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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Guiné 61/74 - P24029: Notas de leitura (1549): "Panteras à solta", de Manuel Andrezo (pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade): o diário de bordo do último comandante da 4ª CCAÇ e primeiro comandante da CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67): aventuras e desventuras do cap Cristo (Luís Graça) - Parte X: a importância da acção psicossocial: pondo as mulheres a voltar a pescar... peixe e camarão


Guiné > s/l> s/d> Mulheres a pescar no rio... Cortesia do nosso camarada Carlos Rios [ex-fur mil, CCAÇ 1420 / BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66] (*)


Pormenor da capa do livro "Panteras à solta: No sul da Guiné uma companhia de tropas nativas defende a soberania de Portugal", de Manuel Andrezo, edição de autor, s/l, s/d [c. 2010], 399 pp. il, disponível em formato pdf, na Bibilioteca Digital do Exército).

Na foto da capa, podemos ver o "capitão Cristo", sentado ao centro, com a mão direita no rosto, visivelmente bem disposto, em agradável convívio na casa do Zé Saldatnha [encarregado da Casa Ultramarina, em Bedanda, e onde se comia lindamente, graças aos dotes culinários da esposa, a balanta Inácia]. Por trás, em pé, os alferes Carvalho e Ribeiro e ainda o dono da casa, o Zé Saldanha (antigo militar que esteve em Bedanda). 

Recorde-se o que escrevemos na primeira destas notas de leitura (***):

(---) O livro, composto por cerca de 70 curtos capítulos, pode ser considerado como um "diário de bordo", embora não datado, do autor (ou do seu "alter ego"), que foi o último comandante da 4ª CCAÇ e o primeiro da CCAÇ 6 (...)

A intensa atividade operacional é intercalada com pequenas, saborosas (e algumas pícaras) histórias do quotidiano do quartel, da tabanca e seus "vizinhos" (que o autor nunca trata por "turras")...

(...) O estilo narrativo é poderoso. Seco, assertivo, direto, às veses quase telegráfico. A escrita é, visivelmente, de um militar, com experiência operacional, e forte espírito de liderança, que quer "chegar, ver e vencer", mas que vai encontrar uma companhia em farrapos (equipada ainda com a velha Mauser, sem fardas novas, mal alimentada, isolada, desmoralizada, mal vista pelo comando do setor, sediado em Catió).

É decididamente um militar que sabe que uma companhia vale pelo seu comandante operacional, e que quer fazer jus à sua divisa "Aut Vincere Aut Mori" (Vitória ou Morte). Pelo que nos é dado inferir da leitura do livro, é um militar de "mão cheia", para usar uma expressão cara ao cor inf ref Arada Pinheiro, seu amigo e camarada (um ano mais novo na Escola do Exército), e que não regateia apoio aos seus soldados, mesmo que com isso tenha que enfrentar a incompreensão e até a desconfiança da hierarqui militar (em Catió e em Bissau). (...) 

1. Continuação da leitura do livro de  Manuel Andrezo, pseudónimo literário de Aurélio Manuel Trindade, ten-gen ref, que foi cap inf no CTIG, o último comandante da 4ª CCAÇ e o primeiro da CCAÇ 6 (a 4ª Companhia de Caçadores passou, a partir de 1 de abril de 1967, a designar-se por CCAÇ 6, "Onças Negras"). Fez a sua comissão sempre em Bedanda, entre julho de 1965 e julho de 1967. 

Com mais três comissões, primeiro na Índia, depois em Moçambique, como capitão (1962/64) e  outra em Angola, já como major (1971/73), é um militar condecorado com Medalha de Prata de Valor Militar com palma, Cruz de Guerra, colectiva, de 1.ª classe, Cruz de Guerra de 2.ª classe, Ordem Militar de Avis, grau Cavaleiro, Medalha de Mérito Militar de 3.ª classe e Prémio Governador da Guiné. 

Participou no 25 de Abril, como major, tinha então 41 anos e estava colocado na EPI, Mafra. Em esposta ao "Inquérito a 13 generais de Abril", por Adelino Gomes, jornalista do "Público", respondeu, à pergunta "O que sonhava enquanto militar, enquanto cidadão e enquanto indivíduo, no 25 de Abril?", o seguinte: 

"Mais igualdade, melhores condições de vida, encontrar uma solução que não nos desonrasse nem o povo nem os militares, para o Ultramar."

Está à beira de fazer 90 anos (nasceu em Viseu, em 11 de maio de 1933). Vive em Lisboa, víuvo mas rodeado de bons filhos e netos. Em sua honra e para nosso prazer e conhecimento, publicamos  mais um pequeno apontamento das suas memórias, neste caso relativo ao seu dia-a-dia em Bedanda, à frente da 4ª CCAÇ / CCAÇ 6, entre meados de 1965 e meados de julho de 1967. 

O seu "alter ego", cap Cristo, mesmo sem orientações superiores, já na altura procurava pôr em prática a "ação psicossocial" que alguns de nós pensa(va)m ser obra de Spínola e do seu estado-maior... No essencial, e desde cedo, os militares portugueses (a começar pelos comandantes operacionais) se aperceberam que aquele tipo de "guerra subversiva" não se podia ganhar só pela força das armas, e que era preciso ir muito mais longe, ou seja, conquistar ou reconquistar (no caso de balantas, biafadas, mandingas, nalus...) a confiança das populações... O episódio chama-se "Um dia diferente" (pp. 337/339).


Pondo as mulheres a voltar a pescar... 
peixe e camarão

por Manuel Andrezo / Aurélio Manuel Trindade

A alimentação em Bedanda era deficiente, tanto para os militares como para a população civil. Para atenuar tais deficiências o capitão incentivou a cultura do arroz, a plantação da mandioca e da mancarra, essenciais para a alimentação da população nativa. 

Para acompanhar o arroz, o capitão entendeu que era preciso peixe à refeições, e que isso seria resolvido se as mulheres fossem pescar. Após uma conversa com a Tia e outras mulheres grandes, ficou decidido que as mulheres de Bedanda iriam pescar quando quisessem e que o capitão daria uma secção de escolta sempre que a solicitassem. 

Esta decisão caiu tão bem entre as mulheres que passaram a ir pescar todas as semanas pelo menos uma vez. Juntamente com o peixe vulgar também pescavam camarão. Por decisão das mulheres o camarão seria oferecido ao capitão como agradecimento por tudo o que ele estava a fazer em prol da população.

Uma vez, logo nos primeiros dias de pesca, compareceu no quartel a Tia com meia dúzia de mulheres e informaram o Lassen que queriam partir mantanhas ao capitão. E o Lassen informou o capitão. O capitão mandou entrar a Tia e as outras mulheres.

─ Nosso capitão, as mulheres da tabanca estão muito contentes com nosso capitão. Tudo que nosso capitão quiser das mulheres elas fazem.

─ Obrigado, Tia. O que eu quero é que mulheres da tabanca ajudem nosso capitão pescando e trabalhando na bolanha, para haver muito peixe e muito arroz para alimentarem marido e filhos. Vocês têm pescado muito.

─ Temos, nosso capitão. Quando vamos à pesca trazemos muito peixe para comer e mulheres muito contentes por nosso capitão dar protecção com soldados quando elas vão pescar. Elas decidiram que quando vão pescar também trazem camarão que é para nosso capitão. Não é muito mas foi o camarão pescado hoje de manhã.

─ Tia, muito obrigado pelo camarão. Nosso capitão está muito contente com Tia, com mulheres grandes e com todas as mulheres da tabanca por me oferecerem camarão. Nosso capitão gosta muito de camarão e isso vai matar-lhe saudades de Lisboa. Logo nosso capitão vai a tua casa falar contigo e agradecer o camarão que trouxeste.

─ Fico muito contente por nosso capitão ir na minha casa. Nosso capitão não tem que agradecer à Tia ou mulheres da tabanca. A Tia e mulheres da tabanca é que agradecem muito nosso capitão. Nosso capitão pode contar sempre com mulheres da tabanca.

─ Obrigado, Tia. Agradece por mim às mulheres da tabanca. Até logo.

─ Até logo, nosso capitão.

Assim se estabeleceu uma norma em Bedanda. Todas as vezes que as mulheres iam à pesca, traziam camarão para nosso capitão. Camarão muito pequenino, diferente do que se comia em Lisboa mas a que os oficiais da Companhia chamavam um figo. Como nestas coisas não havia propriedade privada, o capitão levava sempre o camarão para a messe, mandava-o cozer e todos petiscavam acompanhando o petisco com cerveja.

Tinha sido de facto um dia diferente. Surgira algo que justificava uma paragem na rotina de todos os dias e que permitia que os oficiais, com um copo de cerveja na mão e um prato de camarões, conversassem amenamente sobre as suas recordações. Um elo que os unia a todos, eles que quase todos os dias jogavam a sua vida em combate e a que tudo se agarravam para se sentirem vivos tanto física como psicologicamente.

Procedendo com a delicadeza tradicional da Guiné que exige que nada se ofereça na hora a uma oferta acabada de receber, porque isso seria ofensivo, o capitão mandou preparar uma encomenda para à noite a levar à Tia, e que seria a retribuição da delicadeza e nobreza de alma que a Tia e as mulheres da tabanca demonstraram. Nessa noite o capitão foi a casa da Tia para partir mantanhas e levou-lhe azeite, arroz, açúcar, conservas e pão. Eram as coisas que os homens e as mulheres da tabanca mais apreciavam. A Tia ficou muito contente por receber o capitão em sua casa com as lembranças que lhe levou.

─ Obrigado, nosso capitão. É uma honra para a Tia receber em sua casa nosso capitão, principalmente quando vem de propósito partir mantanhas. Nosso capitão pode sempre dispor casa da Tia como se fosse sua.

─ Obrigado, Tia. Se me deres licença gostaria de me sentar contigo na varanda um pouco, para conversar, descansar e apanhar o fresco da noite,

─ Fico contente nosso capitão querer ficar sentado comigo na varanda. Vamos, nosso capitão, vamos sentar.

Aí ficaram, capitão e Tia, a conversar como dois bons e grandes amigos, mais de duas horas. Em dado momento, porque a noite já ia avançada, o capitão despediu-se da Tia.

 ─ Agora vou-me embora, Tia. Vou até ao quartel e vou dormir. Obrigado por me receberes em tua casa e por me fazeres companhia. Até amanhã.

─ Até amanhã, nosso capitão. Venha sempre pois tenho muito gosto em o receber.

[Seleção / revisão e fixação de texto / título / negritos, para efeitos de publicação neste blogue: LG]
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 16 de janeiro de  2012 > Guiné 63/74 - P9362: Fragmentos da minha passagem pela tropa (Carlos Rios) (11): Fragmentos Genuínos - 9

(**) 20 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23997: Notas de leitura (1544): "Panteras à solta", de Manuel Andrezo (pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade): o diário de bordo do último comandante da 4ª CCAÇ e primeiro comandante da CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67): aventuras e desventuras do cap Cristo (Luís Graça) - Parte IX: o vagomestre e o petisco que não podia ser para todos: o caso da mão de vaca com grão...

(***) Vd. poste de 5 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23553: Notas de leitura (1478): "Panteras à solta", de Manuel Andrezo (pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade): o diário de bordo do último comandante da 4ª CCAÇ e primeiro comandante da CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67): as aventuras e desventuras do cap Cristo (Luís Graça) - Parte I: "Os alferes não gostaram do novo capitão. Acharam-no com cara de poucos amigos."

(****) Último poste da série "Notas de leitura" > 30 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24023: Notas de leitura (1548): História de Portugal e do Império Português, Volume II, por A. R. Disney; Guerra e Paz Editores, 2011 (2) (Mário Beja Santos)

terça-feira, 21 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14497: Lembrete (11): Sessão de lançamento do livro de Dora Alexandre, jornalista e filha de militar da Marinha, "O Outro Lado da Guerra Colonial" (A Esfera dos Livros, 2015): hoje, 3ª feira, dia 21 de abril, pelas 18h30, na loja FNAC do Colombo, Lisboa


Capa do livro "O Outro Lado da Guerra Colonial", de Dora Alexandre (Lisboa, A Esfera dos Livros,  abril de 2015,  336 pp., 17 €) (*)


Convite

A editora A Esfera dos Livros lança no dia 21 de abril pelas 18h30 na loja FNAC do Colombo, [Lisboa, ] uma nova edição sobre o conflito no Ultramar: “O Outro Lado da Guerra Colonial”, de Dora Alexandre, lança um olhar diferente sobre os anos que os militares portugueses passaram no Ultramar. 

Que realidade encontraram os militares portugueses num continente distante e desconhecido? O que faziam no tempo livre? Que peripécias viveram? A autora entrevistou mais de meia centena de combatentes e também alguns artistas, que partilharam vivências paralelas ao conflito armado: vivências do dia a dia, histórias divertidas, caricatas e insólitas.

O prefácio é do Prof. Adriano Moreira e a apresentação ficará a cargo do Comendador José Arruda (ADFA) e do jornalista Joaquim Furtado, autor da série documental “A Guerra”.



Entre os combatentes entrevistados, contam-se algumas caras conhecidas do meio artístico como os atores Rui Mendes, Vítor Norte, João Maria Pinto, Domingos Machado (Belle Dominique) ou João Mota, e ainda Manuela Maria, Io Apolloni, Rodrigo e Octávio de Matos, que atuaram em África para entreter os militares.



Todos os interessados são bem vindos na apresentação. 






2. Mensagens de Dora Alexandre, trocadas com os nossos editores:

(i) Mensagem de 1 de abril de 2015:




Boa tarde, não sei se se lembra de mim, sou Dora Alexandre, jornalista, e ajudou-me a entrar em contacto com alguns combatentes ligados ao blogue, para um livro.

O livro está finalmente pronto, chama-se "O Outro Lado da Guerra Colonial" e contém histórias de 57 entrevistados.

Gostaria de lhe agradecer e convidar-vos para o lançamento - é dia 21 de abril às 18h30 na loja FNAC do Colombo. Teria muito gosto na vossa presença.

O prefácio é do Prof. Adriano Moreira e a apresentação ficará a cargo do Comendador José Arruda (ADFA) e do jornalista Joaquim Furtado.

Envio um pequeno texto à laia de press release, caso queiram partilhar.

Muito obrigada por tudo! Dora

(ii)  Mensagem de 20/10/12, que o coeditor Carlos Vinhal depois reencaminhou para o correio interno da Tabanca Grande:

Caros senhores,

Sou Dora Alexandre, jornalista, e estou a contactar-vos porque vou escrever um livro baseado em histórias da Guerra Colonial, para uma editora.

Sendo eu filha de militar - o meu pai esteve 4 anos na guerra da Guiné e Angola e reformou-se há pouco tempo da Marinha - e tendo eu própria nascido em Angola, tenho muito empenho em dar o meu modesto contributo para a preservação da memória e para dar mais um pouco de voz a quem serviu o país no Ultramar.

Vou entrevistar ex-militares que estiveram na guerra para saber histórias e vivências. Caso acedam a dar-me uma ajuda, com entrevistas e contactos, poderei dar mais pormenores sobre a abordagem deste livro.

Podem encontrar informação sobre o meu percurso profissional aqui http://www.linkedin.com/in/doraalexandre

Agradeço, desde já, a atenção dispensada e aguardo uma resposta. Saudações cordiais, Dora Alexandre

(iii) Mensagem de 20/11/13



Olá, boa tarde,

Não sei se se recorda de mim, sou jornalista e estou a escrever um livro para a Esfera,  baseado em testemunhos do Ultramar. Ajudou-me ao início com a divulgação do meu pedido para entrevistas. Foi uma ótima ajuda, mais uma vez obrigada!

O trabalho já está adiantado e estou apenas a compor o leque de entrevistados, que já vai em 4 dezenas. Gostaria que fosse minimamente representativo. Ainda não tenho nenhum Ranger e gostaria de contactar o sr. José Romeiro Saúde, de Beja. Pode por favor ajudar-me?

Agradeço desde já a sua atenção. Saudações cordiais, Dora.

(iv) Resposta do nosso editor Luís Graça,com data de  21/11/13



Dora: Estou em Luanda... Aqui vai o contacto do José Saúde  (...) (*)

Um kandando. Luis Graça

______________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 4 de março de  2015 > Guiné 63/74 - P14318: Lembrete (10): Apresentação do livro "As Mulheres e a Guerra Colonial", da autoria de Sofia Branco, hoje, dia 4 de Março de 2015, pelas 19h00, na Associação 25 de Abril (A25A), em Lisboa

(**) Vd. poste de 7 de abril de  2015 > Guiné 63/74 - P14442: Agenda cultural (390): Dora Alexandre, jornalista, apresenta “O Outro Lado da Guerra Colonial” (José Saúde)

(...) Eis a lista de entrevistados (a negrito e a amarelo, camaradas da Guiné, muitos deles nossos grã-tabanqueiros):

Ilustrino Alexandre Júnior, Marinha, Guiné 1971-73 / Angola 1974-75 (PAI); 
Domingos Machado, Exército, Angola 1973-74; 
Octávio de Matos, Artista; 


Belmiro Tavares, Exército, Guiné 1964-66; 
Francisco Nicholson, Artista; 
Carlos Miguel, Exército (Psico), Guiné 1967-69; 
Carlos Pereira, Exército, Angola 1964-65; 

Mário Gualter Pinto, Exército, Guiné 1969-71; 
Carlos Rios, Exército, Guiné 1965-67; 
João Paulo Diniz, Exército, Guiné, 1970-72; 
Manuel Valente Fernandes (Médico) Guiné 1973-74; 
Farinho Lopes, Exército, Moçambique 1970-72; 

José Santos, Exército (Enfermeiro) Guiné 1971-73; 
Fernando Costa, Exército, Guiné 1972-74; 
José Manuel Lopes, Exército Guiné 1972-74; 
Rui Neves, Força Aérea, Angola 1970-72; 

Amílcar Mendes, Comandos, Guiné 1972-74; 
José António Pereira, Comandos, Guiné 1972-74; 
Romão Durão, Marinha, Angola 1968-70 / Angola 1971-75; 
João Maria Pinto, Exército, Moçambique 1969-71; 

Armando Carvalhêda, Exército, Guiné 1972-73; 
António Almeida, Exército, Moçambique 1972-74; 
Alfredo Brás, Marinha, Moçambique 1970-1974; 
João Mota, Exército, Angola 1965-66; 

Vítor Oliveira, Força Aérea, Guiné 1967-69; 
José Pedro Reis Borges, Força Aérea, Angola 1972-74; 

Hugo Borges, Paraquedistas, Guiné 1972-74; 
José Avelino Almeida, Exército, Guiné 1970-72; 
Luís Rolo, Exército (Enfermeiro) Angola 1970-72; 
António Prates da Silva, Polícia Aérea, Angola 1974-75; 

Vítor Norte, Exército (Enfermeiro) Guiné 1973-74; 
Luís Pinhão, Paraquedistas, 1973-74; 
Carlos Vinagre, Comandos, Angola, 1971-73; 

Rosa Serra, Paraquedistas (Enfermeira) Guiné 1969-70 / Angola 1970-71 / Moçambique 1973; António Godinho Luís, Comandos, Angola, 1961-63; 
António Leal, Comandos, Angola, 1961-63; 
Rui Mendes, Exército, Angola, 1962-64; 
Raul Patrício Leitão, Fuzileiros, Moçambique 1966-68 / Missão Hidrográfica N.H. «Carvalho Araújo», Angola e S. Tomé, 1970-75;

José Paracana, Exército, Guiné, 1971-73; 
João Dória, Exército (Médico) Guiné, 1968-70; 
Io Apolloni, Artista; 
António Vasconcelos Raposo, Fuzileiros, Angola, 1973-75; 

Nuno Mira Vaz, Paraquedistas, Angola 1963-65 / Guiné 1966-68 / Guiné 1970-72 / Moçambique 1973-74; 
Rodrigo, Artista;
Mário Henriques Manso, Fuzileiros, Angola 1963-65, Angola 1966-68; 

Nazário de Carvalho, Exército (Capelão) Moçambique 1961-64 / Guiné 1964-66 / Angola 1970-72; 

José Romeiro Saúde, Ranger, Guiné 1973-74; 
Joaquim Santos, Exército, Guiné 1967-69; 
Agostinho Rocha, Exército, Angola 1965-67; 
Manuel Roque dos Reis, Fuzileiros, Moçambique 1968-70; 
José Manuel Parreira, Fuzileiros, Guiné 1964-66 / Angola 1966-69; 

Otelo Saraiva de Carvalho, Exército, Angola 1961-62 / Guiné 1971-73; 
Manuel Lopes Dias, Exército, Moçambique 1970-71; 

António Carreiro e Silva, Fuzileiros, Angola 1967-69 / Angola 1972-74 / Guiné 1974; 
Francisco Guerreiro Soares, Fuzileiros, Angola 1964-66 / Guiné 1969-71 / Guiné 1972-74; 
Carlos Alberto Acabado, Força Aérea, Angola 1963-65 / Angola 1965-70 / Angola 1971-75; Norberto Cardoso, Exército, Angola 1974-75; e

 Manuela Maria, Atriz, Angola e Moçambique 1962, Guiné 1967. (...)

domingo, 23 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13931: Convívios (644): encontro de fim de estação da tropa enquadrada na Magnífica Tabanca da Linha (texto de José Manuel Matos Dinis; fotos de Manuel Resende)


Um momento de boa disposição... No exterior do restaurante, o "magnífico secretário" da Magnífica Tabanca da Linha  recebe uma prenda do Veríssmo Ferreira... Percebe-se que é um pente para pentear a careca...


Da esquerda para a direita, o Mário Fitas (2º comandante da Tabanca da Linha), o Virgínio Briote (editor jubilado da Tabanca Grande), Luís Graça (editor deste blogue), e o António Graça de Abreu



Armando Pires, que vive em Miraflores, Oeiras, e que trouxe mais uns camaradas seus vizinhos, entre eles o Manuel Macias, do meu tempo de Contuboel...



O Manuel Macias à direita, um "rapaz do meu tempo de Contuboel"... À esquerda, um camarada, que foi 1º cabo aux enf, que me contou a sua história e que quer entrar para o blogue... Sei que tem um bar em Cascais... (Lamento não ter fixado o nome no meio de tantas caras novas).


A mesa do Armando Pires... (Peço desculpa por não saber identificar os demais camaradas)


O senhor Arroz de Marisco, ou melhor o senhor Marisco com Arroz



O Carlos Rios e a esposa [Este camarada conheci-o pessoalmente no funeral do Pepito,  foi fur mil na  CCAÇ 1420 / BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66]


Da esquerda para a direita, Domingos Francisco (que veio de Brejos de Azeitão), o Carlos Cruz e esposa



Aspeto geral da sala que comporta 80 lugares... De pé, o "magnífico secretário"


Em, frente, da esquerda para a direita, o António Fernando Marques (de que só se vê parte da cabeça),  o Luis R. Moreira, o responsável do restaurante (de pé), o Luís Graça, a Alice, o Nunes Sequeira e a Gina (esposa do Marques, vista parcialmente de perfil)


Da direita para a esquerda, o Manuel Lema Santos, a esposa, e a esposa  do José Rodrigues (que não aparece na foto)


O Francisco Palma e o José Rodrigues (de pé)


A mesa do Manuel Lema Santos (à esquerda, de camisola amarela de canarinho)


Da esquerda para a direita, o Manuel Resende e o João Martins


Da esquerda para a direita, a Helena (esposa do Mário Fitas), o Mário, o Rosales e um camarada que não identifico


Uma mesa de "magníficos tabanqueiros da Linha", cujos nomes não sei...(peço desculpa!)


Da esquerda para a direita, o Veríssimo Ferreira e o Manuel Joaquim

Cascais > Estrada do Guincho > Oitavos > XVI Convívio da Magnífica Tabanca da Linha > 20 de novembro de 2014 > Pede os magníficos tabanqueiros presentes neste convívio para nos ajudarem a completar as legendas... (LG)

Fotos: © Manuel Resende  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]

1. Mensagem do José Manuel Matos Dinis, "magnífico secretário" da Magnífica Tabanca da Linha:

Data: 20 de Novembro de 2014 às 21:39
Assunto: Encontro de fim de estação da tropa enquadrada na Magnífica Tabanca da Linha

O tempo manteve-se chuvoso durante todo o dia. O João António, um jovem recruta da Magnífica, que prestou relevantes serviços no Tribunal Militar em Bissau durante os idos de 1970/71, veio desaguar à minha morada, de onde partimos para a delicada operação que, por entre perigos e guerras esforçadas, voltou a reunir a tropa em Oitavos, de onde se lobrigava o mar a rebentar nas rochas, e a levantar cortinas de espuma que a natureza cria com arte e espactacularidade.

Tinha entrado na estrada do Guincho, quando tocou o telefone. Atrapalhado pela pressão do cinto de segurança, o té-lé-lé escorregou para o chão, quase junto aos pedais. Com a esmerada preparação de combate, consegui baixar a cabeça no percurso de um pequeno segmento de recta, e apanhei-o. Quem é? perguntei com a mecânica do costume. e uma voz serena mas determinada de macho, respondeu-me com outra pergunta: diz-me cá ó militar, a tropa já está formada na parada e pronta para o briefing? Era S.Exa. o ComChefe [, o Jorge Rosales], ainda mais exigente e perturbador que S.Exa. o Comandante, e enrascado respondi que sim.

Pisei o acelerador para antecipar a chegada e avisar a cambada para a necessária apresentação de armas e outras mariquices concomitantes à condição militares, e ainda fazia a vènia que esboçara para um cumprimento submisso e engraixador, quando dei uma cabeçada no volante, e dei-me conta que já conduzia ao género dos ingleses, pelo outro lado da estrada, o que me valeu uma businadela de reprimenda da parte de outro condutor. Virei-me para trás a reclamar com um gesto ofensivo, mas também com uma guinada despropositada no guiador, do que resultou uma estúpida atrapalhação para manter a viatura dentro dos limites da estrada, enquanto fazia uma tangente perigosa com outro automóvel que circulava em sentido contrário. O João António, à falta de rosário, empregava a sua inútil energia a travar onde não havia travões.

Ao chegar a Oitavos deparei com a rebaldaria indisciplinada dos valentes militares, e algumas companheiras desde antanho, que não ligaram pevide às minhas súplicas para receberem com decoro e nos termos em vigor, S. Exa. o Com Chefe. Mais à rasca fiquei, quando ele chegou e o carro desapareceu da vista, face ao magote preocupante de guerreiros que o envolveram. Temi o pior, e sabedor do curto critério de comando de S. Exa., refugiei-me enquanto o maralhal, ao estilo do PREC, aumentava a sonoridade das saudações e do meu desconforto.

Emocionado, S.Exa. nem se interessou por formaturas, nem por quem lhe prestara a informação. Parecia que o incidente estava sanado. Houve novos mancebos a prestar rápidas homenagens que a fome apertava e urgia atacar o rancho. De entre eles destacava-se o meu enfermeiro favorito, o Domingos Francisco, que rumou desde Azeitão acompanhado por outros estóicos combatentes, e um velhote de cabelos brancos e bengala simbólica da provecta idade, o Carlos Cruz (cuidado com as confusões) pelo que desconfiei de haver ali cunha. Baldar-se-ia o gajo ao perigo do ataque? Não senhor, nem ele, nem os restantes sulistas que se bateram galhardamente. 

Andava eu nas atrapalhações revivalistas, quando um herói das primeiras gestas, me puxou pelo ombro e ofereceu-me uma prenda de Natal. Foi o Veríssimo [Ferreira], Abri o cuidadoso embrulho, e de lá retirei com surpresa, um pente adornado de uma fita enlaçada e cor-de-rosa. É muito meu amigo o Veríssimo, pelo que um dia destes terei que lhe cortar a barba do alto da cabecita aberrante. Também veio para manducar, e deu ao dente vingativamente. 

O Armando faia Pires atirou-se a mim, e ainda duvido, se foi por amizade, se por qualquer inveja do laçarote que envolvia o pente já mencionado. Pode ter sido por ambas as razões, o que não deixa de ser preocupante. O pessoal de Algés (onde se destaca o José Dinis - esse mesmo, o meu homónimo) é ainda fresco nestas operacionalidades, e nem sequer entrou em bicha de pirilau, mostrando com isso total desprezo pela vida. Mais avisado foi o António Maria, que mandou avançar os rebenta-minas. O Luís Moreira e o Jorge Pinto safaram-se, numa demonstração convicta de que ao pessoal de Sintra a sorte anda a protegê-los.

Por entre a multidão descobri o Jota-Jota Martins, que recentemente aqui celebrou o aniversário, mas correu tudo bem e sente-se cada dia mais jovem; o Lema Santos muito bem acolitado pela esposa, que não lhe dá liberdade para excessos alimentares; o Jota Rodrigues, também ele acompanhado da mulher, uma senhora de piada fácil e sorriso encantador; o Fogos  Carlos Rios e a mulher, o Marques e a Gina sempre dedicados companheiros, o José Manuel Bastos, o Tirano, o Carlos Silva, o Colaço, o Palma, o Manuel Joaquim, o AGA [, António Graça de Abreu], o Tozé Castanheira, o Amândio Santos, o jovial Malafaia Felicio, o Fitas segundo-comandante e a mulher, e o Pardal, que já têm experiência indisciplinada da matéria, foram convocados à refrega. 

De entre os mancebos, lembro-me do Carlos Nóvoa, homem de grande porte e coragem perante o inimigo, o Jesus que veio por iniciativa do fotógrafo oficial, e o Nunes Sequeira [ e esposa]

Outro casal iniciático, mas já conhecedor destes corredores da vida escaldante e perigosa, foi o Virginio Briote com a mulher ], Irene], simpática e interessada pelas questões harmónicas e desarmónicas da sociedade. O Manuel Resende a todos procurava fixar para memória futura de mais uma acção heróica. 

Foram cinquenta e cinco mastigantes que se bateram com valentia perante a bicheza que a cada um calhou em sorte. O Senhor Comandante Rosales colocou-se em lugar estratégico e de visual aberto, de onde cuidava as iniciativas e o avanço da "desformação". Também em lugar relevante, S.Exa. o ComChefe, acompanhado de sua mulher, a nossa tabanqueira Alice, também perscrutava os horizontes, e controlava o impacto da influência do nosso Comandante sobre a manobra táctica adoptada. O Resende com alguns salamaleque para S. Exa. o ComChefe cumpria o papel de crónista fotográfico, qual Fernão Lopes dos retratos. Aqui e ali, S.Exa. o ComChefe concorria com outra máquina e disparava a torto e a direito, apenas com objectivos artísticos.

Tudo parecia correr no melhor dos mundos, quando à despedida S.Exa. o ComChefe indagou por mim. Com ar severo repreendeu-me pela desorganização e pela falta de escrúpulos no cumprimento das regras na recepção ao mais patenteado e super-responsável pelas iniciativas da devastação dos variados inimigos ao longo dos hemisférios terrestres. Por isso punia-me com prisão, até à apresentação descritiva do evento, apesar do óbvio insucesso registado. " Noblesse, oblige".

 Assim, dou-vos conta deste relatório, produzido em condições espaciais muito reduzidas, desconfortáveis e de fraca luminosidade, com uma atmosfera marcada por cheiro fétido a urina e lixívia, pois fui colocado no canil até à apresentação da crónica, em virtude de decorrerem as obras para ampliação do edifício prisional. ESTOU FARTO DELES, TIREM-ME DAQUI!!!

a) O "magnífico secretário" José Manuel Matos Dinis
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13919: Manuscrito(s) (Luís Graça) (49): Homenagem à Magnífica Tabanca da Linha

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12267: A guerra vista do outro lado... Explorando o Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum (7): Cartas de Marga ['Nino' Vieira] e de Luís Cabral, onde se fala dos 3 desertores de Fulacunda, presumivelmente da CART 565, elevando para 9, até ao dia 3/4/1965, o número de militares portugueses que, no TO da Guiné, tinham até então desertado...


1. Continuação da exploração do Arquivo Amílcar Cabral, na sequência da necessidade de "triangular" fontes de informação e versões de acontecimentos em que fomos, as NT,  parte interessada e parte inteira...É um exercício que nada tem de "voyeurismo", muito menos de masoquismo, é apenas a natural curiosidade em saber (ou confirmar o que sabíamos) que o IN de ontem dizia de nós... e dele próprio.

Dizemos  de ontem, porque a guerra já acabou (, para a maior parte de nós, pelo menos)  e agora estamos de pantufas, à lareira, a comer castanhas assadas e a beber jeropiga... Nem sequer temos o o pobre do Chichas, o nosso cão de estimação, a nossa mascote de Bambadinca,  para nos lamber as feridas... Que nada nem ninguém se sinta humilhado e ofendido por esta descontraída, descomplexada e bem humorada (se possível) viagem ao passado... Explorando, para o efeito,  o interessante e valioso portal Casa Comum, um projeto de constituição gardual de "uma comunidade de arquivos de língua portuguesa", desenvolvido pela Fundação Mário Soares. (*)

Por acaso, andávamos pelos mapas e pelos trilhos do nosso blogue e demais sítios da Net,  à procura de Fulacanda, topónimo já há muito esquecido ou pouco falado pela velhada que se senta sob o poilão da Tabanca Grande...O bom do irã, traquinas, reguila, provocador,  bem humorado, mas mais cacimbado do que o cacimbo,  lá nos prega de vez em quando a sua partida...  Não o levamos a mal...

Eis o resultado da transcrição de mais um documento assinado pelo nosso outrora  inimigo de estimação o Marga, que Deus, o Diabo e os Irãs já lá o tenham, longe e bem alto, e que também era conhecido por Caby ou Kabi, ou Kabi Nafantchamna ou ainda 'Nino', João Benardo 'Nino' Vieira, comandante da Frente Sul, por quem houve muita gente, de ambos os lados da barricada de outrora, que nutriu (ou se calhar ainda nutre)  uma relação de amor-ódio... Mas tudo isto, já foi há muitas chuvas, no passado século XX.

De qualquer modo, refira-se que 'Nino Vieira tem mais de 60 referências no nosso blogue, incluindo uma pequena nota biográfica.

Nesta carta (disponível para consulta pública no Arquivo Amílcar Cabral do Portal Casa Comum), de três páginas, manuscrita, sem data (como de costume), dirigida por Marga ao seu chefe hieráquico, mais velho 15 anos, Aristides Pereira, secretário-geral adjunto do Partido (leia-se: PAIGC), ficamos a saber que:

(i) o Marga era crente, evocando frequentemente a graça divina;

 (ii) as coisas, lá no sul (regiões de Tombali e de Quínara), andavam calminhas em finais de março de 1965;

(iii) havia falta de "manga de munições", incluindo detonadores para as granadas-foguete para os RPG, recém chegados;

(iv) em Fulacunda, três "tugas" (palavra depreciativa que ele nunca utiliza, falava em portugueses ou colonialistas ou inimigos...) foram dar um passeio, ao ar livre, e acabaram por se entregar ao camarada que estava de serviço ali pelas redondezas [, a deserção terá ocorrido em 25/3/1965, 5ª feira];

(v) um deles, era um 1º cabo miliciano (!), de apelido Barricosa (leia-se: Barracosa);

(vi) em troca da hospitalidade, os "três tristes tugas" deram à língua, revelaram importantes segredos militares e confessaram a sua vontade de lutar, se necessário,  ao lado do partido de Amílcar Cabral contra o regime colonial fascista de Salazar;

(viii) como os bungalós estavam cheios, lá pelo Cantanhez, o Marga manda a encomenda para Conacri, com guia de marcha;

(ix) ah!,  "e não se esqueça, camarada, de me mandar munições de flober que eu gosto muito de passarinhos fritos!"; [a flober seria mesmo a espingarda de pressão para matar passarinhos ?. pergunta, ingénuo,  o revisor de texto];

e, por fim, (x) "não se esqueça também, camarada mais velho, de que estamos mal abonados de fardas e de plásticos, agora que se aproxima a estação das chuvas"...

Estima-se que a carta seja de finais de março de 1965, cotejando-a com a outra,  que publicamos a seguir, de Luís Cabral, datada de Conacri, 3 de abril de 1965.

Sobre o tema, delicado e fraturante, dos desertores temos cerca de 40 referências no nosso blogue; por outro lado, convir dizer que nunca tiínhamos ouvido falar deste caso...

Não sabemos sequer a que a  unidade pertenciam estes 3 desertores: muito possivemnete à CART 565 que estaria em Fulacunda por esta altura (março de 1965) tendo sido rendida pela CCAÇ 1420 (em agosto de 1965). Talvez o Henrique Cabral (autor do sítio Rumo a Fulacunda),   o Rui Ferreira e o Carlos Rios, que estiveram na CCAÇ 1420 (fulacujnda, 1965/67), se lembrem desta história, conrtada pelos "velhinhos" da CCAÇ 565 de quem, infelizmente, não temos nenhum representante na nossa Tabanca Grande. Estou-me a lembrar ainda do nosso camarada Santos Oliveira (2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66). Ele estve em Tite ao tempo do BCAÇ 1860 (1965/67).(**)

A CCAÇ 565 foi mobilizada pelo RAP 2. Partiu para o TO da Guiné em 12/10/1963 e regressou a 27/10/1965. Esteve em Bissau, Fulacunda e Nhacra. Comandante: cap art Luís Manuel Soares dos Reis Gonçalves.

Transcrição / fixação de texto:  L.G.

2. Carta de Marga ['Nino' Vieira, comdante da Frente Sul] a Aristides Pereira [, secretário gertal adjunto do PAIGC,em Conacri], s/d [c. março de 1965]

Camarada Aristides: 

Espero para que esta lhe encontre continuando uma boa saúde em companhia dos camaradas. Nós vamos indo bons graças a Deus.

Junto comunico-vos que durante estes dias não [h]ouve nada em todo o sul do país.

O que precisamos neste momento é de uma grande quantidade de munições de carabinas e as de Patchanga [PPSH ou costureirinha]. Estão também em falta detonadores de obuzes de bazookas que vieram recentemente.

Faço-vos saber que seguem, em companhia do Artur,  3 soldados portugueses que desertaram do quartel de Fulacunda. Entre eles um é o 1º cabo miliciano de nome António Manuel Marques Barricosa [sic, o apelido é Barracosa]
, Rui Jorge Pires e José Fernando Amorim. 

Tivemos algumas trocas de impressões com eles, donde nos puseram a par de certas coisas.

Agradeço mandar-nos geradores electricos, se possível. Agradeço ainda de enviar-nos munições de flober.

Espero que enviam mais fardas e plásticos para a região sul do país.

Termino por hoje esperando que nos envie todos os pedidos com urgência.

Do seu camarada Marga,

PS – Junto envio em Boké o camarada Ansumane Mané afim de trazer aquelas espingardas semi-automáticas que lá estão. Espero mandar-me envelopes e esferográficas. Agradeço ainda enviar-me velas para a mota, óleo 30 [?} e ácido.


Se [h}ouver também pineus [pneus], é favor de enviar-me também alguns. Não esqueçam de enviar-nos uma grande quantidade de muniçõe

Citação:
(s.d.), Sem Título, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34402 (2013-11-6)


Comentário de L.G.: 

Este homem, se não me engano, de seu nome completo António Manuel Marques Barracosa,  de 23 anos (em 1965, quando desertou de Fulacunda), será mais tarde, dois anos depois, em Maio de 1967,  um dos 4  implicados na assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, liderado por Hermínio da Palma Inácio, 46 anos, fundador e dirigente da LUAR, com a colaboração de Camilo Tavares Mortágua, 34 anos, e  Luís Benvindo, 25 anos. O assalto, no valor de mais de 29 mil contos na época (c. 146 mil  euros, na moeda de hoje), teria sido até então o maior roubo de sempre em Portugal.


Clicar aqui para ampliar a imagem: Casa Comum.

Instituição: Fundação Mário Soares
Pasta: 04613.065.073
Assunto: Comunica a situação no Sul.  Solicita o envio de munições e detonadores de obuses. Informa que seguem com Artur três soldados portugueses que desertaram do quartel de Fulacunda: António Manuel Marques Barracosa, Rui Jorge Pires e José Fernando Amorim. Solicita ainda o envio de geradores eléctricos, munições, fardas e sandálias de plástico. 
Remetente: Marga [Nino Vieira] 
Destinatário: Aristides [Pereira]
Data: s.d.
Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Correspondência 1963-1964 (dos Responsáveis da Zona Sul e Leste).
Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral
Tipo Documental: Correspondencia
Direitos:
A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.

3. Carta datilografada, datada de Conacri, de 3 de abril de 1965, sábado, dirigida ao Ministro  da Defesa Nacional da República da Guiné, e assinada por Luís Cabral , membro do Bureau Político do PAIGC (vd. aqui nota biográfica da autoria de Virgínio Briote).

Tradução, e transcrição com revisão e fixação de texto, meramente para efeitos desta edição bloguística: L.G.

Conacri, 3 de abril de 1965

Senhor Ministro da Defesa Nacional da Repúblcia da Guiné

Senhor Mimnistro,

No dia 29 de março [de 1965] os nossos camaradas levaram para a República da Guiné, através da fornteira de Boké, três desertores do exército colonial português, de seus nomes António Manuel MARQUES BARRACOSA, José Fernandes AMORIM e Rui Jorge Pires.

Estes desertores, apresentados à polícia de Segurança Nacional da República da Guiné vieram do aquartelamento português [no original, base] de Fulacunda, no centro sul do nosso país. Eles apresentaram-se ao responsável do grupo de guerrilha que operava na zona [, em 25 de março de 1965], tendo de seguida sido conduzidos ao responsável na região, que os interrogou.

Os desertores manifestaram, diante dos nossos camaradas, o seu ódio ao regime colonial fascista de Salazar e o seu desejo de participar, ao lado dos democratas portugueses, na luta contra este regime. Manifestaram igualmente a sua simpatia pela justa luta que nós travamos, tendo-se prontificado a dar a sua contribuição onde ela se afigurar necessária.

A chegada destes desertores eleva para  9 o número de militares portugueses que deixaram as fileiras do exército colonial, para pedir asilo no nosso Partido, nas regiões libertadas e este facto é altamente favorável à nossa ação de propaganda tanto no plano internacional como no seio do inimigo.

Por esta razão, temos a honra de vos pedir a competente autorização para tomarmos conta dos desertores em questão, afim de organizarmos a sua apresentação à imprensa internacional. Entretanto, encarregar-nos-emos de contactar as organizações democráticas portuguesas no estrangeiro, a fim de preparar a sua saída da República da Guiné imediatamente a seguir à conferência de imprensa.

Seguros da sua compreensão habitual, queira aaceitar, senhor Ministro, a expressão dos nossos senrtimentos da mais alta consideração.

P’lo Bureau Político do PAIGC,


Luíz [sic]Cabral

Membro do Bureau Político

Fonte: (1965), Sem Título, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_35357 (2013-11-7)


Clicar aqui para ampliar o documento [em francês]: Casa Comum

Instituição: Fundação Mário Soares
Pasta: 04606.049.061
Assunto: Comunicado que os camaradas conduziram para Conakry,  através da fronteira de região de Boké, três desertores [do exército colonial português]: António Manuel Marques Baracosa, José Fernandes Amorim e Rui Jorge Pires.Remetente: Luís Cabral, Membro do Bureau Político e pelo Bureau Político do PAIGC.
Destinatário: Ministro da Defesa e da Segurança da República da Guiné
Data: Sábado, 3 de Abril de 1965.
Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Correspondência com o governo da Guiné-Conakry 1960-1966.
Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral.
Tipo Documental: Correspondencia.
Direitos:
A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.

[Ver aqui o acordo a que chegámos com o administrador, dr. Alfredo Caldeira, do Arquivo e Biblioteca da Fundação Mário Soares, para efeitos de utilização de fotos e outros documentos]

__________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 4 de novembro de 2013 > 4 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12250: A guerra vista do outro lado... Explorando o Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum (6): Carta de Marga ('Nino' Vieira) a Aristides Pereira, presumivelmente de meados de 1964, em que refere um desembarque das NT em Gampará, que terá provocado a morte de "22 pessoas do povo e umas vintenas de vacas" (sic)

(**) Lista, organizada pelo nosso camarada Santos Oliveira, das subunidades do BCAÇ 1860 (Tite, Abril de 1965/Abril de 1967)> Subunidade, subsetor, período, comandante 

(i) CArt 565, Fulacunda, antec /10Ago65, Cap Reis Gonçalves;

(ii) CCav 677, S. João, antec. 20Abr66, Cap Pato Anselmo, Alf Ranito, Cap Fonseca;

(iii) CCaç 797, Interv, 29Abr65/16Mai66, Cap Soares Fabião;

(iv) CCaç 1420, Fulacunda, 11Ago65/08Jan66, Cap Caria, Alf Serigado, Cap Moura; [Recorde-se que a esta infortunada companhia pertenceu, como alferes, o nosso camarada Rui Alexandrino Ferreira];

(v) CCaç 1424, S. João, 11Set65/25Nov65, Cap Pinto; [Companhia que também foi comandada pelo querido amigo e camarada Nuno Rubim, de Junho a Dezezembro de 1966];

(vi) CCaç 1423, Fulacunda e Empada, 30Out66/23Dez66, Cap Pita Alves;

(vii) CCaç 1487, Fulacunda, 08Jan66/15Jan67, Cap Osório;

(viii) CCaç 1549, Interv, 26Abr66, Cap Brito;

(ix) CCaç 1566, S. João e Jabadá, 19Mai66, Cap Pala e Alf Brandão;

(x) CCaç 1567, Fulacunda, 01Fev67, Cap Colmonero;

(xi) CCaç 1587, Empada, 27Nov66, Cap Borges;

(xii) CCaç 1591, Fulacunda (treino operacional), 18Ago66/01Out66, Ten Cadete;

(xii) CArt 1613, S. João (treino op), 03Dez66/15Jan67, Cap Ferraz e Cap Corvacho; [ A esta companhia pertenceu, entre outros, o nosso saudoso Zé Neto (1929-2007), o primeiro membro da Tabanca Grande a quem a morte levou];

(xiii) CCaç 1624, Fulacunda, 05Dez66, Cap Pereira;

(xiv) Pel Mort 912, Jabadá, antec /26Out65, Alf Rodrigues;

(xv) Pel Caç 955, Jabadá, antec/13Mai66, Alfs Lopes, Viana Carreira, Sales, Mira;

(xvi) Pel AM Daimler 807, Tite, antec/13Mai66, Alf Guimarães;

(xvii) Pel Art 8, Fulacunda, 10Fev66/03Mar66, Alf Machado;

(xviii) Pel Caç 56, Fulacunda e S. João, 31Out66, Alf Dias Batista;

(xix) Pel Mort 1039, Jabadá e Tite, 26Out65, Alf Carvalho;

(xx) Pel AM Daimler 1131, Tite, 12Ago66, Alf Antunes;

(xxi) Companhia de Milícia 6, Empada, antec, Alf 2ª Mamadi Sambu e Dava Cassamá;

(xxii) Companhia de Milícia 7, Tite, 05Ago65, Alf 2ª Djaló;

Estas sub-unidades foram atribuídas ao BCaç 1860 durante a permanência em Sector (desde Abr65).

[Imediatamente após a sua chegada à Guiné, o BACÇ 1860 entrou em Sector. Foi-he atribuído o Sector S1, integrado no Agrupamento Sul. Principais localidades: Tite, Fulacunda, S. João e Jabadá. Em Outubro de 1966 é atribuído ao Batalhão o Sub-Sector de Empada, enquadrando as penínsulas de Darsalame e Pobreza. Concomitantemente, passa a pertencer ao BCAÇ 1860 a CCAÇ 1423, aquartelada em Empada.]

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11652: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (60): Respostas (nºs 133/134/135): Carlos Rios (CCAÇ 1420, Mansoa e Bissorã, 1965/66); Ricardo Figueiredo (2ª CART / BART 6523, Cabuca, 1973/74); e Manuel Amaro (CCAÇ 2615, Nhacra, Aldeia Formosa e Nhala, 1969/71)

Mais três respostas ao nosso questionário (*), mais três "provas de vida"!... Obrigado, camaradas, a vocês três, que continuam a sentar-se, vivinhos da costa, no nosso bentém, à sombra do nosso mágico, fraterno, mítico, fantástico, maravilhoso, protetor, solidário,  frondoso... poilão da Tabanca Grande!


Resposta nº 133  >  

Carlos Rios [, ex-fur mil, CCAÇ 1420 / BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66]

 Caros camaradas e amigos! 
Lamentando a lentidão da resposta ao Questionário, com a apresentação das minhas desculpas aqui vos envio a minha modesta opinião!

1) Não tenho a certeza absoluta, mas creio que foi em 2010.

2) Através da troca de e-mail`s com o meu camarada de companhia, Henrique de Sacadura Cabral, tendo solicitado também pela mesma via ao co-responsável do blogue Ilmº. Ex-Alferes Cmdº. Virginio Briote, a quem envio um profundo agradecimento e um respeitoso cumprimento a minha adesão ao blogue.

3) Sim, sou membro da Tabanca Grande, puco tempo após o mencionado na alínea 1)

4) Faz parte do meu quotidiano.

5) Sim enviei e fizeram o favor de publicar o que escrevi (um diário em caderninhos), e estou a tentar coligir mais alguma coisa.

6) Não, detesto tudo o que se relaciona com a palavra FACEBOOK, para além de não me entender com aquela metodologia.

7) A resposta está inserta na alínea anterior.

8) O Blogue está estruturado superiormente e todo ele me é agradável e chamativo, agradando-me sobremaneira onde aparecem referências de caracter social.

9) As respostas anteriores são explícitas; creio eu!

10) Não, todavia não esqueço que quando me encontro em 

Ferreira do Zêzere, tenho problemas de lentidão na Internet, globalmente, o que pressupõe uma dificuldade tecnológica simplesmente.

11) Representa um aumento de força anímica, o reencontro e nascimento de grandes amizades, e camaradas, um motor de sociabilidade; o homem é um ser gregário, bem como um aumento e abertura de conhecimentos e cultura na arrumação e estruturação da minha carola. Já vou com 70 anos. O muito obrigado aos camaradas, luis Graça,Carlos Vinhal, e todos os responsáveis do Blogue.

12) Não, nunca participei.

13) As minhas decrépitas condições de saúde levam a que (com muita pena minha), não possa deslocar-me facilmente, pelo que não posso participar, mas envio a minha felicitação pelo 9º Aniversário.

14) Incomensuravelmente!! Sim!!

15) Não tenho capacidade para analisar uma magnificente ideia dos camaradas. Apenas peço que continuem, e notem…

“POR MAIS LONGA E ESCURA QUE SEJA A NOITE O SOL (BLOGUE) VOLTA A BRILHAR” (Autor desconhecido)...

Com o maior abraço de solidariedade


Resposta nº 134 >   

Ricardo Figueiredo [, ex-fur mil,  2ª CART / BART 6523, Cabuca, 1973/74]

(1) Quando é que descobriste o blogue?

Por acaso,quando a nostalgia se apoderou de mim e iniciei a busca da minha 2ªCART/BART 6523 e coloquei no motor de busca CABUCA que me levou ao Blogue e me mostrou o mapa.Estava no ano de 2007.

(2) Como ou através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)

Pesquisa no Google.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia)? Se sim, desde quando?

Sou membro desde 19 de Janeiro de 2011 [, com o nº 472].

(4) Com que regularidade visitas o blogue? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)

Diariamente. De manhã visito o Diário da República. À tarde o blogue. Tornou-se uma obrigação.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)?

Tenho mandado esporadicamente. Espero em breve aumentar a minha colaboração.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça]?

Conheço, mas visito-a com menos regularidade.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?

Vou mais vezes ao blogue.

(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?

A história que se vai escrevendo e as estórias que se vão acumulando numa mescla de realidade e de imaginação. No Facebook não tenho opinião formada.

(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?

A política que de forma camuflada de vez em quando se posta , reconhecendo porám o cuidado dos Editores em evitar ao máximo esse tipo de atitudes. Quanto do Facebook não tenho opinião formada pelas razões já expostas.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

Não tenho tido qualquer problema, talvez pela hora tardia a que acedo.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje para ti? E a nossa página no Facebook?

O Blogue é um meio imprescindível para a compreensão da guerra do Ultramar, do conhecimento da juventude de então, dos seus pensamentos, dos seus actos e das suas omissões e sobretudo um arquivo importantíssimo para a compreensão da HISTÓRIA. Creio que o Blogue será a transposição futura da verdadeira HISTÓRIA,  contada pelos seus intervenientes directos e será qualificado como o único repositório dos verdadeiros factos devidamente documentados e narrados pelos próprios actores.

Sobre o facebook , será sempre uma forma imediata e actual da expressão da comunicação de uma rede social.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?

Não , com muita pena minha.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real?

Gostaria, mas mais uma vez não poderei estar presente.Espero para o próximo ano quebrar estes impedimentos. Sobretudo este ano gostaria de estar para abraçar o JOSÉ SAÚDE , que muito considero e estimo, no lançamento do seu novo livro.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?

Naturalmente que sim. Acho que o Blogue nunca será um moribundo,pois graças ao envolvimento que construiu ao longo dos anos, a seriedade que impôs no seu editorial,os filhos e netos dos ex-Combatentes da Guiné, saberão mantê-lo vivo, sabendo homenagear os seus mortos e trazendo à colação muita da documentação que certamente ainda se encontra arquivada.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

Continuem com o mesmo espírito e se me é permitido, um abraço muito apertado aos seus Editores pela coragem,trabalho e dedicação com que mantêm o Blogue. BEM HAJAM !


Resposta nº 135 > 

 Manuel Amaro [, ex-fur mil enf, CCAÇ 2615 / BCAÇ 2892, Nhacra, Aldeia Formosa e Nhala, 1969/71]

Caros Editores

Com um pedido de desculpas pela demora, aqui vai a minha resposta ao referido questionário.

1 - Descobri o blogue em Abril de 2008.

2 - Estava a fazer uma pesquisa sobre o Capitão Salgueiro Maia, para uma comunicação que ia fazer numa aula, sobre o 25 de Abril de 1974.

3 – Sou membro desta família desde 27 de Maio de 2008.

4 – Consulto o blogue, em média duas vezes por dia, embora por vezes esteja dias sem consultar.

5 – Já enviei vários textos, que foram publicados e faço comentários com frequência.

6 – No Facebook não tenho participado.

7 – Só vou ao blogue.

8 – Gosto de ler boas estórias, sejam elas “guerreiras” ou sociais, bons poemas e ver boas fotos.

9 – Não gostei de ler alguns textos doutrinários, algumas polémicas exageradas... sobre quem ganhou, quem perdeu, onde reuniu o PAIGC em 1973, quem matou Amílcar Cabral e mesmo sobre um texto do livro do Rui Alexandrino Ferreira, escrito pelo Major General Pezarat Correia. Até porque é sempre possível discordar sem recorrer à ofensa. E isso nem sempre foi conseguido. Mas, que diabo, ex-combatentes, seniores, também têm que ser tolerantes.

10 – Nunca tive dificuldade em aceder ao blogue.

11 – O blogue representou e representa muito para mim. Sem ser “lamechas”, foi aqui que reencontrei um grande amigo que estava “desaparecido” desde 1967: O Zé Teixeira. Foi aqui que reencontrei o Mário Pinto, o Arménio Santos, o Mário Fitas e o Alberto Branquinho. Foi aqui que voltei a ouvir falar, ler estórias e ver fotos de Buba, Nhala e Quebo, que foram as minhas “terras” na Guiné. É aqui que encontro ex-combatentes, gente que sentiu e que sente a Guiné como fazendo parte das suas vidas. O blogue é hoje uma das minhas referências de vida.

12 – Já participei em três Encontros Nacionais, em 2009/10/11, em Ortigosa e Monte Real.

13 – Este ano não vou participar porque estarei ausente, noutra missão, de 2 a 21 de Junho.

14 – Sim. Acho que o blogue tem todas as condições para continuar e para se fortalecer. Basta ver o trabalho feito até hoje pelo Comandante Luís Graça e pela Equipa de Editores.

15 – Sugestões? Bem sugestões, sugestões, não sei muito bem. Talvez continuar a trabalhar com o mesmo entusiasmo. Talvez com entusiasmo redobrado. Se o caminho percorrido valeu a pena, é seguir no mesmo caminho, de cabeça erguida. Sim, é isso. Porque o dever foi cumprido e as consciências estão tranquilas. Tenho dito... e escrito. Com um abraço.
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Nota do editor:

Último poste da série > Guiné 63/74 - P11643: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (59): Respostas (nºs 130/131/132): Albano Gomes (CART 2339, Fá Mandinga, Mansambo, 1968/69): João Nunes ( CCAÇ 4544, Cafal Balanta e Bolama, 1973/74); e Joaquim Sequeira (BENG 447, Bissau, 1965/67)

(...) Questionário ao leitor do blogue:

(1) Quando é que descobriste o blogue?
(2) Como ou através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia)? Se sim, desde quando?
(4) Com que regularidade visitas o blogue? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)?
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça]?
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?
(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje para ti? E a nossa página no Facebook?
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real?
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer. (...)

Quem não respondeu (e, portanto, não fez a "prova de vida"...), ainda vai a tempo. O blogue agradece. Contunuamos a celebrar, com alegria comedida, o nosso 9º aniversário. Nove anos a blogar são cinco comissões na Guiné!... É obra, meus caros coeditores Carlos, Eduardo, Virgínio, e demais colaboradores, autores, tabanqueiros e leitores!... 

Responder por email para: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10851: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (6): Mensagens de Natal dos nossos tertulianos (1)

MENSAGENS DE NATAL DOS NOSSOS TERTULIANOS






António Barbosa foi Alf Mil Op Esp/RANGER na 2.ª CART/BART 6523, em terras de Cabuca, nos anos de 1973 e 1974


Votos de Boas Festas



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Carlos Rios, Ex-Fur Mil da CCAÇ 1420/BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66


O natal é sempre que um homem/mulher quer!
Saudações amigas



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Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69


Feliz Natal 2012 





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Fernando Súcio, ex-Soldado Condutor do Pel Mort 4275, Bula, 1972/74

Boas Festas





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Tabanca Pequena (ONGD) - Feliz Natal

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Tabanca do Centro - Festas Felizes

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Alberto Nascimento, ex-Sold Cond Auto da CCAÇ 84 Bambadinca, 1961/63

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Maria Arminda Santos (ex-Ten Enf.ª Paraquedista, 1961-1970)

Feliz Natal. 
Abraço, 
Mª Arminda



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Benito Neves, ex-Fur Mil da CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67

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Hilário Peixeiro, ex-Cap Mil  da CCAÇ 2403/BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70

Caros amigos
É mesmo com muita amizade que a Natércia e eu fazemos votos de que vivam um Santo Natal e tenham um Ano Novo de 2013 com muita saude e muita Felicidade juntamente com todos os vossos familiares e amigos.
Apesar de ser uma mensagem colectiva, ao percorrer a lista de endereços pensámos em cada um de vós.
Natércia e Hilário

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 23 de Dezembro de 2012 < Guiné 63/74 - P10850: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (5): Quem procura sempre alcança! Uma inusitada peça a tinta da China, a minha lembrança de Natal para todos os tertulianos (Mário Beja Santos)