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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21878: Os nossos médicos (91): recordando o sentido do humor do nosso saudoso J. Pardete Ferreira (1941-2021), ex-alf mil médico (CAOP, Teixeira Pinto, e HM 241, Bissau, 1969/71)


Ministério do Exército > CTIG > HM 241 > Bissau, 24 de junho de 1962 >
BI Militar do alf mil médico José António Pardete da Costa Ferreira, assinado pelo então 
Director do HM 241, Major Médico Filino de Almeida (falecido em janeiro de 2011)



1. O nosso camarada, ex-alf mil médico J. Pardete Ferreira, que nos deixou em 13/1/2021, na véspera de completar os 80 anos (, nasceu em Lisboa a15 de fevereiro de 1941), era um homem que tinha e cultivava o sentido do humor... e que amava a vida e o convívio (*).

Entrou para a nossa Tabanca Grande em 27 de junho de 2011, já depois dos 70 e aposentado do SNS. O seu filho, Jean-Jacques Pardete,  teve acortesia e o cuidado de me participar a sua morte. Ao seu filho e à sua filha já apresentei as nossas condolências em nome da Tabanca Grande.

Infelizmente, não privei com ele, em vida,  falámos ao telefone uma vez ou outra  e trocámos mails, ao longo destes últimos anos. 

Aconselho, de resto, os nossos leitores a ler ou reler o  seu livro “ O Paparratos – Novas Crónicas da Guiné – 1969/1971" (romance). Lisboa: Prefácio – Edição de Livros e Revistas, Lda, ISBN: 972-8816-27-8". Irei em breve fazer uma detalhada recensão bibliográfica desta obra. (Jà há uma, feita pelo Mário Beja Santos.)

O talentoso criador literário de Paparratos,  soldado 'comando', bem  do médico miliciano João Peckoff, era um arguto observador da "fauna humana" e tem deliciosos apontamentos sobre a vida estudantil em Lisboa, em 1962 e o "movimento católico juvenil" dos anos 60, bem como sobre a tropa e a guerra... Antes de ser mobilizado para o CTIG, foi médico na EPA, a Escola Prática de Artilharia, por onde também passou o nosso "alfero Cabral"...

Fui respecar dois pequenos apontamentos, honrando a sua memória como nosso camarada (***):


(i) Comentário do José Pardete Ferreira  ao poste P12222 (*)

A história [do Jorge Cabral] está gira. Fui Médico na EPA [, Escola Prática de Artilharia,m em Vendas Novas], de Fevereiro a Outubro de 1968. 

Onde nós íamos era à tasca / "restaurante" do Zé do Calção, junto à estrada, à direita de Sul para Norte, já a Chegar a Bombel(i).  Tinha umas febras de porco notáveis. A Casa das Bifanas já trabalhava mas era muito diferente. Os mais abonados iam ao Manel das Bombas (que se licenciou em Direito depois de "enviuvar") ou então a Montemor(i). 

Havia um Capitão, que regressara da Guiné, e que, depois do jantar, fazia o trajecto Montemor-Vendas Novas, pela faixa esquerda da estrada para... treinar os reflexos.

Já não me lembro bem mas tenho a impressão que era o Cap. Reis,  não tenho a certeza. Os anos passam... Abraço.



(ii) Mensagem que J. Pardete Ferreira me enviou no dia seguinte:


Date: quinta, 31/10/2013 à(s) 12:07
Subject: Vendas Novas

Caro Luís Graça,

Na minha última intervenção  sobre uma história hilariante de Vendas Novas (**), escrevi que havia um Capitão, que regressara da Guiné, que,   quando ia jantar a Montemor, voltava pela esquerda para treinar os reflexos.

E, embora não me soasse muito bem, chamei-lhe Cap Reis. Esta noite, às quatro da manhã, acordei: "Rei"! 

Com efeito, tratava-se  do Cap Rei, que regressava fora de mão com o seu Carocha e que só 
regressava à sua faixa quando via as luzes.

Abraço, Pardete
 
___________

Notas do editor:


sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Guiné 61/74 - P20107: Lições de artilharia para os infantes (7): Tal como o Strela reduziu a liberdade do nosso movimento aéreo, o radar de localização de armas (vulgo contra-morteiro) teria congelado a artilharia do PAIGC... (Morais da Silva / António J. Pereira da Costa / Luís Graça / Manuel Luís Lomba)


Peça de artilharia 130 mm M-46, de fabrico soviético (ano de introdução: 1954). Este tipo de armamento foi usado pelo PAIGC contra Guileje em maio de 1973, a partir do território da Guiné-Conacri. O seu alcance (máximo) é de 22,5 km.

Fonte: Wikipedia (em finlandês) (2007) (com a devida vénia...)



1. Teceram-se, aqui no blogue, recentemente,  uma série de comentários, interessantes, sobre a artilharia na Guiné, na sequência da publicação uma comunicação, já antiga (2013), mas inédita, do comandante do PAIGC, Osvaldo Lopes da Silva (*). Esse documento chegou-nos pela mão de Coutinho e Lima.

Seria uma pena "perder" esses comentários, deixando-no no limbo da caixa de comentários... O poste que se segue, é uma seleção desses comentários,  e insere-se na série "Lições de artilharia para os infantes" (**)


Morais da Silva (***):


[...] A narrativa artilheira deste senhor [, Osvaldo Lopes da Silva,]  é uma salgalhada sem ponta por onde pegar. "Calcula" coordenadas geográficas de que locais? Das posições? Para quê se não as tem do objectivo pois procurou obter orientação azimutal via clarões das bocas de fogo de Guilege?!

 Ligou as posições com uma poligonal?! Como assim? Como define azimutes sem linha de vista? Como calcula distâncias? A passo, a corta-mato?! E como orienta a caminhada? Ou também calculou latitudes e longitudes? Apurou a posição relativa das bocas de fogo de Guilege! Para quê? Fazer de cada uma um objectivo?!

Enfim, basófia muita, ciência pouca e assistência benévola ou ignorante.
O que certamente aconteceu foi ajustar fogos com observação avançada consentida pelo "recolhimento" das NT. Assim aconteceu em Fevereiro de 71, em Gadamael, mas felizmente os intervenientes na observação e no cálculo eram analfabetos na direcção do tiro. Tomadas medidas de interdição nunca mais o conseguiram fazer passando a executar fogos escalonados em alcance (tiro rolante). 

Na Guiné, as artilharias das NT e do IN eram baratas tontas que actuavam por "intuição" a partir do som e do conhecimento do terreno (quem o conhecia a palmo). Muitas vezes pedi ao meu Cmdt-Chefe que me arranjasse um radar contra-morteiro e o problema da artilharia IN era assunto arrumado. Infelizmente nunca recebi o "presente".
[...]

Manuel Luis Lomba:


[...] O Coronel Coutinho e Lima continua activista em defesa da sua honra, por ter decidido - em desobediência, o que não será displicente - a retirada de Guileje. Como sei, por experiência própria, o que é a viver horas, dias, semanas e meses sob as ameaças em permanências das granadas vindas do céu pelas armas de tiro curvo, estou convencido e respeito a sua honestidade.

A retirada de Guileje é facto acontecimental, como a caixa de Pandora do colapso militar de Portugal na Guiné. E não me escuso ao reparo de que o Coronel Correia de Campos  procedeu em Guidaje exactamente ao contrário de Coutinho e Lima,  o que faz outras ilações...

O virtuoso "militante armado" do PAIGC,  dr. Osvaldo Lopes da Silva [OLS], patrono do aeroporto internacional do Sal, sempre falou com sobranceria, pelos seus talentos militares, ante o 'Nino' Vieira, os seus pares e ante a oficialidade portuguesa politicante correcta.

Não obstante o reconhecimento de "olho e ouvido" junto ao arame farpado dos alvos da sua poderosa e destruidora artilharia ter sido feito por cubano, ele foi tão derrotado em Guileje quanto o Manecas dos Santos em Guidaje. 

A infantaria do PAIGC não conquistou nem uma nem outra posição.  A Artilharia não ganha batalhas; todas as guerras são ganhas pela Infantaria - a arma mais viril de todos os exércitos (ainda não havia a "igualdade de género").

OLS diz que a transferência dos bombardeamentos de Guileje para Gadamael foi um erro (do seu par Pedro Pires), que deveria ser sobre Aldeia Formosa (Quebo). Pois, pois. Ele mandaria as bojardas lá de longe, mas o 'Nino' recusaria investir a sua infantaria a essa distância da fronteira.

Com a não ocupação de Guileje e o fracasso de Gadamael, o PAIGC trouxe à evidência a fragilidade concepcional táctico-estratégica da Spinolândia. Se o General Spínola, quando foi e fugiu de Gadamael no seu helicóptero, empurrado pelo Coronel Rafael Durão, tivesse pegado naquela briosa e valente malta e fosse reocupar Guileje - talvez a história e a situação da Guiné tivesse sido outra.

O texto de OLS é bem elaborado. Entre outras falácias, respigo esta: se o poderio do PAIGC e da sua artilharia era capaz de conquistar qualquer ponto da Guiné, por que é que a operação Amílcar Cabral incidiu apenas sobre guarnições fronteiriças ?  Onde estava a sua ocupação do terreno? [...]



Tabanca Grande Luís Graça:

[...] Parece que não é só o Euromilhões que cria "excêntricos", a guerra também. A guerra e a guerrilha e a contra-guerrilha, e muitas outras atividades humanas, da política ao desporto, da arte à cultura...

A "guerra da Guiné" foi fértil em mitos, de um lado e do outro... Limitando.me aos "operacionais", podíamos citar, de cor, o 'Nino' Vieira (comandante de região), o Osvaldo Lopes da Silva (artilharia), o Manecas Santos (Strela), do lado do PAIGC; Alpoim Calvão, Marcelino da Mata, sargento aviador Honório, do lado das NT... Sem esquecer, o "capitão-diabo", o Teixeira Pinto das "campanhas de pacificação" (1913-1915).

Não fui artilheiro, fui infante, mas gosto de ouvir as lições dos artilheiros para os infantes... Afinal, a guerra é uma arte e uma ciência... Ou é mais arte do que ciência ?

PS - Os académicos também têm culpa na criação de alguns destes mitos... Como vivem, uma boa parte deles, nas "redomas de vidro dos laboratórios sociais", desatam às vezes a falar do sexo dos anjos... Foi por isso que Bizâncio perdeu a guerra contra os otomanos. [...]




António J. Pereira da Costa
 [,de alcunha,  PK]:

António [Carlos Morais da Silva], venho só recordar-te que os radares contra-morteiro, que já existiam no nosso tempo e poderiam ser comprados no "mercado local", a dinheiro, claro, nunca estiveram nas perspectivas dos nossos bem-amados chefes, mentores, motores e garantes ideológicos.

Eles não acreditavam naquela traquineta que o Exército tinha deixado de usar, mas que os exércitos estrangeiros e fabricantes produziam. E a tua extinta DAA ia por essa ideia, lembras-te?

A compra de uma dessas traquinetas, como calculas, arrastar-se-ia no tempo entre subornos, consultas ao mercado e pareceres "técnicos". Daí que a necessidade imediata não seria satisfeita.  Além disso era necessário preparar pessoal para operar e isso, como sabes era cá um dificuldade que nem imaginas...

Por outro lado, a guerra tinha de ser barata e um radar contra-morteiro ou um referenciador pelo som ou pela luz (que também tinham existido) custava os olhos da cara ao erário público. Só o pessoal era (talvez) barato e podia ser rapidamente(?) substituído.

Por acaso, recentemente, descobri que desde os turnos de 1970/71 o pessoal tinha começado a ser artigo crítico, "mas isso são outras lendas, outros mitos e, seguramente outros caminhos da História".
 


Morais da Silva:

Caro PK: na EPA [, Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas,] lembro-me de ter visto o material que referes mas nunca operamos com ele. Apareceu por cá graças ao levantamento da divisão SHAPE. Nunca consegui saber porquê não se adquiriu o radar contra-morteiro que pedi, insistentemente, e que teria permitido congelar a ameaça da artilharia do PAIGC sobre as unidades de fronteira na Guiné. "Malhas que o Império tece".[...]



António J. Pereira da Costa: 


[...] Na EPA, até havia folhetos na Secção Técnica (lembras-te?) sobre esse aparelho... E não era só para ti. As companhias deveriam ter uma traquineta daquelas e devidamente melhorada. Mas não era necessário! 

Os Paigêcês  atacavam sempre da "bolanha do costume" os nossos quartéis instalados em localidades que vinham no mapa e estavam bem iluminadas, e a malta respondia com brevidade e na direcção devida. Se eles estavam inspirados era uma chatice: caiam todas lá dentro. Se tinham feito uma daquelas preparações topográficas que ouviste descrever,  ´távamos safos. O resto era com Jesus Cristo.

Já em 1968, Cameconde foi atacada com Mort 120 mm. Ninguém sabia o que era e todos perguntámos a todos donde vinha, até que houve uma que acertou primeiro numa árvore e explodiu quase à superfície do solo. Já se justificava, portanto,  a distribuição de um aparelho daqueles, só que...


Seria boa ideia termos algo que localizasse as "saídas", mas como não davam, era a olhómetro mão-travessa, como dizia o "Americano" dos motores...[...]

Morais da Silva:


[...] O que me continua a incomodar é não perceber como gente inteligente permitiu que a nossa artilharia na Guiné actuasse como uma "barata tonta".

Notar que o radar, que insistentemente pedi, não só detecta a origem da trajectória dos fogos IN como permite a observação electrónica e consequente ajustamento dos fogos amigos. 

Tal como o Strela reduziu a liberdade do nosso movimento aéreo,  o radar de localização de armas (vulgo contra-morteiro) teria congelado a artilharia do PAIGC.[...]

______________


Notas do editor:

(*) Vd. poste de 27 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20100: Dossiê Guileje / Gadamael (32): O texto, inédito, de Osvaldo Lopes da Silva, um dos principais cérebros da Op Amílcar Cabral; mesa-redonda em Coimbra, 23/5/2013: " O ataque a Gadamael, na sequência da queda de Guileje, não foi a melhor opção. Melhor seria um ataque a Quebo (Aldeia Formosa) com forte pressão sobre Tombali. Com a queda de Guileje, Gadamael tornara-se uma inutilidade que não incomodava a ninguém. A sua guarnição devia ser deixada entregue aos mosquitos e ao tédio."



(***) Último poste da série > 10 de junho de  2012 > Guiné 63/74 - P10019: Lições de artilharia para os infantes (6): O obus 14 de Bedanda em tiro direto... (C. Martins / Rui Santos)

Vd postes anteriores:

17 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9915: Lições de artilharia para os infantes (5): Quando o oficial de dia fez um levantamento de rancho... (C. Martins, Cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

4 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9852: Lições de artilharia para os infantes (4): O que era uma bateria (ou bataria)... (C. Martins, Cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

16 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9496: Lições de artilharia para os infantes (3): Fazer a rotação, de 180º, do obus 14, para apoiar Jemberém (C. Martins, CMDT do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

15 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7791: Lições de artilharia para os infantes (2): O artilheiro Doutor, Mansambo, CART 2339, 1968/69 (Torcato Mendonça)

14 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7782: Lições de artilharia para os infantes (1): Como era feito o tiro de obus 14 (C. Martins, ex-Alf Mil, Pel Art, Gamadael)


domingo, 23 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12891: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (24): Um longo percurso que começou em Vendas Novas, passando por Cascais, Torres Novas, Queluz, Lisboa, acabando em Mafra (Jorge Picado)

2. Mensagem do nosso camarada Jorge Picado (ex-Cap Mil na CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá e no CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72), com data de 18 de Março de 2014:

Amigo Carlos

Um passarinho me segredou que andavas sem "trabalho". Ora isso não é bom para a saúde.

Pegando num escrito que tinha feito, do género "para memória pós-morte", os meus sucessores, que já são muitos (só netos já formam uma equipa de futebol mista) saberem o que eram aqueles tempos do antigamente, a que chamei " Pedaços de Vida - Quatro Anos e 159 dias Fardado de Militar", extraí uns parágrafos e arranjei uma composição que tavez possa ser enquadrada em "A Cidade ou Vila que eu mais amei ou odiei no meu tempo de Tropa".
Se não tens mais nada para fazer aí vai.

Grande abraço para Vós do
Jorge


A Cidade ou Vila que eu mais amei ou odiei no meu tempo de Tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG

Se bem que as terras ou cidades que detinham estabelecimentos militares, onde se cumpria o tempo obrigatório do serviço militar, não fossem as culpadas pelos “sofrimentos” que por ventura viessem a ocorrer, a verdade é que muitos os “descarregavam” sobre as localidades, chegando mesmo a criar aversão a tais terras.
Pela minha parte, tendo conhecido várias dessas localidades, algumas mais “pobres” e, outras até mais desenvolvidas e evoluídas, também ocorreu algo de semelhante como a tantos.

De Vendas Novas, onde assentei praça em pleno verão do tão longínquo ano de 1959, 31AGO, muito mais pequena e menos desenvolvida do que actualmente e mal servida de meios de comunicação, não guardo más recordações.

Não obstante as deficiências resultantes por exemplo: da falta de água em época de tanta canícula, obrigando-nos algumas vezes a dormir todos enfarruscados, após instruções noturnas, sem pinga de água nas canalizações para um banho na chegada ao quartel; ou a dificuldade em ligações de transporte para quem queria vir passar um fim de semana ao Norte; ou mesmo a relativa falta de meios de passatempo, sempre encarei a situação como provisória e fazendo parte duma etapa a que não me podia furtar.

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Foto 1 – No início do COM em Vendas Novas.


Foto 2 – Em OUT59 nas escadas para o “galho”. Onze mancebos do COM 1/59/A. 1- Emanuel Maranha das Neves; 2- Carvalho, do Porto; 3- Este escriba.


Foto 3 – Junto de uma “relíquia da 1.ª Guerra Mundial”, parece que estou chegando “fogo à peça”, que não é peça.


Foto 4 – Ensaios para o “Juramento de Bandeira”. 1- Belmiro de Azevedo; 2- Carvalho, do Porto; 3- Eu; 4- Maranha das Neves.


Foto 5 – Juramento de Bandeira. Com a seta verde Eu; 1- Maranha das Neves.


Seguidamente rumei a Cascais para a especialidade e aí, após a secura alentejana, sobreveio a água a mais, já que se seguiu um outono-inverno bem molhado.

No entanto havia a compensação de que os “ares” eram outros. Mais cosmopolitas, melhores “vistas”, cafés mais “acolhedores”, apesar da triste figura que por vezes nos obrigavam a fazer quando “tocavam a capotes” e lá tínhamos de sair com aqueles “sobretudos” feitos para outros corpos, nunca correspondentes ao nosso número. Mesmo assim, já se podia até ir a uma sessão de cinema.

E Lisboa ali tão perto para fins de semana, sempre com estadia garantida na morada onde sempre aquartelei durante a frequência, e não só, do ISA. Era uma casa particular com vários quartos e camas em maior número, “sui generis”, praticamente de Ilhavenses, homens do mar, onde eu destoava por ser “de terra” e quase o único que estudava. Como “imagem de marca”, mesmo para aqueles que já andavam embarcados, havia sempre lugar para dormida mesmo quando os navios chegavam a altas horas da madrugada. Quase “uma República Coimbrã”.

De Cascais portanto nada de mal a dizer e, quanto às tropas, sempre de vento em poupa, tudo na desportiva como é costume dizer-se e a caminho duma “Muito Boa” classificação, ao mesmo tempo que limpava a “cadeira de Hidráulica Agrícola” que tinha deixado para fazer em Dezembro.

No final da especialidade, 2.º classificado em AAA com 16,59, preparava-me para seguir rumo a Queluz, convencido que a Instituição Militar era o paradigma dos valores éticos que apregoava.


Foto 6 – Na última semana de JAN60 (se não erro) nos exercícios finais nas matas do Guincho. Fila para o “tacho” (comida, não para aquilo que os “boys” agora fazem). 1- Barroco (Algarvio e colega de curso no ISA); 2- Carvalho, do Porto; 3- Barreto (Moçambique, colega do ISA mas Silvicultura); 4- Julgo ser o que ficou em 1.º em AA; 5- Eu; 6- Gil.


Foto 7 – 2.ª Secção a efectuar “fogo de barragem” com a peça de 9,4 cm. Reparem nos “supositórios”. Depois do tiro, com o recuo, era cá cada salto que os apontadores davam nos assentos que se não apertassem bem os capacetes eles voavam. A 1.ª Secção, sob o meu (seta vermelha) comando estava “em descanso com o pessoal fora dos postos a ver”.


Foi então que surgiu a primeira de muitas decepções e aparece uma localidade que “comeu” por tabela com o “meu ódio”.

A malfadada Torres Novas onde se acolitava o GACA 2 (Grupo de Artilharia Contra Aeronaves 2).

De facto, no final do COM e antes de nos mandarem para “casa” a aguardar colocação, tivemos de preencher os “inquéritos” com a ordem de preferência na colocação. Em função da minha classificação, e de acordo com o que era normal, escolhi o RAAF – Queluz como 1.ª e única prioridade, pois permitia-me, como acontecia com todos os meus colegas de Agronomia, proximidade ao ISA e a realização ali de alguns trabalhos.

Deixei Cascais descansado, até porque sabia que o 1.º não ia para lá, mas antes tinha solicitado, como aconteceu, colocação no Serviço Cartográfico do Exército, já que ainda não tinha concluído o curso de Matemáticas, acabando por aí permanecer vários anos.

A desilusão não podia ser maior ao receber como prémio, poucos dias depois, a Nota de colocação naquele aquartelamento para onde eram remetidos, género de castigo, os últimos classificados do curso. Antes de levantar a guia de marcha apresentei um requerimento devidamente formulado e instruído, dirigido a SEXA o Ministro do Exército, reclamando de tal colocação. Porém, enquanto não fosse emitida a decisão de SEXA, tinha de seguir caminho e, nestas coisas de “cunhas”, “quem vai ao mar perde o lugar” como se diz na minha terra. E quem “o ganhou” por Queluz se repimpou.

Desde o “barrete” que os distintos Serviços Militares enfiaram a 2 ou 3, já não recordo quantos éramos, ingénuos Aspirantes, passando-nos guias de transporte de Caminho de Ferro de Lisboa para Torres Novas, que nos fizeram desembarcar de uma composição ronceira, recordo que estávamos em FEV60, no dito apeadeiro de Torres Novas, onde o respectivo Chefe, muito admirado nos avisou que o nosso destino ficava a não sei quantos quilómetros e dali não havia carreiras de camioneta! Até conseguirmos um carro de aluguer, requisitado via telefone a uma praça da dita Vila ou já seria Cidade (?), pago logicamente por nós e não pelo Exército, muitos nomes bonitos fomos endereçando a quem nos pregou tal partida. O trajecto correcto, viemos a saber por esse Chefe da CP, seria transporte da CP até Entroncamento e depois de Camioneta até Torres Novas, pois daí, sim, havia carreiras regulares.

Mais uma achega para o aumento do mau relacionamento com esta terra. Mas outras se seguiram.

O “inimigo” que arranjei, logo na apresentação oficial na Unidade. Sem qualquer diplomacia da minha parte, quando o Comandante admirado verifica o meu “currículo militar” e exclama para os restantes oficiais que finalmente eram premiados, julgando-me talvez um “militarão”, lhe respondi que estava enganado, já que o que acontecia era um tremendo erro, para não dizer outra coisa, uma vez que o meu lugar, por direito era no RAAF e, aguardava que tal erro fosse corrigido por quem de direito, após análise do recurso.

Isso é que era bom, julgava eu, pois não conhecia a “têmpera” e “o posicionamento político” desse Comandante. Mesmo depois da resposta afirmativa de SEXA de que o meu lugar era em Queluz para onde deveria voltar, tive de “gramar” com uma recruta naquela Unidade e com a “vigilância pidesca” do IN, que era exercida unicamente nos meus serviços à Unidade, que eram examinados a “pente fino”. Só de lá saí depois de terminada a recruta que ministrei, ocupando o lugar de direito no RAAF apenas em Setembro-Outubro. Torres Novas foi pois um lugar a esquecer.


Foto 8 – Em Torre Novas, com “atavios” cedidos.


Foto 9 – Almoço no GACA 2. Três Asp a Of [1- “O mais guapo”; 2- Trancas de Carvalho (colega do ISA); 3-Almada Negreiros] e Alf QP (4).


Foto 10 – O “meu Pelotão de instruendos”.


Foto 11 – Praia de S. Pedro de Muel, durante a semana de exercícios finais dos recrutas. 1- Cap Art QP Cmdt da Companhia de Instrução praticando tiro ao alvo com bazooka; 2- Eu que também fiz gosto ao dedo.

Seguir-se-ia Queluz por pouco tempo. Um ou dois meses, já que para “embolsarem umas massas”, mandavam de licença registada (?) quem quisesse, até terminar o tempo e antes da promoção a Alferes. Mas aqui eram só os serviços à Unidade e ver passar o tempo, muitas vezes com dispensas alegando “afazeres” no ISA, uma vez que tinha concluído as cadeiras, mas faltava o estágio obrigatório para a obtenção do “canudo”.

Esta era uma Unidade “chave” para os “astros” do Sporting e Benfica, pelo menos, que por ali “passavam” quais “Senhores”, apenas para “assinar o ponto” como se dizia. Pouco faltava para serem os Oficiais a fazerem-lhes continência e não o inverso!

Queluz, além de muito para ver, era quase Lisboa. Logo nada de mau.

Mais tarde, 30AGO61 voltei e, apesar de ser para Lisboa, Santa Apolónia, já não gostei.

A Capital não tinha culpa, mas a forma como fui apanhado e os transtornos que me causaram provocaram-me “azia”. Ainda para cúmulo o serviço podia traduzir-se em “encanar a perna à rã”. E eu com tanto que fazer para realizar o estágio!

Durou este “fadário” até 05FEV62, mas não chegou para mudar a minha opinião sobre Lisboa, que “habitava” desde OUT54.

Se não tinha gostado desta “pseudo brincadeira”, fiquei “pior que uma barata” por ter de voltar a Queluz e entrar novamente no RAAF, de 18AGO62 a 17OUT62, para ministrar nova recruta, sem se importarem pelos transtornos e prejuízos que profissionalmente me causaram.

Oeiras-Queluz e volta ainda que distância relativamente pequena, mas feita diariamente deixavam-me fulo. Valia-me possuir já meio auto próprio, mas já não havia encanto nas belezas de Queluz. Devo acrescentar que já tinha a primeira filha bébé e a minha mulher de férias até quase ao fim de Setembro, passava esses dias comigo em Oeiras e nos dias em que estava de Serviço na Unidade lá ia de camioneta e com a alcofa e o bébé fazer-me companhia durante as tardes.

Finalmente, não contando claro com todas aquelas localidades que conheci na Guiné, colocaram-me, não uma “cereja em cima do bolo”, formado pelas terras que me obrigaram a percorrer, mas um “limão” bem amargo.

Em 24AGO69 “desterram-me” para Mafra. Escusado será dizer que por tudo que essa convocatória significou, a Cidade berço da Escola Prática de Infantaria e aquele Convento de Mafra foi a pior Cidade por onde passei e da qual guardo as piores recordações.


Diploma de Curso.

JPicado
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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12821: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (24): Caldas da Rainha, com o meu amigo Zé Tito, para uma aventura que havia de ligar-nos por três anos, até Janeiro de 72, quando passámos à peluda (José Manuel M. Dinis)

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12218: Historial das Escolas Práticas do Exército (José Marcelino Martins) (4): Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas




1. Historial da Escola Prática de Artilharia, localizada em Vendas Novas, trabalho de compilação do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), integrado na sua série Historial das Escolas Práticas do Exército.



















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Nota do editor

Último poste da série de 26 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12204: Historial das Escolas Práticas do Exército (José Marcelino Martins) (3): Escola Prática de Cavalaria de Abrantes

domingo, 20 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12178: Historial das Escolas Práticas do Exército (José Marcelino Martins) (1): Preâmbulo

1. Vamos começar a publicar hoje mais um interessante trabalho de compilação do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), desta vez dedicado às Escolas Práticas das Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Transmissões e Engenharia, que, como ele próprio diz no preâmbulo agora apresentado, vão integrar a Escola de Armas que ficará sediada nas instalações da EPI, em Mafra.

A ideia do camarada José Martins, é deixar para memória futura a história das Armas agora extintas por mais esta reestruturação.










terça-feira, 12 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4330: Bibliografia de uma guerra (44): Memórias de um Prisioneiro de Guerra, de António Júlio Rosa (M. Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (*), ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70, com data de 27 de Abril de 2009:

Carlos e Luís,
Conforme o combinado, fiz a recensão do livro do António Júlio Rosa para a nossa bibliografia.

Com abraço,
Mário


Memórias de um prisioneiro de guerra

Beja Santos

As três guerras em que participámos em África, entre 1961 e 1974, não só definiram a identidade do país que hoje somos como deixaram marcas indeléveis nos que combateram, nos que se estropiaram, nos que vieram traumatizados pelas diferentes manifestações de horror que qualquer guerra comporta. Porque matamos, vemos e ouvimos morrer, porque fechámos os olhos ao nosso camarada que exalou o último suspiro ao nosso lado ou, mais remotamente, porque ficámos prisioneiros ou alguém desapareceu à nossa volta e veio a ficar refém do inimigo. Tivemos poucos prisioneiros de guerra e as suas histórias devem ser conhecidas.

António Júlio Rosa, nascido em Abrunhosa-a-Velha, povoação do conselho de Mangualde, parte com vinte anos para Mafra, tem o sétimo ano de liceu, vai frequentar o curso para oficiais milicianos. É um jovem tímido que regista a magnificência do Convento de Mafra, vai ao cinema da vila ver os filmes musicais de Giani Morandi, sentiu gosto na preparação física, no fim da recruta foi para Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas, tirar a especialidade. Também não desgostou da atmosfera do quartel, da actividade física e das marchas finais. Em Vendas Novas fez 21 anos. Depois, é colocado em Leiria, no Regimento de Artilharia Ligeira n.º 4.

Em Outubro está mobilizado para servir na Guiné, embarcará no dia 10 de Dezembro de 1967 no “Alfredo da Silva”. Em 3 de Fevereiro, de 1968 cairá nas mãos de uma força atacante do PAIGC que viera flagelar Bissássema, perto de Tite. O relato deste calvário constitui as “Memórias de um Prisioneiro de Guerra”, por António Júlio Rosa, Campo das Letras, 2003.

É um depoimento que cativa pela sua singeleza e simplicidade, é um abrir do coração para relatar páginas de um tempo vivido entre a ignomínia e a expectativa de um regresso a Portugal. Trata-se de um relato comedido, de quem teve tempo suficiente para ajustar a contabilidade de um tempo paradoxalmente vazio, onde se montava a engrenagem de uma fuga e se esperava um quase milagre de um regresso, fosse qual fosse o pretexto.

António Júlio Rosa foi em rendição individual, foi bem acolhido pelo Batalhão de Tite, gostou do seu Comandante de Companhia, o Capitão Miliciano Costa, juiz de profissão. Começou a descobrir a guerra local, os riscos, os usos e costumes, fez os primeiros patrulhamentos, até que chegou a hora de ocupar Bissássema. Recebeu como missão ir com o seu pelotão e mais dois de milícias (um de Tite e outro de Empada) conquistar e ocupar Bissássema, então ocupada pelo inimigo.

Ocupar Bissássema não parecia ser muito difícil. Tratava-se de uma tabanca de onde as forças do PAIGC tinham desaparecido sem deixar rasto, os 70 homens entraram sem problemas e logo começaram a construir abrigos e planear um sistema defensivo, durante dias foi um enorme movimento de enxadas, pás e motosserras, já que era bastante grande a área para defender. Pela meia-noite começou um ataque do PAIGC, meia hora depois o tiroteio parecia ter acabado. Foi esperança de pouca dura, pois logo a seguir começou um novo ataque, a força do PAIGC entrou dentro do quartel lançando granadas e semeando o pânico. Abalado com a explosão de uma granada, António Rosa e dois soldados foram apanhados à mão. Na madrugada do dia 3 de Janeiro de 1968 ele passou a prisioneiro de guerra e levado para a Guiné-Conacri.

Primeiro, o estupor da captura, a confusão de partir dentro do mato denso, o chegar a uma base inimiga e ser fechado numa pequena casa de mato. Depois, os primeiros interrogatórios, António Rosa ainda tenta ocultar o posto, será depois denunciado pela carteira com o bilhete de identidade militar que levava no seu saco de campanha. Em seguida, uma nova marcha passando por diferentes acabamentos, novos interrogatórios, em que o prisioneiro vai descobrindo que os guerrilheiros recebiam apoios dentro das povoações onde operavam as tropas portuguesas.

Ele escreve: “O Vicente, um dos chefes da base, mostrou-nos, como muito orgulho, tabaco Marlboro e sabonetes Lux que a irmã lhe tinha enviado nos últimos dias da povoação de Tite. Aquela sua irmã era esposa do Jamilo, o proprietário do único café existente na povoação da sede do meu batalhão. Se enviavam encomendas, também era certo, mas não sabido, que forneciam todo o tipo de informações acerca da nossa tropa. Naquele teatro de guerra, como é que poderíamos saber quem nos apoiava verdadeiramente?”.

Novas marchas forçadas, os prisioneiros vêem à noite a iluminação de quartéis portugueses nesta região Sul, atravessam o corredor de Guilege, terão percorrido cerca de 200 km a pé em 6 dias, atravessaram a fronteira, subiram para uma camioneta e chegaram a Boké. É aqui que conversam com Nino, então comandante da zona Sul, e daqui partiram para Conacri onde foram recebidos por Amílcar Cabral. Mais tarde, partiram daqui para a prisão de Kindia onde o alferes Rosa vai encontrar Lobato, um piloto da Força Aérea que ali estava há 4 anos como prisioneiro.

Foi assim que começou a vida de cativeiro, com tempos mortos, algum ódio e muita hostilidade dos guardas. O alferes Rosa conhece o furriel Vaz. Será com Vaz e Lobato que Rosa vai começar a gizar um plano de evasão. Kindia era uma prisão para gente considerada perigosa. Os três começam a estudar as possibilidades de se evadirem, pensaram em fugir de avião, furtarem uma viatura, fugir a pé. Os dias passavam lentamente, havia tempo para ponderar todos os pormenores para ter sucesso em alcançar de novo a Guiné. E em 3 de Março de 1969 o plano de fuga é posto em prática. Inicialmente, tudo correu muito bem, internaram-se na floresta, passaram perto de aldeias, comeram fruta, viveram todas as privações possíveis. Ao fim de 6 dias, foram capturados. Desta vez não foram para Kindia mas para Conacri. Inicia-se agora um novo período (de vinte meses) de cativeiro.

Novos ódios, novos interrogatórios, chegam notícias da família, António Rosa vem a saber que já não é filho único, acabara de nascer um irmão. António Rosa regista no meio deste tratamento duríssimo a boa educação de Vasco Cabral que sempre os tratará com cortesia, em todas as circunstâncias. Na noite de 21 de Novembro de 1970, no decurso da operação “Mar Verde”, os prisioneiros portugueses na Guiné-Conacri irão ser libertados e transportados em navios de guerra até aos Bijagós e daqui para Bissau. Farão a viagem num avião militar DC6 até Lisboa.

Segue-se o regresso a Abrunhosa-a-Velha, mais tarde em Mangualde António Rosa irá leccionar Educação Física e depois tirará o curso de professor no Instituto Superior de Educação Física. Irá efectivar-se na Escola Secundária D. Dinis.

António Rosa exerceu o dever de memória. Ele e todos os outros prisioneiros que participaram em experiências de amargura e elevado conflito, merecem-nos esta narrativa de um sofrimento que não pode ser iludido ou ignorado.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 30 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4269: Agenda Cultural (11): Ciclo de Encontros Guerra Colonial: Realidade e Ficção - Alverca do Ribatejo (Beja Santos)

Vd. último poste da série de 25 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3936: Bibliografia de uma Guerra (43): 14.º Volume da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (V. Briote)