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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11786: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (10): Imagens de postais ilustrados (Parte I)


Foto nº 1 [, Um guerreiro... felupe ?]


Foto nº 2  [Uma mulher... papel ou manjaca ?]


Foto nº 3 [. Uma máscara, de etnia não identificada...Nalu, diz o nosso camarada António J. Pereira da Costa, que é colecionador de arte guineense]


Foto nº 4 [, Uma máscara bandá nalú,  diz o nosso Tó Zé; comfirmei num livro do etnógrafo Fernando Rogado Quintino (*)]


Foto nº 5 [Um bela mulher guineense..., possivelmente mandinga, pelos adornos]


Foto nº 6 [, Um  jovem mãe, com filho às costas... Fula ?]


Foto nº 7 [, Máscara de vaca bruta,  bijagó, segundo Fernando Rogado Quintino ]


Foto nº 8  [Imagem de postal ilustrado, muito provavelmente, da coleção de postais ilustrados, edição Foto Serra, Bissau. Campune tatuada, bijagó].


1. Continuação da publicação do álbum de Carlos Fraga, que foi alf mil, na 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, na segunda metade do ano de 1973, indo depois comandar, como capitão, uma companhia em Moçambique, a seguir ao 25 de abril de 1974).(**)

Enquanto fez o seu estágio operacional no CTIG,  o alf mil Carlos Fraga  tirou fotos (e nomeadamente "slides") mas também comprou fotos, incluindo imagens de postais ilustrados.

Publicam-se a seguir 8 fotos da sua coleção de postais ilustrados. Não trazem legendas. Pedimos a colaboração dos nossos leitores para completar ou corrigir as legendas da autoria do editor.

Poucos de nós tinha um conhecimento mininamente sério e aprofundado da composição étnico-linguística da  Guiné e dos seus povos. QA"instrução" que o exército nos deu, era baseada no estereótipo etnocêntrico dos europeus...

Em 1950, os principais grupos étnicos (ou "tribos", como se dizia na época...) eram os seguintes: balantas (160 mil), fulas (108 mil), manjacos (72 mil),  mandingas (64 mil), papéis (36 mil), brâmes (16 mil), beafadas (11 mil), bijagós (10 mil), felupes (8 mil), baiotes (4 mil) e nalus (3 mil) (os números são arredondados por excesso ou por defeito)... Balantas, fulas, manjacos e mandingas representavam, só por sí, 60% do total. A população da Guiné era então de cerca de 510 mil, constituída em 98% por negros. Os mestiços eram pouco mais de 4500 e os brancos não chegavam aos 2300...

Pessoalmente, eu só lidei,  na zona leste (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), com fulas, balantas e mandingas (LG)

  ______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 24 de dezenbro de 2012 > Guiné 63/74 - P10857: Notas de leitura (442): Três estudos sobre a Guiné Portuguesa: A população de Cacine, a cestaria e o totemismo (Mário Beja Santos)

(...) António Carreira e Rogado Quintino foram dois estudiosos incontornáveis da historiografia, etnografia e antropologia da Guiné Portuguesa. Deixaram uma enorme bibliografia, basta que o leitor navegue no Google, encontrará estudos surpreendentes, alguns deles há mesmo a possibilidade de serem descarregados. 

Encontrei três pequenos estudos cuja utilidade pretendo partilhar com os confrades. O primeiro intitula-se “Guiné – A população do posto de Cacine no decénio 1950-1960”, por António Carreira. Ele vai seguramente ao encontro da curiosidade de quem, por qualquer razão, viveu ou combateu nos regulados de Gadamael, Quitafine ou Cacine. 

Carreira lembra-nos que este território entrou na posse de Portugal depois de 1886, houve retificação de fronteiras até 1929. Deplora a troca do Casamansa pela região de Cacine, dizendo que o primeiro servia de via de escoamento enquanto os cursos de água de Cacine, sinuosos e pouco profundos, não permitem a afluência do comércio do interior. Para que o leitor entenda como o território até ao início da luta armada tinha predominantemente Balantas, Nalus e Fulas, é importante compreender que a prolongada guerra de 1863-1888, travada entre Fulas e Beafadas e Mandingas, fez aproximar da região de Cacine grupos étnicos que até então viviam em outras áreas. Deu-se uma migração de Fulas que passaram a influenciar os Nalus. 

De acordo com o estudo do recenseamento, encontravam-se presentes quase todas as etnias, com raras exceções importantes, como os Bijagós. Depois o autor debruça-se sobre a estrutura familiar dos Nalus, eram profundamente animistas e, tal como os Bagas e os Landumás foram sujeitos à islamização. Possuíram, até à islamização, uma arte excecional, marcada por máscaras e tambores. De acordo com o trabalho de Carreira, dos anos 50 para os anos 60 do século passado deu-se uma evolução demográfica impressionante, ultrapassou os 50 %, os animistas foram predominantes neste crescimento (Balantas, Nalus, Beafadas e Sossos).

Quanto aos dados demográficos, no regulado de Cacine, a povoação de Cacine tinha uma população inferior a 500 habitantes, seguia-se Cassacá, depois Cacoca, Cabaz e Cabochanquezinho no regulado de Gadamael, havia mais população em Sanconhá (Sangonhá), Ganturé, Bricama, Jabicunda. Quanto ao regulado de Quitafine, o maior núcleo populacional era Cassebeche, seguindo-se Canefaque e Calaque. 

O autor discreteia ainda sobre a estrutura familiar, as ocupações por etnias e deplora que o recenseamento não contemple o grau de instrução das populações autóctones e apela a que se venha a conhecer em novos censos dados relevantes sobre as confrarias islâmicas. Este estudo apareceu publicado na revista do Centro de Estudos Demográficos, em 1972. (...)


Vd. também postes de;:




terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3865: Antropologia (13): A arte popular guineense (Beja Santos)

Legenda: "Guiné: Grupo de balantas com chapéus de palha do fanado"

Legenda: "Guiné: Grupo de mulheres bijagós com os seus apetrechos e trajes de dança".

Legenda: "Guiné: Amuletos de prata usados por mandingas e fulas"

Legenda: "Guiné: Máscaras bandá (à esquerda) e nimba (à direita)"

Fonte: A arte popular em Portugal : ilhas adjacentes e ultramar (ed. lit Fernando de Castro Pires de Lima): Lisboa: Verbo, 1968. (*) (Com a devida vénia...)



1. Texto e imagens enviadas pelo Beja Santos em 4 de Fevereiro último:

Foi o último grande acontecimento editorial de envergadura, no campo da etnografia, etnologia e antropologia, abraçando todos os povos do Portugal do Império. A Verbo investiu muito, de colaboração com a Junta de Investigação do Ultramar e da Agência Geral do Ultramar: a direcção foi de Fernando de Castro Pires de Lima, a responsabilidade gráfica coube a Fernando Lanhas, o capítulo dedicado à Guiné foi escrito por Fernando Rogado Quintino (**).

As matérias versadas são as seguintes: técnica de construção, as formas arquitectónicas e os respectivos sistemas de vida; mobiliário e utensilidade, as camas, os bancos, banquetas e canapés, objectos de cozinha, peças de vestuário e equipamento agrícola; artesanato, com a riqueza de artigos em couro, olaria, cestaria e panaria; vestuário e adorno, com a espantosa versatilidade de amuletos; música e dança, danças recreativas, religiosas, o korá , as marimbas; pintura e escultura, onde predominam as geniais máscaras e feitiços de madeira, caso do Ninte-Kamatchol.

Vou entregar esta pequena preciosidade com uma tão cuidada descrição de manifestações, que vimos nas nossas comissões, ao blogue, para ser vendida em leilão para apoiar as nossas despesas de manutenção.

Beja Santos (***)
___________

Notas de L.G.:

(*) Ficha bibliográfica tal como consta no sítio
Memória de África:

[62036]
LIMA, Fernando de Castro Pires de
A arte popular em Portugal : ilhas adjacentes e ultramar / direcção de Fernando de Castro Pires de Lima. - Lisboa : Editorial Verbo, 1968 (Lisboa : Oficinas de Gris Impressores, S.A.R.L.. - 2 vol. : il., col., fotografia. - Esta obra foi publicada com o alto patrocínio da Junta de Investigações do Ultramar e da Agência Geral do Ultramar.
Descritores:
África lusófona Madeira Açores Timor Arte popular Artesanato
Cota: D 2136UCDA ¤ D 2137UCDA

(**) Fernando Rogado Quintino é, juntamente com António Carreira, um dos grandes especialistas da cultura da Guiné (colonial)... É autor de (entre muitas outras obras e artigos sobre a Guiné):

Eis a Guiné! : Breve notícia da sua terra e da sua gente
Lisboa : Sociedade de Geografia de Lisboa, 1946, 64 pp.

(***) Vd. postes anteriores desta série Antropologia [ a disciplina das ciências socais que estuda as estruturas e as culturas produzidas pelo Homo Sapiens Sapiens, a única espécie humana - raça, dizíamos nós até há pouco tempo - a que pertencemos todos nós: nharros, tugas, gringos, chinocas, etc... Na Europa também é sinónimo de Etnologia, incluindo a Etnografia]:

9 de Novembro de 2007 >
Guiné 63/74 - P2252: Antropologia (1): A guerrilha invisível ou o Poder da Invisibilidade (Virgínio Briote / Wilson Trajano Filho)

25 de Setembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3238: Antropologia (12): O Crioulo da Guiné. Mário Beja Santos.

14 de Setembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3206: Antropologia (11): O Crioulo da Guiné. Mário Beja Santos.

5 de Setembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3175: Antropologia (10): O Crioulo da Guiné. Mário Beja Santos.

29 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3154: Antropologia (9): O Crioulo da Guiné. Mário Beja Santos.

11 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3128: Antropologia (8): Exposição Bijagós no Museu Afro Brasil, São Paulo

23 de Julho de 2008 >
Guiné 63/74 - P3089: Antropologia (7): As tabuinhas das escolas corânicas: tradutor de árabe, precisa-se (A. Santos / Luís Graça)

18 de Julho de 2008 >
Guiné 63/74 - P3070: Antropologia (6): O povoamento humano da zona do Cantanhez: apontamentos (Carlos Schwarz)

2 de Abril de 2008 >
Guiné 63/74 - P2714: Antropologia (5): A Canção do Cherno Rachide, em tradução de Manuel Belchior (Torcato Mendonça)

12 de Janeiro de 2008 >
Guiné 63/74 - P2434: Antropologia (4): Kasumai, bons augúrios na cultura felupe (Luís Fonseca / Pepito)

2 de Dezembro de 2007 >
Guiné 63/74 - P2322: Antropologia (3): 1952: Mulher mandinga da... Colónia da Guiné (Luís Graça / Beja Santos)

20 de Novembro de 2007 >
Guiné 63/74 - P2289: Antropologia (2): A literatura infanto-juvenil dos anos 40 e os estereótipos coloniais (Beja Santos)

9 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2252: Antropologia (1): A guerrilha invisível ou o Poder da Invisibilidade (Virgínio Briote / Wilson Trajano Filho)