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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6827: (Ex)citações (87): O direito de um velho colon a ter um ponto de vista um tanto reaccionário (António Rosinha)

1. Comentário de 29 de Julho último, assinado por António Rosinha [, foto à esquerda,  em Pombal, 2007, de L.G.], ao poste P6802:

 Beja Santos, esta tua capacidade e força para publicares e analisares tudo o que se escreve sobre a Guiné, enriquece imenso este blogue. Com a vantagem de deixar campo para cada leitor fazer a própria análise.

E, no caso deste livro, que não dá muitas novidades mais que outras leituras, é aquela dúvida se seria exactamente o PAIGC de Amílcar e Luís Cabral, que os guineenses queriam.

Atenção,  que eu assisti ao 14 de Novembro de 1980, em que Vasco Cabral (não era da família),também foi baleado à porta de casa por «uma bala perdida».

E o facto de alguns guineenses ficarem satisfeitos com a nova constituição, o povo em geral também não teve opinião. Porque aquilo não foi mais do que um tiro no próprio pé do PAIGC.

Será que a grande preocupação do povo seria mesmo uma nova "constituição"? É que aqueles que se diziam membros do PAIGC apregoavam que o golpe nos «bormelhos» foi justo, porque tanto a distribuição dos lugares bons, assim como a distribuição dos automóveis, tinha ido parar às «mãos erradas».

Era um bom motivo para um golpe de estado, visto do PAIGC;  do PAICV, nunca li grandes comentários.

Mário e Luís, o facto de eu ser um velho «colon»,  também tenho direito a analisar de um ponto de vista um tanto reaccionário.

Faço votos que a democracia imposta pelos FMI, ONU, Banco Mundial, e Igreja, e umas tantas ONG, substitua um dia a droga e a corrupção, e fixe os guineenses mais preparados na sua terra. Caso contrário, com o tempo desaparece a nossa velha Guiné.

2. Outro comentário (ao poste P6807) do camarada do nosso querido amigo António Rosinha, a quem desejamos saúde  e longa vida:

Luís Graça, deve ser interessantíssimo publicar na íntegra as memórias do Cadogo Pai, que provavelmente vai permitir, simultaneamente,  ficarmos com uma ideia sobre Cadogo Filho, 1º ministro e talvez o maior empresário guineense pós-independência.

Se o pai não seria histórico do PAIGC?

Podia não ser, mas Luís, nos anos 50,  todos os guineenses letrados, chamemos-lhe assim, (não indígenas), tipo Luís Cabral, da Casa Gouveia, dos Correios,  tipo Aristides, ou o Cadogo, de uma casa comercial, todos eram nacionalistas.

Tanto do PAIGC em Bissau, como do MPLA e outros de Angola, todos eram nacionalistas.  Antes de Março de 1961, não se preocupavam muito em esconder o que pensavam e até o manifestavam entre amigos e colegas metropolitanos.

O que confundia muitos, era essa ligação política ao comunismo, e veio a ver-se,  depois de Março de 1961, as ligações aos americanos através das missões evangelistas em Angola.

Daí haver milhares que, sendo nacionalistas, nunca aderirem aos movimentos. Daí  também se contarem pelos dedos os pouquíssimos dirigentes (letrados) do MPLA e do PAIGC.

É que,  quando lemos tudo o que há escrito sobre os movimentos, principalmente do PAIGC, que secou os outros em volta, são sempre um pequeno grupo.

No entanto todos eram nacionalistas, desde os que foram Cabos, Furriéis e Alferes do nosso exército,  lado a lado connosco, como os que foram colegas de trabalho.

O Cadogo, incompreensivelmente aos olhos de um tuga, tinha sucesso como empresário, em plena implantação do comunismo mais ortodoxo em Bissau de Luis Cabral.

Cumprimentos.
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Nota de L.G.: