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segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23545: Memória dos lugares (443): Cacine e a "autoestrada" do rio Cacine que, na preia-mar, era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho (Armindo Batata, ex-alf mil, cmdt do Pel Caç Nat 51, Guileje e Cufar, 1969/70)

 

Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967>  O fur mil Manuel Cibrão Guimarães, frente à capela militar de Nª Sra. de Fátima, construída ao tempo da CART 496, em 13/5/1964 e provavelmente completada pela CCAÇ 799, um ano depois (10/6/1965)... O Cibrão Guimarães está vestida com uma "sabadora" (peça principal do traje masculino dos muçulmanos) e um gorro, fula, na cabeça... A peça do vestuário tem a particularidade de ser feita com sacos de farinha de panificação ("ofício" a que sempre esteve ligado: o pai era industrial de panificação; e ele daria continuidade ao negócio até se reformar; natural de Avintes, Vila Nova de Gaia, mora em Rio Tinto, Gondomar; é pai de duas filhas, a esposa, licenciada em farmácia e professsora do ensino secundário, também está reformada). (*)

Foto (e legenda): © Manuel Cibrão Guimarães (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine > De Cacine, a caminho de Gadamael > c. 1970 > O alf mil médico Amaral Bernardo esteve na CCAÇ 2726, uma companhia independente, açoriana, que guarneceu Cacine (1970/72). Amaral Bernardo pertencia  à CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), e passou cerca de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6).(**)

Foto (e legenda): © Amaral Bernardo (2011) . Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné > Região de Tombali > Cacine > Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 > Local do nosso desembarque em Cacine, com LDM (à esquerda) e uma AML  à direita [Junto à AML, o alf mil Armindo Batata, comandante do Pel Caç Nat 51].

Guiné > Região de Tombali > Cacine  >   Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 >A ponte cais ao fundo e a messe e bar de sargentos à direita. A messe, bar e alojamentos dos oficiais era do lado opsto,  donde tirei a fotografia. O acesso à ponte cais, era uma agradável avenida ladeada de palmeiras.


Guiné > Região de Tombali > Cacine  > Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 >  Praia a jusante da ponte cais onde desembarcámos das LDM, durante a noite, vindos de Gadamael Porto, (***)

Foto (e legenda): © Armindo Batata (2007) . Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Setor de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > Por aqui passou a CART 1692... Esta tosca placa em cimento, delicioso vestígio arqueológico dos "tugas", diz-nos que em dois dias, de 16 (início) a 18 de Abril de 1968 (término), foi construído este abrigo, em tempo seguramente recorde, a avaliar pelas "60 bebedeiras neste priúdo (sic)... Trabalho Rápido". Estão também gravados dois topónimos portugueses, Nisa e Alenquer, afinal alcunhas de dois militares da CART 1692 que, nas horas vagas, eram trolhas, segundo informação do cor art ref António J. Pereira da Costa, que conheceu estas paragens como ninguém: esteve lá como ex-alf art,  CART 1692/BART 1914, Cacine, Sangonhá, Cameconde, 1968/69, antes de voltar ao CTIG como capitão ) em 1972/74) (***)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cacine > 2 de março de 2008  >  Visita no âmbito do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau,  1-7 março de 2008) > O Silvério Lobo junto a uma "bunker", construído pelas NT em cimento armado (seguramente pelo BENG  447). (****)


Bissau > Região de Tombali > Cacine > 2 de Março de 2008 > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje > Os tugas de volta a Cacine, outrora um importante baluarte no sistema de defesa do Rio Cacine contra as infiltrações e ataques do PAIGC. Foi sede do Destacamento de Fuzileiros Especiais 22.  

Cacine era, em 2008, uma terra com ar desolado e decadente. Tímhamos partido,  de Cananima, do outro lado do rio, num barco de pesca, depois de um belíssimo almoço onde não faltou o saboroso e fresquíssimo peixe local. Embarcados, éramos um grupo de 30 participantes do Simpósio. O Pepito, o nosso "capitão de mar-e-guerra",  ficou em terra a planear as eventuais operações de socorros a náufragos. Regresso ao barco, depois de uma duas horas em Cacine: em primeiro plano, o jornalista do Correia da Manhã, o único jornalista português presente no SimpósioInternacional de Guileje, José Marques Lopes, seguido da Júlia, esposa do coronel art ref Nuno Rubim , e da jornalista e cineasta Diana Andringa, os dois últimos, membros da nossa Tabanca Grande.(****)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2008) . Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Sobre a sua curta estadia em Cacine, em dezembro de 1969 e janeiro de 1970, em trânsito para Cufar, escreveu o ex-alf mil Armindo Batata, comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (tem 18 referências no nosso blogue):

(...) Os Pel Caç Nat 51 e 67, este de comando do alf mil Esteves, passaram por Cacine  (*****) em Dezembro 1969/Janeiro 1970, em trânsito para Cufar. O Pel Caç Nat 67 tinha guarnecido o destacamento do Mejo até à evacuação desta posição em janeiro de 1969.

O deslocamento de Guileje para Cufar teve um primeiro troço em coluna de Guileje para Gadamael Porto. Prosseguiu em LDM para Cacine onde aguardámos a formação de um comboio fluvial. Chegámos a Cacine já a noite tinha caído. Desembarcámos na praia,  a jusante da ponte cais, com 1 ou 2 AML a fazerem a segurança e iluminados por viaturas.

Os militares nativos "espalharam-se" com as familias e haveres pelas tabancas de acordo com as respectivas etnias. Nessa noite dormi num quarto com aspecto de quarto, que até tinha mesa de cabeceira e, paredes meias, uma casa de banho que, para meu grande espanto, tinha um autoclismo, daqueles de puxar uma corrente; que maravilha tecnológica!.

Ficámos uns dias, não me lembro quantos, mas deu para eu ir a Cameconde, numa das colunas que se efectuavam diariamente (?). Tenho de Cameconde a imagem de uma fortaleza em betão, daquelas fortalezas dos livros da escola, a que só faltavam as ameias. Quem por lá andou me corrija por favor esta imagem, se for caso disso.

Deu também para umas passeatas no rio Cacine. Mas só na preia-mar, quando era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho. Depois vinha a baixa-mar e o cartaz turístico ficava cinzento. E naquele tempo era quase sempre baixa-mar.

Num fim de tarde, as marés a isso obrigaram, embarcámos nas LDM e ficámos fundeados a meio do rio Cacine em companhia do NRP Alvor, que nos iria comboiar até Catió. O 2º tenente da RN, comandante do NRP Alvor, convidou-nos, a mim e ao alferes Esteves, para bordo e entre umas (muitas) cervejas e não menos ostras, passámos a noite. A hospitalidade habitual da Marinha.

As embarcações suspenderam o ferro com o nascer do sol (exigências da maré) e lá seguimos para Catió. No último troço da viagem, já o rio era mais estreito, portanto já não era o Cacine, fomos acompanhados por T6 no ar e fuzileiros em zebros a vasculharem o rio, já que tinha havido, recentemente, um qualquer "conflito" entre uma embarcação e uma mina. Nada se passou, e o fogo de reconhecimento para as margens, a partir das LDM, não teve resposta.

Não houve incidente algum portanto, mas a viagem foi um bocado complicada, em termos logísticos. Um pelotão de nativos integra as familias dos militares, os seus haveres e animais domésticos. Família, haveres e animais domésticos que afinal eram o triplo ou quádruplo do inicialmente inventariado. Nos animais domésticos estão incluídos os porcos dos não islamizados, que terão que viajar separados dos islamizados. E a aguardente de cana. E o ... e a mulher do ... e o "alferes desculpa mas não pode ser". Em coluna auto lá se arranjam, mas em LDM não foi fácil. Valeu a paciência dos furrieis, um deles de nome Neves e do 2º sargento (...).

Catió tinha uma estação de correios com telefone para a metrópole, um restaurante daqueles em que se come e no fim se pede a conta e se paga. E pessoas brancas sem serem militares. Um espanto!

O plano inicial era os dois pelotões deslocarem-se por estrada de Catió para Cufar. Esse percurso já não era utilizado há bastante tempo (meses?) e foi considerado de risco muito elevado. Não me lembro dos argumentos avançados, mas acabámos por ir para Cufar por rio (LDM com desembarque em Impugueda no rio Cumbijã ou sintex/zebro com desembarque em Cantone? - não tenho a certeza, pode ser que alguém de mais fresca memória se lembre). (...)

Armindo Batata (Excerto) (****) 

[ Revisão / fixação de texto: LG ]


Guiné > Mapa da província (1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa de Mejo, Guileje, Gadamael Porto, Cacine, rio Cacine, rio Cumbijã, Catió e Cufar, na egião de Tombali, na parte sudeste da Guiné, que faz fronteira com a Guiné-Conacri. Foi este o percurso, por terra e rio, que fizeram em dezembro de 1960 e janeiro de 1970, os Pel Caç Nat 51 e 67. (Vd. texto acima, do Armindo Batata).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022).
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Notas do editor:



(***) Vd. poste de 27 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10582: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (9): Ainda a curta estadia em  Cacine, a caminho de Cufar,  em dez 69 e jan 70


(*****) Último poste da série > 20 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23540: Memória dos lugares (442): Rio Cacine, Cafal, Cananima, ontem e hoje

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Guiné 61/74 - P22372: Tabanca Grande (520): Vítor Ferreira, ex-Fur Mil (Cameconde e Bissau, 1970/72) que se senta no lugar 843 do nosso Poilão


1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Vítor Ferreira, ex-Fur Mil (Cameconde e Bissau, 1970/72), com data de 26 de Maio de 2021:

Caro Carlos
Estive na Guiné de 1970 a 1972. Primeiro em Cameconde e depois em Bissau.
Sou acompanhante assíduo do blogue.
Para “padrinho“ posso indicar o Hélder Sousa, conceituado cronista.

Fico ao dispor.
Vitor Ferreira


O Vítor Ferreira, "ontem", talvez em Cameconde
O Vítor Ferreira "hoje"
XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande, Monte Real, 25 de Maio de 2019. Na foto, da esquerda para a direita: Armando Pires, Luís Paulino e o estreante Vítor Ferreira.
XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande, Monte Real, 25 de Maio de 2019. Nesta foto de família, à esquerda, logo a seguir ao Jorge Canhão o casal Maria Luísa e Vítor Ferreira.

Fotos do Encontro Nacional de Hélder Sousa, editadas pelo coeditor.

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2. Mensagem enviada pelo coeditor CV ao Vítor, com conhecimento ao nosso colaborador permanente Hélder Sousa, em 26 de Maio de 2021:

Caro Vítor
Obrigado pelo contacto.

Para uma apresentação mais completa gostaríamos que nos desses mais pormenores sobre ti, a saber:
Posto, especialidade, unidade(s) a que pertenceste, data de ida e regresso, locais por onde andaste e outras informações que aches úteis.
Quanto ao "padrinho", acho uma boa opção mas parece que ele é muito forreta, nem sequer dá folar pela Páscoa.
Fico a aguardar a volta do correio.

Abraço do camarada
Carlos


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3. Mensagem do nosso camarada Hélder Sousa, enviada ao Blogue em 26 de Maio de 2021, com conhecimento ao Vítor Ferreira:

Olá Carlos
Que bela surpresa!

O Vítor foi um dos amigos vilafranquenses que me acolheu quando cheguei à Guiné.
Foi no quarto que ele na altura (9 de Novembro de 1970) ocupava, com outro vilafranquense, o Zé Augusto Gonçalves meu colega de curso de montador-electricista na EICVFXira e também e ainda com o muito falado e "desaparecido" Pechincha, que me acolhi até ir para Piche.
O Vítor esteve já em Monte Real no último ou penúltimo Encontro.

Entre várias outras coisas recordo principalmente as partidas de bilhar na "Brasileira", em Vila Franca.
Teve um problema grave de saúde, mas para isso falará ele, se quiser, mas congratulo-me vivamente pela disposição manifestada por ele.
Vou aguardar o desenvolvimento. Fico à espera do "aparecimento" no Blogue.

Abraço, caro Carlos V e para o Ferreira, também.
Hélder Sousa


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4. Comentário do coeditor CV

Caro Vítor Ferreira
Uma vez que nunca mais nos voltaste a contactar, fica feita a tua apresentação formal à tertúlia com os elementos que nos disponibilizaste.
Posso especular que terás pertencido à açoriana CCAÇ 2726, uma vez que afirmas ter estado em 1970 em Cameconde. Consultados, o 7.º Volume da CECA - Fichas das Unidades - Tomo II - Guiné e o 3.º Volume da CECA - Dispositivo das Nossas Forças - Guiné, verifiquei que a 2726 esteve sediada em Cacine entre 1970 e 1972, com destacamentos em Cameconde. Outro sinal, será tu apareceres numa das fotos publicadas, do nosso XIV Encontro Nacional de 2019, junto ao Luís Paulino, também ele Fur Mil da mesma Companhia.
Esperamos por novo contacto teu para nos confirmares ou desmentires.

Com a tua adesão, ficamos com mais um lugar preenchido debaixo do nosso "poilão sagrado", esperando que nos possas enviar fotos e textos da tua comissão de serviço, que parece não ter decorrido na totalidade na CCAÇ 2726, uma vez que também estiveste colocado em Bissau, onde o nosso comum amigo Hélder em boa hora te foi encontar.

Já agora, se se confirmar que foste para a Guiné integrado na açoriana CCAÇ 2726, ficas a saber que viajámos no mesmo navio. O "Ana Mafalda" embarcou em Lisboa, no dia 11 de Abril de 1970, a tua Companhia e fez escala no Funchal, no dia 13, para embarcar a madeirense CART 2732. Chegámos a "bom porto" no dia 17.

Resta-me então, deixar-te em nome dos colaboradores deste Blogue e da tertúlia, um abraço de boas-vindas e os parabéns pelo padrinho que escolheste.


Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 21 DE JUNHO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22304: Tabanca Grande (519): Alfredo Fernandes, ex-1º cabo aux enf, CCAV 678 (1964/66)... Natural de Valença, vive em Viana do Castelo, é enfermeiro aposentado do SNS. Senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 842

terça-feira, 4 de junho de 2019

Guiné 61/74 - P19857: Convívios (899): XV Encontro do pessoal da CCAÇ 2726 e Pelotão de Obus (Cacine e Cameconde, 1970/72), dias 26 a 30, em Viana do Castelo (Luís Paulino, ex-Fur Mil)



XV CONVÍVIO DO PESSOAL DA CCAÇ 2726 E 
PELOTÃO DE OBUS

DIAS 26 A 30 DE JUNHO DE 2019

VIANA DO CASTELO


Mensagem do nosso camarada Luís Paulino, (ex-Fur Mil da CCAÇ 2726 Cacine e Cameconde, 1970/72), com data de 24 de Maio de 2019:

Caros Amigos e Camaradas,

Segue Programa do 15.º Convivio da CCAÇ 2726/Pelotão de Obus (Cacine/Cameconde) 1970/72

DIA 26 
13h00 - Início do check-in nos hotéis (Jardim ou Laranjeira), conforme as reservas de cada um 17h00 - Concentração num dos hotéis reservados. a combinar 
18h30 - Resto do dia e noite livres. Visita à cidade

DIA 27 
9h30 - Saída para Espanha - passando por Monte de Sta. Tecla, Rias Baixas e Vigo 
13h00 - Almoço em Baiona, no Hotel Bahia Baiona 
18h00 - Regresso a Viana

DIA 28 
10h00 - Visita a Ponte de Lima 
13h00 - Almoço regional (sarrabulho e rojões) com pratos alternativos, num restaurante da região, já reservado 
16h30 - Visita ao Monte de Sta. Luzia em Viana do Castelo

Dia 29 
11h00 - Celebração de cerimónia religiosa na Igreja Matriz/Sé (Largo do Instituto Histórico do Minho) 
12h00 - Saída em autocarro para o Restaurante Quinta da Presa, na Meadela 
13h00 - Início da Almoço Convívio com animação musical 
17h30 - Distribuição de lembranças 
18h00 - Abertura do Bolo Comemorativo servido com Espumante 
18h30 - Encerramento do Convívio e regresso de autocarro aos hotéis

Dia 30 - Check-out dos hotéis durante a manhã.
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Nota do editor

Último poste da série de 4 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19856: Convívios (898): XL Encontro do pessoal da CCAV 2639, dia 16 de Junho de 2019 nas Caldas da Rainha (Mário Lourenço, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista)

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18624: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (25): Monte Real, 5 de maio de 2018: o olhar do fotógrafo 'strelado' Miguel Pessoa - Parte II


O Carlos Alberto Cruz, ladeado pelo Carlos Vinhal, à direita, e pela Giselda Pessoa, à esquerda, e acompanhado da sua filha Ana Cristina. Depois de um grave problema de saúde, de internamento hospitalar de alguns dias e de uma lenta mas bem sucedida recuperação, foi um alegria vê-lo, a ele, à Irene, sua esposa e restante família em Monte Real, 5 de maio de 2018, no nosso XIII Encontro  Nacional.


O nosso coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro mais a esposa do Francisco Silva, Maria Elisabete, e a filha de ambos, Ana Cláudia, e os netinhos Sofia e Tiago.



O régulo da Tabanca da Maia, pois quem haveria de ser?!... J. Casimiro Carvalho, herói de Gadamael


O Juvenal Amado, mais o camarada Almiro Gonçalves e esposa Amélia Gonçalves, frequentadores da Tabanca do Centro.


O António Martins de Matos, o Mário Leitão e a Giselda Pessoa... Só podem estar a falar de aviões e de peripécias aéreas...

J
osé Saúde, Manuel Oliveira Pereira e outro camarada de costas que temos dificuldade em identificar


José Manuel Cunté, Manuel Joaquim, António Graça de Abreu e mais o nosso "periquito" António Joaquim Alves.


Mário Gaspar, Juvenal Amado e Almiro Gonçalves.


Os casais António João Sampaio e Maria Clara (Leça da Palmeira / Matosinhos ) e Virgínio Briote e Maria Irene (Lisboa)... O Virgílio, não é preciso recordá-lo, é o nosso coeditor jubilado, um histórico da Tabanca Grande...


Nas pontas Luís Paulino e Armando Pires... Ao meio, um outro camarada,  o Urbano Oliveira, que pertenceu, tal como o Paulino, à  CCaç 2726. Vem da Figueira da Foz e já o ano passado esteve no nosso XII Encontro Nacional.


Dois camaradas da Tabanca da Linha:  António Maria Silva e o  José Miguel Louro (à direita).


Monte Real > XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 5 de maio de 2018 >

Fotos (e legendas): © Miguel Pessoa (2018). Todos os direitos reservados [Edição; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mesmo combalido, na sequência de um "acidente doméstico", o nosso Miguel Pessoa não quis deixar de vir a Monte Real, e fazer a sua cobertura fotográfica do evento...

Obrigado, Miguel, pelas 52 fotos que nos mandaste. Aqui vai uma segunda seleção. Todos os amigos e camaradas da Guiné te desejam rápidas melhoras. E vê se finalmente consegues dormir na tua cama!... 

Acrescentei as legendas  possíveis a partir de Cáceres onde fui em "visita cultural"... O Carlos far-me-á o favor de as corrigir e/ou completar.

Uma saudação especial vai para o nosso veteranos Carlos Alberto Cruz e sua grande família que o ajudou a vir a (e a estar connosco em)Monte Real... Boa continuação, Carlos, da tua recuperação. (LG)
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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17278: Convívios (795): XIII Encontro do Pessoal da CCAÇ 2726, dias 14 a 18 de Junho de 2017, no Funchal (Luís Paulino, ex-Fur Mil)

 Foto de família de um dos Convívios anteriores da açoriana CCAÇ 2726


Mensagem do nosso camarada Luís Paulino, (ex-Fur Mil da CCAÇ 2726 Cacine e Cameconde, 1970/72), com data de 22 de Abril de 2017:

Caro Amigo e Camarada Carlos Vinhal 

A CCAÇ 2726 vai realizar o seu XIII Convívio, de 14 a 18/6, na cidade do Funchal, Ilha da Madeira. 

Agradeço que esta informação seja publicada no Blogue da Tabanca Grande. 

Saudações Fraternas,
Luís Paulino
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Nota do editor

Último poste da série de 20 de Abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17262: Convívios (794): XV Encontro do pessoal da CART 2520, dia 20 de Maio de 2017, em Almeirim (José Nascimento, ex-Fur Mil)

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P15059: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (7): Bedanda


1. Parte VII de "3 anos nas Forças Armadas", série do nosso camarada Tibério Borges (ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726, Cacine, Cameconde, Gadamael e Bedanda, 1970/72).


3 anos nas Forças Armadas (7)

Bedanda

Em Bedanda a companhia era de africanos com excepção da maioria dos graduados. Fui encontrar, imaginem, o Zé Cavaco que é meu conterrâneo. O mundo é pequeno. Apenas fui tapar um buraco durante um mês. Alguém que foi de férias ou que chegou ao fim da comissão. Quem sabe se doente! Pode ser que um dia saiba mais coisas através do Zeca. Sei que o Comandante era o Capitão Ayala Boto. Nesta unidade havia um padre.


Bedanda era um lugar onde os ataques se davam. Num dia de trovoada precisamente no momento do estalar do primeiro trovão sofremos um ataque ao arame. Nas férias antes de vir para este aquartelamento adquiri um gravador de bobines com muita música gravada em casa dos meus amigos Marino Lemos e Maria Teves e estávamos a ouvir boa música clássica quando esse ataque se deu.


Ficamos hesitantes uma fracção de segundo sem saber se era a guerra ou se era trovoada. Mas eram as duas coisas ao mesmo tempo. Larga pés para que vos quero a caminho das valas. Porém as fotos não passam dum momento de boa disposição, treinando, imaginando um ataque.

Mas a guerra tem muitas facetas sendo uma delas a Marinha que pela Guiné andava a desminar rios. E aconteceu enquanto lá estive. O rio Cumbijã que banhava aquela zona foi minado e tivemos sorte porque foi na altura da maré vazia que alguém deu por isso. Era por ele que as LDG’s ou LDM’s abasteciam, via marítima e fluvial, o aquartelamento. Assim vieram os peritos tratar do assunto.


Nesse mesmo rio fui uma vez com o sintex fazer uma caçada ao crocodilo pois disseram-me que esses hidrossáurios apareciam por ali. Apanhei um. Alguém da milícia prontificou-se para tirar a pele e prepará-la para um colega do Porto a levar para ser tratada e que depois ma enviaria de retorno. Até hoje. A carne de crocodilo acho que foi o preço de preparar a pele. A pele de crocodilo dava para fazer malas e sapatos, na altura, e que custavam muito dinheiro. Na altura o exército estava com falta de capitães e arranjou maneiras de cativar civis para esta tarefa.



Que era perigoso andar por ali, era, mas quando somos novos não medimos bem as consequências. A guerra apresentava-nos muitas surpresas e tudo podia ter acontecido. Apanhar material de guerra ao inimigo também aconteceu.


Os nossos obuses não eram rebuçados nenhuns e cada bujarda levava 45kg. E lembro-me uma vez que fui fazer um patrulhamento para uma zona de aldeamento onde andavam pessoas não controladas por nós,  combinando com o artilheiro o lançamento destes rebuçados para pontificar a pontaria do obus. Sei que vi do lado de lá do rio pessoas a andarem de canoa e outras pessoas que ali viviam.



Por vezes o abastecimento dos alimentos nem sempre eram feitos por LDG’s e em alternância os aviões deixavam esse precioso bem cair de paraquedas.


Ir de férias era muito bom, nem que fosse o tal artigo do RDM que nos dava 5 dias. Sair do mato e no meu caso estar em Bissau era fugir do inferno e chegar ao paraíso. Chegava a Bissau completamente descontrolado, desnorteado mas sabia que estava melhor do que no mato. Já não me lembro como sabíamos que era num dia marcado mas o certo é que íamos de avioneta para Bissau. Sei que nos instalávamos no hotel e depois era passear por Bissau. Comprar uma bebida, normalmente cerveja, era o ritual normal e que vinha acompanhado sempre dum pratinho de camarão. Os serões eram passados no QG onde se jogava bingo e saíam bons prémios, como frigoríficos. Estes no mato trabalhavam a petróleo. Foi no QG que encontrei o Capitão Albergaria que conheci em casa do Marino Lemos. Muito isolado e retirado. Lembro-me de ter conversado com ele. Aqui em Bissau ouviam-se todas as histórias passadas em todos os aquartelamentos. O hospital era o centro de todas as notícias más que aconteciam no mato. Soube que muita tropa dos comandos morreram e muitos dos que tiraram a especialidade comigo em Lamego. Era tropa de intervenção juntamente com outra como fuzileiros, rangers, etc. Lembro-me vagamente de ter estado em casa dum militar cuja mulher estava em Bissau.

No mato o tempo era difícil de passar e para distrair um pouco íamos até à tabanca. Éramos rodeados de muito miúdos pois entrar em diálogo com a população não era fácil pois existia sempre uma desconfiança. Outra maneira de viver e estar ocupados por outro povo que não os deixava estar livres e a fazer a sua vida não era fácil.


Outra distracção era o futebol que nos abstraía de tudo o que era guerra. Fazíamos boas partidas deste desporto.


Dentro do quartel as mais diversas situações proporcionavam as mais diversas conversas cavaqueiras ora amenas ora tristes mas tínhamos um médico, o Bravo, com o qual passávamos horas de boa disposição pois ele tinha jeito para as anedotas ou histórias.


Outras vezes vestia-me à civil para fazer crer que não estava no mato.


Por vezes dava uma voltinha fora do arame farpado, também, para distrair.


O General Spínola visitava as suas tropas sem prévio aviso. Metia-se num helicóptero e foi o que nos aconteceu por altura do Natal.


Um certo dia tive uma surpresa. O meu colega Silva que me enviou para Bedanda veio fazer-me uma visita.



Em Bedanda passei por um mau momento em que o meu estado psicológico não foi dos melhores.

Publicado por Tibério Borges
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Nota do editor

Postes da série de:

8 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14850: Tabanca Grande (469): Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726 (Cacine, Cameconde, Gadamael e Bedanda, 1970/72)

15 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14879: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (2): Passagem pelo BII 18 de Ponta Delgada, IAO no RI 11 de Setúbal e embarque em Lisboa no Ana Mafalda

23 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14921: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (3): De Bissau para Cacine

5 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P14974: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (4): Cacine

15 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P15006: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (5): Invasão a Conakry e, Entre Cacine e Cameconde
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23 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P15031: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (6): Gadamael Porto

domingo, 23 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P15031: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (6): Gadamael Porto



1. Parte VI de "3 anos nas Forças Armadas", série do nosso camarada Tibério Borges (ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726, Cacine, Cameconde, Gadamael e Bedanda, 1970/72).


3 anos nas Forças Armadas (6)

Gadamael Porto

Gadamael Porto ficava mais no interior do rio Cacine e mais perto da fronteira, tendo a norte Guileje onde o corredor da morte era o espaço para a passagem de material de guerra dos turras. Eles dominavam a floresta desde a Guiné Konakry passando por Guileje, Bedanda e chegando a Catió depois de atravessarem o rio Cubijam. Toda a zona do Catanhez, a floresta que marginava os rios Cacine e Cumbijã, englobava Cabedú, a Sul, e Bedanda, a Norte.


Este território era fechado tendo apenas carreiros ao logo de toda a floresta e banhado por pântanos onde as sanguessugas se agarravam às nossas pernas sugando-nos o sangue. Para além dos quartéis ficavam as emboscadas, a morte assombrada de terror e as minas. Os quartéis ficavam sujeitos a bombardeamentos às mais diversas horas mas sobretudo ao anoitecer. Aqui em Gadamael fui apanhar uma Companhia no fim da comissão, e como tal tinha o terreno na sua mão, não tendo apanhado neste mês que ali estive acontecimentos de maior. Os bombardeamentos eram o prato do dia e como tal eram-nos muito comuns. Na maioria dos casos não chegavam aos nossos quartéis porque eles bem temiam os nossos obuses. Estes eram direccionados rapidamente para a direcção de onde vinham os clarões e varria-se aquela zona quer em longitude quer em latitude.

Fui parar a Gadamael por ordem do meu capitão que certamente recebeu ordens de Bissau. No caso de haver outra substituição noutro quartel que tivesse de ir alguém da nossa Companhia, certamente já não seria eu. Os nossos serões eram preenchidos com o jogo do bingo. Cada quartel tem o seu cariz próprio dependendo, evidentemente, das pessoas que o criam.

Certo dia alguém se lembrou de se vestir à muçulmano e foi logo à maneira da entidade religiosa. Mal sabíamos nós que ao irmos ter com ele, o mal estar iria fazer parte desse encontro. Por nossa parte nunca foi colocar nesta brincadeira qualquer intenção de crítica ou algo que pudesse nascer um mal entendido. Foi um espaço de tempo sem pensarmos nas consequências. O que é certo é que ele nos disse que apenas se vestiam daquela maneira eles, os dignitários religiosos.





Nota: no meu álbum estas fotos têm a data de 10Out1970

Gadamael não possuía obus 14 mas 10,5 - armas mais maneáveis e adequadas às circunstâncias ou por falta de capital para os obter. Possuía um jipão onde transportava uma metralhadora.
 
Nota: no meu álbum esta foto tem a data de 11Nov1970

Estando o capitão de férias, ficou a comandar as tropas o Alferes Silva. Neste espaço de tempo, Bissau, certamente, dá ordens a que se faça outra substituição, desta vez em Bedanda, dum alferes. Em Cacine era regulamentar estarem dois pelotões e os outros dois em Cameconde. Nesta situação não me lembro se estava ou num ou noutro lugar. O que sei é que o Silva veio ter comigo para eu ir preencher a falta dum alferes em Bedanda. Fui contra esta situação uma vez que já tinha sido incumbido de o fazer e como tal outro estaria na vez. Não sei o que o levou a vir ter comigo mas o que pensei foi que ele não teve coragem de indicar um dos outros dois, uma vez que ele próprio não poderia ser. Pensei que por os outros três serem continentais e eu açoriano ou eles ofereceram resistência a tal ponto que ele optou por me manejar. Apesar de recusar ele insistiu comigo. Fiquei revoltado com esta situação e não estava na disposição de a aceitar. Por outro lado sabia que uma desobediência traria algo de grave.

Como o material de guerra estava por minha conta planeei uma fuga a partir de Portugal para França. Nessa altura e antes de ir para Bedanda tinha as minhas férias planeadas para as passar nos Açores. No regresso de férias do Capitão e na minha ida para férias encontramo-nos em Bissau.

Na minha mala coloquei umas quantas granadas de mão pois falava-se que passar a fronteira de Portugal não era fácil. Contei ao capitão o que estava planeando.

Ele aconselhou-me primeiro ir a Bedanda ver o ambiente, falar com o capitão e tirar informações do que por lá se passava.

Não me lembro bem a sequência dos acontecimentos mas devo ter ido a Bedanda antes de ir de férias porque devolvi de regresso todas as granadas que levava ao Capitão.

A Companhia ali aquartelada era de nativos exceptuando a maioria dos graduados. Não gostei desta situação mas no cômputo geral mudei de ideias.

(Continua)

Texto e fotos: © Tibério Borges
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Nota do editor

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