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sábado, 17 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23887: O nosso livro de visitas (217): Pedro Galriça, filho do ex-cap art Fernando Manuel Jacob Galriça, cmdt da CART 1647 / BART 1904 (Bissau, Quinhamel e Binar, 1967/68)


Guiné-Região do Oio  > Binar > Abril de 2017 >  "Uma pequena capela construída encostada a um poilão, que felizmente ainda se encontra de pé, e em cujo interior se encontrava exposta uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima, que já lá não está. Fui aqui Comandante, como Capitão Miliciano, da então CCAÇ 17, que era constituída por 23 militares do Continente e por 144 militares da Guiné. Na frente da capela, situava-se a parada do nosso quartel." 

Foto do álbum de António Acílio Azevedo (ex-cap mil,  1.ª CCAV/BCAV 8320/72, Bula e da CCAÇ 17, Binar, 1973/74). (*)

Segundo o nosso leitor, Pedro Galriça, esta capelinha teria sido construída pela companhia que o seu saudoso pai, o então cap art Fernando Manuel Jacob Galriça, comandou, a CART 1647 (Bissau, Quinhamel e Binar, 1967/68).

Foto (e legenda): © A. Acílio Azevedo (2017).
Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Pedro Galriça, filho do ex-cap art  Fernando Manuel Jacob Galriça, cmdt CART 1647 / BART 1904 (Bissau, Quinhamel e Binar, 1967/68)

Data - 16 dez 2022,  14:56  
Assunto - Guiné, Binar

Boa tarde,
Em pesquisas na Net, sobre referências ao meu Pai, cheguei ao blog que criou. O meu Pai foi oficial do exército, e esteve numa comissão na Guiné, em Binar e em Bula.

Pelo que sei,  a capela existente na árvore do aquartelamento de Binar terá sido construída por elementos da companhia que ele comandou;

Recordo-me de ele fazer referência a isso e ter inclusivamente algumas fotos/slides das várias fases da sua construção.
Esses slides, presumo que ainda em condições, devem estar por casa da minha Mãe, em Lisboa.
Interessa-vos este tipo de documentação, para instruir o vosso blog?

Cumprimentos,
Pedro Galriça

2. Resposta do editor Luís Graça:

Pedro, obrigado pelo seu contacto. O único oficial com o apelido Galriça, que passou pelo TO da Guiné, durante a guerra colonial / guerra do ultramar, só pode ser o seu pai, de nome completo Fernando Manuel Jacob Galriça. Foi comandante da CART 1647 / BART 1904, e esteve efetivamente em Binar, de setembro de 1967 a outubro de 1968, conforme ficha da unidade que reproduzimos a seguir.

Temos 25 referênciasao BART 1904 mas muito poucas às suas subunidades de quadrícula. Da CART 1647 não temos inclusive nenhum representante na nossa tertúlia (Tabanca Grande): o número de membros registados é já de 867 (entre vivos e mortos, desde 2004).

Tudo indica, pelo que me diz, que a construção da referida capelinha seja dessa época (set 67/out 68). O nosso camarada António Acílio Azevedo passou por Bula e Binar em abril de 2017 com mais um pequeno grupo de malta do Norte, numa viagem de "turismo de saudade", e tirou a foto que reproduzimos acima e a que o Pedro muito provavelmente se refere.

Se o Pedro um dia destes nos quiser e puder mandar algumas imagens digitalizadas não só da construção da capelinha como do resto da comissão de serviço do seu pai no CTIG, ficar-lhe-emos gratos. Os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são... Bem haja por honrar a memória do seu pai e dos seus homens, nossos camaradas,  da CART 1647. Bom Natal e Melhor Ano Novo de 2023. Luís Graça

3. Ficha de unidade > Batalhão de Artilharia n.º 1904

Identificação:  BArt 1904
Unidade Mob: RAP 2 - Vila Nova de Gaia
Cmdt: TCor Art Fernando da Silva Branco
2º  Cmdt: Maj Art Adolfo Jorge Vilares da Costa
OInfOp/Adj: Cap Art Manuel Henrique Lestro Henriques

Cmdts Comp:
CCS: Cap Art João Gonçalves Vila Chã
Cap Art Artur Olímpio de Sá Nunes
CArt 1646: Cap Mil Art Manuel José Meirinhos
CArt 1647: Cap Art Fernando Manuel Jacob Galriça
CArt 1648: Cap Art Diogo Baptista Coelho | Cap Mil Art José Reis Fernandes Leitão
Divisa: "Firmes e Generosos"
Partida: Embarque em 11Jan67; desembarque em 18Jan67 | Regresso: Embarque em 310ut68

Síntese da Actividade Operacional

Inicialmente, foi colocado em Bissau, rendendo o BCaç 1876 e assumindo as responsabilidades de segurança e defesa dos pontos sensíveis do sector a partir de 23Jan67, com as subunidades que lhe foram atribuídas, com a sede em Bissau e englobando os subsectores de Brá (Bissau), Nhacra e Quinhámel, tendo colaborado intensivamente no recenseamento da maior parte da população suburbana da cidade.

Após ter sido substituído no sector de Bissau pelo BCaç 2834, assumiu, em 18Jan68, a responsabilidade do Sector LI, com sede em Bambadinca e abrangendo os subsectores de Xime, Xitole e Bambadinca e, a partir de 06Mai68, ainda o subsector de Mansambo, então criado, tendo rendido no referido sector o BCaç 1888.

Desenvolveu intensa actividade operacional, orientada para a desarticulação dos grupos inimigos que tentavam fixar-se na zona de acção, para assegurar a ocupação territorial e para promover a autodefesa, segurança e promoção socioeconómica das populações.

Dentre o material capturado mais significativo salienta-se: 1 metralhadora pesada, 4 metralhadoras ligeiras, 6 pistolas-metralhadora e 17 espingardas.

Em 160ut68, foi rendido no sector de Bambadinca pelo BCaç 2852 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

* * *

A CArt 1646 foi inicialmente colocada em Bissau, ficando integrada no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área, em substituição da CCaç 799, na dependência do seu batalhão, sendo, de 21Mai67 a 23Jun67, transitoriamente, substituída pela CCaç 1683. 

Após ter cedido temporariamente um pelotão para Bula, em reforço do BCaç 1876, de 01
a 20Abr67, foi atribuída na totalidade em reforço do BCaç 1876, para tomar parte em operações nas regiões de Bipo, Choquemone, Ponta Matar e Pelundo, entre outras, de 21Mai67 a 04Ag067. 

Depois de ter sido substituída no sector de Bissau pela CArt 1742, foi transferida para Fá Mandinga, em 04Ag067, a fim de integrar o dispositivo e manobra do BCaç 1888, com um pelotão destacado em Bambadinca.

Em 14Nov67, por troca com a CCaç 1551, assumiu a responsabilidade do subsector de Xitole, com pelotões destacados em Saltinho e Mansambo, este até 05Mai68, ficando integrada no BCaç 1888 e depois no seu batalhão.

Em 18Set68, foi rendida pela CArt 2413 por troca e voltou a Fá Mandinga em 20Set68, onde se manteve até 060ut68. Em seguida, recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso, sendo transitoriamente integrada no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área a cargo do BCaç 1911.

***

A CArt 1647 foi inicialmente colocada no sector de Bissau a fim de colmatar a saída anterior da CCaç 1589 no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área a cargo do BArt 1904.

Em 24Mar67, por troca com a CCaç 1438, iniciou o deslocamento para o subsector de Quinhámel, com destacamentos em Ilondé, Orne, Ponta Vicente da Mata e Ondame, tendo assumido a responsabilidade do referido subsector em 31Mar67.

Em 05Ag067, rendida pela CCaç 1549, foi colocada de novo em Bissau, a fim de substituir a CCaç 1438 no dispositivo do sector e, cumulativamente, desempenhar as funções de subunidade de reserva do CTIG, sendo atribuída a partir de 07Ag067 ao BCaç 1876, para realização de operações na região de Bula.

Em 11, 16 e 20Set67, deslocou-se por fracções para Binar, a fim de render a CCaç 1498, assumindo a responsabi lidade do respectivo subsector em 19Set67 e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1876 e depois do BCav 1915.

Em 130ut68, foi substituída pela CCaç 2404 e recolheu a Bissau, a fim de  aguardar o embarque de regresso e sendo integrada transitoriamente no dispositivo do BCaç 1911, com vista a cooperar na segurança e protecção das instalações e das populações da área.

***

A CArt 1648 ficou colocada em Bissau como subunidade de intervenção e reserva do CTIG, sendo utilizada em diversas operações realizadas na região de Pelundo, Queré, Churobrique e Tiligi, em reforço do BCav 1905 e na região de Bula-Jolmete, em reforço do BCaç 1876.

Em 3IJu167, rendendo a CCaç 1487, assumiu a responsabilidade do subsector de Nhacra, com efectivos destacados em Safim, João Landim, Dugal e ponte de Ensalmá, ficando integrada no dispositivo do BArt 1904.

Depois de ter sido substituída no subsector de Nhacra pela CArt 1614, assumiu, em 13Jan68, a responsabilidade do subsector de Binta, com um pelotão destacado em Guidage, onde rendeu a CCaç 1546 e ficou integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1932 e depois do COP 3.

Em 140ut68 foi substituída pela CArt 2412 e recolheu a Bissau a fim de aguardar o embarque de regresso, sendo transitoriamente integrada no dispositivo do BCaç 1911, com vista a cooperar na segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 80 - 2ªDiv/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 212/ 214
___________

Nota do editor:


(...) Percorridos cerca de 10 quilómetros por uma estrada bem asfaltada e com muitas retas, chegámos a Binar, onde no período de 1973 e 1974, se sediou o aquartelamento da Companhia de Caçadores 17 (CCAÇ 17), constituída por 23 homens do Continente Português (1 Capitão, 4 Alferes, 1 Sargento, 9 furriéis, 5 cabos e 3 praças e mais 144 elementos africanos (5 furriéis, 11 cabos e mais 128 soldados, que comandei, como Capitão Miliciano, durante cerca de oito meses.

Ao chegarmos ao cruzamento da localidade, virámos para norte, para cerca de 500 metros depois, chegarmos ao local onde existiu o antigo aquartelamento, tendo de imediato sentido um arrepio ao ver o local onde estive instalado e em zona onde também existiam habitações da administração e tabancas da população local.

Começando por falar da vedação das nossas antigas instalações, referiria que da mesma, na altura constituída por duas redes de arame farpado paralelas e separadas cerca de uns 15 metros uma da outra, com entrada/saída nos topos norte e sul, nem sinais dela agora existem.

Mal estacionámos no local onde era a parada do antigo aquartelamento, senti logo uma profunda emoção ao ver ainda de pé e em estado de boa conservação, uma antiga capelinha, encostada a um enorme poilão, que continha no seu interior um pequeno oratório, onde estava colocada uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima, capelinha essa que havia sido construída pela Companhia de Militares Portugueses que nos antecedeu e da qual não me recordo a sua identificação.

Essa capelinha, creio que foi construída como agradecimento a Nossa Senhora pelo facto de quase no topo dessa árvores e bem lá em cima, ainda se poder ver uma granada de RPG, que havia sido disparada por tropas do PAIGC e que lá ficou espetada, sem explodir. (...)


(**) Último poste da série > 18 de julho de 2022 > Guiné 61/74 - P23439: O nosso livro de visitas (216): Areolino Cruz (Bafatá, 1944 - Cubucaré, 1965) foi meu colega de carteira no Colégio Nuno Álvares, em Tomar, nos anos de 1957/58. Guardo dele uma terna recordação (Francisco A. Monteiro e Souza, natural de Cabo Verde, a viver nos Açores, ex-membro da FAP e da TAP)

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20264: Em busca de... (299): Camaradas do ex-alf mil António Vieira Abreu, recentemente falecido em Lisboa, e que pode ter pertencido ao BART 1904 (Bissau e Bambadinca, jan 67 / out 69) (João Crisóstomo, Nova Iorque; Manuel Carvalho Gondomar; José Martins, Odivelas)


Foto nº 5


Foto nº 6


Guiné > s/l > s/d > c. 1967/68 > O Alf António Veira Abreu com o seu grupo de combate, militares que poderão ter pertencido ao BART 1904 (Bissau e Bambadinca, 1967/69),à CCS, ou às companhias de quadrícula, CART 1646, 1647 e 1648


Fotos: © João Crisóstomo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]


1. Mensagem do João Crisóstomo, com data de ontem:

Luís Graca,
O Vieira Abreu a bordo de um "sintex"
Vou tentar mais alguma info sobre o Vieira Abreu. Pensei que querias “uma foto" dele ( pedi duas fotos à São, uma à paisana e outra da tropa, mas enviou umas poucas , todas da Guiné.  Enviei-te estas quatro para escolheres (*) , mas, sendo assim há/ tenho mais algumas que a São me mandou; junto mais duas pois nelas aparecem outros “camaradas". Nos meus “canhenhos" o nome que tenho dele é António Vieira Abreu.

Vou confirmar logo que puder. E se conseguir mais alguma info envio-te de imediato.

Vou fazer o que puder pela "Tabanca da Diáspora", mas não te quero alimentar esperanças demasiadas, pois os resultados, por razões várias (, a maioria fora do meu controlo, ) até ao momento têm sido aquém dos meus esforços. (...)
Abraço, João

João Francisco Crisóstomo
Queens, New York


2. Comentário de Manuel Carvalho (Gondomar), ex- (ex-fur mil armas pesadas inf, CCAÇ 2366 / BCAÇ 2845, Jolmete, 1968/70) (*):

Caro amigo Luis Graça

Acerca do nosso camarada Vieira Abreu,  se ele embarcou em Janeiro de 67 só pode ter pertencido ao Bart 1904 que esteve em Bissau e em Fevereiro/68 foi para Bambadinca. 

As companhias operacionais foram as CArt 1646, 1647 e 1648 que também estiveram em Bissau até meados de 67 e é natural que tenham ido fazer alguma operação para a zona onde estava o camarada João Crisóstomo e se tenham encontrado. 

Com os dados que temos, o camarada Vieira Abreu pode ter pertencido a qualquer uma destas companhias inclusive a CCS do BART 1904. 

As outras companhias que foram em Janeiro de 67 para a Guiné foram a CArt 1659 que foi para Gadamael, a 5ª de Comandos e os Pelotões de Reconhecimento 1143 e 1165: o  1143 esteve em Bafatá e em Teixeira Pinto onde ainda convivi com alguns em junho e julho de 68 no Pelundo com quem aprendi algumas coisas, eles estavam no fim e eu estava a começar. Boa gente nunca mais vi nenhum mas gostava.

Um abraço
Manuel Carvalho


Guião do BART 1904 (Bissau e Bambadinca, janeiro de 1967 / outubro de 1969). Cortesia de © Carlos Coutinho (2004)

3. O nosso colaborador permanente, José Marcelino Martins, mandou-nos a seguinte lista dos locais (e datas) por onde passou o BART 1904 e as suas companhias de quadrícula.

Unidade |  Inicio |  Local  | Zona | Saida | Destino

B. Art. 1904 - CCS | janeiro 67 | Bissau | Bissau | fevereiro 68 | Bambadinca
B. Art. 1904 - CCS | janeiro 68| Bambadinca |  Leste | outubro 69 | Fim comissão
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 |  janeiro 67 | Bissau | Bissau | agosto 67 | Fá Mandinga
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | abril 67 | Bula | Oeste | abril 67 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 |  maio 67 | Bipo | Oeste |  agosto 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | maio 67 | Choquemone |  Oeste | agosto 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | maio 67 | Ponta Matar | Oeste | agosto 67 |  Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | maio 67 | Pelundo | Oeste | agosto 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | agosto 67 | Bambadinca | Leste | novembro 67 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | agosto 67 | Fá Mandinga | Leste |  janeiro 68 | Xitole
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | setembro 67 | Fá Mandinga | Leste | outubro 69 | Fim comissão
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | novembro 67 | Mansambo | Oeste | maio 68 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | novembro 67 | Saltinho | Leste | maio 68 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1646 | janeiro 68 | Xitole | Leste | setembro 67 | Fá Mandinga
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | janeiro 67 | Bissau | Bissau | abril 67 | Quinhamel
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | janeiro 67 ! Ilondé | Oeste | agosto 67 ! Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | janeiro 67 | Ome | Sul | agosto 67 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | janeiro 67 | Ondame | Bissau | agosto 67 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | janeiro 67 | Ponta Vicente da Mata | Bissau | agosto 67 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | março 67 | Quinhamel | Bissau | agosto 67 | Bissau
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | agosto 67 | Bissau | Bissau |  setembro 67 | Binar
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | agosto 67 | Bula | Oeste | agosto 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1647 | setembro 67 | Binar | Oeste | outubro 69 | Fim comissão
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | janeiro 67 | Bissau | Bissau | agosto 67 | Nhacra
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | fevereiro 67 | Pelundo | Oeste | julho 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | fevereiro 67 | Queré | Oeste | julho 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | fevereiro 67 | Churobrique | Oeste | julho 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | fevereiro 67 | Tiligi | Oeste | julho 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | fevereiro 67 | Bula | Oeste | julho 67 | Intervenção
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | julho 67 | Dugal | Oeste |  janeiro 68 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | julho 67 | Joáo Landim | Oeste | janeiro 68 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | julho 67 | Nhacra | Oeste | janeiro 68 | Binta
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | julho 67 | Ponte Ensalma | Oeste | janeiro 68 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | julho 67 | Safim | Bissau | janeiro 68 | Destacada
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | janeiro 68 | Binta | Oeste | outubro 69 | Fim comissão
B. Art. 1904 - C. Art. 1648 | janeiro 68 | Guidage | Oeste outubro 69 | Destacada


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15695: Estórias avulsas (84): A minha primeira missão (Abel Santos, ex-Soldado Atirador da CART 1742)

 

1. Em mensagem do dia 21 de Janeiro de 2016, o nosso camarada Abel Santos (ex-Soldado Atirador da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) conta-nos a sua primeira acção na Guiné, a partir de Bissau.




A minha primeira missão 

A minha primeira missão no Comando Territorial Independente da Guiné Portuguesa aconteceu após a chegada da minha CART 1742 a Bissau, onde desembarcámos a 31 de Julho de 1967.

Após o desembarque, fomos colocados em Santa Luzia, no chamado 600, substituindo a CART 1646, onde ficamos integrados no dispositivo do BART 1904, com vista à segurança e proteção das instalações e das populações da área.

Mas falava eu na primeira missão, que foi atribuída ao meu grupo de combate, mais propriamente à minha secção, quando fomos escalados para fazer segurança a um barco civil de transporte de géneros, para distribuição aos nossos camaradas espalhados pelas várias guarnições da Guiné.

Zarpamos manhã cedo do Porto de Bissau para aproveitar a maré cheia, e navegámos ao encontro dos nossos camaradas que estavam precisando de reabastecimentos, já que por terra era bastante complicado.

Embarcações utilizadas nos reabastecimentos às guarnições.
© Com a devida vénia ao ex-Fur Mil Rodrigues Lopes do BCAÇ 2852

A primeira guarnição visitada foi Catió, onde aportámos seriam umas quatro horas da tarde, isto ao fim de quase dois dias a navegar, e de ficarmos imobilizados no leito do rio, devido à maré ter baixado, não permitindo a navegação.

Chegados a Catió, fomos recebidos pelo comandante da malta lá instalada que nos obsequiou com um bom jantar (esparguete com atum) o que para nós, que estávamos a ração de combate, caiu que nem mel na sopa.
Encontrei lá um camarada dos meus tempos de escola, e aproveitamos para pôr a conversa em dia, com as notícias da terra. Fui também esclarecido sobre o que era a guerra de guerrilha no território guineense.
Depois de bem alimentados e conversados, o comandante da guarnição escalou uma secção do seu grupo de combate que nos transportou ao cais onde se encontrava o barco atracado com os restantes camaradas, que foram surpreendidos com uma alimentação quentinha, esparguete com atum, oferecida pelo comandante militar de Catió, o que muito nos sensibilizou, e que mais uma vez demonstrou o altruísmo da malta castrense. A noite passada no barco foi agitada, já que os obuses sediados em Cufar não paravam de bombardear a zona, colocando os “periquitos” em alerta permanente.

Pela 6 horas da manhã, aproveitando a maré cheia, levantámos âncora e lá fomos a caminho de Gadamael, onde chegámos por volta das 4 horas da tarde. Desta vez não houve jantar, pois a malta da guarnição local estava a ser alimentada a ração de combate porque a despensa apresentava-se vazia e a ultima refeição quente tinha ocorrido ao almoço, arroz com um pouco de carne, do que ainda restava, daí a necessidade daquela malta ser reabastecida. Notei o incómodo daquele comandante, daquele homem que queria dar de comer aos seus soldados, e não tinha com quê, pedindo desculpa com a lágrima no canto do olho porque nada podia fazer. Fiquei sensibilizado com o comportamento daquele militar, que demonstrou possuir um grande altruísmo e carinho pelos seus semelhantes, grande lição de carácter me foi proporcionado, o que me serviu de guia pela vida fora. Obrigado camarada.

No regresso a Bissau, onde cheguei passados 10 dias, já não encontrei a minha Companhia no 600, pois tinha sido deslocada em 14Set67 para Nova Lamego, onde rendeu a CCAV 1963.

Foi assim o começo da minha prestação militar na Guiné Portuguesa.

Sem mais, recebam um forte alfa bravo, e até à próxima.
Abel Santos
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Nota do editor

Último poste da série de 18 de setembro de 2015 Guiné 63/74 - P15126: Estórias avulsas (83): Um velório no início da Comissão (José Vargues, ex-1.º Cabo escriturário)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10741: Memória dos lugares (199): Ponte do Saltinho no Rio Corubal: fotos do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71) (Parte I)


Foto nº 202 - A > Aspeto do tabuleiro da ponte do Saltinho (batisada como ponte gen Craveiro Lopes), com militares da CCAÇ 12 em passeio (possivelmente no final do tempo das chuvas, no 3º ou 4º trimestre de 1969)


Foto nº 202 > Aspecto geral da ponte


Foto nº 5 > Aspeto geral da ponte, vista do lado do aquartelamento do Saltinho... Em primeiro plano, o Humberto Reis e o "Alfredo" (, ambos do 2º Gr Comb da CCAÇ 12, 1969/71... No canto superior esquerdo vêem-se os fios elétricos do sistema de iluminação da ponte


Foto nº 5 - A  > Eu, Luís Graça, de costas..


Foto nº 206 > O Tony Levezinho, ex-fur mil, at inf, 2º Gr Comb, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)


Foto nº 203 > Ponte do Saltinho, vista da margem direita... Em cima dos arcos, pessoal da CCAÇ 12.


Foto nº 19 > Fur mil ati inf Arlindo Roda, 3º Gr Comb, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)... Por detrás do Arlindo, nota-se um poste dos holofotes que iluminavam a ponte (, foto possivelmente tirada já em 1970, na época seca)


Foto nº 45 > Arlindo Roda

~
Foto nº 57 > Arlindo Roda, no início da ponte (margem direita)


Foto nº 57 - A > Pormenor da placa, em bronze, evocativa da visita do gen Craveiro Lopes, em 1955, aquando da construção da ponte. Em baixo, na base em cimento, O nº, pintado à mão da CART 1646, que estava no Xitole e devia ter um pelotão destacado na ponte do Saltinho.

Sobre a CART 1646:/BART 1904: (i) mobilizada pelo RAP2, partiu para a Guiné, em 11/1/67, e regressou 31/10/68; (ii) passou por Bissau, Fá Mandinga. Xitole, Fá Mandinga e Bissau; (iii) comandante: cap art Manuel José Meirinhos; (iv) o BART 1904 esteve esteve sediado em Bambadinca, sendo comandado pelo ten cor art Fernando da Silva Branco; restantes unidades de quadrícula: CART 1647 (Bissau, Quinhamel, Bissau, Binar, Bissau); e CART 1648 (Bissau, Nhacra, Binta, Bissau).


Guiné-Bissau > Saltinho > Ponte General Craveiro Lopes > Novembro de 2000 > Lápide, em bronze, evocativa da "visita, durante a construção" do então Chefe do Estado Português, general Francisco Higino Craveiro Lopes, acompanhado do Ministro do Ultramar, Capitão de Mar e Guerra Sarmento Rodrigues, em 8 de Maio de 1955. Era Governador Geral da Província Portuguesa da Guiné (tinha deixado de ser colónia em 1951, tal como os outros territórios ultramarinos...) o Capitão de Fragata Diogo de Melo e Alvim... Craveiro Lopes nasceu em 1894 e morreu 1964. Foi presidente da República entre 1951 e 1958 (substituído então pelo Almirante Américo Tomás). Foto do "turista" Albano Costa, nosso camarada, que lá passou em novembro de 2000.

Foto: © Albano M. Costa (2006). Todos os direitos reservados


Foto nº  198 > Humberto Reis, fur mil op esp, 2º Gr Comb, CCAÇ 12

Guiné > Zona leste > Setor L5 (Galomaro) > Saltinho > Ponte > Pessoal da CCAÇ 12, passeia pela ponte depois de chegada, a "bom porto", de mais uma colunas logística (Bambadinca-Mansambo- Ponte dos Fulas - Xitole - Saltinho)... Passeio descontraído, sem armas... Alguns, inclusive, foram dar um mergulho nas águas límpidas do Rio Corubal...Vê-se que as fotos são de épocas diferentes, ou de estações diferentes, por causa do caudal do rio e das ervas na ponte: fim da época das chuvas (3º ou 4º trimestre de 1969) (5, 202, 203, 2006),  época seca, 1970 (as restantes)...

Fotos: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados


1. Mensagem, de ontem, do Paulo Santiago (*):

Luís:

Boas fotos. Foram tiradas em épocas diferentes. Assim, as 206 e 203,mostram um elevado caudal do rio que submerge a ponte submersível (passe a redundância). Corresponderão a uma data a seguir à época das chuvas.Também as ervas espontâneas,verdes em algumas fotos,secas noutras,denotam diferenças de estação.

A ponte tinha uns holofotes, notam-se na foto nº 19, a meio da viga que liga os dois últimos arcos e na foto nº 5 vê-se à esquerda os fios que alimentavam aquele dispositivo de iluminação.

Faziam-se patrulhamentos na margem esquerda,com frequência até ao rio Mabia, zona onde um Gr Comb comandado pelo Alf Mota, no último dia do Ramadão de 71, deu de caras com um grupo do PAIGC que vinha flagelar o quartel. O Mota ficou gravemente ferido.

Durante a minha permanência no Saltinho,  nunca houve ataques ao quartel,e a última flagelação ocorrera ainda na altura da presença de um pelotão do Xitole (66/67 ???).

Contabane pertencia a Aldeia Formosa, passei por lá uma vez numa operação com uma companhia independente (madeirense ou açoreana) que antecedeu a CCAÇ 18.

Um dia, já com o reordenamento meio construído, chegou uma info A2 (?) prevendo um ataque para essa noite. Não houve ataque, mas os obuses 14 de Aldeia meteram-me em respeito. Ao cair da noite,o meu grupo ocupou a vala do reordenamento e preparou o 82 B 10 [, canhão s/r, russo,]; e preparámo-nos para reagir. Havia uma carta de fogo com pontos a bater pela Artilharia, e o [cap] Clemente [, da CCAÇ 2701,] pediu para esses pontos serem batidos, só que eu não sabia. Aquelas "ameixas" de obus a caírem umas dezenas de metros à nossa frente impressionavam, e houve uns estilhaços (estilhações) que arrancaram chapas das casas já construídas.

Abraço, Paulo


2. Mensagem, de ontem, do António Levezinho

Amigos

Lamento mas não tenho qualquer contributo a dar a propósito daquele local. Afinal, íamos lá sempre num saltinho e com a preocupação da viagem de regresso na mente.

Um abraço,
Tony Levezinho


Guiné > Mapa da província (1961) > Escala 1/500 mil > Pormenor da zona leste (região de Bafatá) > Setores L1 (Bambadinca) e L5 (Galomaro), com os itinerários alternativos para se chegar ao Saltinho, no Rio Corubal: (i) Bambadinca - Mansambo - Xitole - Saltinho; (ii) Bambadinca (ou Bafatá) - Galomaro - Dulombi - Quirafo - Saltinho.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2012)


3. Comentário de L.G.:

No 2º semestre de 1969, para se chegar a qualquer uma das unidades de quadrícula do Setor L1, a sul de Bambadinca (Mansambo, Xitole e Saltinho, embora esta já pertencesse ao sector de Galomaro, o L5) não havia nenhuma alternativa a não a ser a terrestre: a estrada Bambadinca-Mansambo-Xitole-Saltinho, que terminava justamente na ponte do Saltinho, estando interdita a partir daí. (Tirando o helicóptero, claro...).

A estrada de Bambadinca (ou Bafatá) - Galomaro-Dulombi - Quirafo - Saltinho às vezes também ficava interdita, a partir da Galomaro e/ou Dulombi, devido às chuvas e à acção do PAIGC, pelo que as NT ali colocadas também dependiam do abastecimento feito a partir de Bambadinca (o eixo Xime-Bambadinca-Bafatá  era a grande porta de entrada de toda a zona leste, do Xime até Buruntuma).

A própria estrada Bambadinca-Mansambo-Xitole estivera interdita entre Novembro de 1968 e Agosto de 1969. O Op Belo Dia, a 4 de Agosto, já aqui sumariamente descrita, destinou-se justamente a reabrir esse troço fundamental para as ligações do comando do Setor L1 com as suas unidades a sul Um mês e tal depois, ainda em época das chuvas, fez-se uma segunda operação para novo reabastecimento, patrulhamento ofensivo e reconhecimento. (**)

Por fim, a 14 de Novembro de 1969, a CCAÇ 12 efectuaria a última coluna logística para Xitole/Saltinho, integrada numa operação. Após o regresso, os Gr Comb das unidades em quadrícula na área, empenhados na segurança da estrada Mansambo-Xitole, executariam um patrulhamento ofensivo entre os Rios Timinco e Buba, não tendo sido detectados quaisquer vestígios IN (Op Corça Encarnada).

A partir dessa data (e até ao final da comissão, em março de 1971, para os quadros metropolitanos da CCAÇ 12), estas colunas de reabastecimento das NT em unidades de quadrícula, aquarteladas em Mansambo, Xitole e Saltinho, tomariam um carácter de quase rotina, passando a realizar-se periodicamente (duas vezes por mês, em média), e com viaturas civis, escoltadas por forças da CCAÇ 12

A segurança ao longo do itinerário, essa, continuava, no entanto, a movimentar seis Gr Comb das unidades em quadrícula de Mansambo, Xitole e Saltinho. Na prática, isto significava que o abastecimento das NT nestas três unidades implicava a mobilização de forças equivalentes a um batalhão (3 companhias). No tempo seco, o inferno, para além das minas, era o pó, o terrível pó que cobria tudo e todos...

O Saltinho, embora passasse a depender operacionalmente do Setor L5 (Galomaro), a partir da data em que as NT evacuaram Quirafo (, julho de 1969,s e não me engano), continuava no entanto ligada ao Setor L1 para efeitos logísticos, uma vez que a estrada Galomaro-Saltinho se mantinha parcialmente interdita desde o início das chuvas devido à actividade do IN na região. (**)

A respeito das "acessibilidades" do setor L5, diz o nosso camarada Luís Dias, ex-alf mil da CCAÇ 3491 (Dlombi, 1971/74)

(...) "O principal itinerário da companhia era a estrada Dulombi-Galomaro/Galomaro-Bafatá ou Bambadinca, em que se transitava com alguma facilidade (terra batida até ao cruzamento para Bafatá ou Bambadinca, porque depois já eram estradas alcatroadas), com excepção da época das chuvas em que a bolanha do Rio Fanharé (entre Dulombi e Galomaro) a tornava de difícil transposição. Os outros itinerários eram as estradas Dulombi-Jifim-Galanjo(A), difícil na época seca e impraticável na época das chuvas e Dulombi-Quirafo que era impraticável na época das chuvas e cheio de capim devido à sua pouca utilização na época seca (nunca foi utilizado após a emboscada efectuada no Quirafo contra elementos da CCAÇ 3490, em Abril de 1972)" (...).
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 29 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10739: Memória dos lugares (198): A ponte do Saltinho e o ninho da metralhadora Breda (Paulo Santiago, Pel Caç Nat 53, 1970/72 / Luís Graça, CCAÇ 12, 1969/71)

(**) Sobre as colunas logísticas até ao Xitole e Saltinho,  vd. postes de:

8 de dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7401: A minha CCAÇ 12 (10): O inferno das colunas logísticas Bambadinca - Mansambo - Xitole - Saltinho, na época das chuvas, 2º semestre de 1969 (Luís Graça)

28 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7354: A minha CCAÇ 12 (9): 18 de Setembro de 1969, uma GMC com 3 toneladas de arroz destruída por mina anticarro (Luís Graça)

7 de setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6948: A minha CCAÇ 12 (6): Agosto de 1969: As desventuras de Malan Mané e de Mamadu Indjai nas matas do Rio Biesse... (Luís Graça)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10739: Memória dos lugares (198): A ponte do Saltinho e o ninho da metralhadora Breda (Paulo Santiago, Pel Caç Nat 53, 1970/72 / Luís Graça, CCAÇ 12, 1969/71)



Guiné > Zona leste > Setor L5 (Galomaro> Saltinho > 1972 > Pel Caç Nat 53 > Vista aérea da ponte e do Rio Corubal no Saltinho, antes da construção do reordenamento de Contabane, na margem esquerda (hoje, Sinchã Sambel).

Foto: © Paulo Santiago (2010). Todos os direitos reservados.[Editada por L.G.]


Fto nº 202 > Ponte do Saltinho... Militares da CCAÇ 12 que acabavam de chegar, em coluna logística, oriunda de Bambadinca... Presumo que a foto de seja do 3º ou 4º trimestre de 1969... Em primeiro plano, à esquerda, de costas, o Humberto Reis com 1º cabo, do seu 2º Gr Comb, o "Alfredo"... Mais à frente, à direita, também de costas, mas assinaldo com um círculo a vermelho, sou eu...Como se vê na foto, não havia na altura nem cavalos de frisa,. nem postos de sentinela, nem ninhos de metralhadora, nos topos da ponte...



Foto  > Arlindo Roda, fir mil da CCAÇ 12, fotigrafado, de no in´cio da ponte, do lado do Saltinho... Em primeiro plano, há duas inscrições que merecem ser descodificadas: dois números,  818, 1646... O primeiro deve um nº de identificação ou de inventário desta obra de arte; o segundo (, pintado à mão),
é mais provavelmente o nº da CART 1646 / BART 1904 (1967/68), que esteve no Xitole e Saltinho.

A lápide, em bronze, evoca a "visita, durante a construção" do então Chefe do Estado Português, general Francisco Higino Craveiro Lopes, acompanhado do Ministro do Ultramar, Capitão de Mar e Guerra Sarmento Rodrigues, em 8 de Maio de 1955. Era Governador Geral da Província Portuguesa da Guiné (tinha deixado de ser colónia em 1951, tal como os outros territórios ultramarinos) o Capitão de Fragata Diogo de Melo e Alvim... Craveiro Lopes nasceu em 1894 e morreu 1964. Foi presidente da República entre 1951 e 1958 (substituído então pelo Almirante Américo Tomás).

Fotos: © Arlindo Teixeira Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Editada por L.G.]



Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > 1972 > Vista aérea do Rio Corubal, da ponte Craveiro Lopes , e 4 arcos (, construída em cimento armado e inaugurada em 1955), e do aquartelamento do Saltinho (na margem direita, instalações hoje transformadas em unidade hoteleira)... A montante da ponte, pode-se ver restos da "passagem submersível", em uso até 1955. Nesta foto de 1972 também é evidente a não existência,  nos topos, de quaisquer cavalos de friza ou postos de sentinela ou ninhos de metralhadora. Foto do nosso camarada Álvaro Basto, régulo da Tabanca Pequena (Matosinhos)

Foto: © Álvaro Basto (2007). Todos os direitos reservados.

1. Mensagem do Paulo Santiago, com data de hoje:

Luís

A propósito do teu último comentário no poste P10730, anexo uma foto (está algures no blogue),  onde se vê nada existir na ponte [, a primeira foto acima publciada, neste poste]. Existiam apenas, na foto não se notam, dois cavalos de frisa, um em cada topo. Esta foto foi tirada antes de iniciada a construção do reordenamento na outra margem.

Ao fundo, à direita da ponte, está o abrigo do meu pelotão. Junto do abrigo, à sua esquerda, o ninho da Breda que ficava no enfiamento daquela obra de arte.

Abraço
P. Santiago.


2. Mensagem de L.G., enviada hoje ao Paulo Santigao, com conhecimento ao Humberto Reis e ao Tony Levezinho:

Paulo: Mando-te umas fotos do álbum do meu camarada Arlindo Roda, da CCAÇ 12.. São do Saltinho, e devem ter sido tiradas, as de mais baixa numeração (nº ) em meados de 1970, já no tempo do novo batalhão, o BART 2917... Há malta da CCS que foi connosco, o caso do fur mil enf Coelho (que vive hoje em Beja, e tinha a esposa em Bambadinca).

Não me parece que as fotos, que não trazem legenda, tenham sido todas tiradas na mesma altura... As da numeração mais alta (F1000200 e ss.) , parecm-me mais antigas (3º ou 4º trimestre de 1969)... A maior parte das vezes, as nossas colunas logísticas não iam s ao Saltinho, fazíamos a segurança até ao Xitole, e voltávamos... O Xitole depois encarregava-se de fazer chegar ao Saltinho os abastecimentos...

Eu apareço, de costas, numa ou duas fotos, na ponte (nº 202)... Aparentemente se não veem nem cavalos de frisa nem posto de sentinela nem "ninho" de metralhadora... Terá sido confusão minha ?

Provavelmente já existia o tal abrigo do teu pelotão, à direita, antes do início da ponte, e o tal da ninho da Breda, à esquerda do abrigo, que podia varrer todo o tabuleiro da ponte, em caso de ataque IN pela ponte... Deve ter sido ido que eu vi, na altura, emboar tu ainda estivesses lá...

Devo ter ido ao Saltinho ainda em 1969 (no tempo do BCAÇ 2852), e depois em meados de 1970 (no tempo do BART 2917)... Já não te posso garantir quantas vezes lá fui... Um das minhas idas está documentada, e na altura a ponte estava cheia de ervas, denotando pouco ou nenhum uso ...

Ofereço-te estas belíssimas fotos que vou publicar no blogue...Mando também para o Humberto e para o Tony, pode ser que eles se lembrem de mais pormenores... Fiz um aproveitamento da tua foto aérea da ponte...para veres melhor os pormenores... Tens também uma de 1972, do Álvaro Basto.

Queres fazer algum comentário para eu inserir no poste ?... A ponte não era iluminada à noite... Vocês iam para o lado de lá ? Era seguro ? Donde vinham os ataques ? Alguma vez foste de viatura até Contabane ? Ou mais longe, Mampatá ? Quando é que a estrada ficou interdita ?

O Arménio Estorninho ainda se lembra de ter feito uma "coluna auto de Aldeia Formosa-Saltinho-Aldeia Formosa, com passagem por Contabane, que encontrava-se incendiado e evacuado."... Isto, em agosto de 68, sendo a finalidade da coluna a entrega de "material sobressalente para viaturas auto" no Saltinho. Também nos diz que por volta 1970 a Ccaç.2701 estava aquartelada no Saltinho, sendo o Furriel Mec Auto o José Luís dos Reis.

Também o Zé Brás já comentou aqui que "a estrada Xitole-Aldeia Formosa cheguei a fazê-la sozinho com um condutor em jeep ainda em 67 e sem problemas"...

Em comentário ao mesmo poste, o P10730,  eu expliquei ao Arménio, no meu tempo (junho de 69/março de 1971) a estrada acabava na ponte do Saltinho, se não estou em erro... e que ainda timha "uma vaga ideia de lá no fim haver um ninho de metralhadores, montado para defesa da ponte e do aquartelamento do Saltinho"... Ou teria sido "miragem minha", interrogava-me eu ?

Nessa altura, o percurso até Quebo estava "interdito"... O mesmo aconteceu entre novembro de 1968 e agosto de 1969, em relação ao troço de estrada Mansambo-Xitole... Fomos nós, CCAÇ 12 e outras forças, que o (re)abrimos nessa altura... Foi uma época épica de colunas logísticas de Bambadinca para o Xitole e o Saltinho (que até então só podiam ser abastecidos via Galomaro).


Um abração. Luís
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Nota do editor:

Último poste da série > 28 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10734: Memória dos lugares (197): Elvas, património mundial da humanidade - Forte de Nossa Senhora da Graça (ou Forte Lippe) - A barrilada (António José P. da Costa)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8550: Em busca de... (168): Sado Baldé, major da Guarda Fiscal da RGB, e meu amigo, procura ex-Alf Mil Infante, que comandou um pelotão no Saltinho, em 1967 ou 1968 (Paulo Santiago)

Guiné-Bissau > Bissalanca > Aeroporto Osvaldo Vieira > 29 de Fevereiro de 2008 > Sapa VIP > O major da Guarda Fiscal Sado Baldé e o seu grande amigo e membro da nossa Tabacanca Grande, o Paulo Santiago (que acabara de chegar na caravana automóvel que partira de Coimbra em 21 de Fevereiro).

Foto: © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados

 

Guiné- Bissau > Instalações da AD - Acção para o Desenvolvimento > Julho de 2007 > O Sado Baldé, quadro superior da Direcção-Geral de Alfândegas, major da Guarda Fiscal, amigo do Paulo Santiago. Tive a oportunidade de o conhecer pessoalmente neste dia: foi gentilíssimo para comigo... (LG)


Foto: © Pepito/ AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados




1. Mensagem, com data de ontem, do Paulo Santiago:


Boa Noite:  Esteve hoje em minha casa o Sado Baldé, um puto do meu tempo, agora major da GF [, Guarda Fiscal], lá na Guiné.


Já da última vez, que esteve em Portugal, me falou do assunto para que peço ajuda, mas esqueci-me completamente, e antes que me volte a esquecer aqui vai. (*)


O Sado gostava de encontrar (ou saber notícias de) o Alferes Infante que comandou um pelotão, pertencente à companhia do Xitole, e que esteve destacado no Saltinho no ano de 67 ou 68.


Este pelotão, única unidade na altura aquartelada no Saltinho, foi fortemente atacado, tendo, entre outros, morrido os Fur Mil Batista e Santos.


Agradecia que publicassem este desejo do Sado no blogue, poderá haver alguém que conheça o ex-Alf Mil Infante.

Abraço
P. Santiago


P.S. Existem no blogue algumas fotos onde aparece o Sado Baldé (**)


2. Mail enviado a toda a Tabanca Grande, através da nossa rede interna (cerca de 500 endereços)


Amigos e camaradas:


Alguém tem informação adicional de modo a poder ajudar o nosso camarigo Paulo Santiago e o seu (e meu conhecido) amigo Sado Baldé, um djubi do tempo dele no Saltinho e hoje quadro superior das Alfãndegas da República da Guiné-Bissau ?


O Alf Mil Infante, que o Sado procura, deve ter pertencido a uma destas companhias que estiveram no Xirole:


CCAÇ 1551 / BCAÇ 1888 (20/4/1966 - 17/1/68) ou  CART 1646 / BART 1904 (1967/68)...


A malta da CART 2339 (Mansambo, 1968/69) privou com a malta da CART 1646 (se não me engano)... A CCAÇ 1515 por sua vez esteve em Bambadinca, Fá Mandinga, Xitole e de novo Fá Mandinga. O BCAÇ 1888 esteve sediado  em Fá Mandinga e Bambadinca...


A seguir à CCAÇ 1646, esteve no Xitole a CART 2413 (1968/70), que teve quatro mortos mas nenhum dos furriéis referidos...  Fizemos operações em conjunto, eles e a minha malta da CCAÇ 12 (1969/71). No blogue Xitole, não constam companhias mais antigas que a CART 2413.


Abraço do tamanho do Corubal.
Luís Graça


3. Resposta, às 15h07, de hoje, por parte do Torcato Mendonça (CART 2339, Mansambo, 1968/69):


Luís: A Companhia do Xime era a Cart 1746, comandada pelo Cap Mil Vaz e pertencente ao Bart 1904. Os Alferes eram o Madaíl, um de Évora;  Montes? creio que não, talvez Mata;  um que foi evacuado para a metrópole em meados de 68 (estive com ele em Agosto de 68 na minha vinda de férias, acompanhado com o Cap Vaz);  e um outro que era, salvo erro, de Angola. Não recordo o nome.


O 1888 esteve antes de 68. Aliás dizes que saiu em Jan/68.


Em 68, pertencente ao BCaÇ 2852 estava a 2406 no Saltinho (Os Tigres, a Companhia do Camacho Costa);  a 2413, Cap QP Medina Ramos, era do Xitole. Não sei a que batalhão pertencia esta Companhia.


Não me recordo o nome dos alferes. Devia saber-se a Companhia e o ano. A malta do mato convivia pouco e, quando se fazia uma operação ou nos encontrávamos , o nome, para mim e muitos outros , era apêndice sem importância. Depois as décadas apagaram melhor que borracha...delete ...e tudo o vento levou!


Ab T
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Notas do editor: