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sexta-feira, 11 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2749: Operação Macaréu à Vista - II Parte (Beja Santos) (27): Quando os mortos abrem os olhos aos vivos

"Fotografia do Carlos Sampaio, nas suas últimas férias. É nestas férias que este meu querido amigo destrói toda a sua obra. Regressará a Moçambique em Dezembro [de 1969], falecerá no Norte, perto de Mocímboa da Praia. Uma parte importante da minha juventude morreu com ele" (BS).

Fotos (e legendas): © Beja Santos (2008). Direitos reservados.
Texto do Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) (1), enviado em 22 de Janeiro de 2008:


Operação Macaréu à vista - Parte II > Episódio n.º XXVII > OS MORTOS AOS VIVOS ABREM OS OLHOS (2)
por Beja Santos


(i) Ó vida feita uma detida morte


Ó vida feita uma detida morte.
Ó morte feita um inocente amor.
Amor que as asas sobre o corpo nu
fecha tranquilas no possuir da sorte.


Jorge de Sena


Os males não vêm rogados. Quando nos preparávamos para as obras da ponte de Udunduma, a ponte cedeu pela calada da noite, houve rebuliço, saímos todos dos abrigos quando as pilastras começaram a esfarelar, até se pensou ter havido uma carga de trotil posta à sorrelfa. Não, a ponte deu um gemido pela idade sem manutenção e pelos os excessos de colunas com GMC e Unimog, e até gruas, depois o início do alcatroamento do troço Xime-Amedalai precipitou a crise.

De madrugada, consternados pelos barulhos da ponte, e verificado que não havia terramoto, recorremos à pedra, ao cascalho e à cimentação. Assim se iniciaram com carácter de urgência os arranjos da ponte, com a supervisão do Queirós. Estávamos na ponte de Udunduma e não estávamos. Imprevistamente, fomos duas vezes ao Xitole, outra vez a Sansacuta. Uma ocasião houve em que mandaram gente da CCS de Bambadinca para a ponte e nós para a emboscada do Bambadincazinho.

Foi um tempo virulento de trabalho faxina. Mas com compensações. Por exemplo, chegou uma ordem do Quartel General para mandar uma praça gozar vinte dias de repouso em Bolama, com piscina, cinema e outras diversões. Chamei o Domingos, avisei que a escolha não teria influências de ninguém, seriam as praças entre si a nomear aquele que partia para férias. O Pel Caç Nat 52 provou as suas qualidades elegendo o bonzão do Doutor, um mortificado Quebá Sissé, agora a ser ouvido no auto instruído pelo o Ismael Augusto.

O Queirós mostrou-se infatigável nos arranjos da ponte, era vê-lo sem descansar a picareta, abnegado e disciplinador, de facto nunca tive uma equipa de cabos tão boa como agora. Albino Amadu Baldé, Príncipe Samba para os amigos, volta a visitar-me e dá a boa notícia: vai ficar a andar sem defeitos, as fracturas nas tíbias e fémures não o deixarão defeituoso. Motivo de preocupação é Cherno: desmaia com regularidade, derrama líquidos viscosos dos ouvidos, foi visto pelo Vidal Saraiva que considera que tudo isto são consequências do traumatismo craniano de 16 de Outubro de 1969. Missirá passou a estar na mira de Madina, a todo o tempo.

Com a preparação da 1ª Companhia de Comandos Africana, em Fá Mandinga, o PAIGC ameaça com a instabilidade, em escassos dias foram detectadas cinco minas perto de Missirá. Como se previa um ataque a Fá, Missirá foi temporariamente reforçada por outro pelotão. Uma morança dos Nhabijões foi pelos ares com grande recheio de explosivos, tudo parecia ir arder à volta e um bravo condutor atirou-se às chamas para salvar uma viatura em vias de explosão.

Na ponte de Udunduma, ou onde quer que me encontre, mando aerogramas à Cristina: “Escreve para eu saber que nem tudo endurece à minha volta”. Mando-lhe um corrupio de banalidades, como se ela tivesse que saber a agenda diária de Bambadinca e arredores: o capitão Neves saiu de Mansambo e foi para o Pelundo; o Emílio Rosa escreve do Beng 447 perguntando se eu não ia de férias e quando é que havia casamento, etc.

Ora, num sábado à tarde, consegui acordar com D. Leontina, a funcionária dos correios de Bambadinca, que iria telefonar para Lisboa no domingo de manhã. À hora aprazada, vindo da ponte de Udunduma, apresentei-me no correio, a ligação fez-se sem problemas. Eu estava eufórico, a Cristina cautelosa, perguntando-me vezes sem conta se eu já tinha recebido a sua última carta. Eu feliz em poder ouvi-la em condições mais do que aceitáveis, vendo da janela soldados meus a fazerem compras na feira, mas a ficar cada vez mais intrigado com cautelas tão insistentes. Como já se tornara um hábito, a agenda socio-militar de Bambadinca passa dos aerogramas para a chamada telefónica. De concreto, do outro lado do oceano, fiquei a saber que a Cristina visita os meus doentes, a que se juntou agora o major Cunha Ribeiro, e menos concreto apurei que a Cristina pondera vir até Bissau, em data a negociar.

Meditabundo com esta conversa telefónica, subo lentamente a rampa de Bambadinca. O que se passou a seguir nunca mais me saiu da mente nem do coração. O tenente Pinheiro está a fechar a porta da secretaria, é a hora do almoço, traz o correio dos oficiais, acena-me e entrega-me algumas cartas e aerogramas. Vou até o meu quarto para deslindar o enigma dessa última carta da Cristina que ainda não li. É uma carta um pouco volumosa, abro com o dedo e salta uma notícia necrológica que cai no chão. Apanho e vejo do fotografia do morto, incrédulo, aturdido: é o Carlos Sampaio, está lá o nome dele por extenso, fala-se de uma missa do 7º dia, aproximo a notícia e diz claramente que morreu em combate.

Como se um tiro me derrubasse, encosto-me à parede e soluço aos gritos, aos uivos, sou uma besta cercada por cães de caça que lança olhares em todas as direcções, à procura de uma nesga para se salvar. É nisto que se abre a porta e entra o Abel que passa rapidamente da estupefacção para a compreensão de que algo muito duro aconteceu. Aliás, na semana passada, o Machado, do pelotão Daimler, que parte em breve, recebeu a notícia da morte do cunhado num desastre aéreo em Angola, ficou silencioso, abúlico, só depois é que trovejou debaixo da emoção, foi passear de jeep durante horas, depois acalmou.

É o Abel quem me vai chamar à realidade, ele tinha uma voz ciciante, naturalmente apaziguadora, sentei-me, serenei e li a carta da Cristina. O que ali vem escrito esclarece a última carta do Carlos Sampaio (3). Tudo se passou na região de Cabo Delgado, uns dos locais mais assolados pela guerra. Rebentou uma mina durante uma coluna, ele desceu da viatura e pisou um sistema de minas anti-pessoais. Na agonia, perguntou se tinha sido o único ferido e balbuciou: “Deus foi misericordioso com os meus soldados”. Fez um largo sinal da Cruz sobre o peito e morreu.

É esta descrição tão serena que me faz voltar à vida e me aplaca o grito de revolta. Depois, lavei a cara e fui almoçar. À tarde escrevi à Cristina, agradecendo a delicadeza que ela pusera nos documentos enviados, as lembranças doces de uma amizade que também a envolvera tanto. Sabe-se lá com que sofrimento, ponho no aerograma:

“Estou inconsolável, acabo de perder a mais pesada das âncoras da minha juventude. Só me recordo de um abalo destes que teve paralelo quando vi o Fodé estropiado e na discussão lancinante que tive com um capitão junto de uma fossa onde um soldado agonizava e o Fodé gemia. Há momentos em que não consigo reprimir as lágrimas, o Carlos Sampaio está associado aos meus últimos dez anos. Como te disse já, recebera uma extensa e linda carta, há poucos dias. Ele falava-me de viaturas despedaçadas, êxitos operacionais, continuava a acalentar o projecto em comum para a livraria Sampedro, sonhava ser nosso compadre, padrinho do nosso primeiro filho. Da adolescência até agora, foi uma amizade plena, com longos serões, vejo-o na sua bata de pintor, oiço-lhe a sede do infinito. Sabes muito bem que nunca foi uma amizade fácil. Pouco antes de eu partir para a Guiné, fez-me comentários aos esboço da peça de teatro infantil “O soldadinho de fogo”. Trocávamos manuscritos, eu saía de madrugada de casa para ir à Praça Pasteur ouvir os seus últimos escritos. A sua fotografia mais recente tenho-a eu, é a que vem na pagela necrológica que me enviaste. É um olhar de penumbra e recatada tristeza, o mesmo olhar que o pintor Fausto Sampaio fixou na tela, retrato dele com sete anos, que está na sala de jantar da Praça Pasteur. Sim, estou inconsolável. Vem-me à recordação a sua continência tímida quando o fui visitar a Mafra, em Maio de 1968. O que me abranda a dor é saber que ele não precisa das nossas orações, ele já está sentado à direita de Deus Pai. Vou agora escrever à Sr.ª D. Maria José a quem porei à disposição os escritos do Carlos e o quadro a óleo que ele me deu, salvo erro o único que subsistiu à destruição que fez de todas as suas obras. Por favor, quando procurares a Sr.ª D. Maria José e as irmãs do Carlos diz-lhes que eu perdi o anjo pascalino, o companheiro mais querido de toda a minha juventude”.

(ii) Uma conversa com o major Sampaio

No dia seguinte, sou chamado de urgência a Bambadinca, o major Sampaio quer uma reunião. Recebe-me com um ar grave e vai direito ao assunto:
- Consigo não faço rodeios, preciso de si a dar o seu melhor e no Xime. Tenho aquela companhia muito em baixo. No princípio do mês, foram flagelados durante uma operação, houve um morto, feridos graves e ligeiros; a seguir, ardeu a tabanca do Enxalé e logo depois um ataque a Ponta Varela fez a destruição de uma embarcação civil; em meados do mês, depois de destruírem grande quantidade de arroz numa batida, foram novamente flagelados e o capitão Maltez ficou sinistrado, embora ligeiramente. Temos de lamber as feridas e passar ao ataque. Falei com o nosso comandante e as coisas vão-se passar da seguinte maneira: V. vai planear inteiramente uma operação e logo a seguir outra; vai para o Xime e levanta o moral das tropas; não peça mais efectivos daqueles que eu posso dar, quanto muito, leva algumas secções de milícias de Finete e de Amedalai; é fundamental afastar o inimigo das proximidades do Xime e de Ponta Varela; levantar o moral das tropas tem de significar o fim desse medo em emboscadas a escassos quilómetros do quartel; limpe tudo à volta e faça com que o Poidom e Ponta Varela deixem de ser considerados invulneráveis; findo este objectivo, quero que V. percorra tudo até à Ponta do Inglês e mostre aos soldados do Xime que nós podemos ir a qualquer sítio; vem aqui para a sala, olha para o mapa o tempo que precisar, defina o que quer, escreva os efectivos que vai levar, logo a seguir dar-lhe-ei pormenores sobre as datas das operações. A primeira, a ter lugar no início de Março, é a “Rinoceronte Temível”. E nem uma palavra sobre este assunto com ninguém, nem aqui com os oficiais nem com os seus soldados.

Discretamente, passei as tardes seguintes na sala de operações e fazia inúmeras perguntas ao furriel Pinto dos Santos: onde, exactamente, os guerrilheiros atacam os barcos em Ponta Varela? quem escolhe os guias no Xime? há fotografias aéreas do Poidom? qual é o alcance das peças de artilharia? é possível ver os relatórios para perceber qual a cobertura que tem o inimigo quando flagela entre Madina Colhido e Gundaguê Beafada? onde é que pernoita a população civil no Poidom? O Pinto dos Santos respondia como podia e sabia.

A 3 de Março [de 1970], o documento preparatório estava pronto, a 4, discutimos o documento com Jovelino Corte Real, que aprova, a 5, ao amanhecer, o major Sampaio e eu partimos para um RVIS para percorrer toda a região do Xime. É a primeira vez que sobrevoo milimetricamente um dos nossos mais conturbados teatros de operações. A DO passa pelo Xime e seguimos por toda a estrada até à Ponta do Inglês.

É impressionante o número de trilhos que saem do mato denso de Gundaguê Beafada até Ponta Varela, é um inimigo afoito e combativo que soube impor-se e dominar o território. A bolanha do Poidom está igualmente sulcada por caminhos que vêm da foz do Corubal e que atravessam a estrada da Ponta do Inglês até à direcção do Buruntoni. À volta do Buruntoni, como já aprendi, é tudo inextricável, a floresta-galeria tudo dissimula do ar.

O major Sampaio pede ao piloto para se sobrevoar o devastado aquartelamento do Enxalé, que perdeu a sua tabanca. Pois é precisamente quando entramos no Cuor que se nos depara um cenário fantástico: lá em baixo os pára-quedistas estarão a atacar Madina, vêm-se grandes rolos de fumo, os T6 largam bombas, o heli-canhão anda às voltas, parece um cão de caça, o Cuor está revolto, tudo tem a dimensão de uma resposta implacável a quem queimou a tabanca do Enxalé.

É nisto que surge outra avioneta que nos dá ordem de retirada, não podemos estar a interferir na operação. Guardo a imagem dos pára-quedistas a correr em meia lua, uma das barracas de Madina a arder, sobre a protecção do heli-canhão. E regressámos à região do Xime, passámos sobre o Buruntoni, é espantoso como este quartel é completamente invisível do ar. Se dúvidas houvesse, estou esclarecido: as dificuldades serão imensas, duas tremendas operações estão à nossa espera. Dentro de dias, e durante um mês vou terminar muitos dos meus aerogramas à Cristina da seguinte maneira: “Logo que regresse, escrevo-te”.


(iii) O anjo pascalino

Na ponte de Udunduma, olhando ao fundo a floresta e os palmeirais de Demba Taco, escrevo o último aerograma ao Carlos Sampaio:

Sei da tua morte e ponho o teu nome a rodopiar
até uma ilha de coral.
Aviso-te: neste local vicejante, de lodos e águas fecundas para o arroz,
o vento incendeia os palmeirais. Trazes trigo nos cabelos,
és o meu sonho morto dos trópicos
Aqui o choro não me dá consolo,
é como se uma febre de falcão te trouxesse no meu lamento,
tu apareces pregado num lenho da savana.
Sei irremediavelmente da tua morte e soletro a palavra paz:
paz das entranhas, paz inquestionável, paz circum-navegante,
paz para fecundar este sílex que arremesso para o fim da terra.
É o último aerograma que te escrevo.
No entanto, tu és enzima de semeadura,
tu falas-me da rapsódia dos adolescentes, o meu mito da juventude.
Com os meus mortos, com este chão adubado de sangue,
no teu largo sinal da cruz e no teu tálamo de poeira,
eu choro o meu maior amigo,
e temo todo o imprevisto da vida que se vai seguir.

Termino este aerograma esmagando o aparo, depois de ter escrito:

morreu o meu fula, o meu mandinga branco.

Levei um gira-discos a pilhas para a ponte de Udunduma e oiço música. Primeiro, o retemperador Dido e Eneias, de Purcell. É uma ópera cénica exemplar, cativa-me a frescura e a dimensão dramática, todo o lamento de Dido é uma despedida sublime. A seguir, mergulho na sinfonia Ressurreição, de Mahler. É uma versão espantosa pela orquestra Philarmonia, dirigida por Otto Klemperer. Oiço e volto a ouvir o quarto andamento, em que surge a voz do contralto louvando: “Deus que é bom vai dar-me a sua luz e vai iluminar-me até à vida eterna”.


"Capa do disco Dido And Eneias, de Purcell. Gosto muito de The Fairy Queen, King Arthur e do Hino a Santa Cecília, mas Dido e Eneias é a sua obra-prima absoluta. Tem brilho, frescura, é retumbante e sofredora. O lamento de Dido acompanhou o meu sofrimento, quando perdi o mais querido dos amigos" (BS).


"Capa de Pietr, o Letão, de Georges Simenon, nº 145 da Colecção Vampiro, tradução de Mascarenhas Barreto, capa primorosa de Lima de Freitas. Um Simenon cheio de emoção e forte comoção. Um colaborador de Maigret , Torrence, será assassinado durante as investigações, Maigret faz uma longa e alucinante directa até ouvir uma pungente confissão,assistindo ao suicídio do criminoso, ferido e exausto. Dois irmãos canalhas, a história de um grande amor, uma delirante expiação" (BS).

Com o ânimo mais serenado, pego então nos livros. Num ápice, devoro Pietr, o Letão, mais uma pedra preciosa de Georges Simenon. As polícias de toda a Europa avisam a Polícia Judiciária de Paris que está a chegar de combóio um escroque de alta-roda, Pietr, o Letão. Maigret va para a Estação do Norte, Pietr apresenta-se e vais para um dos hotéis mais luxuosos de Paris, o Majestic. No comboio aparece um cadáver. Assim se inicia uma trepidante investigação, Maigret é baleado mas está imparável. Virá a descobrir-se que existem dois irmãos, há uma história de vingança, é um texto literário fabuloso, cheio de emoção e comoção. O que mais aprecio é a obstinação de Maigret que desafia todas as suas energias até derrubar a resistência psicológica do criminoso.

"Capa de Porta de Minerva, de Branquinho da Fonseca, nº25 da Colecção Contemporânea, Portugália Editora. É um livro desencantado sobre a vida estudantil, em Coimbra.Faz apreciações duríssimas às praxes e à vida dentro das repúblicas,desmonta o fascínio da sabedoria académica e o nível cultural na Academia.Tem capa de Tóssan" (BS).


Porta de Minerva, de Branquinho da Fonseca, inicia-me nas praxes e rituais da vida académica coimbrã: a perseguição ao caloiro, a vida nas repúblicas, a boémia, os estudos insípidos, a verborreia declamatória, as lutas entre os estudantes e a polícia. Admito que literariamente o livro não traga nada de novo, mas o personagem Bernardo Cabral leva-nos a um pequeno mundo dominado pelas praxes donde ele sai licenciado e liberto do pesadelo. Aprovado no último exame é rodeado de colegas que o despojam de toda a roupa, foge somente com a sua capa, nu como num regresso simbólico à pureza primitiva.

Concentro-me nos planos da Rinoceronte Temível. Será a única operação que comandarei. Terei razões para me orgulhar dela. Como passo a escrever.

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Notas de L.G.:
(1) Autor de Diário da Guiné: 1968-1969: Na terra dos Soncó. Lisboa: Temas & Debates. 2008. Uma obra de que o nosso blogue se orgulha de apoiar e de ter visto nascer. Começou por ser uma série, publicada semanalmente no nosso blogue, ao longo do ano de 2007. Está prevista a saída de um 2º volume, no próximo verão. Título provisório: Diário da Guiné: 1969-1970: Tigre Vadio. Sisponível também no Círculo de Leitores.

(3) Sobre o amigo do autor, Carlos Sampaio (Anadia, 19 de Novembro de 1946 / Moçambique, Nambude, 2 de Fevereiro de 1970), vd. os seguintes postes, além do já citado em (2):