanhava...

Claro que a CCS enquadrava o Comando: Tenente Coronel Magalhães Filipe , que foi substituído pelo Tenente Coronel Polidoro Monteiro (cuja figura já aqui evoquei, neste blogue); Major Anjos de Carvalho, 2º Comandante; Major Barros e Bastos, major de operações; e o Cap Passos Marques, comandante de Companhia. Depois vocês todos...

No Xime [CART 2715], e de nome, lembro-me do [Furriel] Cunha (morto em combate) [vd. post de 25 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - VII: Memórias do inferno do Xime (Novembro de 1970) ], do Furriel Carias, do Baptista ... Outros nomes já não me ocorrem. Lembro-me do Alferes Torres, esse de Mansambo. Enfim, a memória esvai-se porque já lá passa muito tempo...
Quero contudo apresentar-te ao ex-Furriel Henriques, da CCAÇ 12, e que tem um blogue importante onde estamos a colocar a nossa guerra toda. Creio que ele esteve envolvido nesse acidente de que tu saíste muito maltratado...

Mando este mail com conhecimento a ele e vamos continuar a nossa guerra, reconstituindo as nossas memórias, o que só nos fará bem...

Um abraço, Guimarães (ex-Furr Mil da CART 2717, a companhia do Capitão Espinha de Almeida).

Luís Graça: mando-te aí um alferes que conheceste pela certa - um abraço, David Guimarães.

3. O meu comentário:

Amigos & camaradas de tertúlia:

Façam o favor de se acomodar e arranjar espaço, na nossa camarata, para mais um camarada da Guiné. Ele chegou aqui por mão do Belmiro Vaqueiro e do David Guimarães. Era alferes sapador da CCS do BART 2917 (1970/72), sedeado em Bambadinca.

E, espantosamente, é o mesmo que foi vítima do rebentamento da mina a/c, accionada às 11.25h, do dia 13 de Janeiro de 1971, pela viatura Unimog 411, conduzido pelo nosso (da CCAÇ 12) soldado Soares que ia buscar, a Bambadinca, a 2ª refeição, para o pessoal destacado no reordenamento de Nhabijões…

O Soares teve morte imediata, tendo ficado gravemente feridos um oficial (o Luís Moreira) e um soldado da CCS/BART 2917, mais o nosso (desta tertúlia) Jaquim Fernandes, furriel miliciano da CCAÇ 12...

Eu, pessoalmente, nunca mais esqueci essa data fatídica de 13 de Janeiro de 1971... Porque logo a seguir fui eu, mais o Furriel Mil. Marques e o nosso grupo de combate, em socorro das vítimas, que fomos cair noutra mina anticarro, no mesmo sítio, à entrada do reordenamento de Nahbijões...

É claro que a malta da CCAÇ 12 se lembra dele, Luís Moreira: estou a referir-me ao Tony Levezinho, ao Joaquim Fernandes e ao Humberto Reis, além do blogador, que fazem parte desta tertúlia…

Por sua vez, o Luís Moreira lembra-se de amigos comuns, que conviviam com a malta da CCAÇ 12 (a velhice de Bambadinca, partir de meados de 1970, com a rendição do BCAÇ 2852 pelo BART 2917), tais como o Alferes Machado (de Riba D’Ave) ou o Alferes Vacas de Carvalho... Lembra-se do Furriel Cunha, do Xime, que morreu na operação em que participámos (Op Abencerragem Candente, em 26 de Novembro de 1970)...

Em suma, o Luís Moreira está em casa e é bem vindo. Entra, camarada. Temos muito que conversar.

Luís Graça (ex-furriel miliciano Henrqiues, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).


PS – Luís Moreira: Aqui vai o endereço de e-mail do Joaquim Fernandes que ia contigo no Unimog e que hoje mora no Barreiro (haveremos de voltar a esta trágica estória de Nhabijões). Se assim o entenderes, manda-nos uma foito tua, antiga e actual, que é para gente te pôr na fotogaleria.

domingo, 26 de junho de 2005

Guiné 63/74 - P82: Tabanca Grande: Belmiro Vaqueiro (CCAÇ 1426, Geba, 1965/67) Presente!!!

Guiné > CART 1690 > Destacamento de Banjara (sub-sector de Geba, Zona Leste) > 1967 > Militares com um troféu de caça... Nesse dia houve rancho melhorado... A montagem de armadilhas para caçar porcos do mato já era uma prática corrente no tempo da CCAÇ 1426 (Geba, 1965/67), "quando a fome apertava"... © A. Marques Lopes (2005)


1. Mensagem do ex-combatente Belmiro Vaqueiro (CCAÇ 1426, Geba, 1965/67).

Título: Em memória dos bravos da CART 1690

Foi com muita emoção que vi o excelente trabalho publicado na Net acerca dos bravos da CART 1690. Curvo-me perante a memória dos caídos em combate cujo historial desconhecia.

É que eu percorri todos esses locais e ainda tenho bem presente os momentos vividos em Cantacunda e Banjara. Fiz parte da Companhia de Caçadores n.º 1426 com sede em Geba (1965 a 1967), companhia que que pelos vistos foi rendida pela CART 1690 nos primeiros dias de Maio de 1967.

Em Banjara, à noite, havia uns tantos voluntários que também colocavam armadilhas na bolanha para apanhar os porcos. Só o fazíamos quando a fome apertava.

Apresento oe meus respeitosos cumprimentos.

O ex-combatente Belmiro Vaqueiro.

2. Resposta do Marques Lopes (ex-alferes miliciano da CART 1690, Geba, 1967):

Caro camarada ex-combatente:

É óptimo encontrar alguém que tenha passado pelos mesmos locais que eu. Sim, foi a CART 1690 que chegou a Geba em 17 de Abril de 1967. Após alguns dias de sobreposição de comandos, substituiu-se de facto a CCAÇ 1426.

Convido-o a integrar este grupo de ex-combatentes da Guiné e escrever para o excelente blogue-fora-nada, da autoria do amigo Luís Graça. Com certaeza terá muitas coisas a contar-nos também.

3. Comentário de Luis Graça:

Quando em 23 de Abril de 2004 lancei o primeiro post sobre este tema [ Guiné 69/71 - I: Querida(s) madrinha(s) de guerra] estava longe de imaginar que hoje poderíamos estar aqui a falar da nossa (minha e de outros camaradas) experiência como ex-combatentes na Zona Leste da Guiné, no período em que fiz parte da CCAÇ 12 (1969/71). No fundo, tinha uma vaga esperança de (re)encontrar gente do meu tempo e que tivesse andado pelos mesmos sítios (Contuboel,Geba, Bafatá, Bambadinca, Xime, Mansambo, Xitole, Enxalé, Mississirá, Fá...).

Primeiro apareceu o Castro, mais novo (Xime e Mansambo, 1972/74) e depois o Guimarães (Xitole, 1970/72). A seguir veio o Lopes, mais antigo que todos nós (esteve na Zona Leste, em Geba, em 1967, onde foi ferido, na CART 1690; e depois na Zona do Cacheu, em Barro, com a CCAÇ 3, em 1968). Bom, e por aí fora: um a um, ou em grupo, começam apareceu os velhos tugas, não só da minha época (1969/71) como mais e mais novos, e que andaram pelas mais desvairadas terras da Guiné, do Cacheu ao Gabu...

Tudo isto para dizer que o Belmiro Vaqueiro (Geba, 1965/67) é bem vindo e será recebido de braços abertos na nossa tertúlia de ex-combatentes da Guiné, no caso de ele manifestar interesse em partilhar connosco não só o seu endereço de e-mail como as suas memórias.

4. Já em data posterior (3 de Julho de 2005), o Belmiro mandou-me os seguintes esclarecimentos:

"No seguimento da mensagem enviada ao A. Marques Lopes, como já tive oportunidade de referir, pertenci à CCAÇ 1426. Embarcámos com destino à Guiné, a bordo do Niassa, em meados de 1965 e regressámos à Metrópole nos primeiros dias do mês de Maio de 1967, a bordo do Uíge.

Fonte: Navios Mercantes Portugueses > Uíge (2000)

"Sou um ex-furriel miliciano e o tempo de tropa repartiu-se por Geba,Camamudo, Cantacunda e Banjara. No sector de Banjara era onde a traça mais atacava (os camufulados não eram anti-traça).

"Foi a minha companhia quem primeiro ocupou as novas instalações sitas no morro sobranceiro a Geba. Também foi a minha companhia, enquadrada por forças, ao que julgo, de sapadores e blindadas, adstritas ao Batalhão 7 de Espadas com sede em Bafatá, quem primeiro se instalou na bela instância de Banjara, onde se manteve até ao final da comissão.

"Actualmente vivo na cidade de Bragança na situação de reformado".