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quarta-feira, 17 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21083: Fauna & flora (14): Os chimpanzés (Pan troglodytes verus) do Boé: o trabalho da Fundação Chimbo


Guiné-Bissau > Região do Boé > Foundation Chimbo > Chimpanzés no Boé > Filme 3, por Gerco Niezing > A Fundação agradece o visionamento deste vídeo, "em nome dos chimpanzés do Boé", que são seres pacíficos, amorosos e sociáveis... mas também curiosos e com notáveis capacidades de aprendizagem. É fundamental a sua proteção. São os seres mais próximos de nós, do ponto de vista genético.


( Reproduzido com a devida vénia... Ver mais vídeos aqui)


Os Chimpanzés

Os chimpanzés (Pan troglodytes) são apenas indígenas da África.

Esta espécie possui três subespécies.

Os Pan troglodytes scheinfurthii são nativos da África Oriental e são a espécie que mais foi estudada. A pesquisa inovadora de Jane Goodall envolveu esta subespécie, que vive na África Central.

Os Pan Troglodytes verus vivem na África Ocidental (Guiné, Guiné-Bissau, Gana, Libéria, Senegal e Costa do Marfim). Esta é a subespécie mais ameaçada. [Na Guiné-Bissau, e sobretudo no Cantanhez, é conhecido por “dari”]


Os Chimpanzés do Boé


O Boé é uma região de difícil acesso. Graças ao seu caráter isolado, a natureza permaneceu praticamente intocada. O Boé tem uma população relativamente grande de chimpanzés. Várias outras espécies de mamíferos vivem aqui e estão na lista de espécies ameaçadas de extinção [, incluindo a "onça" ou leopardo-africano] (*)

Crescimento populacional, imigração, desmatação, caça e exploração de carvão ameaçam a área.

Portanto, a Fundação Chimbo está a tentar obter um estatuto de região protegida para esta área.

Graças a uma concessão de uma bolsa de investigação do WWF [World Wide Fund For Nature], Cristina [Ribeiro] Schwarz [Silva], especialista em gestão ambiental na Guiné-Bissau, conduziu um estudo de viabilidade para estabelecer uma região protegida na Guiné-Bissau e para as opções disponíveis para o ecoturismo.

A sua pesquisa em 2006 e 2007 mostrou que o valor da natureza da região é excecionalmente elevado.

Cristina Schwarz estima que a população atual de chimpanzés seja de 700 (em vez de 300, como observado em outros documentos). Ela também fornece uma descrição detalhada da flora e fauna da região.

Esta pesquisa também permitiu melhor os diferentes mamíferos que foram observados pela primeira vez no Bóe.

Fonte: sítio Chimbo.org [Infelizmente, não tem versão em português, língua oficial da Guiné-Bissau; apenas em holandês, inglês e francês]
 

[Tradução / adaptação da versão inglesa: LG. Com a devida vénia...]
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Nota do editor:
 

Último poste da série > 16 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21080: Fauna & flora (13): Leopardo ou onça são sinónimos na Guiné-Bissau... A subespécie "leopardo-africano" tem o nome científico "Panthera pardus pardus" (José Carvalho / Cherno Baldé / Luís Graça)

terça-feira, 16 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21080: Fauna & flora (13): Leopardo ou onça são sinónimos na Guiné-Bissau... A subespécie "leopardo-africano" tem o nome científico "Panthera pardus pardus" (José Carvalho / Cherno Baldé / Luís Graça)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Iemberém > 2 de março de 2008 > A "onça" [, leopardo-africano],  um animais desenhados nas paredes exteriores das instalações da AD -Acção para o Desenvolvimento. Era abundante em tempos,  foi sobrecaçada, por causa da beleza da sua pele... E hoje o seu habitat vai-se degradando... Fotografia de Luís Graça, por ocasião de visita ao sul, no ãmbito do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > s/l> s/d> c. 1943/73> O caçador de "onças" e empresário de cinema ambulante Manuel Joaquim dos Prazeres, ou "Manel Djoquim" (como era popularmente conhecido das gentes guineenses)

Foto (e legenda): © Lucinda Aranha (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região do Oio > CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72) > "Um felídeo, que tropeçou numa das armadilhas das NT, nas imediações do destacamento" [de Bironque ou Madina Fula]. Foto do álbum do alf mil José Carvalho.

Foto (e legenda): © José Carvalho (2020) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Comentário do José Carvalho, ao poste P21068 (*);

Caro Luis,

Na altura e durante algum tempo, influenciado talvez pela informação dos locais, julgava que se trataria de um onça.

Na realidade estou também convicto que se trata de um leopardo-africano (panthera pardus pardus).

Abraço, do José Carvalho

[ex-alf mil inf, CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72), e hoje médico veterinário, a viver no Bombarral]

2. Comentário do Cherno Baldé, nosso colaborador permanente (Bissau) (*):

Caro Luis,

De facto, pela imagem da foto, vê-se que não é uma onça, normalmente de menor porte físico e com manchas mais grossas e carregadas. Isto quererá dizer que estas duas espécies de felinos coexistiam nas matas da Guiné em meados dos anos 60/70.

Lembro-me que, ainda criança, tínhamos a incumbência de pastorear o gado da familia, sempre em grupos de 3 u 4 crianças e, às vezes, os animais nos enganavam e nos levavam para zonas pouco frequentadas, ricas em pasto, mas também perigosas em outros sentidos. 

As instruções prévias sobre riscos de ataques de felinos ou dos guerrilheiros [do PAIGC], nesses casos, era fugir ao primeiro sinal de alerta vindo dos animais que nos acompanhavam. Digo acompanhavam,  porque,  em muitas ocasiões e completamente desorientados, confiavamos na capacidade de oruentação dos mesmos e seguiamos atrás até à hora do regresso que nunca falhava.

Durante esse tempo, nunca vi nenhum felino de perto, mas fugimos várias vezes sem saber qual era a real ameaça. Os mais velhos diziam-nos assim: Se os animais fogem em grupos organizados e param depois de 1/2 km, quer dizer que é uma Onça (de notar que poucas pessoas podiam diferenciar uma Onça de um Leopardo), mas se fogem dispersos, em grande velocidade e não param antes dos 7/10 km, então saibam que é o "Ngari Djinné", um Leão.

Uma vez, aconteceu que, durante a noite, a maior parte das vacas arrancaram os postes com as amarras que as mantinham presas e vieram refugiar-se junto à aldeia. Depois soubemos que um felino, provávelmente um Leão ou seu grupo,  teria passado por perto, a caminho das matas do Oio ou vice-versa.

Com um abraço amigo, Cherno

3. Comentário do Carlos Vinhal:

Acho que me lembro deste episódio porque me ficou na memória um destes animais ter caído numa das nossas armadilhas e o pessoal civil ter esquartejado e dividido os pedaços entre si. Aconteceu que ao fim do dia, quando retirámos, era vê-los, todos contentes, carregando aqueles nacos de carne (e osso) envolvidos por folhas de palmeiras, e a serem perseguidos por enormes quantidades de moscas atraídas pelo já menos bom estado de conservação da carne.


4. Comentário de César Dias:

 Carlos, foi este episódio, quando andávamos a verificar as armadilhas, encontrámos uma enorme onça junto a uma delas, cheirava muito mal, mas mesmo assim os africanos que nos acompanhavam tiraram-lhe a pele, a pedido, e dividiram-na entre eles, eu levei a pele para Mansabá, ainda lá esteve em tentativa de secagem, mas eram tantas as moscas que desisti daquilo, não tinha muitos furos de estilhaços, mas algum lhe deve ter tocado em orgão vital.

Só passaram 50 anos, são coisas que não esquecem. Um abraço.

5. Nota do editor LG:

Na Guiné-Bissau, a subespécie leopardo -africano (panthera pardus pardus) é conhecida por "onça"... Tal como a hiena é conhecido por "lubu" (em crioulo)... 

Não confundir com a "onça-pintada"  ou "jaguar" da Amazónia ou do Pantanal, no Brasil (panthera onca) que, de facto, só existe ns Américas, no Novo Mundo... O jaguar distingue-se do leopardo: fisicamente são semelhantes, mas o jaguar exibeum outro padrão de manchas na pele e é de maior tamanho do que a "onça" da Guiné...

Nem o leopardo africano nem o jaguar podem ser confundidos com a onça-parda (ou puma, em português europeu) (Puma concolor): são os três da família Felidae, mas o género é diferente:  Puma, nativo das Américas. (Portanto, também não existe em África.)

No portal Triplov > Guiné-Bissau > Mammalia, há uma referência (e foto) deste animal (Panthera pardus pardus ou Panthera pardus leopardus)... Referência, Monard, 1940. Local: Bissau; Bafatá; Cacheu; estrada de Barro para S. Domingos.  Já o leão  (Panthera leo senegalensis) também foi visto (, na zona do Corubal e em Buba, ) mas já era mais raro nessa época.

Albert Monard (1882-1956) foi um naturalista suiço, que fez várias expedições científicas em África, incluindo Angola (1928,  1932) e a  Guiné-Bissau (1937). 

MONARD, Albert
Résultats de la mission scientifique du Dr. Monard en Guinée Portugaise : 1937-1938 / Albert Monard. - [S.l. : s.n., 193-]. - 11 v.. - Separata dos Arquivos do Museu Bocage. - 1º v.: Primates. - 2º v.: Ongulés. - 3º v.: Chiroptères. - 4º v.: Scorpions. - 6º v.: Batraciens. - 7º v.: Poissons. - 8º v.: Reptiles. - 9º v.: Carnivores. - 10º v.: Rongeurs. - 11º v.: Dytiscidae et gyrinidae.

Fonte: Memórias de África e do Oriente

Citada pela agência Angop, em notícia de 13 de dezembro de 2007, a bióloga e conservacionista do Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), da Guiné-Bissau, Cristina Silva, usava o termo local "onça";

(...) De acordo com a especialista, os "grandes mamíferos" como o leão, a onça e o elefante, são hoje espécies "extremamente ameaçadas" de extinção devido à acção dos seres humanos.

Por exemplo, os poucos elefantes que restaram são vistos esporadicamente nas florestas de Boé, no leste e em Cantanhez, no sul, explicou Cristina Silva, sublinhando que estes apenas aparecem nas épocas chuvosas.

"O último recenseamento apontava para a existência de apenas três casais de onças na zona do Boé", declarou Cristina Silva, um registo que contraria os dados de há dez anos, indicando que havia entre 50 a 100 seres dessa espécie. (...)


A Cristina Silva aqui citada é  a "Cristina Ribeiro Schwarz da Silva (Pepas, para os amigos e familiares), filha mais mais velha de Carlos Schwarz da Silva [, o nosso saudoso amigo Pepito, 1949-2014], guineense, e Isabel Levy Ribeiro, portuguesa.Tem [, tinha, em 2009,] 35 anos, é licenciada em biologia marinha. Trabalha no IBAP- Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas da Guiné-Bissau. É Coordenadora para o Seguimento das Espécies." (**)

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3895: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (3): Governo entrega antigo quartel de Guileje e o Pepito chega hoje a Lisboa


Guiné-Bissau > Bissau > 2009 > O Pepito, avô babado, com a sua neta Sara, filha de Cristina Silva (*). Tem uma outra neta, do seu filho Ivan, que vive em Portugal. A foto foi me enviada recentemente. Pelo que vejo, o nosso amigo Pepito está agora muito mais elegante, em resultado de um programa de saúde que está a seguir, e da sua vontade de ferro... Sei que agora os pastelinhos de Belém acabaram-se... Bem vindo, Pepito, a Lisboa, a tua segunda casa... (LG)


Foto: © Pepito / Luís Graça & Camaradas da Guiné (2008). Direitos reservados.(2009).






Transcrição do teor do documento:

"República da Guiné Bissau > Gabinete do Primeiro Ministro > À AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau > Bissau, 17 de Dezembro de 2008 > N/ Refª 410 / GPM / 08 > Encarrega-me Sua Excelência o Primeiro-Ministro de informar Vossas Excelências que essa ONG está autorizada a recuperar o antigo quartel de Guiledje, visando a instalação de um Museu, Escola Profissional e Infra-Estruturas para o Ecoturismo, conforme fora solicitado.



"Sem outro assunto de momento, queiram aceitar a expressão da nossa mais elevada consideração. O Director do Gabinete, Carlos Lineu Tolentino Ribeiro.


"C/C: Sua Excelência o Primeiro-Ministro / UICN"


1. Mensagem de 7 de Janeiro último, do nosso amigo Pepito (*):


Luís: Mais uma vez os votos de Feliz Ano Novo para ti, Alice, teus filhos e todo o pessoal amigo da Tabanca Grande.Tenho uma boa notícia a dar: o governo da GB decidiu oficialmente, no final do ano, entregar o antigo quartel de Guiledje à AD para a sua reabilitação como Museu, Escola Agrícola, polo de ecoturismo e sede do Parque Natural transfronteiriço.


Estou convicto que esta decisão foi o resultado do nosso Simpósio. Por isso obrigado a todos vocês que contribuiram decisivamente para que ele se realizasse. Vamos imediatamente (ainda este mês) começar a construção do Museu que contará com o apoio da Fundação Mário Soares na concepção e organização interior. A ONG portuguesa IMVF - [Instituto Marquês Valle Flôr]assegurará parte das despesas com a construção.


A nossa Tabanca tem vindo a contribuir com muito material e documentos que o enriquecerão.


Um grande abraço


pepito


2. Comentário de L.G.:


Congratulamo-nos com esta notícia que nos chegou de Bissau, há mais de mês, e que quisemos agora partilhar, no blogue, com todos os amigos e camaradas da Guiné, no dia em que chega a Lisboa o nosso querido amigo Pepito. Ele vem para tratar de problemas (pessoais) de saúde e espera voltar a Bissau a tempo de receber, na última semana de Fevereiro, os nossos camaradas que partem no dia 20 para a Guiné-Bissau, em mais um missão humanitária e mais uma viagem de turismo de saudade. Espero poder estar esta semana com o Pepito e obter mais informações sobre o andamento do projecto Guiledje. LG


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Notas de L.G.:


(*) Cristina Ribeiro Schwarz da Silva (Pepas, para os amigos e familiares), filha mais mais velha de Carlos Schwarz da Silva, guineense, e Isabel Levy Ribeiro, portuguesa.Tem 35, é licenciada em biologia marinha. Trabalha no IBAP- Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas da Guiné-Bissau. É Coordenadora para o Seguimento das Espécies.


Vd. poste de 23 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2977: Recortes de imprensa (6): a cidadã portuguesa, Cristina Silva, expulsa da Embaixada de Portugal em Bissau no 10 de Junho


(**) Vd. poste de 31 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3822: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (2): Segurança alimentar (o mangal que dá de comer...) e turismo de saudade