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terça-feira, 11 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24469: Memória dos lugares (449): "Chez Toi" / "Gato Negro", uma das referências da "noite de Bissau" (Nelson Herberto / Mário Serra de Oliveira / José Diniz de Sousa Faro)

Guiné > Bissau > s/d > "Aspecto parcial e Câmara Municipal"... Bilhete postal, nº 133, Edição "Foto Serra" (Colecção Guiné Portuguesa")... Ao fundo, do lado direito vè-se a ilha de Rei,

Colecção de postais ilustrados: Agostinho Gaspar / Digitalizações: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).



Guiné- Bissau > Bissau > c. 1975 > Novo mapa, pós-colonial, da capital da nova república, já com as novas designações das ruas, avenidas e praças, que vieram substituir o roteiro português: av 3 de Agosto, av Pansau Na Isna, etc. Veja-se a localização do porto do Pidjiguiti (para os barcos de pesca e de cabotagem), à esquerda do porto de Bissau (para os navios da marinha mercante). (*)

A av da Unidade Africana separava a antiga Bissau Colonial dos bairros mais populosos como o Cupelon (de Cima e de Baixo), mais conhecfido pelas NT como "Pilão".

Por exemplo, a rua Eduardo Mondlane (assiinalada com um traço a zul) era antiga rua Engenheiro Sá Carneiro:,  parte do Chão de Papel (av. do Brasil), atravessa a av. Amílcar Cabral, a artéria central ( a antiga av. da República,) e vai até ao Hospital Simão Mendes, ao cemitério municipal e à antiga zona industrial...

Era a rua dos Serviços Meteorológicos e da messe de sargentos da FAP (com a independência, foi a primeira chancelaria da embaixada da China.). Em frente aos Serviços Metereolgicos ficava o "Chez Toi" (restaurante, pensão, bar e "boite", mais tarde "Gato Negro").

 
Foto: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Segundo o nosso amigo guineense, de origem cabo-verdiana, Nelson Herbert,  jornalista que trabalhou na VOA - Voice of America, e viveu nos EUA, estando hoje reformado no Mindelo, São Vicente, a casa de duas moradias que se vê à direita  na primeira imagem acima,  foi a antiga "boite" ou "cabaret" "Chez Toi" (mais tarde "Gato Negro", como antes terá sido "O Nazareno", restaurante e casa de fados)... 

Em frente era a "Estação Meterológica de Bissau".. Antes da independência, esta rua, que era perpendicular à avenida da República (que partia da praça do Império até ao cais do Pidjiguiti) chamava-se rua do engº Sá Carneiro (antigo subsecretário de Estado das Colónias que visitou o território em 1947, sendo governador-geral Sarmento Rodrigues). (***)

2. Mário Serra de Oliveira é outro dos nossos amigos (e camaradas) que conheceu este e outros estabelecimentos da noite  da velha Bissau Colonial, quer como empregado quer depois como empresário do ramo da restauração coletiva.

[Foto à direita: Mário Serra de Oliveira, ex-1.º cabo escriturário, nº 262/66, BA 12, Bissalanca, 1967/68; esteve destacado na messe de oficiais em Bissau, entre maio de 1967 e dezembro de 1968; depois, já como civil, entre janeiro de 1968 e agosto de 1981, como empregado e como emtrsário passou por diversos estebelcimentos: Café Restaurante Solmar, Grande Hotel, Pelicano,  Ninho de Santa Luzia (uma casa sua, que abriu em 14/11/1972), Tabanca, Casa Santos, Abel Moreira, José D’Amura e Oásis; trabalharia ainda  na embaixada dos EUA; é autor, entre outros, do livro "Palavras de um Defunto... Antes de o Ser"(Lisboa: Chiado Editora, 2012, 542 pp, preço de capa 16€]

 
Num extenso texto, reproduzido na Net,  ele fala da “boate” Gato Negro, que antes se chamava "Chez Toi" (**):

(...) "O dono era um locutor de rádio cujo nome creio que era Soares Duarte, uma figura avultada cuja mulher não sei se o suportaria em cima, na exclusividade!" (...)

Mudou de nome e de d0no:

(...) passou a chamar-se... "Gato Negro", cujo dono era o Chico Fernandes. E, aí, ele foi a Portugal de propósito a contratar gado novo – todas com um “Gato Negro” um pouco mais abaixo do umbigo... Algumas vinte, aptas para todo o serviço.

Recordo aqui, já eu com "O Ninho de Santa Luzia" aberto, principalmente às sextas- feiras, me telefonava – sim, tinha telefone naquela ocasião, podia era não trabalhar mas que tinha, tinha… para um almoço para 22 ou 23, depois das 3 da tarde. A ideia, era tentar afugentar os 'mirones'. (...)

(...) Que inocència, a do Chico!... O problema era que...havia tantos esfomeados de 'carne fresca' – mesmo que besuntada de outros  – que até parece que lhes dava o cheiro!...

Então, após já estarem a almoçar, vinham aqueles tipos que só faltava 'comerem-nas com os olhos'...  Ainda tive problemas com alguns, porque se sentavam mesmo em frente da registadora – local do meu trabalho mais assiduamente , e...a comentarem ' olha p’rá aquelas trancas,  caralho!'

 (...) Claro que eu não permitia provocações diretas! O respeitinho era muito bonito e eu tratava de fazer vingar o mesmo!... Enfim...longa estória." (...) (**)



3. Outro depoimento (há mais no blogue), este do nosso tabanqueiro José Diniz Carneiro de Souza e Faro, ex-fur mil art, 7.º Pel Art (Cameconde, Piche, Pelundo e Binar, 1968/70), em comentário ao poste P18910 (***)

(...) De facto no início de 1970 (março a  a junho) existia o Chez Toi onde eu e os meus camaradas da BAC 1 jnos untávamos para umas bebidas, era o tempo de partida para a Metrópole (17 de junho no C arvalhoAraújo).

 Nessa altura,  creio, foi quando mudou de nome e o gerente era um locutor da Emissora Nacional que esteve na Índia (Goa),  de nome Oliveira Duarte (?), ex-sargento.

 Era um local simpático, com bailarinas recrutadas nas "boites" de Lisboa. Um dos fadistas era o Marco Paulo, já com muito sucesso. Uma das bailarinas era a Luísa,  uma mocinha atraente que encontrei em Lisboa,  na "Cova da Onça" (Av da Liberdade). 

Como estávamos no fim da comissão (com 27 meses), não ficávamos muito tempo nesses locais de risco, passando o resto da noite no Bar do Biafra (QG-Stª Luzia) ouvindo as aventuras e desventuras dos 'Piriquitos' (era só cheiro a pólvora) em trânsito de e para o mato. (...)  (****)

_____________

Notas do editor:

(**) Blogue A Guerra Nunca Acaba Para Quem Se Bateu em Combate > segunda-feira, 21 de novembro de 2011 > Guiné, Bissau, Pelicano, Solmar, Nino de Santa Luzia, Tabanca, Meta, Chez Toi (Gato Negro) e a longa e atribulada missão de serviço do 'camarada' Mário de Oliveira, de 1967 a 1981

(***) Vd. poste de 10 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18910: Memória dos lugares (378): Restaurante, pensão e "boite", o Chez Toi fazia parte do roteiro de "Bissau, by night"... O estabelecimento situava-se na rua engº Sá Carneiro... Desdobrável publicitário: cortesia de Carlos Vinhal.

(****) Último poste da série  > 25 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24009: Memória dos lugares (448): a "Esnoga", a sinagoga portuguesa de Amesterdão (séc. XVII) e a história incrível da sua comunidade

terça-feira, 9 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21986: Facebook...ando (62): Um dos que participou na Op Mar Verde foi o 2.º Srgt Fuzileiro Domingos Demba Djassi, a quem dei trabalho depois de desmobilizado, e que desapareceu em 21 de março de 1975 (Mário de Oliveira, BIssau e Alcaide, Fundão)

1. Do Mário [Serra] de Oliveira (ex-1.º Cabo Escriturário, Bissau, 1967/68)

[foto à esquerda: Mário Serra de Oliveira, ex-1.º cabo escriturário, BA 12, Bissalanca, 1967/68; é autor de "Palavras de um Defunto... Antes de o Ser" (Lisboa: Chiado Editora, 2012, 542 pp, preço de capa 16€, lirvo escrito sob o pseudónimo de Mário Tito; sob este perfil, também assina vários blogues]

(i) nasceu em 1945 em Alcaide, Fundão;

(ii) aos 14 anos, foi para Lisboa a trabalhar como “marçano” numa mercearia;

(iii) posteriormente, enveredou pela indústria hoteleira, trabalhando em Lisboa, Algarve e Viana do Castelo;

(iv) ingressou no exército e, após recruta, foi transferido para a Força Aérea (, como 1.º cabo escriturário, BA 12, Bissalanca, 1967/68);

(v) na prática, cumpriu a sua comissão em Bissau na Messe de Oficiais da FAP;

(vi) assistiu ao 25 de Abril, período de transição para a independência;

(vii) foi empresário hoteleiro em Bissau, antes de regressar definitivamente ao fim de 14 anos e meio, tendo trabalhado ainda  na Embaixada dos EUA em Bissau;

(viii) dali, embarcou num navio sismográfico, como cozinheiro chefe rumo a Inglaterra, Holanda, Escócia (Mar do Norte);

(ix) acabou de chegar aos Estados Unidos juntamente com sua esposa, ao serviço da embaixada de Portugal em Washington;

(x) mais tarde, trabalhou cerca de 20 anos na Embaixada da Alemanha, também em Washington;

(xi) reformado, voltou à sua terra natal;

(xii) tem página no Facebook > Mário de Oliveira;  tem mais de 35 referências no nosso blogue; entrou para a Tabanca Grande em


2. Comentário do Mário Serra de Oliveira a um poste da  página do Facebook da Tabanca Grande,  de ontem, e relacionado com o lançamento do livro "Ataque a Conacry: história de um golpe falhado", de José Matos e Mário Matos e Lemos (Lisboa, Fronteira do Caos, 2021, 170 pp.)

Entre eles [, os que participaram na Op Mar Verde], estava o 2.º Srgt Fuzileiro Domingos Demba Djassi... a quem dei trabalho depois de desmobilizado. (**)

A um ponto, e como eu tinha mais que um local, ele passou a ser o "meu braço direito" do restaurante "A Tabanca". Foi ali que, no dia 21 de Março de 1975, prenderam 3 ex-comandos africanos, sendo que, o 4.º estava de folga. 

É de notar que 21 de Março de 1975 foi uma 6.ª feira, dia de folga do Djassi, porque ele era muçulmano e, por isso estaria na Mesquita, junto ao bairro do Pilão. Quando prenderam os 3, também levavam outro que não tinha sido militar mas que tinha uma "barbicha" um pouco maior que a do Djassi. 

A ideia deles era que, o da barbicha fosse o Djassi. Eu fiquei à porta de mãos na cabeça, com 4 "kalas-ti-o-ti-fodes" apontadas por 4 paigecês  armados até aos dentes. Ali, eu, ao ver o da barbicha também debaixo de prisão... falei em crioulo para ele, "onde é ki bó na-bai? (como que perguntando "onde é que tu vais"!)... "R mim cá sibe" (eu não sei). respondeu ele. "Intão por ki bó no fala qui bó no foi tropa"? 

Porque eu sabia que ele não tinha sido tropa ao nosso lado. Foi a sorte dele, porque um paigecê pergunta-me onde esta o outro (, o Djassi). Não sei... porque ele está de folga. Bem, largaram o outro da barbicha, deram ordens para encerrar o estabelecimento e levaram os 3. 

Nunca mais os vi, nem ao Djassi. Mais tarde constou-se que foram 14.800 fuzilados ou mesmo enterrados ainda a mexer. Lá me safei, depois de me ameaçarem que me pusesse a pau, porque o nome constava na lista negra!!! Oh lari-lolela, tal e qual. 

Mais tarde encerrei tudo e procurei trabalho na Embaixada dos EUA já então em Bissau. A minha mulher foi para cozinheira do embaixador e eu para "encarregado do pessoal local".
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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16729: (In)citações (104): Um texto elucidativo... Onde se fala do Restaurante Bar Pelicano, de Momo Turé, do Tarrafal, da PIDE/DGS, do PAIGC... (Mário Serra de Oliveira)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Serra de Oliveira (ex-1.º Cabo Escriturário, Bissau, 1967/68), com data 12 de Novembro de 2016:

Prezado Carlos:

No decorrer dos anos, toda a gente tem altos na vida... mas, seja em que momento for, quando se recebe uma mensagem como que abaixo vou publicar - deixando aos teus princípios e do blogue, repassar - não há dinheiro no mundo que nos dê tanta saúde e alegria, como ler o dito texto, escrito por alguém que conheci e foi meu companheiro de trabalho n' "O Pelicano".

Mas, deixa-me explicar melhor:

Na sequência de um dialogo sobre os "problemas da Guiné",  eu, por conhecer pessoalmente, alguns dos intervenientes do diálogo, decido opinar dentro dos meus princípios e conhecimentos de causa. Incluso, mencionei Momo Turé - meu braço direito no dito Pelicano. Agora, repara só que... depois de mais de 50 anos (físicos) e cerca de 2 séculos de saudades, me sai esta mensagem, dirigida a 2 dos dialogantes - eu e outro respeitável guineense, vivendo em Paris.

Passo a transcrever...

Um texto elucidativo

"Aos dois interlocutores os meus respeitosos cumprimentos.

Ao Mário, pessoa com quem convivi durante três meses no Bar-Restaurante Pelicano da propriedade do senhor Marques, dono de Grande Hotel em Bissau.

Trabalhei como copeiro à noite (lavador de pratos e copos) e depois garçom no Bar, durante a tarde, ganhando 300$00 escudos guineenses por mês.

Tive o prazer de conviver também, no mesmo espaço, com o Momo Ture, aliás meu primo e vizinho de casas no Pilum de Baixo. Momo Ture foi companheiro da primeira hora de Rafael Barbosa e Amílcar Cabral.

Momo Ture participou da fundação do PAI. Diversas reuniões foram feitas na casa de Momo. Eu era um puto de 8 anos de idade, mas tinha consciência das coisas. Momo costuma nos reunir, pessoas da família,  para explicar as atividades sobre a gestação da política pela independência. Ele nos dizia é para amanhã não ficarem a lés das coisas. Ele perdeu a sua juventude toda na política que veio lhe rendendo prisões e morte. Passou de 7 a 8 anos nas masmorras da minha PIDE em Tarrafal,  Cabo Verde. Após 2 anos de libertado foi se juntar ao PAIGC. Quando foram libertados ele e o Aristides Barbosa, de origem caboverdiano-guineense,  foram os únicos que não assinaram o termo de arrependimento e de integração à bandeira portuguesa do ultramar. Isso está escrito e publicado. Por favor há farta documentação do PAIGC na Fundação Mário Soares, entre cartas, relatórios, atas de reuniões falando sobre a gestação da luta levada a cabo por este Partido, de 1959 até a independência.

Sobre o que problema de MOMO Ture no PAIGC,  só será esclarecido quando o PAIGC é o sucessor da PIDE em Portugal tornarem os arquivos e gravações públicos. Enquanto isso qualquer tentativa de esclarecimento e de discussão sobre a questão serão meras especulações. 

A você,  João Galvão. o meu irmão mais velho,  um forte abraço da Guiné, continuamos apesar de tudo o éramos antes da Luta e continuaremos sê-lo. 

Um abraço guineense também a você, Mário, um brilhante profissional na arte de gastronomia que ouso dizer não conheci um igual. Hoje a minha mulher me "gaba" de ser um bom cozinheiro e respondo a ela… graças a uma pessoa que conheci como o melhor inventor de pratos, o senhor".

Só por isto, vale a pena viver, para relembrar e ser feliz.

Creio que esta mensagem até daria alguma "luz" ao nosso camarada Mário Beja Santos" nas suas pesquisas, nas minhas... já cheguei a uma conclusão que farei constar em "Bissaulónia". Quando sai?... Eh pá, meti-me a fazer uma casa nova de raiz e isso atrasou o projeto do livro.

Deixo a tua consideração o texto acima.
Abraço fraternal
Mário de Oliveira
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Nota do editor

Último poste da série de 28 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16532: (In)citações (102): As outras cartas da guerra... Do Umaru Baldé, da CART 11 e CCAÇ 12, para o Valdemar Queiroz (Parte IV): "Viva Médicas e Médicos Portugueses. Viva Portugal com os Negros Unidos" (sic) (carta de 15 de novembro de 2000)

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P16027: Os nossos seres, saberes e lazeres (151): Mário Serra de Oliveira sugere uma visita a Alcaide, Fundão, na época das cerejas... (Por que não uma excursão da Tabanca Grande, a partir de Lisboa, uma, e outra do Porto?)

Alcaide Foto: São Esteves. Com a devida vénia


1. Mensagem do nosso camarada Mário Serra de Oliveira (ex-1.º Cabo Escriturário, Bissau, 1967/68):

Olá Carlos:

Com votos de boa saúde, gostaria de começar por dizer que adorei estar no convívio em Monte Real.

Entretanto, não sei se sabes que aqui na minha zona, há muita cereja e de qualidade. Por meu lado, tenho uma mista de olival e cerejal, com 5500 m2. No entanto, não sou de andar a colher nem uma coisa nem outra.

O que aqui muita gente faz... é organizar excursões de gente de fora, que goste de cerejas. Então aqui vêm, uns de carro e outros de autocarro, colhem as suas próprias cerejas, comem as que quiserem e pagam €5 - levando 1kg. O extra, pagam ao preço de mercado.

Alguns almoçam por aqui... (temos cá um restaurante que normalmente está fechado... chamado Cunha Leal, político famoso e filho adotivo do Alcaide).

Bem, neste ponto, há que acertar agulhas antecipadamente,  para alguém organizar o almoço. Ementa e quantas pessoas.

Assim, se considerares que valeria a pena, poderias divulgar e quem estivesse interessado, contactaria comigo ( telem 968 173 329), para coordenar tudo.

Se for um grupo razoável, poderiam vir de autocarro.
Tenho a certeza que iriam gostar do passeio e do convívio.

Que acham da ideia-convite?

Abraço a todos.
Mário S. de Oliveira

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2. Aqui fica o Convite do camarada Mário Oliveira para um dia diferente, passado em Alcaide, sua freguesia natal, do concelho de Fundão.

CV 
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Nota do editor

Último poste da série de 27 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P16024: Os nossos seres, saberes e lazeres (150): A pele de Tomar (2) (Mário Beja Santos)

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15807: Inquérito 'on line' (36): Os muitos problemas com que nos defrontávamos no início da guerra, em 1963 (Paulo Salgado / João Martins / Mário Serra de Oliveira)



Vila Real > Agosto de 1963 > CCAÇ 153 (Fulacunda, 1961/63) > O regresso a casa... Na foto, o 1º pelotão... Repare-se no fardamento, o caqui amarelo... O cmdt era o então cap inf José dos Santos Carreto Curto, hoje ten gen reformado, natural de Castelo Branco.

Foto: João Baptista (1938-2010), autor do blogue Fulacunda.  [Edição: LG]

Comentários ao poste P15802 (*):



I. Paulo Salgado


1. Os problemas ou assuntos colocados pelo Com-chefe Louro de Sousa traduzem de forma excelente o que se vivia nessa época - 1963.

No entanto, outras circunstâncias ocorriam, já então, e ocorreriam posteriormente, que porventura não seria expectável que fossem denunciados: 

(i) o facto de o IN já se ir preparando para a guerra de forma segura, psicológica e belicamente segura;

(ii) a manifesta incoerência de uma guerra, mal explicada e fora dos contextos internacionais que, já em 1958, a França experimentara na Argélia de que nós, amargamente, não colhemos lição - o que veio depois a confirmar-se no Congo belga, em Angola e, antes, na Índia.

2. No que respeita ao historiador José Matos que aborda muito bem a sublevação das gentes da Guiné, recordo que, historicamente, as sublevações foram constantes ao longo dos séculos - basta compulsar diversas obras (algumas eu tenho na minha posse e delas faço uso em diversas reflexões) para se confirmarem estes factos históricos.



Opção Resposta 8:

(i) falta conhecimento das necessidades das populações e falta de apoio no desenvolvimento económico e social;

(ii) falta de aproveitamento e de promoção social dos quadros mais qualificados (ex: Amílcar Cabral);

(iii) falta de aproveitamento político das estrutras tradicionais do poder (ex: régulos);

(v) militares de carreira com formação em guerra clássica, mas, sem preparação e conhecimentos em guerras de guerrilhas, que têm cariz muito mais político do que militar, sobretudo, ao mais alto nível das forças armada;

(v) poder político sem visão e sem carisma suficiente para enfrentar uma guerra com carácter mais político do que militar. Era fundamental encetarem-se conversações com muito mais acutilância e determinação:

(vi) falta de suficiente capacidade de esclarecimento político e mobilizadora das tropas para enfrentarem e sofrerem grande desgaste psíquico.


III. Mário Serra de Oliveira

Concordo:

1. Deficiente instrução das tropas e quadros

2. Deficiente equipamento das unidades no terreno 

5. Falta de enquadramento / aproveitamento militar dos guineenses 

6. Instalações inadequadas

7. Cansaço das NT, sempre ansiosas por acabar a comissão e voltar para a metrópole

Concordo, com atenuante somente no meio de transporte, porque fartura existia:

4. Abastecimento (material, munições, víveres e água) -

Discordo:

3. Falta de pessoal / insuficiência de efetivos

Outros problemas:

8. Outros problemas não referidos acima - Aproximação pedagógica mais respeitàvel, junto das populações.

_________________

Nota do editor:

(*)Vd. poste de 27 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15802: Inquérito 'on line' (35): Lista de problemas no CTIG em setembro de 1963, segundo o Com-Chefe Louro de Sousa...Camarada, vota nos que concordares (Resposta múltipla)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14204: (Ex)citações (259): Sobre o paradeiro do Pintosinho, e mais histórias de Bissau no pós-independência... E já agora, quando querem fazer um encontro da Tabanca Grande aqui no Fundão ? Prometo ter "ostras e camarões da Guiné"... (Mário Serra de Oliveira)

1. Resposta, com data de 28 do corrente, de Mário Serra de Oliveira a um pedido de informação sobre o Pintosinho, a conhecida casa de António Pinto, em Bissau, do nosso tempo (*):

[foto à esquerda: Mário Serra de Olievria, ex-1.º cabo escriturário, BA 12, Bissalanca, 1967/68; viveu nos EUA; é autor de Palavras de um Defunto... Antes de o Ser (Lisboa: Chiado Editora, 2012, 542 pp, preço de capa 16€]


Olá, grande e estimado Luís Graça:

E um prazer imenso trocar algumas palavras com a pessoa por detrás de um dos blogues que eu mais aprecio... quiçá por me tocar também a mim fazer parte da tertúlia.

Agora, antes de responder, permite-me pedir desculpa pela falta de acentos. Estou a usar um portátiç devido a que, já depois de aqui chegar, a EDP teve a gentileza de ter uma queda de tensãoo, e queimou-me o computador com o teclado português. Sei que vais compreender.

Respondendo... começo por dizer que conheci, e muito bem, o Pintosinho (creio que pai e filho). Foi lá que comprei uma carrinha Renault 4 (de "gola" alta) e muita outra mercadoria.

Ter sido preso não foi do meu conhecimento directo. Eu continuei a vida de labutar - e mais ainda depois do 25 de Abril - por ter adquirido casas do meu ramo (comes e bebes) a alguns dos nossos que decidiram vir embora.

Casa Pintosinho, Bissau, 1956 (*)
Creio que o Pintosinho não ficou em Bissau. Recordo, isso sim, um representante nativo que, por casualidade, até andava a cobrar dívidas, incluindo algumas minhas. O que era mais que nomal, uma vez que se comprava a mercadoria a 30, 60, 90 dias, era prática corrente, tal como numa economia livre. Recordo que, temporariamente ou não, aquilo tinha fechado.

Agora, se quiseres saber mais, tenho muitos amigos guineenses, alguns nos EUA, alguns em Dakar (Embaixada dos EUA - ex-colegas de trabalho na mesma Embaixada onde trabalhei também, em Bissau) e, mesmo na Guiné penso ainda estar vivo o António Pinheiro - da Casa Pinheiro, localizada ao lado direito da rua paralela à avenida principal, se esvermos a olhar para o Palácio, junto ao rio - om quem tratei de alguns assuntos com ele em Braga, à frente de uma exportadora ICIC, qualquer coisa.

Ele estava ligado a uma empresa de Angola chamada a "Friango" (Angola Free) para onde as Caves Primavera exportaram cerca de 5 milhões de contos em vinho tinto. Eu tentei arranjar crédito para a LC (Letter of Crédito) do Banco Nacional de Angola...e até era possível, misturando a mesma LC (má) com outras LC boas, tal como fizeram os bancos americanos ao misturar "crédito bom com crédito mau, sobre empréstimos imobiliários. Algo assim parecido esteve quase a ser realizado, à custa de "algo para alguém" que tratava do assunto. Talvez se lhe posssa chamar "vigarices" mas, na guerra, vale tudo! Não seria guerra com armas mas guerra económica.

Vou perguntar sobre o Pintosinho à minha amiga Nené Cabral, em Dakar, cujo marido foi preso após o golpe de Novembro, do Nino, derrubando o Luís Cabral. Eu estava lá. Fui acordado pelo meu chefe americano, para que me refugiasse na Amembassy. Lá fora, só se ouviam disparos tipo castanholas e, aqui e ali, uma morteirada. Era excitante a alegria que se sentia, pelo menos por mim, e pelos locais...já que que o sentimento de descontameto pairava no ar. Uma tensão de "cortar à faca".

Desculpa lá o desvio da conversa principal mas eu vivo isto a cada dia da minha vida. Tanta injustiça que presenciei, que, o que sinto, está enraizado em mim.

Entratanto, gostaria de levar à consideraão dos organizadores dos almoços, a possibilidade de, numa próxima, o mesmopoder ser relalizado noutro cantinho de Portugal. Por exemplo, cá na minha aldeia, onde existem vários ex-camaradas anánimos (não têm computador). Existe o Carlos Couto, dono do Hotel Samasa (Fundão) que me conheceu no Pelicano. tem capacidade para organizer tudo o que for necessário. Prometo ter "Ostras e Camarão" da Guiné. Prometo tentar ter a presenca do Embaixador da Guiné.

Abraço fraternal

Mario S. de Oliveira (**)

_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 26 de janeiro de 2015 >  Guiné 63/74 - P14191: Historiografia da presença portuguesa em África (51): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte VII (Mário Vasconcelos): Quem não se lembra da Casa António Pinto ou "Pintosinho". alegadamente a melhor e a mais moderna loja da província ?

sexta-feira, 21 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12868: Blogpoesia (376): O Dia Mundial da Poesia, 21 de março de 2014, na nossa Tabanca Grande (VII): Mário Tito e as saudades da pátria...

Mário Serra de Oliveira (ou Mário Tito)

[ex-1.º Cabo Escriturário, BA 12, Bissalanca, 1967/68; vive nos EUA; é autor de Palavras de um Defunto... Antes de o Ser (Lisboa: Chiado Editora, 2012, 542 pp, preço de capa 16€] (*)


Camarada Luis:

Aqui vai o meu contributo, sendo que, sábado dia 22, figuro com 2 poemas, um deles, o do anexo ("Aventureio nato"), no lancamento de um livro conjunto, no casino do Estoril Salão Prata e Preto ou Preto e Prata, pelas 16 horas. A edição é da Chiado Editora. Todos são bem vindos. Eu estarei ausente. Abraço a todos. (**)



AVENTUREIRO NATO

por Mário Tito


Dormindo sonhei que sonhava
Sonhos… de um amor profundo
Sobre a minha pátria amada,
Quando dormia, noutras partes do mundo.

Eram sonhos de saudade e nostalgia,
Difíceis de descrever em palavras,
Sonhando de noite e de dia,
Recordando as primeiras passadas.

Saudade das ruas e caminhos
E de ribeiros e riachos...
Saudade de poder ir aos ninhos,
Entre outros desacatos.

Saudade das moças da minha aldeia,
Algumas delas, lindas cachopas…
Saudade de ir às cerejas…
De preferência, que não fossem nossas.

Eram saudades infinitas, talvez,
O tema dos sonhos que eu tinha,
Acordando mais que uma vez,
Pela distância da Pátria linda.

Sonhava com o tempo de criança,
De pé descalço e maltrapilho,
Traquinices, como lembrança,
Aventureiro nato... de Portugal é filho!







______________

Notas do editor:

(*) O que diz a Chiado Editora sobre o Mário Tito:

(i) cresceu no Alcaide até cerca de 14 anos, ocasião em que foi para Lisboa a trabalhar como “marçano” numa mercearia;

(ii) posteriormente, enveredou pela indústria hoteleira, trabalhando em Lisboa, Algarve e Viana do Castelo;

(iii) ingressou no exército e, após recruta, foi transferido para a Força Aérea;

(iv) dali, foi mobilizado para África, Guiné, tendo cumprido a sua comissão em Bissau na Messe de Oficiais da FAP;

(v) assistiu ao 25 de Abril, período de transição para a independência;

(vi) antes de regressar definitivamente ao fim de 14 anos e meio,  trabalhou na Embaixada dos EUA em Bissau;

(vii) dali, embarcou num navio sismográfico, como cozinheiro chefe rumo a Inglaterra, Holanda, Escócia (Mar do Norte);


(viii) acabou de chegar aos Estados Unidos juntamente com sua esposa, ao serviço da embaixada de Portugal em Washington;

(ix) mais tarde, trabalhou cerca de 20 anos na Embaixada da Alemanha, também em Washington.

(**) Últimmo poste da série > 21 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12867: Blogpoesia (375): O Dia Mundial da Poesia, 21 de março de 2014, na nossa Tabanca Grande (VI): Manuel Moreira (Bissorã e Xime, 1965/69) / Jaime Machado (Bambadinca, 1968/70)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12686: Bibliografia (39): Um pouco mais do meu livro "Bissaulónia" (Mario Serra de Oliveira)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Serra de Oliveira (ex-1.º Cabo Escriturário, Bissau, 1967/68), com data 31 de Janeiro de 2014:

Olá Carlos:

À tua consideração, junto mais um excerto do início de "Bissaulónia"(*).
Confessando uma parte fraca minha, é o facto que eu, enquanto estive na Guiné, não tinha tempo para fotografias e, se em algo sou pobre, é nisso mesmo. Seria pois para mim poder contar com algumas fotos devidamente autorizadas, mesmo que fosse facilitadas pelos nossos camaradas, para não “violar” direitos de ninguém.

A intenção é adicionar algumas desta fotos para alegrar um pouco o livro, já que, alguns dos temas em discussão, só me dão raiva muda.

Estou certo que, entre os nossos camaradas há-de haver fotos interessantes. Eu só tenho a do postal ilustrado do Pelicano.
Abraço a todos.
Mário Serra de Oliveira


"BISSAULÓNIA"
Próximo livro de Mário Tito

NOTA DO AUTOR

Seguidamente, através do progresso da leitura destas linhas, os leitores irão notar que, certos episódios aqui relatados, são descritos numa linguagem sem rodeios e sem preconceito algum, considerando que, ao pretender “ser eu mesmo”, não hesitarei em chamar aos protagonistas de certos acontecimentos e episódios onde estive envolvido, pelo nome que considero apropriado, reflectivo do meu estado de espírito na ocasião, sem que, com isso, a minha referência pessoal a estes indivíduos, seja considerada extensiva a mais alguém, além dos “atingidos”. De modo algum, é minha intenção ofender alguém, generalizando qualquer “palavra” mais descritiva da minha opinião para com os indivíduos em causa.
Quem mal não me fez, mal não deve esperar de mim.

Aqui, tudo o que eu disser, é o fruto da emoção da ocasião, perante a incerteza reinante, pela raiva contida dentro de mim, devido à autocrática atitude de alguns dos elementos envolvidos, numa demonstração de ingratidão total para com quem “confiou cegamente” que, valeria a pena “arriscar e ficar por ali” no meio do povo da Guiné, o qual sempre respeitei e respeito profundamente, na esperança que poderia servir de um exemplo de boa convivência, onde os meus serviços fossem úteis e apreciados, esperando como reconhecimento, o respeito e nada mais.

Infelizmente, a esperança despertada em mim, quando fiz a decisão que fiz, em ficar por ali, foi atraiçoada, deitada por “água-abaixo”, não por “obra e graça” do Povo da Guiné, mas sim por “obra, abuso e prepotência total” de meia dúzia de “energúmenos mal paridos”.

Como já disse, não procuro “ofender” ninguém, nem tão-pouco, agradar a ninguém. Não tenho “feitio” para fingir, a não ser em casos de extrema gravidade onde, por exemplo, “ao dizer-se a verdade” se possa causar danos ou emoções pessoais irreparáveis. Aqui, nestas linhas, não será esse o caso e, como tal, limitando-me a ser “eu mesmo”, como já disse, não hesitarei um “iota”, em tentar “pegar o touro pelos cornos”.

O touro, aqui, poderá ser considerado a situação de alguns “seres humanos” que, pela sua origem genética, possam ser - ou parecer ser - alvo de possíveis referências menos “elogiosas” da minha parte, devido às circunstâncias da vida, que os colocou na “linha de fogo” dessas possíveis referências, quantas e quantas vezes sem culpa própria de si mesmo. De facto, a existir alguma culpa em relação a alguns “indivíduos”, nada terá a ver com a sua “genética ou sua origem” mas, sim e somente, pela sua atitude através da sua intervenção em episódios vários que, pela sua complexidade, não adianta mencionar aqui, nesta secção.

Por exemplo, enquanto há pessoas que se “encolhem” em fazer referências ao aspecto “racial ou étnico”, de uma determinada forma, para não “levantarem pó”, devido à sensitividade relacionada com este aspecto “sociológico” – normal, diria eu – como, por exemplo, terem acanhamento em “referir directamente” que… “preto é preto”, “branco é branco” e, “mestiço é mestiço”, sendo que, na realidade, não deixam de ser todos seres humanos, em igualdade de circunstâncias.

Quem faz o carácter do ser humano não é, por certo, a “cor da pele do preto, do branco ou do mestiço” mas, sim, a forma de ser de cada quem, bem como o relacionamento de cada um dos “portadores da cor da pele em questão”, em relação aos outros seres humanos, seja nas lides do dia-a-dia, ou seja pelas suas decisões quando em posição de as tomar, em relação aos “portadores” de uma tese de pele diferente da sua.

Por isso, qualquer referência, aparentemente “negativa”, que acaso eu venha a fazer aqui, nalgum lado nestas linhas, nada tem a ver com o facto da “pessoa-alvo” dessa referência, seja “preta, branca ou mestiça”. As minhas referências, tipo “queixas ou desabafos”, são dirigidas ao ser humano e não “à pigmentação da pele” de quem quer que seja.

Que fique bem claro, na mente de todos os leitores. Depois, há ainda aquelas circunstâncias que levam determinadas pessoas a pensarem que podem “pensar pelos outros” quando é possível que, aquilo que essas pessoas possam pensar, possa não ser “exactamente” aquilo que, as pessoas sobre quem “estas pessoas pensam como pensam” poderiam vir a pensar livremente, sem a interferência de estranhos.

Confuso? Talvez… mas a culpa não é minha. Pensassem todas as pessoas “razoavelmente” e sem preconceitos, talvez eu não tivesse que fazer este esclarecimento tão pormenorizado. Com isto, a referência feita mais adiante a pessoas “mestiças” originárias de Cabo Verde, não significa qualquer animosidade para com os “cabo-verdianos” em si mesmo mas, sim e somente, serve para ilustrar um problema existente, amplamente do conhecimento publico, no que concerne ao relacionamento entre “guineenses e cabo-verdianos” na ex-Guiné Portuguesa, agora Guiné-Bissau. Mais adiante os leitores irão ter a oportunidade de se dar conta do que aqui tento explicar.

Mas, levantando um pouco “o véu” sobre o tema, referir-me-ei àquela espécie de “romanticismo” existente ainda nos dias de hoje - de uma forma exagerada quanto a mim - à volta de toda a figura de Amílcar Cabral, proclamado fundador (6) do PAIGC e, principal dinamizador da luta armada para libertação da Guiné e Cabo Verde. Mas não o único! De facto, todos os romances “são bonitos”, se bem que, na minha opinião, todos pecam pelo exagero na “mistificação” de alguns dos seus personagens principais. Porquê? Pois, em parte porque, nenhum destes personagens foram ou são perfeitos seres humanos e, como tal, poderão estar recheados de imperfeições e julgamentos menos afortunados, completamente fora da realidade (7).

Finalmente, nesta nota, permitam-me referir também que, pela minha educação (4ª classe, à idade de 11 anos e, mais tarde, já com cerca de 50 anos, a equivalência ao 12º grau, sem cursos superiores… além do “mestrado” da mundialmente afamada universidade da “pdv” – creio que, se juntarmos a isso, a longa ausência da “Mãe Pátria”, os leitores não deveriam esperar de mim, que vos apresentasse aqui um texto sem erros verbais ou literários.

Mais! Atrevo-me a dizer que, até seria um erro, se erros aqui não houvesse porque, conforme diz um dos meus “slogans”... “a minha imperfeição, é o que faz de mim, um perfeito cidadão”. Deste modo, sendo cronologicamente o 5º filho, de um conjunto de sete, de uma das famílias mais pobres da minha aldeia – o Alcaide, situado na encosta Norte da serra da Gardunha, “capital da minha constante saudade e sombra que me acompanha 24 horas por dia” - qualquer expectativa, por parte dos leitores, de virem aqui encontrar uma linguagem “polida”, com frases compostas para “agradar à plateia” e, portanto, uma linguagem “falsa e disfarçada” das mazelas literárias do autor, sem “defeitos linguísticos”, estão redondamente enganados.
Aqui, tal como numa feira de burros… “o animal que vêem, é o animal que compram” porque, para mais não deram, e só a tanto chegaram, os meus parcos conhecimentos. Tudo o que aqui for escrito, será só e somente da minha responsabilidade, sem interferência alguma de outrem, (8) “tanto para o bem como para o mal”.

De um modo geral, o que aqui for escrito, reflecte o que a linha de pensamento do “meu ser” exige que escreva, saindo “directamente” das profundezas das minhas entranhas, sentindo às vezes raiva de mim próprio, perante tanta “falta de saber” mas que, no fundo, me deixa feliz da vida, pela teimosia em insistir e “atrever-me”, a mais uma aventura literária, para a qual sinto que nasci mas que, as “fortunas da vida” não me prepararam convenientemente.
É como tentar “remar” contra a maré, sem marinheiro nunca ter sido.

Permitam-me recordar que, o meu 1º livro solo da minha autoria, já foi publicado pela editora do Chiado, cujo título é…. “Palavras de um defunto, antes de o ser”.
É um livro misto, baseado em episódios de ficção e factos factuais, descritos de uma forma humorística. E, à data destas linhas, participei ainda, de uma forma conjunta – como co-autor – em dois outros livros de poesia, publicados pelas editoras “edições e-copy” e, mais uma vez, editora do Chiado.

É tudo, nesta nota.

************

INTRODUÇÃO

Conforme o título deste livro indica, a cidade de Bissau é a protagonista sobre a qual, o titulo deste livro foi inspirado, tendo como referencia os períodos de “antes e depois da independência”, em relação às mudanças “visualizadas” pela minha pessoa, no que concerne à composição da “textura humana” da cidade, desde o ponto da minha chegada a 17 de Maio de 1967, e o período pós independência – 10 de Setembro de 1974 sem que, com isso, me venha a envolver demasiado a descrever todo o passado da mesma, nem tão-pouco descrever a origem dos vários povos que ocuparam a zona da ilha de Bissau, anteriormente à chegada dos portugueses, incluindo episódios de resistência desde o início da ocupação do território, que é hoje conhecido como Guiné-Bissau.

Este aspecto, se bem que, aqui e ali, poderá ser alvo de alguma referência, não faz parte da minha intenção inicial. E, se acaso alguma referência vier a fazer, será mais para “realçar” qualquer outro ponto que queira chamar a atenção, tal como o facto que, na verdade, vários foram os povos que “povoaram a Guiné-Bissau” e que, periodicamente travaram lutas entre si, incluindo a união de forças contra o último dos ocupantes - os portugueses. De facto, quase que se poderia dizer que, desde a chegada dos portugueses, sempre existiu alguma determinada forma de “resistência”.

O título, é ainda inspirado na “base” das drásticas mudanças feitas pelas autoridades locais pós independência, com decretos e leis desconhecidas de todos - excepto os que as decretaram - até serem implementadas de um modo “punitivo”, sem qualquer condescendência pelo desconhecimento de tais leis, com um impacto tremendo no dia-a-dia da vida quotidiana e financeira, logo após a independência, em detrimento do modo de vida, bem como nas perspectivas de se poder exercer uma actividade comercial livre e promissora, que incutisse esperança no futuro.

Continuando, a ideia deste livro, tem por base a descrição de Bissau, perante a minha própria percepção ou óptica de modesto observador, adquirida logo aquando da minha chegada à Guiné, em comparação com a radical transformação notada, após a independência. Mas, francamente, reconheço que até poderei cometer algum erro de análise na minha “observância”, quando comparada com o título do livro que escolhi, pelo que, se assim for, mais uma vez junto a “referência feita antes” na nota de autor, onde tento alertar para qualquer imperfeição literária, considerando a minha pobre preparação nestes “meandros” de escrever para o público.
Espero que compreendam o quero dizer e onde quero chegar.

Finalmente, creio que como introdução descritiva de alguns pontos que considerei necessário fazer, já foi dito o suficiente e, como tal, termino esta introdução, convicto que os leitores irão gostar imenso de ler este livro, fazendo votos sinceros de uma agradável leitura, começando pelo 1º capítulo, intitulado “O começo do fim”.

Que tenham uma boa leitura, são os meus votos.
Mário Tito
____________

Nota do editor

(*) - Vd. poste de 30 DE JANEIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12654: No meu próximo livro intitulado "Bissaulónia", a minha homenagem a alguns dirigentes do PAIGC, governantes da Guiné-Bissau no pós-independência (Mário Serra de Oliveira)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12654: Bibliografia (38): No meu próximo livro intitulado "Bissaulónia", a minha homenagem a alguns dirigentes do PAIGC, governantes da Guiné-Bissau no pós-independência (Mário Serra de Oliveira)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Serra de Oliveira (ex-1.º Cabo Escriturário, Bissau, 1967/68), com data de 27 de Janeiro de 2014:

Olá Carlos:
Tentei responder no blogue mas, aparentemente a minha mensagem tinha mais texto que o permitido.
Deste modo, aqui fica para tua consideração, estas primeiras linhas, e no anexo, um excerto do meu próximo livro.

“Agradecendo sinceramente a todos os meus camaradas que tiveram a amabilidade de me dar os parabéns, informo mais uma vez que estou na fase final de terminar o meu próximo livro, intitulado "BISSAULÓNIA".
Sobre o mesmo, creio já ter comunicado que que estaria aberto a receber toda e qualquer questão, relacionada com qualquer “curiosidade” que acaso possa existir na mente de muitos dos camaradas ainda viventes, tendo em conta, o facto de eu ter tido uma estadia na Guiné mais prolongada, que a maioria.
A abertura continua até ao dia da edição.
Depois, já será tarde. 

Para já, e como forma de agradecimento, e a titulo de uma “pequena homenagem” aqui vai um pequeno excerto das paginas inicias de “BISSAULÓNIA”. 

Prometo enviar periodicamente mais algumas páginas, logo que revistas, na procura de algum erro. ACEITO E AGRADEÇO QUALQUER CORREÇÃO. 



Assim, temos… "BISSAULÓNIA"

Um livro onde procuro descrever as mudanças visualizadas em Bissau, no contexto da composição da “textura humana” desde a data da minha chegada à Guiné (Maio de 1967) e o período pós independência.
Procuro também relatar as mudanças feitas na política local, com todas as suas consequências sociais e económicas que, lamentavelmente para mim e minha família, ainda hoje sinto um determinado traumatismo, com uma “raiva interior de impotência” pela “ingratidão" demonstrada para com a minha pessoa, não pelo povo da Guiné nem por todos os membros da “cúpula” do Governo da Guiné, mas sim por meia dúzia de “mal paridos”, aos que eu chamei e chamo – sem hesitação alguma – “batatas podres com pernas”.

Ingratidão para com quem demonstrou uma cega confiança na capacidade de “quem estivesse ao leme”, de saber diferenciar entre aqueles que acaso tivessem tido um comportamento menos apropriado, e a pessoa que arriscou cegamente tudo o que tinha ganho até ali, incluindo ficar empenhado com letras bancárias, para aquisição de outros locais de actividade, onde por certo daria trabalho a algum membros do povo da Guiné.

Como disse, não foi o “povo em geral” que foi ingrato nem tão pouco muitos dos membros “da cúpula”, mas sim uns quantos que se apoiavam na prepotência e no abuso de poder, por terem “compadres empoleirados” da ala politica que mais reinava na ocasião. A ala de Cabo Verde. Nunca esqueci nem esqueço o que me fizeram e tentaram fazer".

Mário Serra Oliveira


Guiné-Bissau
Foto: SIC Notícias, com a devida vénia


INTENÇÃO – OBJECTIVO

A intenção destas linhas, tem como objectivo principal, satisfazer um pedido de vários ex-camaradas de armas, os quais, na sua grande maioria, prestaram serviço militar na então chamada Guiné Portuguesa, hoje um novo país, conhecido como Guiné-Bissau.

A razão principal, tem origem no facto de, enquanto muitos destes meus camaradas fizeram uma (ou mais, quem sabe?) comissão de serviço que, normalmente, rondaria os 24 meses, sabe-se lá em que local do teatro de guerra, quantas vezes em risco constante da própria vida, eu, considerando-me um “sortudo”, que nem uma pistola tive distribuída, acabei por ficar na Guiné, após cumprida a minha comissão de 19 meses e 10 dias bem contados, com “risquinhos” mensais e tudo, no cinto – cópia fiel do uso e costumes de outros camaradas de armas – ao serviço da Força Aérea Portuguesa, inicialmente destacado na messe de sargentos e, posteriormente, na messe de oficiais, no coração da cidade de Bissau.

Com esta minha decisão, acabei por ficar na Guiné durante cerca de catorze anos e meio e, como tal, acabei por ser “testemunha” voluntária (1) do desenrolar de vários acontecimentos, nunca ao alcance destes meus camaradas. No entanto, apesar de ter havido “episódios” espalhados por toda a Guiné, obviamente, só me posso referir aos “centralizados” na área de Bissau e vizinhanças limítrofes porque, era aí que eu me encontrava, “abrangendo” parte do período de guerra, desde a minha chegada a 17 de Maio de 1967, até ao dia da independência da Guiné, oportunidade que só os presentes na ocasião, puderam testemunhar – uns num local e outros noutro.

Uns de uma forma e outros doutra. Eu, como já disse, estava em Bissau. Portanto, no que me diz respeito, além do período pré independência que refiro, desde Maio de 1967, tive a oportunidade de assistir – para bem ou para o mal – a toda a mudança da conjuntura social e política que passou a vigorar na Guiné, após a independência e durante cerca de 7 anos depois. De facto, só saí definitivamente da Guiné, em Agosto de 1981.

Como tal, desde Setembro de 1974 a Agosto de 1981, são quase 7 anos, como já disse. Seis anos e 11 meses, mais precisamente. Portanto, perante esta certeza e estes factos, creio ser mais que lógico a existência de uma certa “curiosidade” por parte destes meus camaradas, em quererem saber como “foi aquilo” depois da partida deles ou, mais englobante, como “foi aquilo”, depois da independência. É pois, com grande prazer pessoal, que tenho a honra de tentar satisfazer esta curiosidade, relatando o que quer que seja que haja a relatar, o mais realisticamente possível e o melhor que a minha memória me permite, pedindo desculpa a todos, se acaso não consigo satisfazer cabalmente a totalidade das vossas expectativas.

Aqui, nestas linhas, só digo o que sei e o que penso estar correcto, mesmo debaixo de alguma imperfeição humana. Ao mesmo tempo, antes de dar início aos capítulos que irão fazer parte do “corpo principal” deste livro, não poderia deixar de fazer uma singela homenagem, a TODOS os milhares dos meus camaradas ex-combatentes das Forças Armadas de Portugal, que prestaram serviço no chamado “ultramar português” durante as guerras de libertação das ex-colónias, tendo em especial consideração, os milhares de camaradas que, no conjunto geral, uns numa ocasião e outros noutra, passaram pela então chamada Guiné Portuguesa, numa comissão de serviço que, normalmente, rondaria os 24 meses como já disse, a quem estas linhas são dedicadas.

A TODOS, um abraço aos ex-camaradas viventes e, aos que já partiram para “o jardim dos justos”, que a terra “Vos seja leve e o sorriso das flores Vos embale”.
Para a vida e para a morte, sou o sempre Vosso fiel camarada.
Mário Serra Oliveira -
1.º Cabo amanuense nº 262/66 – ZACVG.
(Mário Tito)

Guiné-Bissau - Bissau Velho
Foto: Road Blog, com a devida vénia


HOMENAGEM - RECONHECIMENTO

Ao mesmo tempo, e por respeito para com o meu semelhante, independentemente do ponto de vista políticos e acções do passado, sinto-me com o dever cívico de prestar uma homenagem de reconhecimento, a alguns elementos do PAIGC que, após a independência da Guiné, fizeram parte do Governo, ou que ocuparam outras posições de liderança naquela ocasião, com os quais tive a oportunidade e o privilégio de conviver – e até servir - atendendo à minha posição de comerciante no ramo da restauração, os quais, na sua maioria, de uma forma ou de outra, foram muito atenciosos para comigo (2).

Procurarei também, separar o “trigo do joio” entre estes últimos homenageados e outros protagonistas ligados ao PAIGC porque, efectivamente, nem todos aqueles com quem convivi – independentemente do cargo que acaso ocupassem na ocasião – usaram a mesma cortesia, o mesmo respeito e a mesma justeza, na suas lides diárias ou ocasionais com a minha pessoa. De facto, por parte de alguns destes, aos quais farei referência dos seus actos e atitudes noutra secção destas linhas, se houve algum excesso ou empenho, foi de abuso e prepotência, numa tentativa de “dificultar o mais possível” a minha vida, bem como a da minha família.
O porquê, só eles o saberiam ou, como sempre desconfiei, só eles teriam em mente um determinado objectivo - politico ou não - aberrantemente paupérrimo. Mas, nesta secção, tratando-se de um espaço dedicado a uma homenagem, permitam-me seguir adiante, concentrando-me em alguns dos nomes que considero merecedores de reverência, a quem, com toda a minha sinceridade, presto uma póstuma homenagem aos já falecidos e, aos ainda vivos – se os houver, depois de tantas escaramuças politicas naquela “pobre" Guiné Bissau – apresento os meus mais profundos e sinceros agradecimentos.

 Deste modo, cada qual pelo seu motivo mas, todos, pela sua atenção, boas palavras e cortesia, aqui ficam os nomes e cargos que ocupavam na ocasião, de todos os que a minha memória permite recordar com agrado e profundo reconhecimento, pedindo desculpa por se acaso a minha memória me atraiçoa, esquecendo de mencionar algum outro nome.

Temos:
- Laurentino Lima Gomes, comissário das obras públicas;
- Francisco Mendes, também conhecido como “Chico Tê”, 1º ministro em 1975, mais tarde assassinado;
- Armando Ramos, comissário do comércio;
- José Pereira, comissário da segurança social (se não estou em erro…);
- Juvêncio Gomes, presidente da Câmara Municipal de Bissau;
- Victor Saúde Maria, comissário dos negócios estrangeiros;
- Manuel Saturnino, cuja posição não recordo;
- Marcelino Lima, director dos armazéns do povo;
- um tal senhor ou camarada – como lhe queiram chamar
- Embaló, cujo nome completo não recordo, director da Dicol (antiga Sacor);
- José Carlos Schwarz, cuja posição que ocupava desconheço mas que, a título pessoal, era membro do conjunto musical Cobaiana Jazz, autor e poeta, falecido num trágico (?) acidente de aviação em Cuba;
- Carlos Gomes Júnior, (Cadogo) ex 1º Ministro da Guiné, e outros que, de um modo geral, foram muito corteses para comigo e minha família.

Aos já falecidos, que a terra lhes seja leve. E, aos ainda viventes, aqui fica o meu sincero e honesto agradecimento por tudo quanto fizeram e disseram, para aliviar as incertezas que “pairavam” no ar a cada instante.
Os nomes daqueles que foram uma espécie de “carrascos” para comigo, não têm lugar aqui nesta secção, em respeito aos acima homenageados, numa tentativa de não misturar “o bom com o mau”, separando com isso, o “trigo do joio”, conforme prometi anteriormente.

No entanto, cada qual a seu tempo, será alvo de referência, quando chegar o momento de relatar os episódios em que tristemente estiveram envolvidos contra mim.
Até lá, aqui fica esta singela homenagem aos que, por bem serviram e, em primeiro lugar mais uma vez, os meus camaradas de armas e, por bem fazerem, aos acima referenciados.

TODOS ELES, por direito e consideração, dignos ILUSTRES desta homenagem.

Finalmente, espero ter expressado claramente qual a minha intenção e, com isso, conseguir o objectivo a que me proponho.
Sinceramente.
Mário Tito

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12327: (In)citações (57): O meu próximo livro pode responder a questões relacionadas com o pós independência da Guiné-Bissau (Mário Serra de Oliveira)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Serra de Oliveira (ex-1.º Cabo Escriturário, Bissau, 1967/68), com data e 6 de Novembro de 2013:

Prezado Carlos:
Na tentativa de "rematar" o meu segundo livro, envio o texto abaixo a tua consideração, para recolha de possíveis curiosidades a que eu possa responder, no mesmo.


PRESADOS LEITORES, ESPECIALMENTE AOS LEITORES EX-COMBATENTES NA GUINÉ
Estando a retocar certos capítulos do que já chamo o meu segundo livro, cujo título é “BISSAULONIA”, gostaria que me apresentassem as vossas questões, que acaso possam ter curiosidade, sobre os mais variados aspectos que possam existir, pelo facto de eu lá ter ficado na Guiné, cerca de 14 anos e meio que, como tal, talvez eu esteja habilitado a responder.

Os 4 pontos abaixo são uma iniciativa minha, pensando que os mesmos poderão fazer parte da lista dos pontos que poderão gostar de saber, como foi ou não foi.
Obviamente haverá questões às quais não poderei responder mas tudo farei para descrever o melhor que sei, com a verdade “do clima” politica e social, que passou a reinar na ocasião.

Recordo a todos que só de lá saí em Agosto de 1981, quase 7 anos após a Independência.

1) – Como foi “aquilo”, depois da independência?
2) – O que se passou depois da independência?
3) – Como nos trataram (a mim, minha família e outros) depois da independência?
4) - Que impressões “tiraram” na convivência do dia-a-dia, depois da independência?

Agora, aqui as vossas questões.

Abraço fraternal a todos.
Mário de Oliveira
____________

Notas do editor:

i) Recordemos que Mário Serra de Oliveira, sob o pseudónimo de Mário Tito, é o autor do livro "Palavras de um Defunto Antes de o Ser", Chiado Editora, 2012, ao qual o nosso camarada Mário Beja Santos dedicou uma recensão publicada no poste de 3 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P10938: Notas de leitura (449): Palavras de um Defunto... Antes de o Ser, por Mário Tito, o nosso camarada Mário Serra de Oliveira (Mário Beja Santos).

Aqui fica feito o convite aos camaradas que quiserem ver afloradas no próximo livro de Mário Serra de Oliveira, "Bissaulonia", as suas questões relacionadas com o pós-independência da Guiné-Bissau até ao ano de 1981, data em que este nosso camarada se mudou para os Estados Unidos.

As sugestões podem ficar registadas em comentário neste poste ou serem encaminhadas directamente para o endereço mariotitodoalcaide@gmail.com.

ii) Último poste da série de 20 DE NOVEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12317: (In)citações (56): Meditação (Abel Santos)

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11795: Blogues da nossa blogosfera (65): Poema de Saudade sobre a Guiné, no Blogue da Lusofonia (Mário S. Oliveira)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Serra de Oliveira (ex-1.º Cabo Escriturário, Bissau, 1967/68), com data e 26 de Junho de 2013:

Camarada Carlos
Leio sempre com atenção e interesse qualquer mensagem - nova ou velha, com erros ou lapsos - sobre a Guiné.

Hoje li uma do Cherno Baldé. Isto despertu-me a memoria para descrevesse a minha experiência num determinado dia, após a Independência - quando membros da polícia e militares se deslocaram até ao meu restaurante, expulsando todos os clientes e prendendo 4 empregados meus.
Um deles ia preso por engano... mas, à saída, onde estava eu de "mãos no ar", porque me estavam a apontar 4 armas, "Ó-ti-kalas-ó-ti-fodes" (kalashnikovs) eu falei em crioulo para ele, que dissesse que ele não tinha sido militar no nosso lado, porque assim tinha sido.
Foi a sorte dele. Largaram-no e os outros... nunca mais os vi. Foi em 1975.

Um dia destes vou alinhar todas as memórias sobre este episódio e enviar a tua consideração.
Para já, se vistares htpp://lusolink.blogspot.pt, encontrarás uma mensagem intitulada "POEMA DE SAUDADE, SOBRE A GUINÉ". Talvez gostes de ler. Se quiseres publicar... à vontade!!!
Ao mesmo tempo, se visitares http://www.lusoamericano.com/epaper/june_26_2013.pdf
 edição de hoje..."clicando em "comunidades" lá encontrarás cerca creio que 2 páginas (ainda não vi) da minha autoria, com fotos e comentários.
Abraço
Mário Oliveira



POEMA DE SAUDADE SOBRE A GUINÉ

Presados leitores:
Num momento de nostalgia e de profundo sentimento sobre o meu "passado"... fico, por vezes, divagando sobre o porquê das circunstâncias da vida, me "terem aqui nestas paragens longínquas do nosso "torrão Natal", chamado Portugal.

No entanto, apesar de eu adorar tudo o que seja de origem Portuguesa - incluindo a nacionalidade - tempos houve em que, factores diversos marcaram a minha percepção do que é ou não é uma Pátria.

De facto... há o território (local) onde a "nossa mãe" nos dá á luz... e, o local onde... os governantes ou os cidadãos - POVO - nos acolhem como parte da família local. Foi o meu caso, na Guiné... que, durante o serviço militar e após um convívio diário com muitos guineenses, me dei conta que, o ser humano poder "mais e melhor" no trato e respeito para com os povos de outros latitudes do planeta terra. No meu convívio, fui sempre muito respeitador e condescendente, angariando a amizade de vários guineenses que, antes de terminar a minha comissão de serviço - na messe de oficiais da Força Aérea, em Bissau - se aproximaram de mim, pedindo-me para que não regressasse a Portugal - na ocasião conhecido como "A Metrópole", por ser a sede do Império português  - porque, diziam eles, eu era para eles, "um filho da terra", significando que me consideravam quase como um "familiar" deles.

Francamente sensibilizou-me esta atitude, coisa que muitos não tiveram esse privilégio, comovido ao mesmo tempo, decidi procurar um local de trabalho - na indústria hoteleira - e ficar por ali, na procura de arranjar alguns tostões e, logo que possível, regressar a Portugal para casar com a que hoje é minha mulher.

Assim foi, acabando por regressar à Guiné, já casado, onde acabei por ficar bastante tempo, sempre debaixo da amizade que me foi dada desde o início.

No entanto, houve ocasiões, em que a situação mudou, com a chegada de alguns elementos que "me desconheciam" e, como tal, tive alguns confrontos "agudos" sobrevivendo - vencendo - qualquer "quezília", originada pelo desconhecido. Principalmente depois da independência.  
E, se bem que nem todos têm o mesmo acolhimento, o certo é que eu, fui recebido na Guiné com carinho e respeito, ao ponto de me terem passado a considerar como "filho da terra" - termo usado na Guiné ainda hoje - o que me sensibilizou imenso, durante a minha longa estadia (quase 15 anos).
Nem todos se poderão dar ao "luxo" de assim ser, porque nem todos tiveram a mesma atitude para com os "nativos", o que, obviamente, influência a percepção tida para com cada qual. ´
A "amizade" é "um bem invisível" mas palpável, sentido no dia-a-dia, que se reflecte na mais intima circunstância... nos mais diversos locais do país. Por exemplo... viajando de Bissau para Farim - quase fronteira com o Senegal - e, após travessia do rio, a bordo de uma "jangada"... procurando "direcção" para a fronteira... imediatamente fui reconhecido e ajudado. Alguém ali mencionou o meu nome, como conhecido de Bissau, com minha reputação do modo como lidava com a população. De imediato me guiaram até ao local de acesso directo à fronteira do Senegal, troço de caminho em péssimas condições, cerca de 30 km... levando cerca de 3 horas a percorrer, devido a estado lastimável em que se encontrava.
Aqui, neste momento, só quero expressar o meu próprio estado de espírito, em relação à minha presença na Guiné, durante aqueles longos anos, onde passei os melhores dias da minha vida. 

Sim, já sei que, para alguns, poderá ser uma história "tediosa" mas, o facto é que, sem uma ligação "ao passado" o presente e o futuro não tem o mesmo valor. Viver sem passado, é não viver. Cada minuto, cada hora e, cada dia que se vive, passa a passado no minuto seguinte! O impacto do passado serve de "molde" para o futuro.
Por vezes... o sucesso ou o fracasso, depende do modo como se aplicam "as lições" sobre os actos ou erros do passado. É pois neste sentido que, me inspirei na composição de um poema sobre a Guiné do qual apresento um "um trecho", servindo como elo de ligação aos momentos mais importantes da minha vida.
Obviamente, haverá leitores que nem têm a mínima ideia sobre  trecho de história, ligado ao período das colónias e, especialmente, ao período da guerra de descolonização. Compreendo perfeitamente  mas, o facto de desconhecerem, não significa que não devem "querer saber" porque... a 1ª e 2ª grande guerra já foi há muito mais tempo e, ainda hoje se fala dela. Por vezes, pelas piores razões mas, noutras, em celebração de certo eventos.
Mais uma vez, recordar o passado, é "viver o presente".

Aqui vai....

GUINÉ...

É para mim, o que foi e o que é...
Terra "mística" na minha diária "ré"...
Explicar melhor, não sei como é...
Onde vivi muito tempo, sempre com fé...
Em situações - algumas - de finca-pé...
Chegando ao fim... porque até...
Não valia a pena... remar contra a maré!...

É...
Quisera eu lá voltar, à Guiné...
Quisera eu lá viver, na Guiné
Quisera eu lá vegetar, na Guiné
Quisera eu lá passar os últimos dias... na Guiné
Quisera eu lá "dormir o sono eterno", na Guiné!

É...
Na Guiné... passei os melhores dias da minha vida
Na Guiné... a esperança nunca estava perdida...
Na Guiné... as tristezas, transformavam-se em alegrias
Na Guiné... o não ter pão, criava ansiedade,
Na Guine... o dinheiro não era equidade
Na Guiné... o maior bem... era a amizade.

Obrigado Povo da Guiné!!!

Continua...
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Nota do editor

Último poste da série de 11 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11692: Blogues da nossa blogosfera (64): "Pieces of my life" - Portugal, África e Estados Unidos da América (Tony Borié)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11784: Os nossos médicos (56): respostas ao questionário: José Manuel Matos Dinis [,CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71]; José Santos [CCAÇ 3326, Mampatá e Quinhamel, 1971/73]; Rui Santos [4.ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65]; Mário Serra de Oliveira [, BA12, Bissalanca, 1967/68]; e João Martins [, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69]

1. Mais algumas respostas ao questionário sobre Os Nossos Médicos (*):

José Manuel Matos Dinis [, ex-fur mil, CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71]:


Vou procurar responder sucintamente, embora aqui ou ali me espalhe um bocadinho.

1 - Eu tive necessidades várias  [, de recorrer ao médico e/ou enfermeiro].

2 - Mais que uma vez { fui visto por médico].

3 - A minha companhia não tinha médico. Em Piche, enquanto ali estivemos, também não havia médico, Mais tarde, a espaços, tivemos um médico de proximidade em Pirada. Só fui visto por médicos em Bissau, no HM 241.

4 - Usei dos serviços dos enfermeiros por várias vezes. Os enfermeiros da minha companhia, e os que estiveram ao nosso serviço oriundos de outras unidades, foram sempre extraordinários de competência e dedicação. E no que me diz respeito, quero expressar uma grande gratidão. Até um puto que fazia de enfermeiro em Bajocunda tinha a nossa confiança, como se de um profissional se tratasse.

5 - Vide resposta anterior.

6 - Não havia. Faleceu um camarada por indução errada de diagnóstico. Se tivesse sido seguido mais de perto, talvez estivesse entre nós.

7 - Como referi, em Piche, na ocasião, não havia médico. Mais tarde, a espaços, em Pirada havia consulta.

8 - Sim. Estive lá, [no HM 241, em Bissau,]  25 dias, e pedi alta para regressar ao mato. Era um cliente de luxo, e não me queixo do tratamento, nem dos sumos italianos, nem das frutas sul-africanas. No penúltimo dia, um médico (miliciano?) referiu-me que a minha baixa, apesar dos dias decorridos, não justificava a evacuação para Lisboa, mas que podia ali reter-me mais algum tempo. Agradeci, mas senti saudades da família.

9 - Vide resposta anterior e um post publicado.

10- Não, senhor, com muita pena [,de nºao ter sido evacuado para o HMP, em Lisboa].

11- Vide resposta anterior.

Faço votos de muita saúde aos camaradas.

Abraços fraternos


José Santos [ex-1.º cabo aux enf, CCAÇ 3326, Mampatá  e Quinhamel, 1971/73]


1) Eu fui enfermeiro em Mampatá
2) Fui visto no HM 241, em Bissau
3) Sim
6) Não
7) Não
8) Sim, fui queimado estive lá, [no HM 241,] 45 dias,  internado
10) Fui evacuado de avioneta
11) Não

Fui muita vez ao Hospital levar doentes de Mampatá e colegas nossos, andei bastante de avião pois o furriel nunca ia, o capitão tinha mais confiança em mim, porque eu já lidava com medicamentos,  estava empregado numa farmácia, e ele não tinha confiança no furriel,  daí ser sempre eu que andava com os doentes.
Um alfa bravo
José Santos


Rui Santos [ex-alf il da 4.ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65]
Luís, Boa noite!!!

Tive três ataques de paludismo no território da Guiné, um em Bedanda (tratado pelo enfermeiro da unidade 4ª CC) e em Bolama tive dois, penso que porque bebi a autêntica água salobra das bolanhas, que tanta gente fala, mas eu bebi-a juntamente com os meus amigos/soldados pretos (tratadas pelo enfermeiro e por ordem do Dr. Guilherme Peixe, médico do CIM). Não desejo a ninguém que isso aconteça pois já cá no continente tive mais três vezes, é obra ...

Claro que minha mulher foi assistida ... pelo nascimento da minha filha no Hospital Principal de Bissau (Civil) pelo dr. Círio Andrade, mas como minha mulher teve um ataque de paludismo dias antes de acabar o tempo, eis que tomou,  por minha autorização e acordo do Dr. Círio, a velha camoquina (antipalúdico mas abortivo), e assim nasceu uma miúda em chão papel. que tem agora 48 anos e tr`^e filhos, bem haja dr.Círio.

Abraço
Rui G dos Santos

Mário Serra de Oliveira [, ex-1º cabo escriturário, BA 12,
Bissalanca, Bissau, 1967/68, a viver hoje nos EUA]
 Camarada Luis Graça!

Recordo com admiração um médico do exército - eu era da FAP -, o  Dr. Trigo. Forte de fisíco e forte de mentalidade. recordo que um dia dei sangue no Hospital militar e,  creio que foi ele, para recuperar mandou dar ums "biscoitos e um cálice de vinho do Porto tinto!"...  Fiquei como novo.

Mais tarde, creio que já na vida civil, se bem recordo, recebi-o como cliente no restaurante O Pelicano. Poderei até estar confundido mas creio que não. Boa pessoa e bom médico.

Abraço a todos.

PS - Seria verdade [, como eu já vi escrito no nosso blogue,] que alguns militares "bebiam cerveja, e comiam bananas em jejum!...para apanharem uma "hepatite" que dava direito a evacuação?


João Martins [, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69 ]
Caros camarigos:

Recordo que fui assistido por um médico quando estive cerca de uma semana em Gadamael Porto, porque, na sequência do meu exercício matinal de natação nas águas do rio, começaram-me a doer os ouvidos. A assistência foi rápida e consistiu na introdução nos ouvidos de um aparelho para extração da "porcaria" e colocação de um desinfetante. As melhoras foram imediatas.

Quando estive em Ingoré, em fins de 69 e com quase 24 meses de comissão, tive um forte ataque de paludismo em que já não via quase nada à minha frente, tendo mesmo dificuldade em deslocar-me. Recordo que, na altura, fui chamado à presença do comandante do batalhão que pretendia levar novamente os obuses para um lugar afastado do aquartalamento para fazer fogo para mais dentro do Senegal, é claro que o informei que não estava em condições de efectuar tal operação e que, face à distância e às condições, o tiro não tinha grande hipótese de ser certeiro embora eu utilizasse para o efeito um goniómetro. Fiquei sempre com a convicção, simples premonição, que se lá voltasse perderia a vida, porque o IN, prevendo que tal facto poderia ocorrer, teria armadilhado o local. Dessa vez não recordo qualquer assistência médica. Limitei-me a cobrir-me completamente por cobertores e a curar-me com o calor da cama.
Grande abraço

João Martins
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Nota do editor:

Postes anteriores da série:

27 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11770: Os nossos médicos (55): Sondagem (n=93): 35% dos respondentes dizem ter passado pelo HM 241 (Bissau), e 8% foi evacuado para o HMP (Lisboa)

(...) Mesmo assim, estes dados, respeitantes a 93 respondentes não deixam de ser curiosos, podendo revelar algumas tendências:

(i) Só uma minoria (17%) é que nunca esteve doente, ou pelo menos nunca terá recorrido ao médico ou ao enfermeiro;

(ii) Três em cada cinco foram vistos, uma ou mais vezes, pelo médico; e outros tantos pelo enfermeiro;

(iii) Havia um ou mais médicos em cada batalhão; já o mesmo não aconteciam a nível de companhia (segundo 37% dos respondentes);

(iv) 35% da rapaziada conheceu o HM 241 (Bissau); ou esteve lá internado, ou foi lá a uma consulta externa (de especialidade):

(v) Oito por cento do total dos respondentes foram evacuados para a metrópole, para o HMP (Hospital Militar Principal), em Lisboa...

Seria interessante que estas respostas, apesar do seu nº relativamente reduzido (n=93), pudessem ser objeto de comentários de respondentes e não-respondentes... Como sempre, as respostas são anónimas. E a sondagem realizou-se ao longo de 6 dias (de 22 a 27 de junho, tendo terminado às 13h).. Mais uma vez os nossos agradecimentos a que se dispôs a perder um minuto e fez questão de colaborar. Bem hajam, camaradas! (...)

27 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11769: Os nossos médicos (54): Respostas ao questionário: José Colaço (CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) , Fernando Costa (BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, mar73 / set74) , e Rogério Cardoso (CART 643 / BART 645, Bissorã, 1964/66)

26 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11764: Os nossos médicos (53): Homenagem ao pessoal da saúde do meu BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74 (Juvenal Amado)

24 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11756: Os nossos médicos (52): Com o pessoal do meu batalhão, partiram, em 24/4/70, no T/T Carvalho Araújo, très alf mil médicos: Vitor Veloso, José A. Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa (António Tavares, ex-fur mil, CCS/ BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)

19 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11731: Os nossos médicos (51): O BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) teve pelo menos 4 médicos e prestava assistência à população civil (Benjamim Durães)

18 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11724: Os nossos médicos (50): Os batalhões que passaram pelo setor de Farim tinham um número variável de médicos, de 1 a 4... Quanto ao HM 241, era só... o melhor da África Ocidental (Carlos Silva, 1969/71)

14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)

(...) Questões:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa