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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12354: Blogoterapia (244): Quando morre aquela que nos deu o ser... Às mães, recém falecidas, dos nossos camaradas J. Casimiro Carvalho e Lázaro Ferreira (Luís Graça, editor)




Foto: © José Casimiro Carvalho (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

Excerto de uma das cartas enviadas pelo J. Casimiro Carvalho,  de Gadamael, dirigida à "Minha querida mãezinha" e datada de 26/6/73: "Now we have peace", finalmente estamos em paz...  Das cartas enviadas pelo J. Casimiro Carvalho aos pais, a partir de Guileje e Gadamael, em 1973, fizemos uma pequena série, Cartas do Corredor da Morte.


Para:

(i) o José Casimiro Carvalho (Maia),
que perdeu ontem a sua mãezinha,
(ii) o Lázaro Ferreiro (Braga),
que também ficou órfão há um mês 
(em 31/10/2013, perdeu a sua mãe, Alzira da Conceição Dias)
e (iiii) todos demais  camaradas e amigos 
a quem faleceu recentemente a mãe,
aquela que lhes deu o ser... (LG)




Meu querido amigo e camarada:
Soube, pela teu aziago mensageiro, 

que a tua querida mãezinha,
o teu "primeiro amor" 

(que linda e feliz expressão!), 
se despediu hoje desta vida... 
A morte, mesmo quando anunciada, 
é intolerável. 
Procuramos, nestas ocasiões, únicas, 
encontrar palavras de conforto 
para dizer aos nossos amigos em luto. 
Não é fácil. 
Nesta ocasião,todas as palavras são demais, 
estão a mais, 
parecem deslocadas... 
Mas sabemos quanto é bom 
ter um ombro amigo, 
à nossa disposição, 
à nossa altura, 
à altura do nosso ombro,
para estes dias e horas de amargura.

Guarda, meu caro, 
as tuas melhores memórias, 
os teus melhores momentos 
passados com a tua mãe, que te deu o ser, 
que te protegeu, 
que te alimentou, 
amamentou, 
te ensinou a falar, 
que te ensinou a dizer a palavra "mãe",

que te ensinou a ver o mundo, 
a distinguir as cores, 
a descodificar os sabores, 
a destrinçar os sons,

a conhecer as formas....
Que te indicou o norte e o sul, 
o oeste e o leste. 
Que rezou por ti,
para que regressasses são e salvo da guerra.
Que daria a vida por ti, 
se necessário fosse.
Enfim, sem elas, as nossas mães, 
sem elas e sem os nossos pais, 
não passaríamos muito provavelmente 
de uma folha de couve, de uma tábua rasa, 
sem valores, 
sem linguagem, 
sem emoções... 

A morte de uma mãe 
(a par da morte de um pai, de um filho, e do cônjuge)

é, por isso, 
um dos mais terríveis acontecimentos de vida, 
a que está sujeito um ser humano... 
Com a morte da nossa mãe
cortamos o cordão umbilical,
pela segunda e derradeira vez.
Os nossos pais são as nossas raízes mais telúricas,
as que nos prendem à vida e ao mundo.
É por isso que, mais do que nunca,
nos sentimo-nos desamparados,
fisicamente sozinhos no mundo,
quando eles desaparecem.
A orfandade é isso.


Mas teremos, sempre, que fazer o luto. 
No teu caso, eu sugiro que escrevas 
sobre a tua mãe, 
que releias as suas cartas 
(e as que lhe escreveste, 
da Guiné, de Guileje, de Gadamael, de Paunca)... 
Vai te fazer bem. 
E quando fores ao cemitério, 
fala com ela em voz alta,
com a ternura com que lhe falavas 

nas tuas cartas da Guiné,
para que o seu espírito repouse em paz,
e para que os bons irãs a protejam 
e te protejam, a ti e aos teus.
É isso que eu faço 
com o meu pai, meu velho, meu camarada,
que me deixou o ano passado...
Faz-nos bem. 
Far-te-á bem, 
meu bom amigo e camarada.


Um xicoração apertado. 


26/11/2013

Luís Graça

______________

Nota do editor:

Útimo poste da série >  27 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12353: Blogoterapia (243): Reflexão sobre a amizade (Abel Santos / Alberto Alves)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10409: O Nosso Livro de Estilo (6): O que fazer com este blogue ? (Parte II ): Depoimentos de A. Pires, C. Pinheiro, D. Guimarães, L. Ferreira, B. Santos, C. Rocha, F. Súcio, B. Sardinha , T. Mendonça e JERO






Lisboa > Av Fontes Pereira de Melo > 15 de setembro de 2012 > Arte urbana (ou "street art"), pintura mural em prédios devolutos... Dizem que ajuda a "climatizar" os nossos pesadelos, medos, ansiedades, perplexidades, incertezas, angústias, individuais e coletivas... Lisboa é já uma cidade de referência para os fãs da "arte urbana"... que não deve ser confundida com o "vandalismo" de alguns grafiteiros...

Fotos: © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados


1. Continuação dos depoimentos dos membros da nossa Tabanca Grande sobre a questão O Que Fazer Com Este Blogue ? (*)... 

Recorde-se aqui algumas das regras básicas do nosso convívio bloguístico, á sombra do simbólico poilão da Tabanca Grande: por exemplo, (i) não nos insultamos uns aos outros; (ii) não usamos, em público, a 'linguagem de caserna'; (iii) somos capazes de conviver, civilizadamente, com as nossas diferenças (políticas, ideológicas, filosóficas, culturais, étnicas, etc.); (iv) somos capazes de lidar e de resolver conflitos 'sem puxar da G3'; (v) todos os camaradas têm direito ao bom nome e à privacidade; (vi) não trazemos a "actualidade política" para o blogue, etc. 

Recorde-se ainda mais algumas ideias da nossa "política editorial": (vii) O blogue não é nenhum porta-estandarte, nenhum porta-voz, nenhuma bandeira de nenhuma causa... (viii) Somos independentes do Estado, dos partidos políticos e das associações da sociedade civil que de uma maneira ou de outra possam representar e defender os direitos e os interesses dos ex-combatentes portugueses (ou guineenses); (ix) Somos sensíveis aos problemas (de saúde, de reparação legal, de reconhecimento público, de dignidade, etc.) dos nossos camaradas e amigos, incluindo os guineenses que combateram, de um lado e de outro, mas enquanto comunidade (virtual) não temos nenhum compromisso para com esta ou aquela causa por muita justa ou legítima que ela seja... (x) Em todo o caso, a solidariedade, a amizade e a camaragem são valores que procuramos cultivar todos os dias.

Mais comentários, sugestões ou críticas  serão bem vindos! (LG). 


(xii) Armando Pires, 12/9/2012 


Percebo o estado de alma do Henrique Cerqueira. É em tudo igual ao meu. Todavia, ainda que sendo "relativamente" novo nesta casa, deixem-me dizer que, se já despejamos bombarda, uns sobre os outros, quando o filme da guerra não tem o guião do nosso acordo, no dia em que aqui trouxermos a politica, matamo-nos.
Abraços, armando pires



(xiii) Carlos Pinheiro, 12/9/2012 

Caros camarigos: Penso que os dois, cada um à sua maneira, estão cheios de razão. O blogue tem regras que devem ser cumpridas ou então,  se houvesse um consenso alargado, essas regras poderiam vir a ser alargadas, o que será sempre dificil de concretizar consensualmente. Mas enquanto as regras forem as que são, devem ser cumpridas.

Mas de facto, os governantes, todos, que nunca nos respeitaram, que nos souberam mandar para a guerra como carne para canhão, sem condições, basta lembrar como eram feitas as viagens nos porões, sem água para se tomar banho, sem qualquer tidpo de conforto, etc., e depois aqueles 25 meses cumpridos também sem condições desde ofardamento até às instalações militares que não existiam e foram sendo construidas à mão, como era possivel, que até os restos mortais dos nossos camaradas que por lá tombaram tinha a familia que pagar o seu transporte para que eles também pudessem regressar e por isso é que por lá ficaram muitas campas, a maioria delas ao abandono - é bom lembarmo-nos destes pormenore - que viemos e nunca ninguém nos ligou patavina e a prova é a provocação do complemento de pensão que um senhor, que era falador e agora anda calado, inventou, complementp este, se calhar,com estes apertos todos, também irá acabar, se calhar está a chegar a hora para dizermos, alto e bom som, que afinal ainda há muitos sobreviventes que também têm direito a opinião e acima de tudo a ser respeitados.

Não sei se entendi bem a "provocação" para que fossem feitos comentários à conversa entre dois amigos, mas de momento, é o que se me oferece dizer nesta altura em que o país deveria ter a Bandeira Nacional à meia haste por tanta patifaria que muitos têm vindo a fazer, ao longo dos anos, a este País à beira mar encravado, nomeadamente a quem menos tem e mais precisa.

Um abraço solidário para todos, mas, perdoem-me, especialmente para aqueles que estão mesmo a psssar as passas do Algarve, que são cada vez mais. Carlos Pinheiro

(xiv) David Guimarães, 13/9/2012

Entendendo e comungando do espirito do nosso camarada na revolta que se gera e com razão - afirmo -, acho que estes comentários contudo não cabem no nossoblogue... Ele tem a sua definição inicial, não tem tido grandes desvios do essencial e do que se pretende e isso para mim tem rido todo o valor. 

Nunca nos ultrapassamos para além do que se pretende - MEMÓRIAS E RELATOS DA "NOSSA" GUERRA (Guiné)- , sendo que embora sempre um motivo político foge totalmente do âmbito do espírito que nos fez estar aqui a todos...

A indignação ou protestos contra o governo - podendo ser justos, acho que não cabem de todo no nosso canto, portanto tenho uma opinião bem formada de que - nada seja aflorado nesse sentido aqui, na nossa caserna.

Esta minha opinião tem a força que tem, mas que não veja eu isto aflorado no blogue- aí então pensarei que não estou enquadrado e que se desvirtua os princípios aceites por quem cá entrou e faz parte desta grande caserna..

Todos temos as nossas opiniões e concretas sobre o assunto Governo sendo que uns concordam, outros duvidam e outros acham mal - mas não cabe escrever isso no nosso blogue que é pluralista, respeita o pensar de cada cidadão e essencialmente faz o relato da guerra na Guiné e só.... 

Um forte abraço David, ex Furr Mil At. Art e Minas e Armadilhas, Cart 2716 do Bart 2917 - 1970 1972 (...)

(xv) Lázaro Ferreira, 13/9/2012

Luis, sem ler o que o Henrique escreve, deixar implícito na tua resposta de opinião sábia; na verdade, o blogue não pode ser um espaço de ideias, nem uma cartilha de religião e política; será um espaço imaterial de memórias! Como referes, somos um povo bipolar …, e também muito rico, muito pobre, muito culto e muito analfabeto ou num linguagem erudita, ausência de literacia. …, apesar de tudo gosto muito deste meu nosso Portugal;

Como te referi num email atrás, estou com um projeto ao nível profissional que me obriga a alargar horizontes em face da grave crise que há alguns anos assola este no Portugal e que não se vê a última ondulação calma deste nosso mar tenebroso, em que os nossos marinheiros, na linguagem dos Lusíadas, não conseguem dobrar o cabo das tormentas e passar para além da Taprobana (ilha de Moçambique: como não tenho em mão os Lusíadas não sei se a palavra está bem escrita). (...)

Um abraço amigo e bom ano. Lázaro.

(xvi) Beja Santos, 13/9/2012




Luís, Este blogue, tanto quanto sei, propicia as condições para se falar da Guiné, do passado ao presente. Como todas as arenas onde não há pensamento único, enriquece-se os mais desvairados contributos. Há blogues para tratar os problemas atuais, relacionados com a crise que nos assola e muitos outros. 

Graças às facilidades do digital, podemos saltar de blogue em blogue, consoante as matérias. Não estou nada arrependido de me cingir à Guiné, terra que amo profundamente. Não tenho angústias em demarcar as minhas preocupações, utilizando as diferentes redes sociais e outros meios de comunicação. 

O que fazer com este blogue? Mantê-lo disponível para todos os que combateram na Guiné, naquele tempo. E também refletir sobre a Guiné de hoje, com base em princípios. Nada mais tenho a responder-te, tal e tanto gosto do que contribuo a teu lado, e pondo a circular para centenas de confrades, aberto ao mundo. Recebe um abraço de um amigo que te estima profundamente, Mário.

(xvii) Carlos Rocha. 13/9/2012 [, foto não disponível; penso que é apenas nosso leitor, não estando formalmente registado na Tabanca Grande; entrou aqui neste debate pro mão do Manuel Luís Sousa, salvo erro]

 (...) Em relação ao que diz o Henrique, e para ser muito rápido porque neste momento não tenho grande disponibilidade para me alongar, acho que ele tem toda a razão e não vejo qualquer carácter intempestivo na mensagem/alerta que ele faz. Acho até bastante pertinente. 

Têm de se dar umas pedradas nos charcos. Basta de sermos os carneirinhos mansos que vamos para onde nos empurram. O caminho que as coisas levam só pode conduzir a que amanhã os nossos, filhos já não, porque esses também já têm obrigações de cidadania e por isso devem estar ao nosso lado, mas os nossos netos com toda a razão possam dizer: “que covardes que os nossos avós foram ao terem-nos deixado o país que deixaram, ou se quisermos ir mais além, com toda a legitimidade e num âmbito mais alargado, dizer: “que porcaria de europa nos deixaram” ou porque não até: “que merda de mundo é este em que nos deixaram”. 

Neste momento penso que já ninguém tem dúvidas que a origem de tudo isto está na globalização (chinisação) sem regras que os mesmos, e sempre os mesmos que todos conhecemos e não o podemos negar, e que estão sempre na origem do quede mal acontece para viverem à tripa forra, nos impingiram.

Posto isto e dado realmente não ter na minha mão a solução, porque essa está nos poderes, só tenho qu eme disponibilizar, seja pela escrita, seja mesmo pela vinda para a rua, por vontade própria e por convicção, juntar-me aqueles que me convencerem de forma honesta a actuar junto com eles para tentar que as coisas mudem em vez de ficar comoda e covardemente instalado de pantufas na minha zona de conforto à espera que os frutos me venham ter à mão sem eu fazer o que quer que seja para isso, porque é o que acontececom os acomodados que “pensam” que estarão sempre muito bem na vida e por isso não se dispõem afazer o que quer que seja e quando abrem a boca é só para defenderem o seu status quo. 

Mas,  atenção,  que não é vir para a rua gritar “a luta continua”, mais outras frases feitas e gastas e acabar com uma sardinhada, uma churrascada, uns copos e os bombos dos zés pereiras a animar a festa. Tem de ser assunto mais sério e nós, como ex-combatentes,  sabemos que… quem vai à guerra dá e leva, mas também sempre foi assim.

Atentem no que foi a Primavera dos Povos em meados do século XIX. Tenho pena de não ter o endereço do Henrique para lhe transmitir um abraço de solidariedade. Abração a todos, CR  


(xviii) Fernando Súcio, 13/9/2012

O que devemos fazer é e dar-lhe continuidade, não desistir de forma nenhuma, pelo contrário devemos-nos empenhar, ainda com mais força,e avançar, sempre em frente, deteminados.

um grande abraço a todos. 

fernando súcio,


(xviii) Belarmino Sardinha, 15/8/2012


(...) O blogue, tal como o vi e vejo ainda, serve para os militares que estiveram na Guiné como combatentes ou os seus familiares, por lhes terem feito companhia, ou trazerem à nossa memória a lembrança daqueles que já nos deixaram. Serve para que se contem as suas histórias e passagens mais ou menos romanceadas. Serve para se falar da Guiné, das suas gentes e culturas. Serve para lembrar a este povo que ainda existem pessoas vivas quelutaram pela Pátria. Serve para mostrar que nos encontramos unidos por uma mesma causa…
Quanto ao tornar este blogue como um movimento político onde se discutem opiniões estritamente políticas, demagógicas, com interesses partidários e outros que se escondem por detrás, sou frontalmente contra, seria acabar com o que temos, pese o facto de nem sempre estarmos de acordo. Não será já isso suficiente? Não existe já bem definida a política na forma como cada um se expressa?

Na verdade e para ser sincero, não aprecio minimamente qualquer partido político ou qualquer político profissional. Quando se deixa de ser livre para respeitar as decisões dos órgãos de um qualquer partido, mais não se é que uma marioneta à procura de uma oportunidade, perdeu-se a liberdade, aquela por que todos dizem ansiar e nada tem isso que ver com solidariedade ou espírito de grupo, companheirismo ou o que lhe decidam chamar…

Acredito cada vez mais nos homens, sejam de direita ou esquerda, naquilo que fazem e nãonaquilo que dizem querer ou prometem fazer. Acredito no serviço público praticado sem contrapartidas, por aqueles que a ele se dedicam sem fazer dele carreira, apenas como missão de serviço a que todos estamos obrigados…

Enfim, havia aqui conversa para um sem número de horas, dias, meses ou até anos… Voltando ao teu blogue, ao nosso blogue, volto a referir que estou contigo, não vejo como bom alargá-lo à política pura e dura, existem entre aqueles que nele estão, por certo, elementos disciplinados partidariamente e outros que levaria a fricções insanáveis. A nossa política, onosso espírito de grupo, a nossa solidariedade, a nossa missão deverá ser levar a cabo a lembrança de que houve guerra, o registo para memória futura, como é moda dizer-se, a Guiné foi o nosso centro e os nossos camaradas, vivos ou mortos são e devem ser a nossa razão.

Espero ter sido suficientemente claro, desculpa se me alonguei. Um abraço, BS


(xix) Torcato Mendonça, 18/9/2012  [, comentário ao poste P10402 *]


(...) Por razões pessoais, não relevantes para o Blogue, não tenho seguido com a habitual atenção o que aqui se escreve. Sinceramente espero vir a fazê-lo. Sem me adiantar muito, sem esperar pela parte II, penso que este tema já foi aqui suficientemente debatido.Há regras e há a vontade colectiva de dar continuidade ao "escrito" primeiro, á base que lançou este projecto. Já estou por aqui há mais de seis anos, muitos sabem o meu pensamento politico e muitos sabem também que tento ao máximo respeitar a pluralidade opinativa.

Falar de politica aqui? NÃO ! Menos agora nestes tempos de pouca serenidade. O objectivo do Blogue está definido, quem aqui está conheço-o. Pois sigamo-lo então.

Nada mais ou vou dizer só: a Net está cheia de blogues que tratam desses assuntos, de assuntos de ex-combatentes e de politica e saudosismos,  etc. Quem quiser pode participar neles. Contudo respeito opiniões diferentes da minha e fico por aqui. (...),

(xx) JERO [, aliás, o último monge de Alcobaça...], 19/9/2012   [, comentário ao poste P10402 *]

 (...) Em minha opinião o nosso Blogue não deve encaminhar-se no sentido de ser um fórum político. Poderia, em pouco tempo, perder-se um património único de memórias que custou tanto a recolher. E a esse extraordinário trabalho de recolha seguiu-se uma notável divulgação graças a uma extraordinário conjunto de boas vontades.

Como refere o Hélder Sousa …«para expor teses político-partidárias existe o Facebook. É de leitura mais rápida, pode-se 'amandar' bocas à vontade e há à disposição para todos os gostos».  Neste ponto estou particularmente à vontade para opinar pois tornei-me nos últimos tempos um “face-ò-dependente”.

Vamos manter este nosso espaço isento e apolítico. Digo eu com inteiro respeito por outras opiniões que não coincidam com a minha. (...)
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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10402: O Nosso Livro de Estilo (5): O que fazer com este blogue ? (Parte I) : Depoimentos de H. Cerqueira, L. Graça, A. Branquinho, J. Manuel Dinis, J. Mexia Alves, J. Amado, Manuel L. Sousa, José Martins, Hélder Sousa e Eduardo Estrela

domingo, 10 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P10018: (Ex)citações (186): Éramos alferes, furrieis e... prontos! (Manuel Maia)

1. Comentário de Manuel Maia [, foto à esquerda, em Cadique, 1973,], com data de 11 de maio último, ao poste P9889:

Caro Lázaro Ferreira,

Antes de mais, sê bem-vindo a este espaço que em boa hora o Luís criou, e onde os mais de quinhentos e tal que por aqui andamos, vão debitando prosa e poesia, recordando aquela terra que nos deixou profundas marcas...

Pude aperceber-me de que mau grado teres conhecido o Cantanhez apenas em 74, andaste relativamente perto dos paradisíacos locais que foram meus locais de férias no ano anterior quando os senhores da guerra decidiram implantar uns resorts em Cafal/Balanta e em Cafine,por forma a podermos desfrutar da zona, com muita música de arraial,de foguetório constante...

Como facilmente podes depreender,o caso recentemente veiculado pelo JN a propósito de um valoroso "grupo de assalto" composto por mais de três dezenas de militares da marinha (fuzileiros, presumo) instalados num resort de Cabo-Verde, na ilha do Sal ( segundo o CEMGFA,por estar mais perto da água...),não foi virgem... 


Já em 73, os militares de então conheceram instalações fabulosas que, num gesto digno de encómios, os senhores com muitos galões e estrelas nos ombros,reservaram exclusivamente para nós,milicianos, de quem sempre gostaram muito,ao ponto dessa ligação ser conhecida por "amor à moda de Ponte de Lima", de quem, nós também, sempre dedicadamente retribuímos...

Nesse tempo,necessariamente anterior ao teu, nós não tínhamos esse hábito,ao que parece,democrático,de recusar o que nos ofereciam com "tanto amor"... Éramos alferes ou furrieis e "prontos", como diz o outro.

Cá ficaremos pois à espera dos teus escritos,estruturados sob uma realidade diferente da nossa mas realidade comezinha...
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Nota do editor:

Último poste da série > 6 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10005: (Ex)citações (185): Respostas a interrogações de Luís Graça, ainda sobre o tema Guidaje (2) (José Manuel Pechorro)


domingo, 20 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9928: Tabanca Grande (340): Lázaro Ferreira, ex-fur mil art, GA 7 (Bissau, Gadamael e Ingoré, 1974), hoje advogado em Braga




Guiné > Região de Tombali > Gadamael > 1974 > Convívio do pessoal.

Fotos: Lázaro Ferreira (2012). Todos os direitos reservados.



1. Mensagem do nosso camarada Lázaro Ferreira, com data de 16 do corrente
Luis,

Como te disse [, ao telefone], hoje tirei um pouco de tempo à minha monotonia,  de modo a permitir fazer em scanner algumas fotos que tinha no meu álbum.

Algumas fotografias são passadas em Bissau, a piscina que se vê é (ou era) junto à residência dos oficiais, onde se via o cinema. Outras são tiradas em Gadamael [, vd. as duas fotos acima]. 


O soldado que está com os copos é o Virgílio, tinha acabado de ter a notícia do nascimento de um filho (confidenciou-me ele em 74); há mais duas do Virgílio, uma junto ao Obus em 1973 que depois em 74 passei eu a ser responsável por ele, sob a minha direção e do tal alferes que falas [. C. Martins].

Há uma fotografia com o Virgílio e o Furriel Oliveira à entrada da messe dos sargentos em Gadamael; Conheci o Virgílio quando veio do Benfica ou Sporting para nos finais de 60 e princípios de 70 jogar futebol para o Riopele, clube onde joguei nos Juniores algum tempo, daí a nossa amizade. Mas nunca mais o vi.

Há outras fotografias que vão desde os meus 14 anos, tiradas na cidade de Braga, quando estava no Seminário Diocesano; e outras recordações fotográficas até hoje, perpassando pelos tempos da Universidade do Porto e de Coimbra, retratando o meu amor pelo desporto: fui sócio da Académica, jogador do Grupo Desportivo de Joane e, mais tarde, de 1993 a 2006,  durante 13 anos, membro do Conselho de Disciplina e de Justiça na Associação de Futebol de Braga.


Entretanto, tirei dois cursos de pós – graduação em direito de desporto profissional pela Universidade Lusíada do Porto e de Coimbra.

Outras fotos retratam a minha queima das fitas, embora aqui não envie, tenho outras com os meus pais na queima das fitas que foi um grande acontecimento para eles e uma alegria para mim.

Envio 2 fotos sobre a festa,  memorável, que meus pais me fizeram quando terminei o curso de direito, em Abril de 1986. Em em 1976 passei pela Universidade do Porto, onde completei o 1ª ano do curso de História.

No ano 2010 recebi a RTP 1 e a SIC no meu gabinete em Braga.  porque tinha acabado de ganhar um processo sobre o vírus da Sida/Hiv2, que contaminou e matou um  constituinte meu, o qual tinha recebido sangue de um bom dador guineense, mas  nem sequer ele sabia que estava infetado nem havia rastreio para o detetar.

Também fui eu que despoletei o célebre "caso Mateus”, em 2006, ao colocá-lo nos Tribunais Administrativos, caso que contribuiu para a mudança dos regulamentos de transferências desportivas que estupidamente impediam um atleta, em certos termos, de se profissionalizar ao meio ou no final da época.

Em 2010, requeri o Tribunal de Júri num Julgamento na Guarda na sequência de um homicídio qualificado perpetrado por um homem que tinha morto à facada sua mulher com 17 facadas, estando por aí enxertos de entrevistas nos jornais nacionais, da Guarda, da agência Lusa….. E assim vamos.

Li o que escreveste sobre mim no blogue que criaste, obrigado.

Até qualquer dia, um abraço.

Lázaro


2. Comentário de L.G.:

Falando há dias ao telefone com o nosso novo grã-tabanqueiro, apurei mais o seguinte:

(i) O Lázaro Ferreira foi  furriel mil art do  Pel Art 23 de Gadamael (que se terá fundido com o 15, segundo informação do seu último comandante, o alf mil art C. Martins):

(ii) Foi para a Guiné depois já do 16 de março de 74;

(iii) Passou pelo GA 7, em Bissau;

(iv) Esteve três meses em Gadamael, presume-que  de abril a junho;

(v) Em Gadamael, apanhou os primeiros contactos com a malta do PAIGC;

(vi) Diz-me que "era um tipo popular, bom jogador de pingue.pongue, esquerdino", mas não se lembra do alferes Martins" (pelo nome);

(vii) Em contrapartida, o alf mil art Martins deve lembrar-se bem  dele, porque uma vez - já com os obuses desativados - o nossa pira foi para fora do quartel, mais uns tantos, dar uns tiros ao alvo, no mato... O que causou, naturalmente, algum alvoroço no quartel...  Podia ter apanhado uma porrada...

(viii)  Falou-me de alguns nomes, como o cozinheiro Tin-tin e o  jogador de futebol do Riopele, o Virgílio...

(ix) Depois disso, foi para Ingoré, junto à fronteira norte, com o Senegal, onde fez a retração do aquartelamento;

(x) Voltou à metrópole em 8 de setembro de 1974;

(xii) Estudou e viveu em Coimbra (a partir de 1978, se bem percebi);


(xiv) Apesar de ter pouco tempo, prometeu-me contar mais algumas histórias da Guiné.

O Lázaro Ferreira acaba de me mandar algumas das fotos do seu álbum. Fica apresentado formalmente à Tabanca Grande. É o grã-tabanqueiro nº 559. 
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 16 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9909: Tabanca Grande (339): João Caramba, ex-1º cabo trms, Pel Rec, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74, alentejano de Beja, nosso grã-tabanqueiro nº 558

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9915: Lições de artilharia para os infantes (5): Quando o oficial de dia fez um levantamento de rancho... (C. Martins, Cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)


[Foto à esquerda, de Lázaro Ferreira, nosso próximo grã-tabanqueiro: malta de Gadamael, 1974].


1.  O C. Martins - nosso leitor e camarada, mais conhecido por ter sido o "último artilheiro de Gadamael" , comandante do Pel Art 23, que acabará por (con)fundir-se com o 15, mas também médico, hoje, no Portugal profundo, -  não faz parte formalmente da nossa Tabanca Grande (TG), por razões alegadamente deontológicas, éticas  e profissionais que eu entendo e respeito. Isto quer dizer que: (i) nunca pediu para aderir à TG; (ii) nunca aceitou o meu convite para ingressar na TG; (iii) nunca se apresentou ao "pessoal da caserna", como mandam as NEP do blogue; (iv) nem nunca enviou as duas fotos da praxe... 

Em contrapartida, é leitor assíduo, fã do nosso blogue, comentador diário dos nossos postes, frequentador dos nossos encontros nacionais, e profundo conhecer da Guiné, amigo das suas gentes... Tem, além disso - e excecionalmente - uma série feita com os seus comentários neste blogue... Ele é um bom contador de histórias, tem sentido de humor, e muitas memórias da tropa, da guerra e da paz, por partilhar... Seria uma pena que esta, que a seguir (re)publicamos, ficasse  escondida (e perdida) na montra traseira (que é a caixa de comentários) do nosso blogue... 

Sem sequer lhe pedir autorização (já foi dada tacitamente), aproveitei esta história, que considero exemplar, para mais um poste da série Lições de artilharia para os infantes... Pode perguntar-se: Foi a tropa uma escola de virtudes ? Quero eu dizer, a tropa do nosso tempo... Aprendia-se lá só coisas de artilharia, infantaria, cavalaria, transmissões ? Mas também valores ?... 

A pergunta não tem uma resposta dicotómica: como de resto tudo na vida, nada  pode ser visto a preto e branco... Depois da história do J.L. Mendes Gomes, a do C. Martins: são duas histórias que têm direito a "mural ao fundo"... Não confundir com "moral"... São histórias que se prestam a que a gente, os grã-tabanqueiros e demais leitores deste blogue, escrevem os seus grafitos na parede (mural), ao fundo... Eu diria que são "contos morais"... Mas ao leitor é que é reservada a última palavra. 

O C. Martins que me perdoe a partida, mas achei que este seu comentário era um pequeno diamante em bruto, que merecia ser lapidado... Podia tentar adivinhar quando e com quem se passou... Seguramente, gente da artilharia, mas para o caso não interessa. Os "contos morais" não têm historicidade, isto é, a espessura e a ganga do tempo e do espaço... (Quanto a mim, limitei-me a fazer o papel do escriba de serviço, neste turno, que foi o de fazer a fixação do texto; os méritos vão inteirinhos para o C. Martins).

Para o J.L. Mendes Gomes vai também o meu apreço pela coragem e frontalidade com que ele partilha, connosco (e com os netos...), uma história que alguns poderiam/poderão achar "politicamente pouco correta"... (LG).


 2. Lições de artilharia para os infantes > Quando o oficial de dia fez uma levantamento de rancho...


por C. Martins

Este tema é muito interessante: Relação entre comandantes e comandados e vice-versa (*).

Atitudes, justiça, injustiça, abuso de poder, capacidade de liderança ou não, coesão ou espírito de corpo.
Todos nós tivemos casos, independentemente da categoria ou posto hierárquico.

A propósito de rancho... Lembro-me de um caso passado num regimento de uma cidade alentejana. O oficial de dia fez um levantamento de rancho !!!!.

Este tinha por hábito não se limitar a provar a comidinha da bandeja, mas verificar as pesagens dos géneros segundo as NEP. Era vitela à jardineira: tanto de ervilhas, cenouras, batatas e a carne da dita.


Iniciado o repasto, que a bem da verdade o pessoal comia com sofreguidão, o dito oficial, olhando de soslaio para pratos e travessas repara que havia ervilhas, cenouras, grande quantidade de batatas e, surpresa,  a carne praticamente tinha-se evaporado!. 
-  NINGUÉM COME MAIS, CAR...!!! - berra o gajo com um galãozito transversal no ombro, e enceta uma corrida frenética até à cozinha onde se depara com grandes nacos de carne sobre a bancada.

Transtornado, enfia uma cabeçada no 1º sargento vago-mestre ou lá o que era:
- Você está preso,  seu f... da p...!. E estão todos presos, seus cabr...f...das p..., bandidos, gatunos! ...

Mais calmo, tenta contactar o comandante que não estava, o 2.º também não... Bem, a alternativa era o contacto com o QG da região militar. Atende o oficial de dia da respectiva:
- ... Fez o quê ?!! Você já desgraçou a sua vida!

Nesse dia almoçou-se só às cinco da tarde. 

O sorja f... da p... tinha por hábito gamar a carne e outros géneros que vendia a talhos e estabelecimentos civis,  com a conivência dum cabo RD... Os outros elementos da cozinha eram ameaçados para se calarem. A justiça militar atuou com penas exemplares... O aspiranteco teve um elogio verbal e foi mobilizado para o CTIG.

Qualquer coincidência com a realidade não foi mera ficção.

C.Martins (**)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 16 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9910: Cartas do meu avô (4): Segunda Carta: Em Catió (Parte III) (J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil, CCAÇ 728, Bissau, Cachil e Catió, 1964/66).



(**) Último poste da série > 4 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9852: Lições de artilharia para os infantes (4): O que era uma bateria (ou bataria)... (C. Martins, Cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9889: O Nosso Livro de Visitas (136): Lázaro Ferreira, ex- fur mil art, GA 7, Bissau, Gadamael e Ingoré (de 23 de março a 8 de setembro de 1974), advogado em Braga



Guiné > Região de Tombali > Carta geral da província (1961) (Escala 1/500 mil) > Posição relativa de Cacine, Gadamael Porto e Guileje, junto à fronteira com a Guiné-Conacri.

1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) Lázaro Ferreira:

De: Lázaro Ferreira 


Data: 8 de Maio de 2012 17:26
Assunto: Guiné 23/03/1974 a 08/09/1974


Luí
s Graça, Camarada.

Há dias recebi um telefonema de Manuel Vaz, da Póvoa de Varzim, que conseguiu o meu contacto através de um camarada dos lados de Barcelos que me conhecia.

Pediu-me umas informações sobre a Guiné e fez –me umas perguntas, ao que julga relacionadas com o ataque a Gadamael 1973, ao que lhe respondi que cheguei à Guiné, [já em 1974. ] em rendição individual, era da artilharia pesada e estive em Gadamael, depois em Ingoré, e em 8 de Setembro, 2 dias antes da independência, regressei a Portugal.

Gosto do teu blogue. Neste momento não tenho mais tempo para fazer algumas narrativas, mas num dia destes e. se possível ao fim de semana, procurarei contar algumas coisas porque todos nós temos sempre qualquer coisa a ser avaliável por leitor atento e se possível um qualquer historiador da grã-tabanqueira.

O Manuel Vaz [mostrou]  elevada simpatia e curiosidade por encontrar mais um dos piras que esteve nos lados da África Ocidental, em algures da Guiné, nos anos 74.

Algumas minhas referências: 

(i) bfui furriel miliciano (, ecusei ser oficial);
(ii) sou advogado, licenciado pro Coimbra;
(iii) tenho gabinete na cidade dos arcebispos e dos (…), em Braga, junto ao Banco de Portugal / Caixa Geral de Depósitos;
(iv) já estive em alguns casos mediáticos e procurei sair-me bem.

Contacto do escritório: telef. 253 617 048.

Um abraço e bem ajas.
 Lázaro Ferreira

2. Comentário de L.G.:

Já contactei o Lázero, por tefone... Pareceu-me um tipo porreiro, descontraído, com imensa vontade de contar história do seu tempo do GA 7 (Bissau), Gadamael e Ingoré. 

Pelo que me contou,  a sua partida para a Guiné foi adiada com a revolta das Caldas da Rainha, em 16 de Março de 1973. Partiu a 23. Antes disso, passou pelas Caldas da Raínha e Vendas Novas. Estudou no seminário de Braga, tinha habilitações e aproveitamento, na  recruta,  para ir para o COM. Não quis aceitar a proposta do comandante da companhia de instrução, no CSM, porque achava que corria o risco de ir parar a atirador de infantaria.

Passou pelo GA 7, e esteve três meses em Gadamael, julgo que de abril a junho... Pelas minhas contas,  pertenceu ao 23º (ou 15º) Pel Art, comandado pelo nosso camarada C. Martins. Acontece que o Lázaro não se lembra (o que é normal) do nome do alferes do Pel Art.  Apanhou os primeiros contactos com a malta do PAIGC. Diz que era um tipo popular, bom jogador de pingue-pongue, esquerdino... 

Relata-me um episódio que o marcou-..Já com os obuses desativados (possivelmente em junho de 1973), o nosso "pira" foi para fora do quartel, mais uns tantos melros, dar uns tiros ao alvo, no mato... O que causou, naturalmente, algum alvoroço no quartel... O que valeu é que tinham levado rádio... Podiam ter apanhado com umas obusadas, se a ariilharia não estisse já deativada... Falou-me de alguns nomes, como o cozinheiro Tin-tin, de um jogador de futebol (cujo nome não fixei)... Talvez o C. Martins se lembra deste seu furriel, o que também é pouco provável, dado o pouco tempo que estiveram juntos...

Depois disso, foi para Ingoré, na fronteira com o Senegal,  onde fez a retração do aquartelamento. Passou lá muita fominha, ele depois nos contará os detalhes,  Voltou à metrópole em 8 de setembro... Estudou e viveu em Coimbra (a partir de 1978). Ficou de mandar fotos de Gadamael. E de se inscrever no blogue, na sequência do meu convite pessoal.

Quero dizer ao Lázaro que foi um prazer  falar com ele e que à volta cá o espero... Cá o esperamos...

PS - A prova de que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande: quando estava a falar, disse-me que tinha, naquele momento, um cliente, que também tinha estado na Guiné, em 1967/69, em Mansoa... e que a sua esposa era  uma das libanesas da terra.

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Nota do editor:


Último poste da série > 8 de maiode 2012 > Guiné 63/74 - P9868: O Nosso Livro de Visitas (135): José Ferreira, ex-1.º Cabo (Bafatá e Teixeira Pinto, 1967/68)