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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24391: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (36): No Corubal não há ostras (... e muito menos sardinhas de Santo António), mas há coisas que também não há no céu: garoupa do rio (perca do Nilo), lagostins, mexilhão de água doce, crocodilos e hipopótamos, etc.


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Rápidos do Saltinho > 3 de Março de 2008 > Lavadeiras do Saltinho... Doces e trágicas memórias, a deste rio... O único e verdadeiro rio da Guiné, já lá dizia o eng. agr. Amílcar Cabral, porque todos os demais são de água salgada, são rias, são braços de mar... É provavelmente o mais belo rio da Guiné, digo eu, que só conheço este, o  Geba, o Mansoa, o Cacine  e mais alguns rios mais pequenos, afluentes...


Um dia destes,  os novos senhores de África decidem construir aqui uma monstruosa barragem, hidroelétrica, à revelia dos verdadeiros interesses do povo guineense... É sonho antigo que vem da independência... E com isso destruir o recurso mais precioso que tem a Guiné-Bissau, para além do seu povo, que é a sua biodiversidade... Não sei se este projeto tem viabilidade (do ponto de vista técnico, financeiro, económico, ambiental e político)... Mas já vimos tanto coisa, em todo o lado (a começar pelo nosso país)...

Ah!, mas Bissau, continua nas "trevas", sem eletricidade, a não ser a de geradores... Hoje põe-se cada vez mas em causa o recuros às barragens hidroelétricas que tem um período de vida útil de 100 anos e um impacto ambiental produtal...

Enfim, o que eu quero sublinhar é que  sem biodiversidade não há futuro, não há desenvolvimento sustentado e partilhado, não há esperança... Oxalá que este  projeto nunca se chegue a concretizar, no Corubal... 

Para bem da Guiné-Bissau e de todos nós, incluindo o povo chinês cujo dinheiro está a ser fortemente investido em África, e não só... Porque a terra não nos pertence, é a nossa casa comum, e temos a obrigação de a deixar, melhor, mais habitável e sustentável, aos que hão-de vir depois de nós, os nossos filhos, netos e bisnetos, europeus, africanos, asiáticos, americanos, australianos...

Também me parece que há hoje  um sério risco de "pesca selvagem" no Rio Corubal, a avaliar pelas fotos de alguns "sites" de caça e pesca, internacionais, que promovem, descaradamente, quase pornograficamente, o saque dos recursos piscícolas do Rio Corubal...

O mar da minha terra também era rico de vida marinha, lançavam-se cem covos, apanhavam-se cem lagostas. E pescador que não apanhasse à linha uma garoupa do seu tamanho era uma merda de pescador... Estou a falar de há 60/70 anos atrás... Hoje até a sardinha foge de nós... En Peniche o número de traineiras deve ter sido reduzido na ordem das 80 para 10... O atum desapareceu do mediterrâneo. E, claro, do Algarve. E as ostras estão a regrssar, lentamente, depois da poluição dos estuários dos nossos rios, o Tejo, o Sado,a ria de Aveiro...

No passado, nunca aprendemos com os erros uns dos outros... Tem sido a ganância de uns poucos que nos empobrece e mata  a todos... Aqui, e em toda a parte... Infelizmente a Guiné-Bissau é um dos países mais ameaçados do mundo, em consequência das alterações climáticas... Não sei se os nossos bisnetos poderão chegar a  conhecer o Rio Corubal, os rápidos do Saltinho e de Cusselinta (e não "Cussilinta", como já tenho visto grafado...) ou o arquipélago dos Bijagós...  

Todavia, a consciência ecológica está a chegar também à Guiné-Bissau: o povo bijagó, por exemplo, está-se a mobilizar para defender e proteger os seus recursos marinhos e florestais, sem os quais corre o risco de perder o seu modo de vida e a sua forte identidade cultural... E são as mulheres que lideram essa luta... Vejam aqui o sítio da ONGD, de base comunitária, Tiniguena. (LG)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue: autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau".

1. Pois é, no Corubal não há ostras, dizem camaradas que conhecem bem o sítio, o Saltinho, Cusselinta,  o Corubal, a Guiné-Bissau, do Paulo Santiago ao Zé Teixeira (*)... E agora o Patricio Ribeiro vem dar a confirmação definitiva. Vamos publicar na sua série "Bom dia, desde Bissau" (**).

Mail de hoje, 12 de maio de 2023, às 11:07.

Bom dia, amigos.

Não há ostras no Corubal.

Faço caça submarina no Corubal, desde há mais de 30 anos.

Hoje há ostras que são levadas para todos os locais da Guiné, são arrancadas do tarrafe ou das rochas, mas sempre na água salgada.

Pode-se comer as que são apanhadas no rio de Susana e levadas para o Saltinho. Este ano, comi algumas vezes em Varela, as que são apanhadas em Catão ou Iale.

No rio, há diversos peixes, o mais interessante é a garoupa do rio (perca do Nilo) que chegam algumas aos 10 kg.

Há lagostins, mexilhão de água doce, crocodilos e hipopótamos, etc.

Infelizmente a praia de Cusselinta, um dos paraísos da Guiné, está cheia de redes de pesca. São instaladas todo o ano, sem as levantar, apanham tudo, inclusivamente a mim ... não era habitual, dizem que são de estrangeiros.

Passei muitos fins de semana em Coli (no projeto de investigação de árvores de fruto), a 12 km de Aldeia Formosa, também a trabalhar.

Dali muitas vezes saíamos para uma ilha no meio do rio, que está registada em nome da nossa amiga Isabel Levy, local em que o nosso amigo Pepito tinha o prazer de levar os amigos, subíamos o rio 30 minutos de barco e ali acampávamos numa praia de areia, no meio da floresta, com todo o tipo de animais.

Só que os tempos mudam, agora há na zona, além de pedreiras de pedras duralite, a desmatação de milhares de hectares para a plantação de frutos tropicais !!!

Para os amigos, informo que cheguei agora para comer as sardinhas de Sto. António e só depois vou para o leitão. (**)

Abraço

Patricio Ribeiro | impar_bissau@hotmail.com
___________

Notas do editor:


Vd. também 3 de julho de  2015 > Guiné 63/74 - P14829: Memória dos lugares (301): Rio Corubal: Já o atravessei a nado, duas vezes, com óculos e barbatanas, vasculhando o fundo, junto à jangada do Ché Ché, de tão má memória... (Patrício Ribeiro, Bissau)

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14829: Memória dos lugares (301): Rio Corubal: Já o atravessei a nado, duas vezes, com óculos e barbatanas, vasculhando o fundo, junto à jangada do Ché Ché, de tão má memória... (Patrício Ribeiro, Bissau)



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Rápidos do Saltinho > 3 de Março de 2008 > Lavadeiras do Saltinho... Doces e trágicas memórias, a deste rio... O único e verdadeiro rio da Guiné, já lá dizia o Amílcar Cabral, porque todos os demais são de água salgada, são rias, são braços de mar... É provavelmente o mais belo rio da Guiné, digo eu, que só conheço este, o  Geba, o Mansoa e mais alguns rios mais pequenos, afluentes...

Um dia destes,  os novos senhores de África decidem construir aqui uma monstruosa barragem, hidroelétrica, à revelia dos verdadeiros interesses do povo guineense... É sonho antigo que vem da independência... E com isso destruir o recurso mais precioso que tem a Guiné-Bissau, para além do seu povo, que é a sua biodiversidade... Não sei se este projeto tem viabilidade (do ponto de vista técnico, financeiro, económico, ambiental e político)... Mas já vimos tanto coisa, em todo o lado (a começar pelo nosso país)...

Enfim, o que eu quero sublinhar é que  sem biodiversidade não há futuro, não há desenvolvimento sustentado e partilhado, não há esperança... Oxalá que este  projeto nunca se chegue a concretizar... Para bem da Guiné-Bissau e de todos nós, incluindo o povo chinês cujo dinheiro está a ser fortemente investido em África, e não só... Porque a terra não nos pertence, é a nossa casa comum, e temos a obrigação de a deixar, melhor, mais habitável e sustentável, aos que hão-de vir depois de nós, os nossos filhos, netos e bisnetos, europeus, africanos, asiáticos, americanos, australianos...

Também me parece que há hoje  um sério risco de "pesca selvagem" no Rio Corubal, a avaliar pelas fotos de alguns "sites" de caça e pesca, internacionais, que promovem, descaradamente, quase pornograficamente, o saque dos recursos piscícolas do Rio Corubal... Vejam aqui.

O mar da minha terra também era rico de vida marinha, lançavam-se cem covos, apanhavam-se cem lagostas. E pescador que não apanhasse à linha uma garoupa do seu tamanho era uma merda de pescador... Estou a falar de há 60/70 anos atrás... Hoje até a sardinha foge de nós... En Peniche o número de traineiras deve ter sido reduzido na ordem das 80 para 10... O atum desapareceu do mediterrâneo. E, claro, do Algarve.

No passado, nunca aprendemos com os erros uns dos outros... Tem sido a ganância de uns poucos que nos empobrece e mata  a todos... Aqui, e em toda a parte... Infelizmente a Guiné-Bissau é um dos países mais ameaçados do mundo, em consequência das alterações climáticas... Não sei se os nossos bisnetos poderão chegar a  conhecer o Rio Corubal, os rápidos do Saltinho e de Cusselinta (e não "Cussilinta", como já tenho visto grafado...) ou o arquipélago dos Bijagós...  Todavia, a consciência ecológica está a chegar também à Guiné-Bissau: o povo bijagó, por exemplo, está-se a mobilizar para defender e proteger os seus recursos marinhos e florestais, sem os quais corre o risco de perder o seu modo de vida e a sua forte identidade cultural... E são as mulheres que lideram essa luta... Vejam aqui o sítio da ONGD, de base comunitária, Tiniguena. (LG)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008) / Blogue Luís Graça & Camaradas. Todos os direitos reservados


1. Mensagem do Patrício Ribeiro:

 [Foto à esquerda: Patrício Riubeiro, português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, com família no Huambo, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bssau desde 1984, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda; também conhecido carinhosamente como "pai dos tugas"]


Data: 2 de julho de 2015 às 11:38

Assunto: Sondagem sobre ss nossos rios da Guiné

Boas,

Ainda recentemente, estive a fazer  caça submarina,  com uns amigos no Corubal,  em Cusselinta.

Todos os anos, vou dar lá uns mergulhos e matar uns peixes, assim como no Saltinho, águas com mais de 5 metros de   profundidade, doce, com 3 metros ou mais, de visibilidade.

Normalmente apanhamos percas do Nilo (garoupas do rio) que chegam a pesar,  algumas,  mais de 5 kg.

São bons fins de semana e passeios, mergulhos, javalis, com campismo á mistura.

Já atravessei  o rio Corubal  duas vezes a nado, com óculos e barbatanas, vasculhando o fundo, junto à jangada do Ché Ché, de tão má memória...

Nesta jangada no Ché Ché a funcionar, lá vão passando com frequência, as professoras portuguesas da ONG FEC,  que estão a morar em Gabú, levar a língua portuguesa até Beli, no Boé.

Para informação do António Rosinha, a estrada entre Gabú e o Ché-Ché, onde estive a semana passada, está a reparada por uma empresa portuguesa,  penso que depois da reparação há 30 anos pelo Rosinha,  ele volta a ter manutenção.

Abraço
Patricio Ribeiro

IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau , Tel / Fax 00 245 3214385, 6623168, 7202645, Guiné Bissau
Tel / Fax 00 351 218966014 Lisboa 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11805: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (8): Um casamento fula no Xitole... Ou a tradição que já não é o que era no nosso tempo...


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Casamento fula > O felizardo pai da noiva, o nosso amigo Mamadu Aliu


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Casamento fula: Mulheres festejando ao som do batuque (1)



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Casamento fula: Mulheres festejando ao som do batuque (2)



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Casamento fula: Almoço. O Francisco Silva, à direita.


O Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Casamento fula: o pai da noiva com sua mulher e um irmão com sua esposa.


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Casamento fula: Uma foto para mais tarde recordar


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Casamento fula: Agradecimentos e despedida dos convidados tugas, de partida para Bissau.


Fotos (e legendas): © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem
complementar: LG]



1. Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau (30 de Abril - 12 de maio de 2013) - Parte VIII

por José Teixeira


O José Teixeira é membro sénior da Tabanca Grande e ativista solidário da Tabanca Pequena, ONGD, de Matosinhos; partiu de Casablanca, de avião, e chegou a Bissau, já na madrugada do dia 30 de abril de 2013; companheiros de viagem: a esposa Armanda; o Francisco Silva, e esposa, Elisabete; no dia seguinte, 1 de maio, o grupo seguiu bem cedo para o sul, com pernoita no Saltinho e tendo Iemberém como destino final, aonde chegaram no dia 2, 5ª feira; na 1ª parte da viagem passaram por Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane Buba e Quebo; no dia 3 de maio, 6ª feira, visitam Iemberém, a mata di Cantanhez e Farim do Cantanhez; no dia 4, sábado, estão em Cabedú, Cauntchinqué e Catesse; 5, domingo, vão de Iemberém, onde estavam hospedados, visitar o Núcleo Museológico de Guileje, e partem depois para o Xitole, convidados para um casamento ] (*)... 

É desse evento que trata a 8ª crónica:  os nossos viajantes regressam a Bissau, depois de uma tarde passada no Xitole para participar na festa de casamento de uma filha de um fula que,  em jovem,  era empregado na messe de sargentos e que tinha reconhecido o Silva, no seu regresso ao Xitole.  A crónica anterior  foi justamente dedicada ao emocionante reencontro [, em 1 de maio, ]  com o passado, por parte do ex-alf mil Franscisco Silva, que esteve no Xitole, ao tempo da CART 3942 / BART 3873 (1971/73), antes de ir comandar oPel Caç Nat 51, Jumbembem, em meados de 1973


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Cusselinta em tempo de seca (1)



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 5 de maio de 2013 > Cusselinta em tempo de seca (2)



Vídeo (43''):. Alojado no You Tube > José Teixeira    Não há casamento  sem alegria, sem música, sen festa...


Crónicas de uma viagem à Guiné (8) > Um Casamento na etnia Fula no século XXI.

Mudam-se os tempos, muda a forma de estar em sociedade, para melhor, como é o caso na perspetiva de um europeu. A sociedade guineense está a mudar. Creio que todos quantos passaram pelo teatro de guerra da Guiné, tomaram conhecimento da forma como se “arranjavam” os casamentos, com pequenas variações conforme a etnia.

Foi-me dada a oportunidade de participar num casamento em 1968 numa família de etnia Fula. Sei que o pai da noiva recebeu duas vacas e três carneiros como prémio por ter autorizado a sua filha a casar. Confesso que não cheguei a ver o noivo. Chegou ao fim da tarde embrulhado num pano branco às costas de um homem, talvez o pai ou o irmão mais velho. Parece que ainda estou a vê-lo, passados quarenta e cinco anos, depois de um dia cheio de festas e batucadas que acompanhei com curiosidade. Não faltou arroz para toda a gente salteado com carneiro, se bem me lembro, com molho de chabéu. Com a chegada do noivo,  a prometida, que estivera durante todo o dia rodeada das suas amigas, desapareceu como por encanto e nunca mais lhe pus o olho em cima, até hoje.

Em 2008, no Saltinho, conversava com um casal amigo dos tempos de Mampatá, quando ouço uma algazarra de jovens mulheres com um pano branco, com resíduos de sangue, pendurado num pau. Estranhei tal festa e tentei saber das razões. Pude,  assim, confirmar quarenta anos depois,  o que se dizia na altura, ou seja em 1968, sobre a forma de se detetar se a noiva estava ou não virgem na noite de núpcias. Dizia-se então que na manhã seguinte algumas mulheres grandes iam confirmar através dos eventuais sinais de sangue no lençol, o qual era posto em local que pudesse ser visionado para se confirmar a virgindade da noiva.

Na verdade, cada terra tem seu uso, o qual deve ser respeitado por todos, os autóctones e quem é de fora da terra. Eu, sendo estranho na terra, ouvi e respeitei, embora a curiosidade me tivesse tentado a que na manhã seguinte fosse rondar a porta da morança da noiva na expetativa de poder confirmar tal facto.

Mas os tempos vão mudando. Se é verdade que tenho conhecimento que há pouco tempo um guineense na diáspora, já sexagenário, voltou à sua terra e “comprou” uma bajuda para sua terceira mulher, também é verdade porque pude comprovar na Tabanca do Xitole que há casamentos por amor em que os interesses familiares (do pai da noiva) são dispensados e os eventuais valores a pagar pelo pai do noivo é revertido a favor do jovem casal.

Assim aconteceu de facto com a filha do nosso amigo Mamadu Aliu.

Mas comecemos pelo princípio. Há dias quando passámos pelo Xitole [em 1 de maio], tivemos como cicerone o Mamadu. Excelente cicerone que ajudou,  e de que maneira,  o Francisco Silva a aterrar de novo naquela linda tabanca.

Na despedida, depois de umas horas de animada cavaqueira enquanto visitávamos religiosamente todos os lugares que de algum modo estavam retidos na memória do Francisco, o Mamadu lembrou-se de nos convidar para o casamento da sua filha que estava marcado para o dia quatro, ou seja,  a data prevista para o nosso regresso a Bissau.

Há que aproveitar tão honroso convite. Programámos o nosso tempo para chegar pelo meio-dia, mas esta coisa de tempo e horários não se coaduna com gente que está ávida de (re)viver a Guiné. Os convites são tentadores, as picadas são más e o tempo voa. Chegamos pelas duas da tarde depois de uma paragem no Saltinho para dar um último abraço a gente amiga e uma visita “rapidinha” aos rápidos de Cussilinta, pois quem vai à Guiné, e não vai ao Saltinho e a Cusselinta, perde a uma grande oportunidade de apreciar o paraíso.

A nossa chegada coincidiu com o climax da festa, ou seja a hora do almoço. Simples almoço de bianda com uns restos de peixe muito bem temperado que “soube demais”. Três amplos alguidares bem cheios e uma mão cheia de comilões, os homens, pois as mulheres resguardadas dentro da morança saboreavam possivelmente um petisco mais saboroso.

Foi tempo para eu e o Francisco Silva regressarmos rapidamente aos tempos de juventude e fazer bolinhas de arroz na palma da mão e meter à boca, depois de ter o cuidado de lavar bem as manápulas. Que prazer o nosso, ali aninhados lado a lado com aquela gente que educadamente nos cedeu espaço para partilharmos tão gostoso momento, numa algazarra própria de um dia feliz, não fora estarmos no terreiro do pai da noiva. As nossas companheiras de vida e de viagem contentaram-se em arranjar uma colher e aproveitar a ocasião única, para se sentirem “fulas” de verdade.

Seguiu-se uma tarde de arromba. O som do batuque bem alimentado por três incansáveis batucadores estendeu-se por toda a tabanca, fazendo convergir ao local as mulheres mais lindas e vistosas, com os seus trajes de festa, vontade de dançar e pilhas bem carregadas. Espetáculo digno de se ver, a dança a um ritmo diabólico acompanhado com palmas e a algazarra que faziam entrando e saindo da arena. Com a chegada da família do noivo cresceu ainda mais este frenesim esfuziante, que só com o cair da noite se apagou.

O pai da noiva era um homem feliz. Quando se apercebeu que a “miúda” estava a ser cotejada pelo mancebo, teve o cuidado de lhe perguntar se efetivamente gostava do rapaz e obteve um risonho SIM. Então foi ter com o candidato à mão de sua filha e fez-lhe idêntica pergunta, obtendo um vigoroso SIM. Esperou pacientemente que crescessem um pouco e foi acertar contas com os pais do felizardo e fez negócio. Para ele, desprezando os direitos de tradição étnica, não queria nada, mas para o jovem casal, sim. O mais possível, para montarem o seu lar lá na cidade, onde a jovem ia continuar os estudos em informática. Com o genro a trabalhar e uma filha casada por amor, quem não se sentiria feliz naquele dia?!

A noiva estava a conviver ali perto em casa da mãe, a outra mulher do Mamadu, com as bajudas companheiras da sua infância e juventude. O noivo algures noutra tabanca,  possivelmente engalanada, esperava pacientemente que a noiva chegasse ao cair da noite embrulhada num pano branco para se cumprir a tradição. Foi-nos dada a permissão para irmos visitar e felicitar a jovem noiva que em traje casamenteiro se divertia numa animada festa ao som de uma música apropriada que um leitor de CD debitava em alto som.

Belo! As fotos da praxe para mais tarde recordar, uns beijinhos com votos de felicidade e há que deixar a juventude viver a sua juventude. Regressámos a casa do pai da noiva e, porque o tempo não perdoa, e pensando nos quilómetros que ainda tínhamos pela frente para chegarmos a Bissau, iniciámos as despedidas.

Abraços e beijos, sorrisos e mais sorrisos. “Quando bó na volta?” Pergunta repetida muitas vezes para a qual tiveram como resposta um sorriso que refletia apenas uma vontade de voltar, mas não sei quando.

Chegamos a Bissau a tempo de jantar.
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Nota do editor:

Últuimo poste da série > 28 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11772: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (7): O Xitole e o "alfero" Francisco Silva (CART 3492, 1971/73), a emoção de um regresso

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10439: Agenda cultural (217): RTP1, 28 de setembro, 6ª feira, 22h45 > Programa Portugueses pelo Mundo ... Episódio 8/25: Bissau... Uma oportunidade para redescobrir a cidade e rever amigos como a Isabel Levy Ribeiro, nossa grã-tabanqueira, formadora da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, mulher grande da Tabanca de São Martinho do Porto...

 1.  Através do Luís Sousa fomos alertados para a emissão de depois de amanhã, dia 28, às 22h45, na RTP1, do episódio nº 8 (de um total de 25) do popular Programa Portugueses pelo Mundo... Este episódio é filmado em Bissau e outras partes da Guiné-Bissau, como São Domingos, Varela, Cussilinta, Bafatá... 

E mais: descobrimos, pela leitura da sinopse do programa, que o primeiro português que vai servir de guia à (re)descoberta da atual cidade de Bissau é, nem mais nem menos, que a nossa querida amiga Isabel Levy Ribeiro, casada com o nosso querido amigo Pepito, dois dos nossos grã-tabanqueiros (que vivem na Guiné-Bissau, desde 1975; ou melhor, a Isabel, portuguesa,  em 1975 foi viver e trabalhar na terra do marido,  guineense).
Aqui vai informação mais detalhada sobre o programa [, Foto à direita: um postal ilustrado da marginal de Bissau, na época colonial, da coleção de Agostinho Gaspar].

Sinopse do programa (RTP1 > Programação do dia 28/9/2012 > Portugueses pelo Mundo > Bissau > Episódio 8 de 25)


Viajamos até Bissau, capital da Guiné-Bissau. Uma cidade que nos invade os sentidos com as suas cores fortes e cheiros de iguarias que são, ao mesmo tempo, tão conhecidas e tão exóticas. Passeamos nos bairros que, mesmo pobres, estão sempre cheios de risos e música e relaxamos em praias paradisíacas. É assim Bissau, uma cidade simples e simultaneamente tão cheia de vida.



"Bem-vindos a Bissau!"

(i) Isabel Levy, 60 Anos, formadora ONG [AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede no bairro do Quelelé, Bissau], natural de Luanda.   


[, Isabel Levy Ribeiro: foto à esquerda, com a Maria Alice Carneiro, em Bissau, 29 de fevereiro de 2008; uma magnífica anfitriã; foto de L.G.]

Isabel apresenta-se durante um passeio pelo bairro de Quelelé. No mercado central, situado num local provisório depois de um incêndio que destruiu o anterior, ficamos a perceber que a nossa convidada é uma pessoa querida dos locais que a conhecem e tratam pelo nome.

Vamos com a Isabel até São Domingos, a uma escola onde está a ser desenvolvido um projeto de educação ambiental ao qual Isabel dá apoio e visitamos ainda um local de extração de sal solar, um processo que facilitou muito a tarefa das mulheres que lá trabalham. O dia termina num restaurante típico, onde Isabel vai jantar em família e nos conta os projetos futuros.


(ii) Afonso Bértolo, 28 Anos, técnico de cooperação, natural de Lisboa.

É na associação em que trabalha que conhecemos o Afonso e ficamos a saber a aventura que o levou até à Guiné-Bissau. Uma das componentes do trabalho de Afonso passa pela rádio e aproveitamos o facto de ser um dos convidados especiais de um programa para espreitar o funcionamento da rádio comunitária de Quelelé [, apoiada pela AD - Acção para o Desenvolviomento]...

Acabado o trabalho, seguimos para Cusselinta, um local lindo com piscinas naturais onde é possível relaxar e refrescar [, foto de Cusselinta acima, à direita, em 3 de março de 2008; foto de L.G.]. 

A noite acaba num bar da moda entre colegas e, como não podia deixar de ser, muita música.

(iii) Ana Melo, 27 anos, coordenadora OIM Guiné-Bissau, natural de Coimbra.

É na Praça da Independência que encontramos a Ana pela primeira vez e aproveitamos o local para ficar a saber um pouco das características do povo guineense muito relacionadas com a sua história.

Seguimos para o mercado do Bandim, o mercado mais movimentado e labiríntico da cidade, onde Ana vai comprar uns panos e partimos depois para Bafatá que foi a segunda cidade na época colonial mas que parece agora uma cidade fantasma.

 [, À esquerda:  foto do Rio Geba, em Bafatá, 15 de dezembro de 2009; foto de João Graça].

De volta a Bissau, despedimo-nos da Ana no bairro do Bandim a ver uma agrupamento chamado "Netos do Bandim" que mistura musica, dança e teatro e que já tem reconhecimento internacional.

(iv)  Miguel Pinto, 34 Anos, empresário de restauração, natural de Lisboa.

No cais do Pigiguiti encontramos o Miguel a fazer algumas compras para o restaurante que explora em família. As ostras aí compradas vão fazer parte de um almoço entre amigos, onde Miguel se delicia com muitas outras iguarias típicas. 


O fim da tarde é passado em Varela, uma praia paradisíaca onde Miguel recarrega energias para regressar ao trabalho, o que vai acontecer ao jantar, no restaurante de família, onde a fusão entre a cultura guineense e portuguesa é perfeita.

Portugueses Pelo Mundo
2.  Informação adicional sobre o programa (Fonte: RTP)

"Portugueses pelo Mundo é um programa que faz um cruzamento entre o documentário e o programa de viagens turístico.Cada programa corresponde a uma cidade no Mundo e cada uma dessas cidades é “apresentada” pelas histórias de portugueses residentes. Assim, consoante as personalidades, estilos de vida, hábitos, carreiras profissionais e até estratos sociais de cada entrevistado, a cidade é apresentada de uma forma mais humana, intensa e diversificada. Desta forma, sem perder de vista o entretenimento, fomentamos a integração entre culturas e indivíduos, mostrando as diferenças culturais, sempre numa óptica de curiosidade e tolerância pelas diversidades de cada um dos povos e suas culturas".


(...).Segundo informação do respetivo sítio,  este programa também é emitido pela RTP Internacional e pela RTP África.  Não sabemos, no entanto, em que data é que será emitido o episódio nº 8 (Bissau) na RTPi e na RTP África.
 ________________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10437: Agenda cultural (216): Apresentação do livro "Crónicas dos (Des)Feitos da Guiné", de Francisco Henriques da Silva, dia 3 de Outubro de 2012, pelas 18 horas na Sociedade Histórica da Independência de Portugal

quarta-feira, 19 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2665: Poemário do José Manuel (4): No carreiro de Uane... todos os sentidos / são poucos / escaparão com vida ? / não ficarão loucos ?






Guiné > Região de Tombali > Simpósio Internacional de Guiledje > Visita ao sul > 3 de Março de 2008 > Imagens, eternas, do Rio Corubal: rápidos do Saltinho (a primeira, de cima); rápidos de Cusselinta, as restantes.

Fotos: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.


1. Mais poemas do dia, do José Manuel, recebidos, dia a dia, ao longo de uma semana, de 8 a 15 de Março de 2008. Foram escritos na Guiné. Estavam guardados no baú do sótão. O José Manuel foi Fur Mil, Op Esp, CART 6250, Mampatá, 1972/74. Obrigado, camarada, por quereres partilhar connosco a tua escrita poética.

Já nada é igual
num mundo que cai
onde havia esperança
espreita o mal
é uma vida que se vai.

Salancaur 1973

josema
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A escuridão
pode não ser o fim
se após a noite
vier o dia
na escuridão
podemos encontrar estrelas
se depois de nós
houver sempre crianças.
josema
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Pensar que amar é dor
é não amar
amar
é dominar
a violência
que há em nós
é um não á guerra
é não haver polícias
nem milícias
é procurar carícias
num prazer por acabar
josema
Guiné 1973
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-Sabes? Sonhei
que as coisas boas
não acabaram
pois
não têm fim
acreditei
que vale a pena esperar
vale a pena
saber
que o nosso inferno
um dia
vai acaba
o maldita
ou a má sina
como lhe queiras chamar
havemos de enganar
juro-te
sinto dentro de mim
confiança
uma força renovada
-dos tolos! dizes tu
-seja, porra,
mas vale a pena
pois 'tou
farto de escutar
aquela voz
que tanto quero calar
‘tou farto de lamentar
este destino traçado
foda-se!
quero um futuro
marcado
com traço
por mim riscado.

Kolibuia (2) 1973
Josema
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Seria bom pronunciarnuma doce ilusão
um até sempre
a dor atenuar
com um tímido
acenar de mão
não deixar
que a crueza da razão
se sobreponha à paixão
é bom sonhar
é bom esquecer
ou então nunca saber
que só nos pode ficar
um adeus como opção.

Guiné 1973
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Quero sonhar
e não consigo
viver um mundo
que não tenho
nem encontro
desejo amar
e não morrer
quero esquecer
a luta ódio
e não sentir
a amargura do suor
encontrar a paz
enterrar a dor
sim irmão
além no horizonte
bem longe
para lá daquele monte
mas o mundo ri
é louco
não vê
nem um pouco
e caminha para o fim.

Guiné 1973
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Gostava de vos falar
dos esquecidos
dos heróis que a história
não narra
que as viúvas choraram
mas já não recordam
daqueles
que nem tempo tiveram
de ter filhos
que os amassem
descendentes
que os lembrassem
daqueles
que nunca tiveram
o dia do pai
vítimas de guerras
que não inventaram
em tempo que já lá vai
falar deles é prevenir
se bem que de nada lhes valha
de guerras que possam vir
geradas pela ambição
dos que nunca morrerão
num campo de batalha.
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Olhos semi cerradosquerendo ver
para além das árvores
passo controlado
procurando caminho
já calcado e pisado
orelhas a pino
a querer ouvir
além da neblina
todos os sentidos
são poucos
escaparão com vida?
não ficarão loucos?

Carreiro de Uane 1972
josema
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Notas de L. G.:

(1) Vd. postes anteriores:





(2) Colibuía: povoação junto ao Rio Corubal, perto de Aldeia Formosa ou Quebo, que não consigo identificar na Carta do Xitole. Vd. poste de 26 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXVIII: Os rios (e os lugares) da nossa memória (2): Corubal (Saltinho e Contabane) (José Neto)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Guiné 63/74 - P460: Os rios (e os lugares) da nossa memória (1): Corubal (Xitole, Saltinho, Cusselinta) (Luís Graça)

Guiné > Xitole > Ponta dos Fulas > 1969 > A famosa ponte, de madeira, sobre o rio Pulom, afluente do Corubal, defendida dia e noite pela companhia de quadrícula estaccionada no Xitole... © Humberto Reis (2006)


David, Humberto e demais tertulianos:

1. Tenho muitas fotos do Saltinho (do José Teixeira, do Albano, do Allen, do Guimarães, do Humberto ...) pelo que se justifica fazer uma página só para este lugar maravilhoso no Rio Corubal. Que acham ?

2. O David [Guimarães] vai ficar triste porque vou ter que desanexar o Saltinho da ZA [zona de acção] do Xitole... Em contrapartida, melhorei a página do Xitole... Vejam e comentem. A propósito, a foto aérea do Xitole pode ser melhorada, em termos de tamanho e resolução, vou fazer isso daqui a uns dias, com tempo e vagar... Mesmo sem o Saltinho e os rápidos de Cusselinta, o Xitole continua a ter o seu encanto...

3. Peço ao Albano e restantes tertulianos para terem santa paciência: ainda não tive tempo de mexer na nossa página do Guidaje... O Albano afogou-me com fotos fantásticas de Binta e de outros lugares maravilhosos... Binta vai ter direito a uma página específica, é isso. Prometo também criar uma página também sobre Buba, outra sobre Empada, outra sobre Canjadude... Mas preciso de tempo (e vagar). Tenho montes de mapas (do Humberto) para inserir: Bissau, Bigene, Binta, Bula, Farim, Jumbembem, Pirada, Teixeira Pinto...

4. Por sua vez, o Zé Neto mandou-me ontem, pelo correio, um CD com fotos digitalizadas dos seus velhos slides de Guileje e arredores. Foi uma prenda para a nossa tertúlia e para a AD do Pepito & Companhia...

Já lhe agradeci, nestes termos: Zé, acabo de receber, em boas condições, o teu CD-ROM… Já visionei as fotos: são um documento importante, tu fizeste uma reportagem fotojornalística completa do Guileje !… Nada te escapou, desde… as bajudas (lindas!) até à vida do dia a dia das duas comunidades (a civil e a militar). Uma coexistência nem sempre fácil, como se imagina… Bem hajas!... Ficamos com muito material interessante que eu irei seleccionar e pôr no blogue – bem como na nossa página sobre Guileje - à medida que vão saindo as tuas memórias do lugar… Para já vou publicar o teu pequeno texto, mais recente, sobre o Saltinho, que vem a propósito neste momento…

5. Guileje, Gandembel, Buba... manga de chocolate, como diz o outro Zé (Teixeira) cujo diário está a ter muito sucesso no nosso blogue... E ainda estamos longe de chegar ao fim da comissão: vocês vão ter que gramar o nosso enfermeiro por mais uns tempos (1)...

6. Amigos & Camaradas da Guiné: O(s) Rio(s) da Nossa Memória vai (vão) engrossando... até ao dilúvio final! Continuam, a aceitar-se comentários à foto aérea de Bambadinca... Obrigado pelos comentários do David...
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Nota de L.G.:

(1) Vd último post do José Teixeira, de 24 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXIV: O meu diário (José Teixeira, enfermeiro, CCAÇ 2381) (9): Buba, Fevereiro/Março de 1969, 'manga de chocolate'