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sábado, 8 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11682: O nosso livro de visitas (166): Carlos Figueira, ex-fur mil, CCAÇ 4946 (Jemberém, Cacine e Bolama, 1974)... Uma saudação madeirense para os camaradas hoje reunidos em Monte Real, no VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande


Região Autónoma da Madeira > Funchal > 2013 > O nosso camarada Carlos Figueira, candidato a membro da Tabanca Grande




Guiné > Região de Tombali > Cantanhez > Jemberém > CCAÇ 4946 (Jemberém, Cacine e Bolama, 1974) > O fur mil Carlos Figueira, madeirense.


Foto: © Carlos Figueira  (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]

1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) Carlos Figueira


Data: 7 de Junho de 2013 às 10:54

Assunto: Lamento

Camaradas,

O meu grande lamento é não estar presente dia 8 de Junho (amanhã) no vosso/nosso convívio.

Como estou no Funchal, esqueci-me de planear,  e neste momento,  deslocar-me ao continente.  As passagens são muito caras,  pois é época alta.

Tenho imensa pena pois assim iria rever os meus camaradas da Guiné.

Fiz parte da CCAÇ 4946 que saiu do Funchal para a Guiné onde estivemos no Cumuré,  Jemberém,  Cacine e Bolama.

A todos os camaradas envio um grande abraço com a promessa de comparecer no próximo convívio.

Perdi há muito o elo de ligação com os elementos que compunham a CCAÇ 4946 e dos que compunham a Companhia que saiu do Regimento Infantaria nº 1 - Amadora (, hoje Regimento dos Comandos)...  Pois fiz parte dessa Companhia antes de fazer a transferência para a CCAÇ 4946,  que igualmente foi para a Guiné  (mas não já não me lembro do nº de identificação).

Queiram,  por gentileza,  transmitir a todos os camaradas que estiveram em serviço militar na Guiné que envio-lhes um grande mas forte abraço,  acrescidos dos meus sinceros votos de bnoa saúde e prosperidade.

Carlos Figueira

Em anexo: As minhas fotos (hoje,  no Funchal, e ontem, em Jemberém)

PS - Quero pedir-vos que fornecam o meu e-mail aos meus camaradas para que me possam contactar. Fico-lhes mui grato e reconhecido. 

2. Comentário de L.G.:

Carlos Figueira, grande camarada da portuguesíssima região autónoma da Madeira: Obrigado pelo contacto e pelas tuas saudações. Serás seguramente lembrado em Monte Real pelos camaradas presentes. Estará lá malta do teu tempo, que passou por Jemberém e por outros míticos lugares do Cantanhez. Sobre a tua companhia (Os Galos do Cantanhez), temos pelo menos 4 postes. (Clica sobre o link anterior).

Espero que para o ano possas, com tempo, preparar a viagem e estar connosco. Este é o nosso VIII Encontro Nacional. Já cá tinhas batido à porta da Tabanca Grande, em 23 de janeiro de 2009, sem todavia teres entrado (*). Não preciso de te convidar. Este blogue também é teu. Fico só à espera de uma pequena história, tua, passada lá naquela terra verde e vermelha, no meio daquelas gentes de quem ficámos amigos. Já temos 3 fotos tuas, mas se quiseres manda mais.  Oportunamente serás apresentado à Tabanca Grande, como novo membro registado. Um Alfa Bravo. (**)

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Notas do editor
(*) Vd. postes anteriores sobre a CCAÇ 4946:

23 de janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3781: O Nosso Livro de Visitas (55): Carlos Figueira, ex-Fur Mil da CCAÇ 4946, Jemberem, Cacine e Bolama (1974)

(...) A título de curiosidade - a minha Companhia chegou à Guiné em 5 de Janeiro de 1974 e regressou a 16 de Agosto do mesmo ano.

Mesmo assim, fui ferido no braço direito por estilhaços a 5 de Fevereiro e transportado para o Hospital de Bissau. Não sei bem o que se passou, mas muitos dos meus documentos militares encontram-se desaparecidos dos arquivos militares, mas tenho o essencial. (...)


(**) Último poste da série > 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11454: O Nosso Livro de Visitas (165): Um "recuerdo" do ex-1º cabo op cripto Luís Nascimento, CCAÇ 2533 (Camjambari, 1969/71)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3781: O Nosso Livro de Visitas (55): Carlos Figueira, ex-Fur Mil da CCAÇ 4946, Jemberem, Cacine e Bolama (1974)

1. Mensagem de Carlos Figueira, ex-Fur Mil da CCAÇ 4946/73, Jemberem, Cacine e Bolama, 1974, com data de 20 de Janeiro de 2009:

Caro Sr.
Na pesquisa para encontrar os restos mortais do falecido piloto do Paquete "Santa Maria" que faz amanha 21 de Janeiro, 48 anos. Como o piloto era meu amigo... (Eu estive para ser a 1.ª vítima conforme pode ver no blog http://somisabe.blogspot.com/)
foi quando eu encontrei o vosso blogue que muito me satisfez (Boa ideia).

Tenho pena também de desconhecer as datas em que os ex-militares da Guiné se reunem pois estou no Funchal, Ilha da Madeira. Com pena minha eu perdi os contactos com os meus colegas graduados naturais de Portugal Continental.

A título de curiosidade - a minha Companhia chegou à Guiné em 5 de Janeiro de 1974 e regressou a 16 de Agosto do mesmo ano.

Mesmo assim, fui ferido no braço direito por estilhaços a 5 de Fevereiro e transportado para o Hospital de Bissau. Não sei bem o que se passou, mas muitos dos meus documentos militares encontram-se desaparecidos dos arquivos militares, mas tenho o essencial.

Recebam todos um grande abraço pelo projecto e desejo a todos vós um Ano cheio de saúde e de amor.

Sempre ao vosso dispor
Carlos Alberto R Figueira
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 22 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3777: O Nosso Livro de Visitas (54): Um camarada da diáspora, José Câmara, da açoriana CCAÇ 3327 (1971/73)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3696: Para a história da madeirense CCAÇ 4942/72, Os Galos do Cantanhez (Vítor Negrais)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje > 2 de Março de 2008 > Monumento assinalando a passagem, por aqui, da CCAÇ 4942/72, de origem madeirense, conhecida por Os Galos do Cantanhez. Estiveram em Jemberém (os guineenses hoje dizem Iemberém) entre Março de 1973 e Fevereiro de 1974.

Fotos: ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados.

1. Comentário que Vítor Negrais deixou ao poste de 8 de Janeiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2421: Em busca de... (15): Pessoal da companhia madeirense que esteve em Jemberem (1973/74) (Luís Candeias, amigo do Arsénio Puim)


Caro Luís Candeias.

Assunto: Pessoal da companhia madeirense CCAÇ 4942/72 que esteve em Jemberém.

Mesmo que tardiamente, quero contribuir para um melhor conhecimento do que foi o papel da CCAÇ 4942/72 (*).

Quero referir que a foto publicada com um membro feminino de uma ONG em Jemberem não corresponde ao deixado no local pela CCAÇ 4942/72 (**). O símbolo adoptado pela companhia foi um galo multicolor associado à designação Galos do Cantanhez.

(i) A CCAÇ 4942/72 foi formada no Funchal, no BII19.

(ii) Rumou à Guiné no Uíge que saiu de Lisboa a 27 de Dezembro de 1972, ocorrendo o seu desembarque em Bissau em 3 de Janeiro de 1973.

(iii) A companhia, como era usual na altura, rumou ao Cumuré onde fez o IAO.

(iv) Concluido este, foi para Mansoa, por um curto período de tempo, tendo colaborado na protecção da construção da estrada entre Jugudul e Bambadinca.

(v) Após este curto período, tomou o rumo de Cadique, no Cantanhez, e esteve na abertura da estrada entre Cadique e Jemberem, localidade onde se fixou cerca de 1 ano (1 ano bem animado).

(vi) Posteriormente, em Fevereiro de 1974 a companhia foi deslocada para o Norte, para Barro mantendo um pelotão em Bigene junto do COP3.

(vi) A companhia regressou a Portugal em 9 de Setembro de 1974, depois de muitas peripécias, sem nenhuma baixa.

Cumprimentos a Luís Graça e camaradas da Guiné e parabéns pela manutenção deste espaço de convívio.

Vítor Negrais

2. Comentário de L.G.:

Obrigado, Vítor, por estas preciosas achegas sobre Os Galos do Cantanhez. Obrigado também pelas tuas simpáticas referências ao nosso blogue. Não te apresentaste, mas presumo que tenhas pertencido à CCAÇ 4942/72. És do continente ou da RAM ?

Se quiseres, junta-te a nós, que formamos já a maior Tabanca virtual... da Guiné. Basta leres e aceitares as nossas regras de convívio (que podes e deves ler na folha de rosto do nosso blogue, coluna do lado esquerdo: Tabanca Grande > Dez normas de conduta). Manda também as duas fotos da praxe (um do tempo da tropa e outra actual).

Gostaríamos que nos contasses mais peripécias dos teus Galos do Cantanhez. Tens tido notícias dos teus camaradas ? Presumo também que tenhas histórias e fotos da vossa permanência no Cantanhez, bem como do período do pós-25 de Abril. Estive em Março de 2008 no Cantanhez e registei em fotografia os vestígios da vossa passagem por Jemberém.

Um abraço. Desejo-te as melhores perspectivas possíveis para o ano que agora começa. Luís Graça

_____________


Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 29 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2695: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral (29/2 a 7/3/2008) (11): Iemberém, uma luz ao fundo do túnel

(**) Há três locais e datas assinaladas no monumento: Mansoa, 3/2/73; Cadique, 27/3/73; Jemberém, 20/4/73. O brazão da companhia era constituído por um Galo, com os dizeres Cantamos de Galo. (...)
Sabemos como se chamavam os seus Grupos de Combate: Os Primitivos (1º Gr Comb); Os Descavilhados (2º Gr Comb); O Zigue-Zague (3º Gr Comb); Os Tais (4º Gr Comb).

O nosso camarada A. Marques Lopes já há tempos tinha referido, na lista das unidades que passaram por Barro, na região do Cacheu (onde ele esteve com a sua CCAÇ 3), a existência desta CCAÇ 4942/72, cuja actividade operacional era resumida nestes termos:

(i) Em princípios de Abril de 1973, seguiu para Cadique, na zona de acção do COP 4, a fim de tomar parte na operação Caminho Aberto, com vista à instalação de uma subunidade em Jemberém [hoje, Iemberém].

(ii) Em 20 de Abril de 1973, após o desembarque [em LDM ou LDG ?] e ocupação daquela área, assumiu a responsabilidade do subsector de Jemberém [ou Iemberém], então criado, iniciando a construção do respectivo aquartelamento e ficando integrada no dispositivo e manobra do COP 4 e depois do BCAÇ 4514/72, e ainda, após reformulação dos limites dos sectores, do COP 5 [ que incluía Guileje].

(iii) Foi substituída no subsector de Jemberém pela CCAÇ 4946/73.

(iv) Instalou-se em Barro, a partir de 23 de Fevereiro de 1974, a fim de efectuar a sobreposição e render a CCAÇ 3519.

(v) Em 12 de Março de 1974, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector de Barro, ficando integrada no dispositivo e manobra do COP 3 e depois do BART 6522/72 e ainda do BART 6521/74. Destacou ainda um pelotão para Bigene, em reforço da guarnição local.

Em resumo: esta companhia - de pessoal maioritariamente madeirense - chegou até Jemberém, no coração do mítico Cantanhez, numa região que o PAIGC considerava de há muito libertada, construiu aqui, de raíz, um aquartelamento (de que não há muitos vestígios, visíveis, actualmente), e depois foi substituída por uma companhia mais nova, a CCAÇ 4946/73, em Fevereiro de 1974.


Guiné-Bissau > Região de Tomboli > Parque Nacional do Cantanhez > Jemberém (ou Iemberém, de acordo com a toponomia actual) é uma localidade onde a AD - Acção para o Desenvolvimento tem a sua base operacional (instalações de apoio aos projectos desenvolvidos no Cantanhez, inclouindo o ecoturismo). Por aqui também passou a 1ª CART do BART 6521/72 (entre Janeiro de 1973 e Abril de 1973)... Esta subunidade foi substituída pela CCAÇ 4942/72.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2433: Em busca de ... (16): Pessoal da CCAÇ 4946/73, madeirense + Arsénio Puim, ex-capelão, açoriano, BART 2917 (Luís Candeias)

1. Mensagem do Luís Candeias (1):

Boa Noite, Luis Graça:

(i) Obrigado pela divulgação da(s) minha(s) pergunta(s). Recebi logo 2 e-mails com informações sobre o Coronel Morna (D. Conceição, do Funchal) e sobre a Guiné e o Controle Aéreo (Henrique - Algarve). Essa informação sobre a CCAÇ 4946/73 fez soar alguns alarmes no meu album de memórias. Acho que era isso mesmo.

Vamos ver se tenho a sorte de aparecer alguém. Os graduados eram todos do Continente e os soldados eram madeirenses. Esses ainda os vi no processo de desmobilização antes de partir para Ponta Delgada.

(ii) Quanto ao Arsénio Puim prometo que vou apertar com ele. O Arsénio é uma pessoa muito querida e respeitada aqui na nossa comunidade açoriana, principalmente entre os seus conterrâneos, os Marienses.

Ele foi meu professor de História no Liceu e sempre um bom amigo. Foi enfermeiro aqui no Hospital, em Santa Maria, casou com a Leonor, também
enfermeira, e acabou mudando a sua residência para Vila Franca do Campo, na vizinha Ilha de S.Miguel, terra de origem da Leonor. Tem 2 filhos já crescidotes, o Pedro e o Miguel, estudantes Universitários.

É hoje um Enfermeiro reformado e um Mariense muito empenhado na Cultura e História marienses, e sua divulgação, com intervenção permanente no jornal
O Baluarte de Santa Maria.

A sua lucidez, sensatez , serenidade e saber são características que sempre
admirei. Ele não gosta de luzes da ribalta, mas também concordo que o que falta da história da detenção e expulsão que sofreu são peças fundamentais de uma história que tem que ser continuada,completada e divulgada. Não duvido que ele compreende isso e que irá colaborar convosco.

Um grande abraço

Luis Candeias

2. Comentário do editor, L.G.:

Luís: Não esqueço a tua promessa de nos trazeres, até aqui, ao blogue, o nosso querido amigo Puim... Em troca desse favor e em reconhecimento do teu interesse e amor pela 'nossa Guiné' (aonde poderias ter ido parar, como nós...), ficas com a porta aberta, escancarada, da nossa Tabanca Grande... Se quiseres fazer parte deste grupo (que se recusa a ser tratado como um bando de saudosistas, de veteranos, de cotas, de velhos, etc.), manda-nos uma chata tua, actual, para pôr na fotogaleria... Se tiveres uma da tropa, também podes mandar...

O tratamento aqui é o tu-cá tu-lá... Como tu poderias ter sido nosso camarada da Guiné, não tens quaisquer privilégios em termos de tratamento. Recebe um abraço (Alfa Bravo) doutro Luís que conhece e ama a tua terra (Açores), mas não conhece a tua ilha (Santa Maria)... Um chicoração para o Puim.

PS 1 - Passei férias na Terceira (onde tenho amigos), São Miguel, Faial e Pico, o percurso turístico mais fácil...

PS2 - Tive há tempos notícias de alguém que me disse que o Puim já havia pedido a um dos filhos, aqui em Lisboa, para nos contactar... Acho que o Puim chegou a pensar vir ao último convívio, em 2007, em Setúbal, do pessoal do BART 2917... Terá decidido não aparecer, à última hora, por razões (talvez ainda dolorosas, para ele) que não quis dizer...

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Nota de L.G.:

(1) Vd. poste de 8 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2421: Em busca de... (15): Pessoal da companhia madeirense que esteve em Jemberem (1973/74) (Luís Candeia, amigo do Arsénio Puim)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2421: Em busca de... (15): Pessoal da companhia madeirense que esteve em Jemberem (1973/74) (Luís Candeias, amigo do Arsénio Puim)

Guiné > Região de Tombali > Jemberem > 2005 > "Foto de um marco existente em Jemberem, sede da nossa ONG, em Cantanhez, que foi reparado e que, em homenagem à ONG portuguesa Instituto Marquês Valle Flôr-IMVF (que intervém na zona e com quem vamos trabalhar no projecto Guiledje), se chama Praça IMVF".

Foto e legenda do nosso amigo Pepito, fundador e director exectivo da AD- Acção para o Desenvolvimento, enviada em Outubro de 2005.

Este pequeno monumento evoca a passagem, por aquelas paragens, de uma companhia (que se presume seja a CCAÇ 4942/72)... Na base do monumento lê-se:

"Os Nómadas, pioneiros de Jemberem, Pelundo > 27 Out 72, Cadique > 21 Jan 73, Jemberem > 20 Abr 73".

Do lado esquerdo, em parte tapada pelo corpo da jovem que aparece na imagem, há um brazão de uma unidade (companhia ? batalhão ?) e um número: 6521...

Foto: © AD - Acção para o Desenvolvimento (2005) (Com a devida vénia...)


1. Mensagem de Luís Candeias, da Ilha de Santa Maria, região Autónoma dos Açores:


Sou um visitante assíduo deste Blogue. O meu nome é Luis António Ricardo Candeias. Sou natural e residente na Ilha de Santa Maria, nos Açores, onde exerço a actividade de Controlador de Tráfego Aéreo.

Sou conterrâneo e amigo do Arsénio Chaves Puim, (aqui mencionado nalguns textos por ter sido capelão militar na Guiné) e afastado pelas suas ideias e coerência (1).

Visito este blogue em busca de notícias de companheiros e amigos desses terríveis tempos da Guerra do Ultramar.

Tenho hesitado em contactar-vos porque, não tendo sido mobilizado para a guerra, não me sinto no direito de me intrometer nas histórias e sofrimento que apenas conheci no conforto do B.I.19 (Funchal), destacamento militar do Porto Santo e B.I.18 (Ponta Delgada).

Fui incorporado no 1º Turno de 1973 no CISMI em Tavira, onde fiz recruta e especialidade. Fui depois colocado no B.I.19 (Funchal) como Cabo Miliciano Atirador de Infantaria e onde fui depois promovido a Furriel Miliciano.

Aí, enquanto aguardava a mobilização, que achava inevitável, integrei várias Companhias de Instrução com os meus Companheiros que foram partindo.

Um batalhão para Cabinda, onde ficaram mais de 20 companheiros, entre eles 2 amigos, Alferes Ferreira e Neves, e uma Companhia para Guiné que ainda vi ser desmobilizada no Funchal antes da minha transferência para Ponta Delgada. Tanto quanto sei, eles estiveram colocados em Jemberém, local que não vejo mencionado no que aqui tenho lido.

Essa Companhia saiu do Funchal no fim do Verão de 1973, e apanhou o fim da guerra depois de Abril de 1974, tendo regressado ao Funchal onde foi desmobilizada. Não me recordo do nº da Companhia e, como não vejo aqui referências a Jemberém (2), pergunto:

Será que esse aquartelamento tinha também outro nome?

As únicas coisas de que nunca me esquecerei são as amizades que fiz com eles, a alegria de os ter visto voltar quase todos, e 2 nomes que retenho por razões completamente diferentes: Tenente Coronel João Mário de Sampaio e Castro, Comandante na altura no BI 19, terrível Comandante; e Major Ramiro Morna do Nascimento, de quem guardo as melhores recordações pelos seu humanismo e sentido de justiça.

Se por acaso souberem algo destes meus amigos que passaram por Jemberém e me puderem informar, ficava muito agradecido.

Se não souberem, paciência, e, mais uma vez desculpem por favor a minha intromissão nos vossos sentidos e muito merecidos desabafos.

Grato pela atenção

Luís Candeias

Vila do Porto, 7 de Janeiro de 2008

2. Comentário de L.G.:

Luís Candeia: Ficamos todos sensibilizados pela tua mensagem. Tu não chegaste a ir à Guiné, mas hoje bem podias ser nosso camarada. Por isso não tens que pedir desculpa. Foi a roleta da sorte. Mesmo assim, passaste por Tavira, como muitos de nós. Tiveste apenas um pouco mais de sorte...

Não tenho muita informação para te parte sobre a tal companhia (madeirense, em princípio) que procuras e que terá ido parar a Jemberem, na mítica mata do Cantanhez... Encontrei, no entanto, no nosso arquivo uma foto com um monumento construído pela CCAÇ 4942/72, que os teus madeirenses terão substituído.

Esta unidade ocupou Jemberem, até então sob controlo do PAIGC, em 20 de Abril de 1973, e terá construído o respectivo aquartelamento, o que bate certo com a legenda da foto, acima reproduzida... Se o meu raciocínio estiver certo, a unidade (madeirense) que procuras é a CCAÇ 4946/73 (se o número estiver correcto, o que tenho dúvidas)...

Recentemente o nosso camarada A. Marques Lopes referiu, na lista das unidades que passaram por Barro (3), a existência da CCAÇ 4942/72, cuja actividade operacional vem resumida nestes termos:

(...) Em princípios de Abril de 73, seguiu para Cadique, na zona de acção do COP 4, a fim de tomar parte na operação Caminho Aberto, com vista à instalação de uma subunidade em Jemberém. Em 20 de Abril de 73, após o desembarque e ocupação daquela área, assumiu a responsabilidade do subsector de Jemberém, então criado, iniciando a construção do respectivo aquartelamento e ficando integrada no dispositivo e manobra do COP 4 e depois do BCAÇ 4514/72, e ainda, após reformulação dos limites dos sectores, do COP 5.

Depois de ser substituída no subsector de Jemberém pela CCAÇ 4946/73, instalou-se em Barro, a partir de 23 de Fevereiro de 1974, a fim de efectuar a sobreposição e render a CCAÇ 3519. Em 12 de Março de 1974, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector de Barro, ficando integrada no dispositivo e manobra do COP 3 e depois do BART 6522/72 e ainda do BART 6521/74. Destacou ainda um pelotão para Bigene, em reforço da guarnição local (...).


Vou pedir ao pessoal da nossa Tabanca Grande para te ajudar com informação mais detalhada. Peço-te que mandes um grande abraço ao nosso camarada e amigo Puim: estive com ele em Bambadinca no 2º trimestre de 1970... Diz-lhe que o esperamos - eu, o Abílio Machado, o Humberto Reis, o Tony Levezinho, o Jorge Cabral e tantos outros - na nossa Tabanca Grande, de braços abertos... Eu quero o testemunho dele, para memória futura, desse longo, penoso e sinistro dia, 1 de Janeiro de 1971, em que a PIDE/DGS de Bissau o foi buscar e o arrancou do nosso convívio (1)...

__________

Notas dos editores:

(1) Sobre o Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão, da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), vd. posts de:

5 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1925: O meu reencontro com o Arsénio Puim, ex-capelão do BART 2917 (David Guimarães)

17 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1763: Quando a PIDE/DGS levou o Padre Puim, por causa da homília da paz (Bambadinca, 1 de Janeiro de 1971) (Abílio Machado)

(2) Jemberem, na mata do Cantanhez: Vd. Carta de Cacine. Não confundir com Jembembem, que pertence a Farim, no norte (fronteira com o Senegal).

(3) Vd. post de 7 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2416: Unidades que passaram por Barro, na região do Cacheu (A. Marques Lopes)