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domingo, 17 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25281: Convívios (985): 55.º Almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 14 de março de 2024 - II (e última) Parte

 

Manuel Resende (São Domingos de Rana) e José Jesus (Trajouce), ou melhor, régulo e adjunto...  (O Manuel Resende não precisa de apresbetações: tem mais de 140 referêrncias no nosso blogue.)


Carlos Silvério (Ribamar, Lourinhã) (É também membro da Tabanca Grande): O o nosso grã-tabanqueiro nº 783 foi fur mil at cav, CCAV 3378 (Olossato e Brá, 1971/73).



Manuel Leitão (o "Mafra"): O Manuel Calhandra Leião foi 1º cabo, Pel Mort 1028 (Enxalé, 1965/67),  e sentar-se  à sombra do nosso poilão, sob o nº 867.


Pedro Leitão, filho do "Mafra"


Joasquim Peixeira (Loures). outro "pira" na Tabanca da Linha




Heroíno Cabral (Lisboa)



Carlos Raposo (Carcavelos) ("cara nova" na Tabanca da Linha)



António Pina (São João da Talha)


António Varanda (Lisboa)



Orlando Pinela (Caxias) e Carlos Alberto Pinto (Amadora): dois velhos membros da Tabanca Grande


Luís Marinho,  "pira" (vive na Moita),  e o Carlos Ferrand (Lisboa)



Afonso Barroso (Oeiras)
 


José Trindade, "cara nova"... (vive em São João da Talha)

João Rosa (Lisboa)


Oeiras > Algés > Restuarahnte Caravela de Ouro > 14 de março de 2024 > 55º convívio da Magnífica Tabanca da Linha


Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mais uma edição dos convívios da Tabanca da Linha.  Foi o nº 55.  Quando chegar aos 100, o Manuel Resende, jura que se reforma... Já marcou o 56º, para 23 de maio de 2024,,, Quinta feira, pois claro. E no sítio do c0stume, o Restaurante Caravela de Ouro, em Algés,,, 

Para saber mais o nosso leitor pdoe consultar a página do Facebook de A Magnífica Tabanca da Linha (grupo privado já com 155 membros)... 

Com este convívio, o 55º, realizado no passado dia 14 de março (*), entraram mais seis "piras" ou "caras novas":  Carl0s Raposo, João Crisóstom0, Joaquim Peixeira (apelido bem alentejano, e não Teixeira), José Trindade, Luís Marinho, Manuel Leitáo (ma tropa conhecido como o "Mafra"). 

Parabéns ao Manel e ao seu ajudante, o Zé Jesus, que, pelo quer vimos, tem jeito e está aprovado  para o cargo de  "tesoureiro".  Parabéns a todos os "magníficos" que, de Setúbal à Lourinhã e de Lisboa a Sintra,  quiseram aproveitar mais  duas/três horas do seu tempo de vida para um são e alegre convívio entre antigos combatentes. Parabéns também às nossas companheiras que alegraram as nossas mesas...  Sem esquecer os mais jovens que nos acompanharam, o Pedro Leitão, filho do Manuel Leitáo, e a Cristina, filha do João Crisóstomo...

O Victor Carvalho (que vive em Linda-A-Velha, mas é natural de Peniche) aceitou o nosso convite patra integrar a Tabanca Grande. Já partilhou algumas fotos do seu álbum. Foi fur mil enf, CCAÇ 2658 / BCAL 2905 (Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Paunca, Mareué, Brá, 1970/71).

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 16 de março de  2024 > Guiné 61/74 - P25277: Convívios (984): 55.º Almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 14 de março de 2024 - Parte I

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23182: Humor de caserna (51): O anedotário da Spinolândia: "Sabes o que é um lapso, rapaz?" (Rogério Ferreira, ex-fur mil at inf, MA, Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, 1970/71)

1.  Não é só do "Gasparinho", "nickname", do cap e depois major art José Joaquim Vilares Gaspar (1935 - 1977) que se alimenta o anedotário da Spinolândia... 

O próprio Com-Chefe e Governador-Geral  do CTIG, António Spínola, brigadeiro e depois general, entre 1968 e 1973, alimentou o bom e o mau hunor das nossas casernas...

Caco Baldé  ou simplesmente Caco era alcunha mais popular do Gen Spínola. Mas também  era tratado por Homem Grande de Bissau,  O Velho. O Bispo... 

Origem da alcunha: vem de caco, monóculo, mais  Baldé, apelido frequente entre os fulas. O historiador Luís Nuno Rodrigues escreveu a sua biografia (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2010; a foto ao lado é retirada da capa do livro, com a devida vénia...)

Recorde-se que o monóculo é um tipo de lente corretiva utilizada para corrigir a visão em apenas um olho, sendo constituída por uma lente circular, geralmente com um fio ao redor da circunferência do anel que pode ser associado a uma corda; a  outra extremidade da corda é então ligada ao vestuário em uso para evitar a perda do monóculo. Origem da palavra: do grego: mónos, único e do latim, oculu, olho (Fonte: Wikipedia)..

Andam por aí muitas histórias deliciosas anedotas ou não) do militar mais carismático do nosso tempo de Guiné.  Vamos tentar compilar algumas, inéditas ou já publicadas. Elas também falam o nosso quotidiano, os nossos camaradas e os nossos chefes.  Na série "Humor de caserna" cabe toda a gente.

Só se contam anedotas de quem a gente gosta, aprecia, valoriza, respeita, teme, e às vezes ama e odeia ao mesmo tempo... E o Gen Spínola foi tudo isto, durante a guerra colonial e depois do 25 de Abril.


2. Havia, por parte da maioria da malta do nosso tempo, do Zé Soldado, mas também dos milicianos, um sentimento algo ambivalente em relação ao Caco Baldé... Não sei se ele era verdadeiramente adorado, como ele gostava de o ser (ou de ter sido), por todos os seus subordinados, os metropolitanos e os do recrutamemto local, a par dos seus queridos "guinéus", do Cacheu ao Cacine.

De um modo geral, as praças respeitavam-no e admiravam a sua maneira de ser e de estar, de comandar, de aparecer onde menos se esperava, a sua coragem física, o seu paternalismo autoritário, o seu populismo ("avant la lettre"), o seu carisma,  a sua "mise em scène", o seu perfil prussiano, o monóculo, o pingalim, enfim, a sua demagogia também, a sua voz de "ventríloquo"...  Era uma figura militar a quem ninguém podia ficar indiferente.

O Caco Baldé, como todos os grandes chefes militares, era  amado  por muito boa gente, mas também  temido, sobretudo  por muitos oficiais superiores,  nomeadamente a nível de batalhão (desde que não fossem da mesma arma do general, que era a cavalaria, diziam as más línguas).  

Dizia-se também que os fulas e os manjacos (as duas etnias mais "leais" às autoridades  portuguesas) o tratavam, com respeito e deferência,  como o "homem grande de Bissau". Penso até que o admiravam muito, nomeadamente as hierarquias daquelas duas comunidades étnicas.  

Não havia sondagens naquele tempo, nem nunca foi feito nenhum plebiscito. Em suma, era difícil de avaliar a popularidade de Spínola com números na mão. Tudo o que se possa escrever é baseado na percepção e observação daqueles de nós que estivemos no TO da Guiné no seu tempo. Mas quem, de nós, pode dizer verdadeiramente que o conheceu? Teríamos que  ter o testemunho daqueles.

O anedotário da spinolândia é muito maior que os  textos que já aqui publicámos sobre o humor de caserna... No meu tempo (1969/71), tenho a ideia que toda a gente contava anedotas do Spínola... Mas, passados todos estes anos, parece que até as anedotas do Homem Grande de Bissau  ou do Caco Baldé se nos varreram da memória...

Fica aqui o apelo para refrescarmos as nossas memórias. O humor de caserna é um antídoto contra a crise, a depressão, o mau-estar, o azedume que a idade também traz consigo, bem as núvens negras que atingem nesta altura a Europa e o resto do Mundo...

Começamos por republicar aqui, uma história que nos foi enviada em  1 de outubro de 2008,  pelo Rogério Ferreira, natural de Santarém, ex-fur mil at inf,  Minas e Armadilhas,  CCAÇ 2658/BCAÇ 290
5 (Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, 1970/71) (Foto à esquerda).


3. Anedotário da Spinolândia (1): 

Sabes o que é um lapso, rapaz ?

Quando da minha passagem por Paunca, estive num destacamento chamado Paiama [, na margem esquerda do Geba Estreito, a noroeste de Paunca,] e, alguns dias após o Natal de 70,  tivemos a visita do heli.

Mandados os soldados de piquete para a orla da mata a fazer segurança, o heli aterrou. Apareceu-nos então um sr. Capitão em passo de corrida, dizendo que era uma visita do nosso general (Caco Baldé), e que os soldados formassem como estavam nem que fosse em cuecas.

Logo instantes depois aparece o nosso General no seu camuflado de manga curta e seu monóculo. Olha em volta e, dando indícios de não conhecer o sítio, diz:
  Eu nunca aqui estive, isto quer dizer que não vos dei os votos de Boas Festas.

E virando-se para um dos nossos soldados, o J. J. 
 natural da Torre da Gadanha e cuja mãe lhe enviava umas ricas Boias, ou seja, pedaços de lombo de porco em banha numas latas tipo Cerélac, o qual hoje é carteiro na zona da Amadora  disse:
− Isto foi um lapso... Sabes o que é um lapso?
− Sei, sim, meu general, é uma coisa para escrever.

Grande risota geral, até do general.

Rogério Ferreira
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Notas do editor:


(**) Útimo poste da série > 18 de abril de  2022 > Guiné 61/74 - P23177: Humor de caserna (50): "O meu pessoal só pode transitar em canoas balantas. E alguns não sabem nadar. Conclusão: Siga a Marinha!": um documento do "Gasparinho" que ainda hoje nos suscita um sorriso amargo (António J. Pereira da Costa, cor art ref)

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12526: Fichas de unidade (9): Companhia de Caçadores N.º 2724 (Guiné, 1970/1972)





1. Em mensagem do dia 17 de Dezembro de 2013, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), a pedido do nosso editor Luís Graça, enviou-nos a Ficha da CCAÇ 2724.




COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2724

Brazão ou Crachá da Companhia de Caçadores nº 2724
© Foto de José Casimiro Carvalho (2010) ¹

Mobilizada pelo Regimento de Infantaria nº 15, de Tomar e, sob o comando do Capitão de Infantaria José Pinto Correia de Azevedo, adoptou como Divisa Non Nobis

Embarca em 04 de Abril de 1970, desembarcando em Bissau em 11 de Abril de 1970.


Síntese da Actividade Operacional:

Realizam o treino de aperfeiçoamento operacional, entre 16 e 22 de Abril de 1970, em sobreposição com a Companhia de Caçadores n.º 2401. Após o treino de aperfeiçoamento, assume a responsabilidade do Sector de Buruntuma, com um grupo de combate instalado em Camajabá. Fica integrado no dispositivo do Batalhão de Artilharia n.º 2857 e, mais tarde, do Batalhão de Cavalaria n.º 2922.

É durante este período que, ARNALDO ANTÓNIO MORAIS, Soldado Condutor Auto Rodas NM 10105369, casado com Maria Ernestina Alves Morais, filho de João António Morais e Cremilde da Conceição Cepeda, natural de Nuzedo de Cima, freguesia de Tuízelo e concelho de Vinhais, tombou vítima de ferimentos em combate num ataque inimigo ao aquartelamento de Buruntuma, em 5 de Setembro de 1970, sendo inumado no Cemitério Paroquial de Salgueiros e Tuízelo.

É rendida, em 17 de Fevereiro de 1971 em Buruntuma, pela Companhia de Cavalaria n.º 1747, sendo transferida para Nova Lamego, para dar protecção aos trabalhos da asfaltagem da estrada que ligava esta localidade a Piche.

Brazão ou Crachá da Companhia de Caçadores n.º 2724 
© Foto da colecção de Carlos Coutinho

Porém, a 24 de Fevereiro de 1971, inicia a deslocação para Bissau, tendo os grupos de combate ficado adidos à Companhia de Caçadores n.º 2571, até à chegada de todos os efectivos, que se verificou a 12 de Março de 1971.

A Unidade é integrada no Comando de Bissau e, em 13 de Março de 1971 assume a responsabilidade do subsector de Brá, substituindo a Companhia de Caçadores n.º 3327. Destacou forças para Safim e João Landim.

De 24 de Março a 6 de Abril de 1971, destacou um pelotão para reforço da guarnição de Nhacra, e de 14 de Abril a 7 de Junho, destacou dois pelotões para os reordenamentos de Jugudul Com e Changue Bedeta.

É substituído em Brá pela Companhia de Caçadores n.º 2658, seguindo para Quinhamel, para render a Companhia de Caçadores n.º 2617, onde assume a responsabilidade do subsector, com destacamentos em Ponta Vicente da Mata e Ondame.

A 23 de Fevereiro de 1972 é rendida em Quinhamel pela Companhia de Caçadores n.º 2796, recolhendo a Bissau. Iniciou a viagem de regresso a 13 de Março de 1972

(História da Unidade - Caixa nº 85 – 2.ª Div/4.ª Secção, do AHM)


Brazão ou Crachá da Companhia de Caçadores nº 2724 
© Foto de José Casimiro Carvalho (2010) ¹


(1) - Fotos de José Casimiro de Carvalho publicadas no P6708 de 10 de Julho de 2010 que teve o seguinte comentário:

Galileu disse...
Camarada José Carvalho
Fiquei bastante satisfeito em ver que o emblema da CCac. N.º 2724 que ficou em Buruntuma, ainda se encontra em perfeitas condições, embora já não esteja no mesmo lugar em que o deixámos. O molde do emblema foi feito por mim, e construído por um camarada do meu abrigo.
Aproveito esta oportunidade para cumprimentar a população de Buruntuma e agradecer a boa forma como sempre me trataram.
Obrigado e felicidades para todos.
O ex-furriel Acácio Lobo
acacio.lobo@sapo.pt
Sábado, Janeiro 15, 2011 11:34:00 PM

18 de Dezembro de 2013
José Marcelino Martins
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Nota do editor

Último poste da série de 24 DE OUTUBRO DE 2010 > Guiné 63/74 – P7169: Fichas de Unidades (8): Batalhão de Caçadores N.º 4514/72 (Guiné, 1973/74) (José Martins)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6724: Parabéns a você (131): 13JUL2010 - Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (Editores)


1. O nosso Camarada Rogério Ferreira, que foi Fur Mil Inf Minas e Armadilhas da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, completa hoje mais um aniversário.

2. É membro da nossa Tabanca Grande desde 30 de Setembro de 2008, praticou "turismo" em vários "ressorts" por quase toda a Guiné, cerrando fileiras junto de nós através do poste P3255, de que recordamos o seguinte trecho:

“Fui Fur Mil Inf e com a especialidade de Minas e Armadilhas. Pertenci a CCAÇ 2658/BCAÇ 2905. Estive em Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate e manga de LDG para ir do Xime até Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, aí até aos 19 meses, vindo os restantes meses para Bissau para o AGRABIS (600), ainda Nhacra umas duas semanas até ao barco.

Em Mareue, aldeia só com população, calhou-me construir um quartel, mas dessas peripécias contarei outro dia.

Calcorreei muito chão, do manjaco ao fula, do balanta ao mandinga.

Estive em Bambadinca pelo menos uma vez a beber umas bazucas com malta conhecida de Santarém, de onde sou, que era o Vitor Alves, furriel e um soldado ou cabo Orlando Rodrigues, já falecido depois do regresso. Conheço de algum modo a zona.

A estrada que ia do Xime para Bambadinca, quando cheguei, era só buracos pegados onde cabiam os unimogs mais pequenos e se deixavam de ver, demorando horas a atravessar.

Quando vim para a LDG estava tudo alcatroado, demorámos a volta de 20 minutos, lembro-me que habia soldados africanos a fazer-nos a segurança na orla da mata quem sabe se algum dos colegas que fazem parte do site e que são do meu tempo lá estariam a comandá-los.”
3. Independentemente das mensagens e comentários que os nossos Camaradas enviarem e colocarem, futuramente, no local reservado aos mesmos neste poste, em nome do Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, Magalhães Ribeiro e demais Camaradas da Grande Tabanca, que por vários motivos não puderem enviar-te as suas mensagens, queremos:

Desejar-te neste teu aniversário os nossos maiores e melhores votos, para que junto da tua querida família sejas muito feliz e que esta data se repita por muitos, bons e férteis anos, plenos de saúde, felicidade e alegria.
E mais te desejamos, que por longas e prósperas décadas, este "aquartelamento" de Camaradas & Amigos da Guiné te possa dedicar mensagens idênticas, às que hoje lerás neste teu poste e no cantinho reservado aos comentários.
Estes são os mais sinceros e melhores desejos destes teus Amigos e Camaradas, que como tu, um dia, carregaram uma G3 & outras cargas de trabalhos por tarrafos, matas e bolanhas da Guiné.
Com montanhas de abraços fraternos.

Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2010). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
12 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6719: Parabéns a você (129): António Dâmaso, Sargento-Mor da FAP (Editores)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6680: O Nosso Livro de Visitas (91): A. Branco, CCAÇ 16, Bachile, chão manjaco, 1971

1. Mensagem do nosso camarada José Romão [, foto à esquerda], com data de 30 de Junho último:

Assunto:  Bachile, CCAÇ 16


Amigos e camaradas Magalhães Ribeiro e António Graça Abreu


Aqui vos mando uma mensagem enviada pelo camarada Branco que também prestou serviço militar no Bachile.


Um grande abraço. Romão


2. Mensagem do A. Branco, com data de 29 de Junho passado, para o Zé Romão:

Assunto -  Bachile,  CCAÇ 16

Caro Romão

Acabo de fazer mais uma das minhas habituais visitas ao blogue do Luis Graça e rapidamente me apercebi do texto e das imagens da CCAÇ 16.

Tal como referes, e ao contrário da opinião do António Graça Abreu, o Bachile nessa altura era efectivamente tal qual o descreves e sublinhas com fotos.

A confusão do António Graça Abreu, deve ter a ver com o que eu algures já li,  noutros sítios,  em que o Bachile antes da conclusão da estrada até ao Cacheu não tinha nem por sombras  aquelas condições, até porque a CCAÇ 16 só foi organizada em Fevereiro de 1970,  conforme nota descretiva que a seguir envio.

Esclarecida esta situação, queria-te pedir que me autorizasses a copiar para o meu album pessoal as imagens do quartel e nomeadamente da minha secção, a arrecadação, já que as que eu tenho não têm a mesma qualidade.

Por agora um abraço e vou continuando atento a tudo o que surja referente à nossa companhia e ao Bachile.

A. Branco
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Notas sobre a Companhia de Caçadores nº 16, compiladas por José Martins (Vd. poste P4347, de 14 de Maio de 2009)


(i) Subunidade do recrutamento local, foi organizada no CIM de Bolama, em 4 de Fevereiro de 1970;

(ii) À semelhança de outras, da chamada "nova força afriacna", por quadros (oficiais, sargentos e praças especialistas) de origem metropolitana e por praças guineenses, de etnia manjaca;

(iii) Colocada em Teixeira Pinto, em 4 de Março de 1970, destacou dois pelotões para Bachile, passando a estar integrada no dispositivo do BCAV nº 1905, e substituindo a CCAÇ nº 2658, que se encontrava em reforço no sector;

(iv) Em 30 de Abril de 1970, já com o quadro orgânico de pessoal completo,  passa a ser a unidade de quadrícula de Bachile;
(v) Em 28 de Janeiro de 1971 passa a depender do CAOP 1 (com sede em Teixeira Pinto);

(vi) A partir de 1 de Fevereiro de 1973, fica na dependência do o BCAÇ nº 3863 e do BCAÇ nº 4615/73, que assumiram, a seu tempo, a responsabilidade do sector em que aquela subunidade estava integrada;

(vii) Destacou forças para colaborar nos trabalhos de reordenamento de Churobrique;

(viii) Em 26 de Agosto de 1974, desactivou e entregou o quartel de Bachile ao PAIGC, recolhendo a Teixeira Pinto, onde foi extinta a 31 de Agosto desse ano.

(ix) Assumiram o comando desta subunidade, os seguintes oficiais:

Cap Inf Rolando Xavier de Castro Guimarães
Cap Inf Luciano Ferreira Duarte
Cap Mil Inf  José Maria Teixeira de Gouveia
Cap QEO [Quadro Especial de Oficiais] José Mendes Fernandes Martins
Cap Inf Abílio Dias Afonso
Cap Mil Art  Luís Carlos Queiroz da Silva Fonseca
Cap Mil Inf Manuel Lopes Martins

(x) Esta subunidade não tem História da Unidade: existem  apenas alguns registos,  muito incompletos, relativo aos períodos de 1 de Janeiro a 31 de Setembro de 1972 e de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 1973 (Vd. Arquivo Histórico Militar, caixa nº 130 – 2ª Divisão/4ª Secção).

3. Comentário de L.G.:

Agradeço ao Romão e ao Branco (bem como ao nosso infatigável colaborador, amigo e camarada José Martins) estas preciosas notas sobre o historial da CCAÇ 16, da qual não temos falado muito no nosso blogue, a não ser mais recentemente.

O Branco, que é nosso leitor regular, fica deste já convidado a integrar a nossa Tabanca Grande, se assim o desejar. Basta-lhe mandar-nos duas imagens, digitalizadas, uma actual e outra do tempo da tropa. Diz-nos também qual foi o teu percurso na tropa, onde moras e, ainda, se quiseres, o que fazes ou fazias na vida activa, além do dia do teu aniversário. Tens aqui um batalhão de gente à tua espera. E que desejarão saber mais coisas sobre Bachile, a CCAÇ 16 e os teus manjacos. Até á volta do correio. (*)
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Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste desta série > 5 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6674: O Nosso Livro de Visitas (91): Hélio Matias, ex-Alf Mil Cav, comandante do Pel Rec Daimler 805 (Nova Lamego, 1964/66), que conheceu o Triângulo do Boé (José Martins)

domingo, 18 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6182: Em busca de... (125): Camaradas do ex-Fur Mil Inf João José Viana Dias de Azevedo da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (João Azevedo)

1. Mensagem de João Azevedo com data de 8 de Abril, dirigida ao nosso Blogue:

Boa tarde,
Chamo-me João Azevedo e sou filho de um antigo combatente na Guiné pertencente ao Bat Caç 2905, tendo estado na Guiné entre os anos de 1970 e 1972 sensivelmente.
Vi o seu blog na internet e verifiquei que o nome do meu pai não aparece nas listagens de antigos combatentes.

O nome do meu pai é igualmente João Azevedo (João José Viana Dias de Azevedo) e é natural de Viana do Castelo. Infelizmente o meu pai faleceu em 2002 vítima de um cancro e se fosse vivo teria 62 anos. Faleceu longe da família e por esse motivo, fiquei com poucas recordações (fotográficas antigas) dele.

Recordo-me de ver fotos do tempo da Guiné dele e dos seus camaradas, mas agora isso tudo está perdido, pelo motivo que referi.
Nesse sentido, gostaria de saber se me poderia ajudar a encontrar camaradas de meu pai que possuíssem fotos em que ele aparecesse para poder ficar com algum registo fotográfico dele desse período marcante da sua vida.

Junto envio uma foto de meu pai com a idade de 20 anos aproximadamente, correspondente ao período em que estaria na Guiné para ajudar a identificá-lo. Sei também que ele, até 2001 foi aos encontros anuais de antigos combatentes do batalhão, por isso creio que algum camarada o poderá identificar e quem sabe ajudar-me no meu pedido.

Fico a aguardar feedback de sua parte
Atenciosamente
João Azevedo
jjrazevedo@hotmail.com


2. Mensagem resposta enviada ao nosso amigo João:

Caro João
Os nossos cumprimentos
Ajudava muito se soubesse o Posto e Especialidade de seu pai, assim como a que Companhia ele pertenceu.
Temos na nossa tertúlia três camaradas de Batalhão de seu pai, mas que se forem de outras Companhias poderão ou não lembrar-se dele.

Para ajudar, o Batalhão de Caçadores 2905 era composto pelas Companhias operacionais 2658; 2659 e 2660. Ainda por uma CCS, Companhia de Comando e Serviços.

Se o seu pai foi Atirador pertenceu a uma das Companhias operacionais, mas se tinha outra Especialidade, tal como, Condutor, Transmissões, Enfermeiro, Mecânico, etc, pertendeu à CCS.

Espero mais pormenores, se os tiver.

Um abraço de
Carlos Vinhal


3. Nova mensagem de João Azevedo:

Boa noite Sr. Carlos Vinhal,
Desde já o meu obrigado pela prontidão na resposta ao meu email.
Infelizmente sei pouco acerca da vida militar de meu pai. Sei apenas que o seu posto era furriel e penso que a especialidade era minas e armadilhas. O meu Pai na recruta esteve em Tavira e na escola prática de sargentos em Mafra. Não sei se isso ajuda na identificação também.

Ao nível da sua actuação na Guiné, sei da situação que levou ele a receber um alto louvor em combate (passado e confirmado desde o comandante de batalhão até ao chefe maior das forças armadas da altura, o que me permite p. ex: ao abrigo do dec lei 358/70 de 29 de Julho, ficar isento do pagamento de propinas), que segundo, do que me recordo de ter lido na caderneta militar, "por ter mostrado frieza em combate, pela reorganização do pelotão e prestado auxílio aos feridos".

Nesse "evento", se não estou em erro, o meu pai teria mais ou menos 2 semanas de Guiné, o alferes comandante do pelotão sucumbiu ferido mortalmente, tendo morrido nos braços do meu pai (relato do meu pai, que referiu que tentou estancar a ferida no peito).

O meu pai tinha como arma uma HK e debaixo de fogo (a situação foi uma emboscada) disparou a arma até esta se ter encravado. Arranjou a avaria e a arma de novo quebrou. Ele referiu-me que ao lado dele, um camarada chorava compulsivamente incapaz de reagir. O meu pai esbofeteou-o para o chamar à razão, reorganizou o pelotão, e prestou socorro médico como pode.

Estando a situação "mais aliviada" deslocou-se ao aquartelamento, trouxe um veículo com o qual providenciou a retirada dos feridos e fez ainda batida à zona. Por isto foi então condecorado.

Sei ainda que foi ferido por duas vezes ao longo da campanha militar tendo ficado internado dessas duas ocorrências.

Não sei se estes acontecimentos ajudam na identificação por parte de algum camarada dele. Agradecia sinceramente tudo aquilo que me conseguissem facultar.

Atenciosamente
João Azevedo


4. Segunda mensagem enviada ao João:

Caro João
Fiz umas pesquisas, e do Batalhão de seu pai encontrei a morte em combate de um Alferes da CCAÇ 2658. Isto no dia 16 de Maio de 1970. Se for esta a situação que me descobre, o seu pai pertencia a esta Companhia.

Vou estar ausente uns dias, mas para a próxima semana vou publicar as suas duas mensagens e vou identificar o senhor seu pai como tendo sido Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905.

Julgo que o João está enganado quanto ao local onde o seu pai terá feito a Especilalidade porque a Escola Prática de Infantaria era destinada à formação de Oficiais. Só se ele foi lá tirar algum Curso especial. Eu também fui Furriel, fiz a Recruta nas Caldas e a Especialidade na Escola Prática de Artilharia em Vendas Novas. Depois fiz também o curso de Minas e Armadilhas, na Escola Prática de Engenharia em Tancos, provavelmente a seguir ao seu pai, porque eu fui para a Guiné em 13 de Abril de 1970 e o seu pai em Janeiro. Isto são pormenores.

Depois informo-o daquilo que fizer.

Receba um abraço
Carlos Vinhal


5. Comentário de CV:

Caros cmaradas, tudo leva a crer que estamos à procura dos companheiros de João José Viana Dias de Azevedo, ex-Fur Mil At Inf com o curso de Minas e Armadilhas tirado na EPE de Tancos. Pertenceu quase de certeza à CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 que esteve na Guiné entre Janeiro de 1970 e Dezembro de 1971.

A CCAÇ 2658 andou por Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Paúnca, entre outros destacamentos. Foi comandada pelo Cap Mil Hermenegildo Gomes Ribeiro.

Com respeito ao acontecimento referido pelo João, em que o seu pai se terá distinguido por actos de bravura, coragem e determinação, encontrei no 8.º Volume, Mortos em Campanha, da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África, Tomo II - Guiné - Livro 1, encontrei 5 mortos em combate, causados ao que julgo por ataque IN a uma emboscada a uma coluna auto no itinerário Nhamate-Binar, no dia 16 de Maio de 1970.

A identificação dos mortos é a seguinte:

António Fernandes Peixoto, Soldado Atirador de S. Romão de Arões - Fafe
António Marques Francisco, Soldado Atirador de São Miguel do Mato - Vouzela
David Miranda Casanova, Soldado Atirador de São Miguel da Carreira - Barcelos
José Andrade de Brito, Soldado Atirador de Sanfins - Paços de Ferreira
José Manuel Godinho Pinto, Alf Mil Inf de Reguengos de Mansaraz

Pede-se aos camaradas da CCAÇ 2658 que tenham fotos antigas e mais actuais do nosso camarada ex-Fur Mil João José Azevedo, uma vez que ele participava dos Encontros da Unidade, o favor de contactarem o seu filho, dando assim a alegria de ficar a conhecer o passado de seu pai.

Desde já o nosso reconhecmento
CV
__________

Notas de CV:

Sobre este assunto vd. poste de 9 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6134: Em busca de... (122): Procuro informações sobre meu pai: João José Viana Dias de Azevedo, do BCAÇ 2905 (João Azevedo)

Vd. último poste da série de 16 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6165: Em busca de... (124): Procura-se o pedreiro Amaral que pertenceu à CCAÇ 2791 (António Bastos)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4677: Parabéns a você (13): Dia 13 de Julho de 2009 - Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (Editores)

Hoje, dia 13 de Julho de 2009, faz anos o nosso camarada Rogério Ferreira (*), ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné, 1970/71.

Deste modo vimos desejar a este nosso camarada uma longa vida junto dos seus familiares e amigos.

Recordemos a sua apresentação no poste 3255:
[...]
Fui Fur Mil Inf e com a especialidade de Minas e Armadilhas. Pertenci a CCAÇ 2658/BCAÇ 2905. Estive em Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate e manga de LDG para ir do Xime até Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, aí até aos 19 meses, vindo os restantes meses para Bissau para o AGRABIS (600), ainda Nhacra umas duas semanas até ao barco.

Em Mareue, aldeia só com população, calhou-me construir um quartel, mas dessas peripécias contarei outro dia.

Calcorreei muito chão, do manjaco ao fula, do balanta ao mandinga.

Estive em Bambadinca pelo menos uma vez a beber umas bazucas com malta conhecida de Santarém, de onde sou, que era o Vitor Alves, furriel e um soldado ou cabo Orlando Rodrigues, já falecido depois do regresso. Conheço de algum modo a zona. A estrada que ia do Xime para Bambadinca, quando cheguei, era só buracos pegados onde cabiam os unimogs mais pequenos e se deixavam de ver, demorando horas a atravessar. Quando vim para a LDG estava tudo alcatroado, demorámos a volta de 20 minutos, lembro-me que habia soldados africanos a fazer-nos a segurança na orla da mata quem sabe se algum dos colegas que fazem parte do site e que são do meu tempo lá estariam a comandá-los.

[...]
__________

Notas de CV:

(*) Vd. postes de:

19 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3483: Tabanca Grande (97): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné 1970/71

30 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3255: O Nosso Livro de Visitas (31): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné (1970/71)

18 de Novembro > Guiné 63/74 - P3476: Humor de caserna (6): Paiama, Paunca, Natal de 1970: o lapso do Caco Baldé (Rogério Ferreira)

Vd. último poste da série de 9 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4659: Parabéns a você (12): Dia 9 de Julho de 2009 - Joaquim Peixoto, ex-Fur Mil da CCAÇ 3414 (Sare Bacar, Cumeré, Brá, 1971/73)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3483: Tabanca Grande (97): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné 1970/71




Rogério Ferreira (*)
ex-Fur Mil Inf MA
CCAÇ 2658/BCAÇ 2905
Guiné 1970/71



1. Mensagem do nosso novo camarada Rogério Ferreira, com data de 23 de Outubro de 2008:

Junto segue em anexo, a foto de furriel mliliciano pertencente a Rogério Felix Ferreira - Guiné 1970/71 C. CAÇ. 2658 - Bat. Caç. 2905.

Os meus melhores cumprimentos,
Rogério Ferreira

2. No dia 5 de Novembro foi enviada uma mensagem a este novo camarada, pedindo o envio de uma foto actualizada:

Caro Rogério
Os meus cumprimentos
Se tivesses por aí uma foto mais ou menos recente, era engraçado publicá-la junto com a antiga.

Desculpa a demora na resposta, mas há muita correspondência para pôr em dia.

Já agora se tiveres alguma coisa para contar sobre a tua estadia na Guiné, podes também mandar. Pode ser por exemplo a viagem de ida ou de volta, a ida para o mato, etc.

De que turno és das Caldas da Rainha e do Curso de Minas? Eu sou do segundo nas Caldas (Abril de 1969) e do XXXIII Curso de Minas em Tancos (Outubro a Dezembro de 1969). Somos quase contemporâneos. A minha Companhia era a 2732 que esteve na Guiné de ABR70 a MAR72

Um abraço
Carlos Vinhal

3. Comentário de CV

Caro camarada, até hoje não deste resposta à minha mensagem, mas já que tens colaborado no Blogue, ficas oficialmente apresentado.
Já agora, renovo o pedido para enviares a tua foto actual para alternarmos com a antiga.

Bem-vindo ao nosso Blogue. Pelo que sabemos da tua estadia na Guiné, correste Seca e Meca, logo terás muito para nos contar. Manda fotos, se tiveres, para ilustrar as tuas histórias.

Recebe um abraço da Tertúlia.
_____________

Nota de CV:

(*) Vd. postes de:

30 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3255: O Nosso Livro de Visitas (31): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné (1970/71)
e
18 de Novembro > Guiné 63/74 - P3476: Humor de caserna (6): Paiama, Paunca, Natal de 1970: o lapso do Caco Baldé (Rogério Ferreira)

Vd. último poste da série de 12 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3445: Tabanca Grande (96): Ten Cor José Francisco Robalo Borrego, ex-1.º Cabo do Gr Art 7 e Furriel QP do 9.º PELART (1970/72)

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3255: O Nosso Livro de Visitas (31): Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Guiné (1970/71)

1. Mensagem do nosso camarada Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA, da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (*), com data de 27 de Setembro de 2008.

Em resposta ao Carlos Vinhal, aqui te mando mais alguma coisa do que não terá entrado na primeira mensagem.

Fui Fur Mil Inf e com a especialidade de Minas e Armadilhas. Pertenci a CCAÇ 2658/BCAÇ 2905. Estive em Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate e manga de LDG para ir do Xime até Galomaro, Nova Lamego, Pirada, Paiama, Paunca, Sinchã Abdulai e Mareue, aí até aos 19 meses, vindo os restantes meses para Bissau para o AGRABIS (600), ainda Nhacra umas duas semanas até ao barco.

Em Mareue, aldeia só com população, calhou-me construir um quartel, mas dessas peripécias contarei outro dia.

Calcorreei muito chão, do manjaco ao fula, do balanta ao mandinga.

Estive em Bambadinca pelo menos uma vez a beber umas bazucas com malta conhecida de Santarém, de onde sou, que era o Vitor Alves, furriel e um soldado ou cabo Orlando Rodrigues, já falecido depois do regresso. Conheço de algum modo a zona. A estrada que ia do Xime para Bambadinca, quando cheguei, era só buracos pegados onde cabiam os unimogs mais pequenos e se deixavam de ver, demorando horas a atravessar. Quando vim para a LDG estava tudo alcatroado, demorámos a volta de 20 minutos, lembro-me que habia soldados africanos a fazer-nos a segurança na orla da mata quem sabe se algum dos colegas que fazem parte do site e que são do meu tempo lá estariam a comandá-los.

Para o camarada Vacas de Carvalho, da Tertúlia, fico sem saber se será o Vacas de Carvalho que esteve em Santarém, na EPC, ou será irmão, pois penso que tinha vários.

Até um destes dias, com mais vagar que hoje estou com um pouco de pressa.

Um abraço a todos os camaradas que calcorrearam aquelas bolanhas e picadas, comeram muita mancarra, muita vianda com estilhaços de carne de vaca, que sofreram e padeceram na pele, até as picadas dos mosquitos, mas que concerteza continuam a gostar daquela terra, como eu, que ainda não perdi a esperança de lá voltar um dia.

Um abraço
Rogério Ferreira

Brasão do BCAÇ 2905 - Cacheu (1970/71)

2. Mensagem do nosso camarada Vacas de Carvalho, com data de 29 de Setembro.

Especialmente para o caríssimo Tertuliano Rogério Ferreira, esclarecendo:

Foi o meu irmão João Manuel que esteve na EPC em Santarém. Foi furriel dos Comandos em Moçambique. Vive hoje em Montemor-o-Novo.

Eu também estive na EPC, mas em Lisboa. Também nos devemos ter encontrado no Xime, pois era rara a semana que não iamos lá.

Um abraço
Zé Luis


3. Comentário de CV

Caro Rogério
Quando tiveres então vagar, manda as fotos da praxe para a Tabanca e começa a contar as tuas histórias, acompanhadas de fotos que tens por aí com toda a certeza.

Para já recebe um abraço da Tertúlia e cá te esperamos em breve.
_____________

Nota de CV

(*) - Podem e devem ver o Blog do BCAÇ 2905, de autoria do nosso camarada Júlio César, em http://www.cacheu.blogspot.com/

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Guiné 63/74 - P2986: Humor de caserna (5): Siga a Marinha para Nhamate, mais abarracamento que aquartelamento (António José Pereira da Costa)






Guiné > Região do Oio > Nhamate > CART 3330 > 1971 > Uma peça de antologia do humor negro... castrense: O meu pessoal só pode transitar em canoas balantas. E alguns não sabem nadar. CONCLUSÃO: SIGA A MARINHA! (1) ...

Repare-se no circuito da informação: uma simples mensagem, que devia ser de rotina, a pedir o apoio da Engenharia para se proceder a obras de reparação num aquartelamento (?) do interior, seguia para 6 destinatários, incluindo três repartções do Com-Chefe!!!... Digam-me lá como se podia ganhar a guerra com tantos relés parasitas, porteiros, gate-keepers, típicos do disfuncionamento burocrático! ... De um exército em armas (que chegou aos 40 mil) quantos não haveria, do cabo ao argento, do tenente ao coronel, com funções amanuenses, ligados à gestão da informação ?

Milhares de homens, mangas de alpaca militares, escreviam notas como esta (seguramente menos geniais, divertidas, contundentes, demolidoras, corrosivas... como esta!), batiam-nas à máquina, expediam-nas, classificavam-nas, arquivavam-nas, retinham-nas, guardavam-nas na gaveta, analisavam-nas tardiamente, reencaminhavam-nas tarde e a más horas para o nível superior da hierarquia militar... Enfim, a maior parte das vezes estes homens não comunicavam devidamente, não recebiam resposta ou feedback positivo, continuavam perdidos e sós, nas Nhamates do mato da Guiné...

Pela primeira vez oiço falar em Nhamate... Será que a sorte dos homens que estavam em Nhamate melhorou ? Será que nenhum morreu afogado na época das chuvas ? Será que nunca lhes faltou o tabaquinho e a água de Lisboa ? Será que a Marinha seguiu mesmo ? E o Gasparinho (que ternura de nome, posto pelos seus pares!) não terá acabado na psiquiatria ? Vejo que morreu cedo, coitado, em 1977... Um homem que tratava por Frederico da Prússia por Fredy merecia um estátua em Nhamate!

Tenho alguma relutância em classificar em poste na série Humor de Caserna... Embora ligeiro, soft, é o título que me acorreu primeiro (2)... Mas podia ser outro qualquer, mais contudente, mais duro, mais agressivo, mais próximo do tempo e do lugar, algures na Guiné, longe do Vietname, como eu ironicamente costumava escrever, distinguindo Bissau e a guerra do ar condicionado, do resto, o inferno do mato... (LG).

Guiné > Região do Oio > 1970 > CCAÇ 13 > "Localização dos aquartelamentos de Bula, Binar, Nhamate, Manga e Unche, bem como a principal base da guerrilha no Choquemone, a uns escassos 4 Kms de Binar" (CF)...

Foto: Cortesia de Carlos Fortunato, Fur Mil CCAÇ 13 (1969/71), o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que fizeram a guerra da Guiné > Guerra na Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13, Binar, 1970.

Guiné > Região do Oio > Binar > Nhamate > CCAÇ 13 > 1970 > Tratava-se de um reordenamento, tendo a população sido substraída ao controlo do PAIGC. As NT tiveram que construir um aquartelamento de raíz. Vivia-se em tendas. " A nossa missão junto da população foi calma, em geral mostrou-se afável e colaborante, embora fosse clara a tristeza por abandonarem a sua antiga casa. Notou-se alguma influência da guerrilha, pois dois elementos da população (guerrilheiros?) chegaram a desafiar abertamente a nossa autoridade, um acabou por ser preso e o outro por ser morto, depois destes incidentes, as relações com a população foram sempre excelentes. Este reordenamento, tinha não só o objectivo de retirar a população do controlo do PAIGC, mas também de reforçar a defesa nesta zona, dado que com os novos foguetões 122mm, seria fácil à guerrilha atingir Bissau a partir daqui" (CF).(3) Foto de Adrina [ou Adriano ?] Silva, ex-Mil da CCaç 13.

Foto: Cortesia de Carlos Fortunato, Fur Mil CCAÇ 13 (1969/71), o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que fizeram da Guiné > Guerra na Guiné - Os Leões Negros
> CCAÇ 13, Binar, 1970. 

Ainda hoje o Carlos mantém com os seus antigos soldados (balantas, essencialmente) uma relação de grande afecto e carinho, bem como com os seus antigos camaradas. O último encontro (o 8º da CCAÇ 13) foi no passado dia 26 de Maio, no Lordelo, Guimarães. E o próximo será nos Açores.



Guiné > Região do Oio > Binar > Nhamate > 1970 > CCAÇ 13 > Spínola de visita ao reordenamento de Nhamate, cumprimenta o capitão Durão (Cap Mil Inf Álvaro Alberto Durão, o primeiro capitão da CCAÇ 13, 1969/71). 

Foto de Adrina [ou Adriano ?] Silva, ex-Fur Mil da CCaç 13. A Companhia passou por Bissau, Bolama, Bissorã, Encheia, Binar e Biambi. Foi substituída, em Binar, em finais de Março de 1970, pela CCAÇ 2658, que terá mais tarde, numa coluna de Nhamate a Binar, 8 mortos.

Foto: Cortesia de Carlos Fortunato, Fur Mil CCAÇ 13 (1969/71), o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que fizeram da Guiné > Guerra na Guiné - Os Leões Negros
> CCAÇ 13, Binar, 1970


1. Mensagem de António José Pereira da Costa, coronel de artilharia ainda no activo, membro da nossa tertúlia, desde Dezembro de 2007:


Amigos Combatentes (e não só):

Aqui vai uma nota escrita pelo célebre major Gaspar que inventou aquela expressão que ainda hoje usamos: Siga a Marinha!

In Os Anos de Guerra: 1961 - 1975: Os portugueses em África: Crónica Ficção e História. Organização de João de Melo - II Volume. S/l: Círculo de Leitores 1988. 190 (reproduzido com a devida vénia...).

Leiam-na com atenção e vejam se ela não é um tratado de logística da Guerra Colonial. É de um humor amargo, mas era a verdade.

Um Abraço
António José Pereira da Costa

2. Fixação e revisão do texto do documento: LG

Mensagem nº 125/71 [classificada como Confidencial, Urgente), enviada pelo Comandante da CART 3330, SPM 6928, Cap Art José Joaquim Vilares Gaspar, dirigida ao Comandante da Engenharia, com conhecimento a CAOP1, RepOper/Com-Chefe, RepPop/Com-Chefe, RecAcap/Com-Chefe, e BCAÇ 2928. Entrada na Secretaria do Batalhão de Engenharia, nº 306, em 22/3/71.
Nhamate, 18 de Março de 1971.

Assunto - Quartel em Nhamate (ou mais propriamente abarracamento)

1. Exponho a V. Excia um dos assuntos mais vitais para a continuidade militar e humana de NHAMATE [, a leste de Binar: vd. carta de Bula].

2. Passo a descriminar [sic, em vez de discriminar]:

a) DEPÓSITO DE GÉNEROS: Quando ch0ver fico sem pão pelo menos 15 dias. Julgo que não é muito agradável. Informo V. Excia que não como pão. Gordo estou eu.

E os outros géneros ? E os autos subsequentes ? Só problemas.

b) CASERNAS: Barracas de lona, todas oficialmente dadas incapazes. Na Birmânia, viveu-se assim 1 ou 2 meses. Os quadros vivem-no há 10 anos. E os milicianos (os meus, de certeza) “dão o litro” até ao fim. Os soldados dão tudo. Há que tudo lhes dar, na medida do possível.

c) CANTINA: E o tabaco ? Desde Napoleão e Fredy [diminuitivo de Frederico] da Prússia que o tabaco era uma das bases da eficiência do Exército. Como combater ou trabalhar sem o velho cigarrinho ? E outros géneros ? V.Excia, mais experiente, meditará sobre o assunto.

d) CASERNA DE CIMENTO: Único exemplar. Vou demoli-lo. Não tenho materiais. Solicito auxílio Engenharia.

e) MESS [sic, em vez de Messe]: Desde o início das chuvas desnecessita de garrafas de água. Basta as mesmas estarem abertas. Ponchos e gabardinas já temos.

f) CHAPAS DE ZINCO: Ao mínimo vento já voam no Quartel.

g) GABINETE D COMANDANTE E 1º SARGENTO: Com as chuvas eu e o 1º Sargento só temos a solução de entrar de escafandro, visto estar a 2 metros abaixo da superfície do solo.

h) O meu pessoal só pode transitar em canoas balantas. E alguns não sabem nadar. CONCLUSÃO: SIGA A MARINHA!

3. Este quartel tem se ser revisto por um Oficial de Eng[enharia], senão começo a construir um novo com os materiais dos REORD[ENAMENTOS], contra a norma, o que é aborrecido, contende com a disciplina e eu não gosto.

4. Agradecendo a boa atenção de V. Excia., gostaria de aqui ter como convidado um Senhor Oficial de Eng[enharia] a fim de concordar ou condenar as minhas asserções supras.

Cumprimento,

O Comandante,
José Joaquim Vilares Gaspar, Cap Art


_________

Notas de L.G.:


(1) Vd. postes anteriores sobre esta expressão celebérrima expressão da caserna militar Siga a Marinha:

30 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1133: Origem da expressão 'Siga a Marinha" (Vitor Junqueira
)

1 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1134: A expressão 'Siga a Marinha' , atribuída ao Zé Gaspar, artilheiro, Olossato (Paulo Santiago)


1 de Outubro de 2006 >Guiné 63/74 - P1135: A expressão 'Siga a Marinha' e a crise dos capitães (Sousa de Castro)


1 de Outubro de 2006> Guiné 63/74 - P1138: 'Siga a Marinha': uma expressão do tempo da República (?) (Pedro Lauret)


11 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1166: A minha preguiça e a expressão 'Siga a Marinha' (Mário Dias)


11 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2341: Siga a Marinha que o Exército já lá está (Coronel Pereira da Costa)


(...) Esta frase foi inventada pelo capitão José Joaquim Vilares Gaspar, mais tarde major, ainda na Guiné (...) e falecido por volta de 1977. Era o célebre Gasparinho de Quibaxe (Angola) de quem se contam muitos ditos e anedotas, quase todas verdadeiras, embora incríveis.

(...) Siga a Marinha que o Exército já lá está e Força Aérea já anda no ar há meia-hora.Era assim que ele a dizia. Talvez um desabafo ou uma crítica ou até um bordão para se sentir vivo. Não o dizia com qualquer espécie de humor. Conheci-o bem. Era um homem sério,muito inteligente, bom condutor de homens e com uma capacidade de crítica muito apurada, mas que bebia bastante. Além disso, a inteligência e a capacidade de crítica são uma mistura explosiva...

(2) Vd. postes desta série:

9 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2337: Humor de caserna (4): Cancioneiro do Niassa: O Turra das Minas (Luís Graça)


1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2321: Humor de caserna (3): Hino de Gandembel: hino de guerra ou música pimba ? (Manuel Trindade)


26 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2304: Humor de caserna (2): Welcome to Mansambo, a melhor colónia de férias do ano de 1968 (Torcato Mendonça / Luís Graça)


23 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2205: Humor de caserna (1): A sopa nossa de cada dia nos dai hoje (Luís Graça / António Lobo Antunes)