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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20246: Episódios da minha guerra (Manuel Viegas, ex-fur mil, CCAÇ 1587, Empada, Catió e Ilha do Como, 1966/68) - Parte I: O ataque ao destacamento avançado, "Rancho da Ponderosa", na tabanca de Ualada, subsetor de Empada


Guiné > Região de Quínara > Empada > CCAÇ 1587 (Cachil, Empada, Bolama e Bissau, 1966/68) > Ualada > Destacamento "Rancho da Ponderosa> O soldado Jorge Patrício, à porta do destacamento. A tabanca terá sido abandonada pela população e o destacamento desativado no segundo semestre de 1968 (, facto a confirmar), na sequência da retração e racionalização  do dispositivo no CTIG, no início do "consulado" de Spínola, altura (2º semestre de 1968/ 1º semestre de 1969) em que foram abandonadas outras posições como Ponta do Inglês, Gandembel,  Ganturé, Cacoca, Sangonhá, Beli, Madina do Boé, Cheche... (Em 2009, o José Patrício vivia em Viseu, já aposentado da função pública.)

O destacamento deve ter sido construído pela CCAÇ 1423 (RI 15, Tomar), que  ocupou o aquartelamento de Empada entre janeiro de 1966 e dezembro do mesmo ano, seguindo depois para o Cachil.  [Foi comandada pelo Capitão de Infantaria Artur Pita Alves, Capitão de Infantaria João Augusto dos Santos Dias de Carvalho, Capitão de Cavalaria Eurico António Sacavém da Fonseca, de novo Capitão de Infantaria João Augusto dos Santos Dias de Carvalho, e de novo Capitão de Infantaria Artur Pita Alves. Ostentou como Divisa “Firmes e Constantes”.]


(i)  a CCAÇ 616 (RI 1, Amadora), ocupou o aquartelamento entre abril de 1964 e janeiro de 1966, quando acabou a comissão. [Foi comandada pelo nosso grã-tabanqueiro , de Ferrel, Peniche,   alf mil Joaquim da Silva Jorge,  pelo cap mil inf  Francisco do Vale,  cap inf  José Pedro Mendes Franco do Carmo, de novo pelo alf mil inf Alferes Miliciano  Joaquim da Silva Jorge e cap cav Germano Miquelina Cardoso Simões; ostentou como Divisa “Super Omnia”]M

(ii) segui-se a Companhia de Milícias n.º 6, do recrutamento local, quem ocupou o aquartelamento entre Janeiro de 1965 e Dezembro de 1971, até à extinção da força.

Por informação posterior, do nosso amigo e camarada Joaquim Jorge, ficamos a saber que "quem "fundou e construiu a 'Ponderosa' foi a CCAÇ 616 da qual eu era comandante em 17 de Março de 1965."
Fonte: Cortesia do CM - Correio da Manhã, edição de 4/10/2009. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bolama > Nova Sintra > 1972 > Entrada do quartel dos Duros de Nova Sintra, a CART 2711, 1970/72... É possível que este pórtico, "!Rancho dos Duros", tenha sido inspirado pelos vizinhos,  mais antigos, do "Rancho da Ponderosa", destacamento de Ualada, subsetor de Empada,  ao tempo da CCAÇ 1587 (1966/68).

Foto (e legenda): © Herlander Simões (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagen complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


[Foto à esquerda: Manuel Rosa Viegas, ex-Furriel da Companhia de Caçadores, nº 1587, Empada , Catió e ilha do Como, entre 1966 e 1968; vive em Faro; é o mais recente membro da Tabanca Grande, nº 798 (*)]


Episódios da minha guerra (Manuel Viegas, ex-fur mil, CCAÇ 1587, Empada, Catió e Ilha do Como, 1966/68) - Parte I:  O ataque ao destacamento avançado, "Rancho da Ponderosa", na tabanca de Ualada, subsetor de Empada.


É com profunda nostalgia e tristeza que irei narrar algumas das operações em que colaborei e ataques e flagelações que sofri.

O episódio que irei transcrever em 1º lugar, não é o que mais me marcou psicologicamente, mas sim fisicamente.

Estava colocado em Empada e calhou a primeira vez, juntamente com o meu pelotão , que estava no destacamento avançado,  a cerca de cinco quilómetros de Empada, de nome "Rancho da Ponderosa" (**).

Tinha como finalidade fazer a segurança a uma pequena tabanca [, Ualada, a sudoeste de Empada,]   e ao mesmo tempo servia para resguardar a retaguarda da companhia de Empada.

O Rancho tinha uma circunferência de duzentos metros aproximadamente , e era ladeado de abrigos . Ao aproximar-se o sol posto e após os soldados terem jantado , aproximei-me deles e disse-lhes para iram para os abrigos , mas alguns deles não gostaram muito e um deles ainda disse “ o furriel Viegas é sempre o mesmo” , e três ou quatro por represália foram para a capelinha que lá tínhamos.

Acabei por me dirigir a eles diplomaticamente e fazer-lhes ver que estava na hora do inimigo atacar, a muito custo abandonaram a capelinha , tendo ficado para trás o Manuel dos Santos , que por coincidência era dos que com quem eu me dava melhor . A capelinha ficava junto ao abrigo do morteiro 81, passados alguns minutos dos soldados se retirarem para os abrigos , quase simultaneamente, atacaram-nos de norte para sul com canhões sem recuo , talvez tenha sido a primeira vez que utilizaram os mesmos.

Entretanto eu saltei para o buraco do morteiro , e o Manuel dos Santos rastejou até ás granadas que estavam próximas do morteiro , mas tanto ele como eu não tínhamos experiência de mandar as morteiradas , foi a nossa sorte, a falta de experiência , estas caíram próximas dos nossos abrigos onde eles estavam a alvejar o aquartelamento. Além das granadas que lhes caíram em cima, os dos abrigos responderam com todo o material que tinham.

O ataque não demorou muito, cerca de vinte minutos,  eles foram bastante flagelado, deixando algum material abandonado na sua retirada .

Uma das granadas caiu no aquartelamento , em cima da mesa do refeitório onde tínhamos acabado de jantar, os pratos, os púcaros e os tachos ficaram todos furados.

Eles estavam preparados para dar um golpe de mão, e matar-nos a todos, só que as coisas correram mal para eles, para nosso bem. Só com um senão da nossa parte que fica para toda a vida,  o Manuel dos Santos ficou surdo oito dias e eu fiquei surdo de um ouvido, e tanto ele como eu ficámos com um zumbido para toda a vida.

PS. - Supomos que eles tinham tudo planeado para dizimar o Rancho do Ualada ("Ponderosa") , porque nessa mesma noite eles anunciaram na rádio que tinham feito uma limpeza total e só se safou um cão.

Aproveito para dizer que a minha companhia até ao dia do embarque trouxe três flâmulas de ouro, salvo erro quem trouxe mais do que nós foram os paraquedistas  [, do BCP 12,] com cinco.

Manuel Rosa Viegas,
ex-fur mil, CCAÇ 1587 (1966/68)



Guiné > Região de Quínara > Carta de Empada (1961) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Empada e, a sudeste, Ualala.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)
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Vd. postes de 


(...) Houve uma Companhia que em memória da célebre série da TV, "Bonanza",  fez um pórtico com o nome "Rancho da Ponderosa" e este vingou, ficando a ser conhecida por todo o branco como Ponderosa. 

(...) Em 1969 a Tabanca [, de Ualada, a sudoeste de Empada) ] estava deserta. Tinha sido abandonada e a população recolhida em Empada. Como tinha um bolanha muito produtiva, a população ia todos os dias para lá trabalhar nos campos de arroz e a minha Companhia fazia deslocar 2 Secções para o local, no sentido de proteger a população. Algumas das fotos que te envieiforam tiradas lá (, uma em cima de um bagabaga, pro exemplo). Vou ver se consigo um foto que já vi,  com o pórtico do Rancho da Ponderosa. (...)

9 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10643: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte V): O subsetor de Empada

(...) Ualada era uma tabanca junto à bolanha do mesmo nome, e junto à qual existiu um destacamento defendido por 2 grupos de combate. Tendo o destacamento sido abandonado e destru[ido pelas nossas tropas, a população de Ualada refugiou-se em Empada. (...)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14595: A bianda nossa de cada dia (4): Os nossos "chefs gourmet", lá no mato.. A fome aguçava o engenho... (Jorge Rosales / Manuel Serôdio / Vasco Pires)


Jorge Rosales,  alf mil da 1ª CCaç Indígena, Porto Gole, 1964/66, e  atual "régulo" da Tabanca da Linha



 Manuel Serôdio . camarada da diáspora lusitana, vive em Rennes, Bretanha, França; ex-fur mil CCAÇ 1787 / BCAÇ 1932, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68



Vasco Pires, o primeiro à esquerda, de óculos escuros, no final da comissão, em Ingoré, região do Cacheu,  1972; ex-allf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72; bairradino até à medula, é outro camarada da diáspora lusitana: vive no Brasil esde 1972



1. Mensagens de 5 do corrente  de  três queridos camaradas nossos, a propósito do tema "A bianda nossa de cada dia":



(i) Manuel Seròdio

A guerra não se fazia sem eles, e quando se regressava à "base" a seguir a uns dias de mato e às famosas rações de combate, comer um "pitéu" cozinhado nessas cozinhas de 5 estrelas era uma satisfação para as barrigas esfomeadas.

(ii) Vasco Pires

Pois ém  Luis, Esse negócio da bianda era um caso sério. Exceto alguns poucos meses de "férias" em Ingoré, passei a maior parte da comissão em Gadamael. O abastecimento era por via marítima, de dois em dois meses,  se não me falha a memória, aí quando a Lancha (LDM/LDP) não vinha, aí a memória também "patina", as coisas ficavam difíceis, apesar da improvisação do pessoal do rancho..

Em Gadamael, existiam pescadores e caçadores, contudo em quantidades insuficientes para abastecer a tropa.

Desde, logo após a minha chegada, eu e os Furrieis, fomos viver na Tabanca. Numa dessas crises, o Furriel Oliveira, cozinheiro e "gourmet, avant la lettre", montou, junto com o meu ordenança, Cabo Apontador da guarnição local, um sofisticado esquema logístico, para interceptar durante a madrugada, pescadores e caçadores, com o fim de adquirir as preciosas proteínas animais, Ter guarnição local tinha algumas vantagens.

Para manter os "canhões troando ",os operadores precisavam de proteína.

Forte abraço
Vasco Pires
Ex-soldado de Artilharia

(iii) Jorge Rosales


Luís:

Em Porto Gole, 30 homens, o problema da "bianda" estava entregue ao Furriel Victor Gregório da "556". A comida e o pão, era ele,que orientava tudo, em como bom caçador, tudo corria bem...

Na minha memória,recordo-me que uma vez o barco não entregou farinha e fermento, e aí é que foi um problema, porque faltava o casqueiro!!!

Fomos buscar ao Geba, pequenas pedras, que serviram para acompanhar o molho.

Este grupo, tinha o Alface, sargento do quadro, que com o seu "saber", safava sempre nos dias mais dificeis, Aí aprendi, ou refinei, o espirito de equipe, que resolve tudo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13989: A minha máquina fotográfica (2): (i) a minha velhina Yashica Yashinon 1: 2.8 f= 4.5cm, comprada no T/T Uíge: e (ii) os calotes dos trabalhos fotográficos em Empada (Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 / BCAÇ 1932, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68)




A velhinha Yashica Yashinon 1: 2.8 f= 4.5cm, do Manuel Serôdio


Fotos: © Manuel Serôdio (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem, de hoje, do Manuel Serôdio [. camarada que vive em Rennes, Bretanha, França: ex-fur mil CCAÇ 1787 / BCAÇ 1932, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68]  [foto à direita]




Amigo e camarada, aqui vai umas fotos da minha velhinha YASHICA, que ainda hoje guardo como uma relíquia, comprada a um tripulante do Uíge em Outubro de 1967 durante a viagem de ida para a Guiné. Minha companheira de tantas patrulhas, emboscadas, operações, e de lazer, quase todas reveladas num "laboratório improvisado" pelo amigo Sargento Santos,  do quarto pelotão.

Fui o "ajudante" do Santos em tirar fotos seja a militares ou civis. Como a máquina do Santos era de qualidade superior à minha, quando eu saía para o mato, levava-a tal como um "jornalista de guerra". Ainda hoje guardo dezenas de fotos reveladas nesse "laboratório de mato". 

Por vezes acontecia que o trabalho do "fotógrafo" não era recompensado, como a provar esta história passada em Empada. Um africano, Beafada, milícia meu conhecido, pediu certo dia para eu fazer um álbum com uma série de fotos que eu faria durante uma batucada familiar. Com a aprovação do "mestre" Santos, o trabalho foi feito, as fotografias coladas num ábum comprado em Bissau, e entregue ao milícia, que se prontificou a pagar dias mais tarde, quando recebesse a "solde" [o pré], 

Os tempos passaram, o pagamento nunca foi feito, eu fiquei sem o dinheiro da película, o Santos sem o dinheiro das revelações, e o milícia ganhou um álbum de fotografias. 

Havia uma folha dividida em duas categorias, de um lado os CERTOS, e do outro os CALOTEIROS. Ai ai ai, a segunda lista era muito completa, mas enfim......tempos difíceis num país cheio de más intenções.

Um abraço amigo a todos os antigos combatentes.

sábado, 9 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11220: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/69) (Parte IX): Subsetor de Empada: atividade operacional de Out 68 a jan 69

1. Continuação da série do Manuel Serôdio (, camarada que vive em Rennes, Bretanha, França), sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)... 

Material enviado em 26 de fevereiro último.

Recorde-se que a CCAÇ 1787/BCAÇ 1932 foi mobilizada pelo RI 15, partiu para o TO da Guiné em 18/10/1967 e regressou a 21/8/1969. Passou sucessivamente por Bula, Bissau, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel. Comandante: Cap Inf Marcelo Heitor Moreira. O BCAÇ 1932 esteve sediado em Bissau, Farim e Bigene (Comandante: ten cor inf Narsélio Fernandes Matias)

 
Outubro de 1968
(Continuação)...


Patrulhamento a Tarna
Situação:

A área de Tarna Canchuma Manjaco é controlada pela nossas tropas e,   embora não haja ali culturas, as produções frutículas são colhidas  pela população de Empada, devidamente escoltada.

Missão:

Patrulhar a área de Tarna Canchumba Manjaco, aniquilando os grupos  inimigos que se revelassem. 

Forças executantes:
2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6 

Sem contato

Patrulhamento a Madina de Cima Beafada 

Situção:

A área de Madina e Beja, é por vezes frequentada por grupos inimigos,  que ali vão colher frutos, embora seja mais ou menos controlada pelas  nossas tropas, dada as frequentes operações que para aquela zona se  efetuam.

Missão:

Patrulhar a área referida, montando uma rede de emboscadas, por forma  a aniquilar os grupos inimigos que se revelassem.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n 6

Sem contato


Guiné > Região de Quínara > Empada > 1968 > Em primeiro plano, o furriel Serôdio, mais o Dayves [, presumivelmente da Companhia de Milícia nº 6]

Foto: © Manuel Serôdio (2013). Todos os direitos reservados.


Novembro de 1968

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista  de aterragem.
Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.
Montar segurança aos trabalhadores da bolanha.
Patrulhamentos conjugados com emboscadas (8)

Patrulhamento a Cantora 

Situação:
A área de Cantora é frequentada por grupos inimigos, que patrulham a  área vindos das bases da península da Pobreza. Têm sido ali  estabelecidos alguns contatos mais ou menos rendosos para as nossas  tropas, que ali infligiram perdas em pessoal ao inimigo, e capturado  algum material.

Missão:

Patrulhar a área referida, montando uma rede de emboscadas, por forma  a aniquilar os grupos inimigos que se revelassem.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Não houve contato

Alterações ao dispositivo 

O segundo grupo de combate seguiu para Bedanda, onde ficou a depender  daquele Comando por tempo indeterminado.

Dezembro 1968

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista  de aterragem.

Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.

Patrulhamentos diários conjugados com emboscadas.

Janeiro 1969 

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista de aterragem.

Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.
Patrulhamentos diários conjugados com emboscadas.

Outros Patrulhamentos


A noz de cola, fruto muito apreciado pelos guineenses... incluindo os guerrilheiros e a população controlada pelo do PAIGC no tempo da guerra colonial no subetor de Empada. Excerto de entrada na Wikipedia: (...) 

"Possuindo um gosto amargo e grande quantidade de cafeína, a noz-de-cola é usada por muitas culturas do oeste africano, tanto individualmente quanto em grupo. Muitas vezes é usada cerimonialmente ou dada para convidados.

A noz era utilizada originalmente para produzir refrigerantes de cola, mas foi substituída por aromatizantes artificiais visando a diminuir custos na produção em massa. (...)

As sementes têm ação estimulante, regularizadora da circulação. Atuam como um tônico revigorante, excitante do sistema nervoso e muscular. É também antidiarréica e usada nos casos de anemia, convalescença de doenças graves, problemas estomacais e certas enxaquecas, e sobretudo nas perturbações funcionais do coração. As sementes contêm teobromina e cafeína, usadas por muitas pessoas como sucedâneo do cacau e do café.

A noz-de-cola cresce espontaneamente na África Ocidental e Central em climas quentes e úmidos. O uso de suas amêndoas difundiu-se na região norte da América Latina por intermédio dos escravos negros que mascavam colas para suportar trabalhos penosos. Depois foi levada a outros países com finalidades agroindustriais".(...)


Patrulhamento a Caur de Cima, Beja e Bijante  [vd. carta de Catió]

Situação: 

A área de Beja, Bijante e Caur de Cima, é por vezes frequentada por  grupos inimigos, que ali vão colher frutos, (sobretudo na altura da  cola), embora seja mais ou menos controlada pelas nossas tropas, dados  os frequentes patrulhamentos que ali têm sido realizados, com a  finalidade de verificar se elementos inimigos têm utilizado o rio  Jassonca como variante da linha de reabastecimento do setor de 
Quinara. Admite-se que os grupos inimigos que esporadicamente ali se  deslocam, sejam constituidos por elementos da população, protegidos  por grupos armados, pois a quase totalidade dos povos das tabancas  referidas, refugiou-se no mato, provavelmente nas áreas de Aidará,  Najo e Ganduá, inteiramente controlada pelo inimigo.

Missão:

De acordo com a diretiva n° 1 do COP 4, para cuja dependência  operacional, a Unidade acaba de passar, compete-lhe executar ações de reconhecimento na região de Caur de Cima, com especial atenção às  nmargens do rios:  Caur,  Daja, Nengonga,  Candate, Bahodo.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato. Detetados vestígios recentíssimos de grupo inimigo  numeroso, (calculado em cerca de 100 elementos). Verificou-se que os  elementos inimigos tinham apanhado a fruta existente na área, bem como  a cola.

(Continua)
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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10945: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VIII): Subsetor de Empada: atividade operacional em agosto / setembro / outubro de 1968


Tomar > RI 15 A> 1967 >  Elementos do primeiro pelotão da Companhia 1787





Guiné > Região de > Empada > 1968  >  O Manuiel Serôdio, no regresso de uma operaçãio



1. Continuação da série do Manuel Serôdio (, camarada que vive em Rennes, Bretanha, França), sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)


Agosto de 1968 (continuação)

Operação "Nativo"

Situação:

A zona de Ponta Brandão e a estrada Empada-Gubia não é percorrida pelas nossas tropas desde Maio último. Dado o desaparecimento do destacamento de Gubia, é natural que o inimigo tente estender de novo a sua atividade às regiões antes controladas pelas nossas tropas, com o fim de retomar o controle da referida zona, que é bastante rica em terrenos cultiváveis.

Missão:

Patrulhar ofensivamente a área de Ponta Brandão e Binhal, montando uma rede de emboscadas neste local.

Forças executantes:  2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios.

Operação "Negrola"

Situação:

A região de Saucunda e Batambali Balanta costumava ser com muita frequência percorrida e patrulhada por grupos inimigos vindos de Aidará. Apesar dos revezes que o inimigo tem sofrido ultimamente frente às nossas tropas nesta região, é natural que continue a utilizar esta zona, como zona de passagem, e área de patrulhamento.

Missão:

Bater a área referida e montar nela uma rede de emboscadas, de modo a aprisionar ou aniquilar qualquer elemento inimigo que se revelasse durante a operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Ouvidos vários tiros de espingarda e pistola metralhadora no acampamento inimigo de Aidará, deparou-se um grupo inimigo de de 8 elemetos a cerca de 2000 metros. Não foi feito fogo por estarem fora do alcance das nossas armas.


Setembro de 1968

Atividades operacionais: (i) Patrulhamentos e picagem diários às estradas para o cais e Ualada, e à pista de aterragem; (ii) Montada a proteção aos barcos e aviões que demandaram Empada; (iii) Montada segurança aos trabalhadores da bolanha; (iv) Patrulhamentos conjugados com emboscadas (9)

Operação "Naperon"

Situação:

A região de Caur de Cima, Beja e Manpatá não é muito atingida pela atividade inimiga. Para isso contribui grande número de vezes, que as nossas tropas têm atingido ultimamente a citada zona, a última das quais em 12 de Agosto passado, durante a operação "Quarentão". Contudo, é natural que o inimigo tente por vezes patrulhar e percorrer esta mesma região, tanto mais que a zona mais a sul, ( cruzamento de Batambali) é caraterizada por uma forte atividade inimiga.

Missão:

Bater a área jà referida, e montar uma rede de emboscadas, de modo a aniquilar ou aprisionar qualquer elemento inimigo que se revelasse, quer durante a batida, quer durante as emboscadas.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios recentes

Operação "Nórdica"

Situação:

Estão desde hà muito, referenciados acampamentos inimigos em Aidará Balanta e Aidará Beafada. O inimigo realiza, embora últimamente com pouca frequência devido à constante ação das nossas tropas, patrulhamentos para Faracunda Balanta, Faracunda Beafada e Missirã Beafada. Os elementos civis da zona controlada pelo inimigo, cultivam atualmente o arroz na bolanha de Aidará.

Missão:

(i) Patrulhar ofensivamente a área de Faracunda Beafada e Faracunda Balanta, e montar uma rede de emboscadas; (ii) Aprisionar ou aniquilar os elementos inimigos que se revelassem durante a operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato.

Operação "Negociata"

Situação:

O cruzamento de Batambali é um ponto importante, dele irradiando as estradas para Buba, Catió e Empada. As nossas tropas, se bem que tivessem atingido as zonas próximas por duas vezes, em 19 de Julho e 28 de Agosto, desde 20 de Junho que não patrulham a área propriamente dita do cruzamento.

Esta mesma zona é frequentada por grupos inimigos, que vindos de Aidará, se dirigem a Gambine-Antuane, e vice-versa.

Missão:

Patrulhar ofensivamente toda a área da estrada Empada-Buba, até ao cruzamento de Batambali, e montar neste último local uma rede de emboscadas, aprisionar ou aniquilar os elementos inimigos que se revelassem durante a operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

O inimigo não se revelou.

Operação "Noventa"

Situação:

A região do subsetor denominada península da Pobreza, é totalmente controlada pelo inimigo. Foram jà referenciados vários acampamentos inimigos em toda a península. A área da mata de Cantora e o cruzamento das estradas de Pobreza e Caur de Baixo Balanta,, é constantemente percorrida por grupos inimigos vindos de Satecuta e Ianguê, se dirigem ao entroncamento das estradas de Gubia-Darsalame com a da Pobreza.

Missão:

Patrulhar ofensivamente toda a área da mata, e o cruzamento das estradas da Pobreza e Caur de Baixo Balanta, e montar uma rede de emboscadas, aniquilando ou aprisionado qualquer elemento inimigo que se revelasse no decorrer da operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Foi montada uma armadilha no itenerário que vem de Satecuta, no qual é muito provável a aproximação do inimigo.


Outubro de 1968

Actividades operacionais: (i) Patrulhamentos e picagem diários às estradas para o cais e Ualada, e à pista de aterragem; (ii) Montada segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada; (iii) Montada segurança aos trabalhadores da bolanha; (iv) Patrulhamentos conjugados com emboscadas (5).

Patrulhamento com emboscadas a Caur de Baixo Balanta

Situação:

A região de Caur de Baixo Balanta é percorrida com alguma frequência por grupos inimigos vindos dos lados de Ianguê, Satecuta e Cachobar. Últimamente o inimigo não a percorre com a frequência habitual devido à contínua ação de patrulhamento efetuados pelas nossas tropas, no entanto existem na área trilhos de utilização mais ou menos recentes.

Missão:

(i) Patrulhar ofensivamente a área de Caur de Baixo Balanta, e montar uma rede de emboscadas.; (ii) Aniquilar ou aprisionar os elementos inimigos que se revelassem durante a operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato

Patrulhamento a Ponta Brandão


Situação:

A área compreendida entre Empada e Gubia, era controlada pelas nossas tropas. Com a evacuação daquele destacamento, é natual que o inimigo procure estender a sua ação para nascente, no sentido de Empada a partir de Cubisseco.

Missão:

Patrulhar a área anteriormente referida até Ponta Brandão, conjugando o patrulhamento com a montagem de emboscadas, por forma a aniquilar os elementos inimigos que se revelassem.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato

(Continua)
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Nota do editor;

Último poste da série > 24 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10858: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VII): Subsetor de Empada: atividade operacional em julho e agosto de 1968

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10858: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VII): Subsetor de Empada: atividade operacional em julho e agosto de 1968




Guiné > Região de > Empada > julho de 1968 >  Material apreendido ao IN no decurso da op Quidação.

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.


1. Continuação da série do Manuel Serôdio (, camarada que vive em Rennes, Bretanha, França), sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)

Julho de 1968

Operação Quidação

Situação:

A região definida pelo entroncamento das estradas de Buba-Catió, Empada, rio Arijô, Saucunda, e Batambali Balanta, são percorridos por grupos inimigos. Em tempos, haviam sido referenciados acampamentos inimigos em Saucunda Balanta, destruidos pelas nossas tropas, e em Bissete, próximo da bolanha, destruido pelos parauedistas.

O inimigo encontra-se organizado em força, na região de Aidará e Cã, tendo já por diversas vezes flagelado com morteiros de 82, e metralhadoras pesadas, as nossas tropas que atuavam na zona.

É provável que o inimigo ali possua um acampamento secundário, funcionando como posto avançado, em relação à área de que detém o controle, praticamente desde o início do terrorismo.

Missão:

Bater a área anteriormente referida, destruindo os acampamentos que fossem detetados, e aniquilar ou aprisionar os elementos inimigos que se revelassem.

Forças executantes: (i) 4 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

As nossas tropas sairam de Empada cerca das 21 horas, prosseguindo até Batambali Balanta. Neste local, as forças irradiaram para os locais onde se tinha préviamente estabelecido a montagem das três emboscadas. O dispositivo estava montado pelas 5,30 horas. À medida que o dia clareava, começam-se a ouvir bastante perto, tiros isolados, parecendo provenientes de elementos inimigos a caçar. Cerca das 6,30 horas, um grupo inimigo passou conversando a cerca de 500 metros de uma das emboscadas. Às 6,40 horas um grupo inimigo de cerca de 15 elementos que seguia pela estrada de Catió, provavelmente o anterior referido, caíu na emboscada das nossas tropas, na área de Saucunda Beafada.

O inimigo caminhava com três elementos à frente, e os restantes em fila indiana. As nossas tropas deixaram-nos entrar na zona de morte e iniciaram a emboscada com fogo de bazooka, que imediatamente pôs fora de combate dois elementos inimigos. As nossas tropas desencadearam fogo rápido e brutal, que só não foi mais eficaz  por os elementos inimigos terem a mata cerrada, onde se refugiaram a dois passos. Efetuado o assalto, capturou-se o seguinte material.

1 Pistola Metralhadora Sudayev
141 Cartuchos para Pistola Metralhadora 7,62
4 Carregadores para Pistola Metralhadora
1 Almotolia para Óleo
1 Porta Carregadores de Pistola Metralhadora
Vários objetos de uso pessoal

O inimigo sofreu 3 mortos, 1 ferido grave, 1 ferido ligeiro

As nossas tropas não sofreram baixas

Para além das baixas inflingidas ao inimigo, o facto de pela primaira vez, a Companhia de Empada ter capturado uma arma na área de Aidará, o que ainda não tinha acontecido desde o início do terrorismo, causou extraordinário regozijo entre os elementos da Companhia de Milícias e da população, e contribuiu para elevar o moral das nossas tropas.
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Cartão de Boas Festas do tempo de Guiné... O Mamuel Serôdio mandou-nos também as boas festas de França, onde vive desde 1972


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Operação Queiroz

Situação:

A região de Caur de Baixo Balanta é frequentemente percorrida e patrulhada por grupos inimigos mais ou menos numerosos, que também com muita frequência cambam a bolanha de Cancumba, e vêm flagelar Empada e Ualada, ou arruinar as culturas da população de Empada. Há muito estão referenciados acampamentos inimigos em Iangqê, e de um modo geral, o inimigo possui vários acampamentos secundários, mais ou menos dispersos em toda a península da Pobreza. Esta península, por assim dizer, é controlada pelo inimigo desde o início do terrorismo.

Missão:

Patrulhar ofensivamente a área de Cancumba Beafada e Caur de Baixo Balanta, montando neste último local, uma rede de emboscadas.

Forças executantes: (i) 3 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato. Detetados vários vestígios de passagem do inimigo

Durante este período, regressou à Unidade o grupo de combate da Companhia 1791, que se encontrava a reforçar o sub-setor de Empada.

Agosto de 1968

Atividade operacional. (i) Patrulhamentos e picagem diários às estradas para o Cais e Ualada, e à pista de aterragem; (ii) Segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada; conjugados com emboscadas (4) (iii) Segurança aos trabalhos agrícolas

Operação Naipe

Situação:

A península de S. Miguel Balanta, hà muito tempo que não é patrulhada pelas nossas tropas. Nela, parecem existir algumas cambanças de canos, que os grupos inimigos vindos de Cã e Aidará, utilizam, embora não muito frequentemente.

Antes da evacuação de Ualada, o inimigo desta zona costumava flagelar o destacamento.

Missão:

Bater a área anteriormente mencionada, montar uma rede de emboscadas, aprisionando ou aniquilando os elementos inimigos que se revelassem às nossas tropas, quer durante a batida ,quer durante as emboscadas.

Forças executantes: (i) 2 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios.

Operação Quarentão

Situação:

A região de Caur de Cima, Beja e Bijante, embora não seja direta e frequentemente atingida pela atividade inimiga, desde Março último que não é patrulhada pelas nossas tropas. O inimigo desenvolve intensa atividade, patrulhando constantemente a região (um pouco mais ao sul) do cruzamento da estrada Empada-Buba, com a estrada de Caur de Cima.

Missão:

Bater a área acima referida, montar uma rede de emboscadas, aprisionar ou aniquilar os elementos inimigos que se revelassem às nossas tropas, quer durante a batida quer durante as emboscadas

Forças executantes; (i) 2 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10758: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VI): Subsetor de Empada: atividade operacional em junho e julho de 1968

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10758: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VI): Subsetor de Empada: atividade operacional em junho e julho de 1968


Guiné > Região de  > Empada > 1968 > Em primeiro plano, o  furriel Serôdio, o soldado Ferreira [, apontador de dilagrana,] e o 1º cabo Tavares

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.

1. Continuação da série do Manuel Serôdio, sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)


Junho de 1968

-Picagem e patrulhamentos diários às estradas para o cais, Ualada e pista de aterragem

-Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada

-Durante o período iniciaram-se os trabalhos agrícolas na bolanha de Ualada; a  Unidade passou a empenhar diariamente 2 grupos de combate na segurança aos trabalhos, (excepto nos dias de operações).

Operação "Ninguém"

Situação:

-Pretende-se alargar a zona de ação de Empada, criando um novo destacamento em Gubia [, vd. mapa de Catió]. Torna-se necessário proceder-se à ligação por terra, entre o destacamento referido e a sede, prevendo-se que o itinerário possa ser utilizado por viaturas.

Missão:

-Abrir o itinerário Empada-Gubia, tornando-o capaz de permitir a passagem de viaturas.

Forças executantes:

4 grupos de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia 1797
4 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Resumo:

-Os trabalhos prosseguiam em ritmo acelarado durante os meses de Abril, Maio e Junho, iniciando-se umas vezes em Ponta Brandão, (local escolhido como ponto intermédio e determinante das partes do itinerário), no sentido de Empada, outras em pontos escolhidos do itinerário, por forma a agir, tanto quanto possível de surpresa; simultaneamente iniciavam-se os trabalhos do lado de Gubia, correndo estes em bom ritmo.

-A segurança aos trabalhos articulou-se segundo os seguinte dispositivo:

2 grupos de combate emboscados nas linhas de infiltração prováveis
1 grupo de combate em patrulhamento afastado
1 grupo de combate montando a segurança próxima aos trabalhadores

-O inimigo apenas tentou interferir uma vez, em 20 de Maio, tendo 1 grupo de 15 a 20 elementos, estabelecido contato com o grupo de combate em patrulhamento, do que resultou 1 ferido ligeiro às nossas tropas; o inimigo sofreu 2 feridos confirmados e mais baixas prováveis.


Operação "Nabiça"

Situação:

-O cruzamento de Batambali, é um ponto importante, dele irradiando estradas para Buba, Catió, e Empada. A área não é há muito patrulhada pelas nossas tropas, e é natural que seja utilizado por grupos inimigos que se possam dirigir das zonas de Gambine-Antuane para Aidará [vd. mapa de Bedanda], ou vice-versa.

Missão:

-Patrulhar a área e montar uma rede de emboscadas no cruzamento e trilhos próximos.

Forças executantes:

1 grupo de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia 1791
2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

-Sem contato. Detetados vestígios inimigos.


Operação "Núncio"


Situação:

- A Companhia possui um destacamento em Gubia, que se torna necessário evacuar, recolhendo o pessoal e material a Empada, com excepção dos materiais de construção, que deverão seguir para Nova Sintra.

Missão:

-Evacuar o destacamento no menor espaço de tempo possível, e proceder à destruição das instalações.

Forças executantes:

1 grupo de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

Resumo:

-Em consequência da boa vontade e grande energia com que todo o pessoal se entregou ao trabalho, foi possível evacuar o destacamento no mais curto espaço possível, conseguindo-se deste modo contar com o fator surpresa, e passarem despercebidos ao inimigo, os movimentos efetuados.

-Em virtude das evacuações dos destacamentos de Gubia e Ualada, as forças empenhadas na sua defesa recolheram à sede, ficando deste modo a Unidade, a contar com todo o seu efetivo em Empada.


Julho

-Picagem e patrulhamentos diários às estradas para o cais, Ualada e pista de aterragem.

-Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada.

-Empenhados diariamente 2 grupos de combate na segurança aos trabalhos agrícolas.





Guiné  > Região de Quínara > Mapa de Catió (1961)  > Escala de 1/50 mil > Península de Pobreza > Posição relativa de Gubia, Darsalame e o Rio Pobreza.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné



Operação "Ninharia"

Situação:

-A mata de Cantora, na península da Pobreza, é frequentada por grupos inimigos que ali passam em patrulhamentos, que chegam a atingir o cruzamento das estradas para Darsalame, e para a península referida.

Missão:

-Montar uma rede de emboscadas na mata de Cantora, aniquilando os grupos inimigos que se revelassem.

Forças executantes:

1 grupo de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia 1791
2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Resumo:

-As nossas tropas sairam de Empada pela 3 horas a corta mato, tendo atingido o local escolhido para as emboscadas pelas 5 horas. Às 5,30 horas, estavam montadas as duas emboscadas.

-Cerca das 7,40 horas, 1 grupo inimigo entre cerca de 15 a 20 elementos surgiu na zona de morte, caminhando despreocupados e confiantes. Foi aberto fogo pela metraahadora, e imediatamente se desencadeou por parte das nossas tropas, fogo vivo, rápido e brutal, durante cerca de 10 minutos. Apanhado de surpresa, o inimigo internou-se na mata, reagindo debilmente.

-Efetuado o assalto e batido o local, verificou-se o segunte resultado:

-O inimigo sofreu 2 mortos, e dois feridos graves confirmados, e a avaliar pelos longos rastos de sangue, outros feridos ligeiros.

-As nossas tropas não sofreram baixas.

Material apreendido:

1 pistola metralhadora com 68 munições
6 granadas de lança-roquetes RPG2

Operação "Napoleão"

Situação:

-Tem-se notado que o inimigo vindo do lado de Aidará, realiza com muita frequência patrulhamentos para as zonas de Farancunda, Missirá e Empada.

Missão:

-Patrulhar ofensivamente a área de Empada e Farancunda Balanta, e montar neste último local uma rede de emboscadas.

Forças executantes:

1 grupo de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia 1791
2 grupos de combate da Companhia de Milícia n° 6

-Sem contato. As nossas tropas chegaram às vistas das casas da tabanca de Aidará, ouvindo-se claramente as mulheres a pilar, gritos de homens e crianças, e avistaram um grupo de pescadores para os lados de Cã.

Continua...
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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10643: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte V): O subsetor de Empada

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10643: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte V): O subsetor de Empada

1. Continuação do texto de Manuel Serôdio sobre a história da sua CCAÇ 1787:


Alguns dados sobre Empada, Gubia e Ualada

(i) Empada

- Empada é uma sede do posto administrativo do Cubisseco, tendo aproximadamente uma população de 3000 habitantes.

- Quase todas as etnias  da província estão representadas em Empada, embora a maioria sejam Beafadas. As outras etnias são os Manjacos, Fulas, Mandingas, Bijagós, Balantas e Mancanhos.

- A grande parte da população dedica-se à agricultura. As outras atividades são a caça e a pesca.

- Cultiva-se o arroz, a mancarra, o milho, o feijão, o fundo e pouco mais.

- Pesca-se a bicuda, a tainha, o barbo, a corvina, e muitas outras espécies.

- A caça é muito abundante na zona, principalmente na época das queimadas. As espécies mais vulgares são o porco de mato, a gazela, a cabra de mato e o sim-sim

- A povoação de Empada encontra-se toda dentro do arame farpado, com abrigos em toda a volta, que são defendidos em conjunto por civis e militares.

- Quase todas as famílias têm o seu abrigo junto à tabanca, onde se recolhem durante os ataques.

(ii) Ualada

- Ualada era uma tabanca junto à bolanha do mesmo nome, e junto à qual existiu um destacamento defendido por 2 grupos de combate. Tendo o destacamento sido abandonado e destruido pelas nossas tropas, a população de Ualada, refugiou-se em Empada.

(iii) Gubia

- O destacamento de Gubia, foi construído com a finalidade de atrair para o nosso lado a população daquela zona inteiramente controlada pelo inimigo. Era totalmente constituído por casernas abrigo, defendido por 3 grupos de combate.

Por ter sido decidido não haver vantagem, foi o destacamento de Gubia destruido e evacuado pelas nossas tropas. Durante a permanência das nossas tropas na zona de Gubia, foram recuperados vários elementos da raça Mancanha, que posteriormente foram viver para Empada.


Atividade desenvolvida pela unidade no subsetor de Empada

1968
Janeiro


- Picagem e patrulhamentos diários às estradas para o cais, Ualada e à pista de aterragem.

- Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada.

Fevereiro


- Picagem e patrulhamento diários às estradas para o cais, Ualada e à pista de aterragem.

- Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada.

- Patrulha ofensiva contra um grupo inimigo detetado pela população civil que se encontrava a trabalhar na bolanha. A força que saiu, estabeleceu contato com o inimigo, que vinha armado com pistolas metrelhadoras e lança-roquetes. Imediatamente outra força saiu do quartel, além de muitos elementos da população que correu para o local de contato, sem no entanto terem chegado a atuar, pois o inimigo pôs-se em fuga.

Março

- Picagem e patrulhamento às estradas para o cais, Ualada e à pista de aterragem.

- Segurança aos aviões e barcos que demadaram Empada.

- Operação "Pedal"

Situação:

- O inimigo desloca-se com frequência à zona de Missirá-Buduco, com o fim de patrulhar a área e emboscar as nossas tropas.

Missão:

- Patrulhar a zona, verificar o estado da estrada até ao cruzamento de Buduco, verificar a localização habitual dos canhões sem recuo e morteiros de 82 do inimigo, possibilidades de armadilhamento, e o estado da mina anti-pessoal montada pelas nossas tropas em Cancumba Beafada.

Forças executantes

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato.


Operação "Tentativa"

Missão:

- Patrulhar a região entre Cancumba Beafada e o cruzamento de Caur, a corta mato, procurando encontrar vestígios da passagem do inimigo. Verificar no respetivo cruzamento, quais os pontos mais favoráveis, não só ao inimigo para montagem de emboscadas às nossas tropas que utilizem o itenerário Empada-Gubia, como também os pontos mais favoráveis às nossas tropas, por forma a montarem emboscadas a elementos inimigos que pretendam atuar no referido itenerário, a partir da penísula da Pobreza.

Deitar fôgo ao capim que se encontra altíssimo, de modo a dificultar o inimigo na montagem de emboscadas às nossas tropas.

Forças executantes:

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n°6

Sem contato

Operação "Liga"

Missão:

- Operação destinada a proceder à rendição de 1 grupo e combate da Companhia 1791 e de 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n°6

Forças executantes:

- Destacamento A: 1 grupo de combate da Companhia 1787

1 grupo de combate da Companhia 1791

1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

- Destacamento B: 1 grupo de combate da Companhia 1787

1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

- Destacamento C: 1 grupo de combate da Companhia 1787

- Destacamento D: 1 grupo de combate da Companhia 1787

A rendição processou-se sem incidentes


Operação "Querubim"

Situação:

- A tripulação do navio "Formosa" avistou um grupo não identificado superior a 50 elementos na área da península defendida por Buduco, Bricama, Gã-Chiquinho, Formoso Curto e Bisauzinho, a qual hà muito não é patrulhada pelas nossas tropas.

Missão:

- Patrulhar a área e reconhecer o terreno, com especial atenção para os prováveis locais de desembarque. Em caso de encontro com o inimigo, aniquilá-lo.

Forças executantes:

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia 1791

- 2 grupos de combate da Companhoa de Milícias n°6

Sem contato nem vetígios.

Emboscada realizada por forças do destacamento de Gubia em 27 de Março
Forças executantes:

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

Montada a emboscada pelas 3 horas da madrugada, cerca de 1 hora depois, revelou-se 1 grupo inimigo, com o efetivo entre 15 e 20 elementos, vindos da direção de Caunto, todos eles armados, trazendo 2 elementos mais destacados, que foram eliminados. O inimigo reagiu imediatamente, travando-se intenso tiroteio de cerca de dez minutos, após o que o inimigo retirou. Ao amanhecer foi efetuada uma batida pela nossas tropas. O inimigo sofreu 4 baixas confirmadas e mais baixas prováveis.

Foram capturadas

- 1 espingarda Mosinagant
- 20 granadas de canhão sem recuo
- 5 granadas de morteiro 82
- 5 granadas de lança granadas foguête
- 1 carregador de metrelhadora ligeira Degtariev
- 1 carregador de pistola metrelhadora Sudayev
- 1 carregador de espingarda Kalashnicov
- 1 bornal
- 100 cartuchos

Sem incidentes para as nossas tropas.

Durante uma patrulha efetuada na região de Pedingal-Lala (Gubia), foi detetada e destruida no local, uma mina anti-pessoal.

Abril


- Picagem e patrulhamento às estradas para o cais, Ualada e à pista de aterragem

- Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada.


Operação "Quaresma"

Operação destinada à rendição de 1 grupo de combate da Companhia 1787 e de 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6 no destacamento de Gubia.

Forças executantes:

- 4 grupos de combate da Companhia 1787

- 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem incidentes

Maio

Operação "Quimera"

Situação:

- a Companhia possui 1 destacamento em Gubia. Torna-se necessário render 1 grupo de combate da Companhia 1787, e 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6 naquele destacamento. Em 13 de Maio, 1 grupo inimigo não estimado, efetuou fôgo de reconhecimento na região do cruzamento Caur, e de seguida lançou 3 granadas de morteiro de 60 na direção de Empada.

Missão:

- bater a área do cruzamento Caur, e atuar ofensivamente sobre os elementos inimigos que se revelassem.

- montar emboscadas próximo do referido cruzamento, por força a criar insegurança ao inimigo.

- patrulhar o itenerário Empada-Gubia.

- proceder à rendição.

Forças executantes:

- 2 grupos de combate da Companhia 1787

- 4 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Nas proximidades da estrada que conduz à Pobreza, foi avistado ao longe 1 grupo inimigo de 8 a 10 elementos. Tentou-se a aproximação, mas fomos detetados. Foram lançadas 2 secções em sua perseguição durante cerca de 500 metros, mas suspenderam a mesma, por não haver possibilidades de sucesso. Feita uma batida de sul para norte, constatou-se que o grupo inimigo estivera emboscado no cruzamento de Caur. Processaram-se em seguida os movimentos necessários à rendição sem mais incidentes.
Operação "Queimadura"

Situação:

- a Companhia possui un destacamento em Ualada, que tem sido flagelado com uma certa frequência do lado de Aidará, embora por pouco tempo, e com armas ligeiras.

- a península de Faracunda, hà muito que não é patrulhada, e torna-se necessário verificar as cambanças possíveis da bolanha de Aidará.

Missão:

- patrulhar ofensivamente a área entre Empada e Faracunda Balanta, e montar neste último local, uma rede de emboscadas.

Forças executantes:

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia 1791

- 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > Guiné 63/74 - P10612: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte IV): As Nossas Tropas

sábado, 3 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10612: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte IV): As Nossas Tropas


1.  Texto do Manuel Serôdio, que vive em Rennes, Framça, enviado a 23 de outubro último:

Cher Luis, voici encore une page en continuation de la dernière. Je te demande, (si ça ne te gêne pas) de m'avertir chaque fois que tu reçois une nouvelle page, afin que je puisse envoyer une autre, sachant que c'est bien la continuation de la dernière. Merci. Cordialement  [  Caro Luis, aqui vai mais  uma página, em  continuação da última. . Peço-te (se nºao for muita maçada) para me avisares ssempre que receberes  o meu material, para que te possa envirar o seguinbte. Obrigado. saudações cordiais]


2. Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte IV): As Nossas Tropas (*)


Enquanto o inimigo evoluiu na sua organização e potencial de fogo, as nossas tropas continuaram na mesma, e o que é mais grave, as substituições de material, não se fazem ao ritmo que se impõe, apresentando-se o que agora existe, quando existe, em precárias condições de funcionamento. A mesma orgânica, cada vez mais fraca, não corresponde às necessidades existentes, e o armamento também não evoluiu como se impunha, não tendo hoje as nossas tropas com que contrabalançar o poder de fogo do inimigo. Basta ver o armamento de um bi-grupo inimigo, e compará-lo com o nosso, para imediatamente ressaltar a diferença.

Ao fim de 6 anos de luta, ainda não fomos capazes de dotar as nossas tropas com um lança-granadas tipo explosivo, como os que o inimigo dispõe, e em quantidade. Como é que as guarnições tipo Companhia ou Pelotão, resistem ao fogo dos canhões sem recuo, se estes ultrapassam o alcance do nosso morteiro médio?

Porque é que não se dota a Milícia com armamento eficaz? Só quem esteve em contacto com o inimigo, e lhes sentiu o potencial de fogo, pode apreciar as razões porque a maioria das Milícias se sentem complexadas.

Que dizer do material rádio, gasto e cansado, e que não é substituído?
Que dizer da falta de viaturas?
Que dizer da falta de explosivos?
Que dizer da falta de sobresselentes para tudo?
Que dizer da falta de equipamentos?
Que dizer da falta de artigos simples, como pás e picaretas?

Enfim, não nos alarguemos neste verdadeiro número de lamentações.

Da análise feita ao inimigo e às nossa tropas, resulta que os efetivos inimigos são superiores, que está melhor armado e ocupa áreas agricolamente ricas, onde pode subsistir perfeitamente, e ainda ajudar outras regiões. Que as operações levadas a efeito com várias Companhias,são frutuosas, na medida em que enfraquecem o inimigo, lhes causam perdas, e lhes destroem as instalações, mas que só a ocupação efetiva do terreno, e reordenamento das populações, são susceptíveis de terminar com a subversão.

Assim, para terminar com a subversão no sub-setor de Empada, torna-se necessário como mínimo o seguinte:

(i) Colocação de 1 Companhia de Caçadores em Gubia, com um destacamento em Paiunco, Ganafá ou Darsalame;

(ii) Construção de um novo aquartelamento na área de Cachobar em Ianguê, com elementos retirados de Gubia;

(iii) Uma Companhia de Intervenção para auxiliar a primeira fase de reordenamento da população;

(iv) Forçar as populações a reorganizarem-se em torno dos aquartelamentos, retirar 2 grupos de combate das áreas pacificadas, e construir um novo aquartelamento no cruzamento das estradas de Butumbali Beafada,dominando as bolanhas importantes da área, e forçando as populações a organizarem-se nas proximidades do aquartelamento;

(v) Estabelecimento em simultâneo de uma cobertura escolar e sanitária, conjuntamente com o dispositivo militar.

Este plano é concebido em linhas gerais, podendo se necessário, ser detalhado. Duas Companhias, uma das quais será recuperada no final da pacificação, é o mínimo que se julga necessário.

Caso não se queira resolver o problema, torna-se necessário reforçar a Companhia pelo menos com 2 grupos de combate, afim de poder atuar em profundidade, pois a atual dispersão não lhe permite grandes movimentos, e dotá-la de armamento suficientemente potente para inflingir ao inimigo em caso de ataque, perdas consideráveis.

Consideram-se,  neste caso, canhões sem recuo 10,6, e metrahadoras Breda, Brownig 12,7. Nas atuais circunstâncias, porque a própria formação da Companhia, que já é pequena, e se encontra dispersa por 3 aquartelamentos, quando a Companhia sai, muitos elementos têm que fazer serviço na véspera da operação, fazer esta, e no dia seguinte tornar a entrar de serviço, o que se torna extraordinariamente violento e contrapoducente.

É tudo quanto se afigura informar este Comando, esperando encontrar a compreenção e apoio, igual à vontade de bem cumprir, de que a Unidade se acha compenetrada.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 25 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10570: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte III): De Porto Gole a Cutia: Op Escudo Negro: conseguimos entrar no 'santuário' de Sará / Sarauol

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10570: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte III): De Porto Gole a Cutia: Op Escudo Negro: conseguimos entrar no 'santuário' de Sará / Sarauol


Guiné > Região de Quínara > Empada > 1969 >  S
entados: primeiro plano, Furriel Serôdio, Furriel Gonçalves (à esquerda), segundo Sargento Nogueira; de joelhos: Furriel Silva (enfermeiro); de pé: à esquerda: Furriel Silva e soldado Andrade.

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do nosso camarada Manuel Serôdio  que vive em França, Rennes, capital da região da Bretanha (*)

Data: 15 de Outubro de 2012 15:01

Assunto: Companhia 1787
Mon cher ami Luis, voici la continuation des récits concernant la 1787. Je vois que ton français est de très bonne qualité, si tu parles aussi bien que tu l'écris, bravo. [Meu caro amigo Luís, aqui vai a continuação dos relatos sobre a minha CCAÇ 1787. Vejo que o teu francês é excelente, se falares tão bem como escreves, estás de parabéns. ] Um abraço amigo.


2. Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte III):  De Porto Gole a Cutia

A 13 de Janeiro de 1968,  deslocou-se a Unidade para Porto Gole, a fim de tomar parte na mais importante e perigosa de todas as operações que [a CCAÇ 1787] efetuou na Província

Operação "ESCUDO NEGRO"


Situação: 

a) Forças inimigas

Entre os rios Olom e Mansoa, estão referenciados a base do Sará e o grupo itenerante de Suarecumba.


b) Base do Sará:

Efetivo entre 25 a 50 elementos armados. 
Armamento: Morteiros de 82, e de 60, Lança Granadas-Foguete, Lança-Roquetes, Metralhadoras Pesadas, e Pistolas Metralhadoras. Instalações: 10 a 12 casas, 1 enfermaria, 1 arrecadação.


c) Grupo de Suarecumba:

Efetivo: entre 20 a 25 elementos armados, podendo estar em reforço, e dispondo de Morteiros de 60 e de Lança Granadas-Foguete.


d) A sul do rio Mansoa, conhecem-se a base de Lorcher e os grupo itenerantes de Mato Corba, Cubadjal e Mato Cão.


Nossas tropas: CCaç 1787, 2 grupos de combate da Companhia 1879, e a 5ª Companhia de Comandos.
Missão: 1) Destruir a base do Sará; 2) Patrulhar a região entre os rios Olom e Mansoa.; 3) Capturar ou aniquilar os elementos rebeles, destruindo instalações e meios de vida; 4) Pesquisar informações.


Deslocamento por Cã Mamadú para a passagem do afluente do rio Mansoa a sul de Manter, de modo a atingi-lo ao fim da tarde. No dia 16, após a ação da Força Aérea de ataque ao objetivo, deslocamento rápido para a margem esquerda do rio Mansoa, procurando interceptar o inimigo que se deslocasse para sul, e prevendo o reforço à 5ª Companhia de Comandos. Bater a região do Sarauol, explorar o eixo Sarauol- Ambum Nhire, e render a C.Cava 1749 na segurança do local de transposição do rio Olom em Mandingará. A 17, retirar para Cutia.

Em 15 de Janeiro, pelas 10 horas, iniciou-se a operação, progredindo com grande rapidez por um trilho situado em mata fechada. Cerca das 15,30 horas, foi deflagrada uma armadilha por um elemento da coluna. Ferido aparentemente sem gravidade, veio o soldado nativo Ansumane, a falecer pouco depois, sem se ter conseguido ligação rádio a fim de o poder evacuar. 

Nota pessoal: o irmão do soldado falecido, que também fazia parte da coluna, recuperou as botas do irmão que eram novas, ( tinham-lhe sido oferecidas dias antes da operação) e calçou-as, jà que as suas estavam em mau estado. Imagens simples e terríveis ao mesmo tempo.
A Companhia saíu do trilho, o que se revelou avisado, pois ao voltar ao mesmo para orientação, foram detetadas outras duas armadilhas. Quase ao anoitecer foi atingida uma clareira onde se resolveu passar a noite.

Depois de se ter reabastecido de àgua e quando, jà de noite, o segundo grupo de combate procurava local para se instalar, foi deflagrada nova armadilha que causou dois feridos graves e quatro ligeiros. Entretanto foi conseguida ligação com Porto Gole a quem foi pedida evacuação dos feridos. Escolheu-se local para a mesma, montando-se a seguarança. No local escolhido, os helicópteros não conseguiram poisar, pelo que foi tentado novo local, onde foi necessário abater algumas árvores.

Ao cansaço moral juntou-se esgotante cansaço físico. Finalmente os helicópteros conseguiram aterrar, evacuando-se o morto e os feridos.

De seguida dirigimo-nos para o rio Mansoa, por forma a cumprir a missão, atravessando matas densas, onde por vezes era necessário rastejar, mas chegando ao local a tempo de assistir ao bombardeamento do objetivo pela Força Aérea. A cerca de 1 km do rio Mansoa foram observados vestígios de sangue no capim. Pouco depois, na antiga tabanca do Sarauol efetuou-se a junção da Companhia com a quinta Companhia de Comandos. Descançaram-se 20 minutos, aproveitados para consumir a segunda refeição.

Depois continuou-se a marcha a corta-mato pois os trilhos podiam estar armadilhados. O rio Olom foi alcançado pela 21,30 horas. Foram mais de 12 horas consecutivas de marcha através de matas densas. Montado o dispositivo de segurança, passamos a noite na margem do rio. 


No dia seguinte [, 16 de janeiro], foi detetada a nossa presença, e o inimigo flagelou-nos por duas vezes. Da segunda vez, o inimigo revelou-se extraordináriamente agressivo, tendo chegado a poucos metros de nós, ouvindo-se elementos a gritar: "fôgo, fôgo". O inimigo sofreu 1 morto confirmado e outras baixas prováveis.

Foi pedido o apoio da Força Aérea para a travessia do rio, a fim que as nossas tropas não arriscassem a sofrer ataques, sem poder reagir. A travessia do rio extraordináriamente difícil, foi efetuada por meios de barcos de borracha em vagas sucessivas. Cerca das 17 horas concluiu-se a travessia. A Companhia dirigiu-se então para Cutia, de onde em viaturas seguiu para Mansoa.

A Companhia conseguira penetrar em território totalmente controlado pelo inimigo, e onde jamais as nossas tropas tinham atuado.


(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10526: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte II): Bula, Op Bolo Rei, uma grande operação de 15 dias, de 22/12/67 a 3/1/68: 40 mortos e 5 feridos confirmados e 14 capturados, do lado IN; 7 mortos e 32 feridos do lado das NT; recuperados 44 elementos pop

sábado, 13 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10526: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte II): Bula, Op Bolo Rei, uma grande operação de 15 dias, de 22/12/67 a 3/1/68: 40 mortos e 5 feridos confirmados e 14 capturados, do lado IN; 7 mortos e 32 feridos do lado das NT; recuperados 44 elementos pop





Guiné > Região do Cacheu > Bula >1967 >  Furriel Serôdio

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.
1. Continuação da publicação das memórias do Manuel Serôdio (*):


(i) A 4 do corrente, escreveu o Manuel Serôdio, de Rennes, França onde vive:

Amigo Luis, vejo que guardas conhecimento da língua Françêsa, vamos fazer um teste:  Je suis arrivé en France a 21 Aôut 1970, et j'ai depuis ce jour residence à Rennes, capitale de la Bretagne qui aujourd'hui compte près d'un million d'habtitants. (**)
Isto é uma pequena brincadeira, mas se lês a frase, não hà dúvidas que és um bom "francês",.,,,

Vou continuar a "escrita" possivelmente vou recomeçar certas passagens jà publicadas, mas assim vai tudo em "ordem". Queria responder a um comentário do Arménio Estorninho, mas ainda não percebi como enviá-lo. E PORTANTO ESTAMOS EM 2012. Um abraço amigo.

(ii) Resposta do nosso editor:

Salut le copain! Le français ? C' est ma première langue étrangère... Ton français écrit est de très bonne qualité... J'aimerais bien avoir beaucoup d'autres opportunités pour parler le français, une très belle langue latine!... Amitié. Luis

PS - Je viens de recevoir ton dernier message concernant l'histoire de ton unité militaire en Guinée... On la va publier.




2. Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte II ):  Bula, Op Bolo Rei

Durante o período de permanência da Companhia em Bula, foi-lhe dado o treino operacional pela CCva 1693, tendo ficado posteriormente como Companhia de Intervenção do Comando Chefe.

1967


Novembro

Segurança aos trabalhos da estrada Bula-João Landim e estacionamento da engenharia.
Emboscadas 10
Escoltas a João Landim 09Patrulhas 03
Controle das populações 01


Dezembro

Proteção aos trabalhos da estrada Bula-João Landim e estacionamento da engenharia

Emboscadas 11
Escoltas a João Landim 05Patrulhas 03
Operações 07


OP "BARCAROLA"


1) Exploração da notícia que referia a existência de armas distribuidas pelo inimigo a elementos da tabanca de Biur.

2) Patrulhamento

3) Península de S. Vicente


4) 1 de Dezembro de 1967

5) Saída às 3 horas

6) CCça 1787, CCav 1693, 1 secção do pelotão de auto-metrelhadora ligeira 1106.

7) Efetuada uma rusga a Biur. Não foi confirmada a notícia.

OP "BOLOTA"

1) Coluna de reabastecimento.

2) Operação com a finalidade de escoltar uma coluna de reabastecimento a Binar e Biambe, e atuar ofensivamente com as forças de segurança sobre os elementos inimigos que tentassem atuar sobre a coluna.

3) Bula-Binar-Biambe
4) 4 de Dezembro de 1967

5) Saída pela 6,30 horas

6) CCaça 1787, CCva 1693, C. Art 1647, C. Art 1688, 1 secção do pelotão de auto metrelhadora ligeira 1106

7) Sem incidentes.


OP "BALUARTE BRANCO"

1) Exploração da notícia que referia a existência de um acampamento inimigo na península de Bissauzinho.

2) Ação ofensiva com a finalidade de destruir as instalações inimigas, aprisionar ou aniquilar elementos inimigos e capturar material e documentos.

3) Bissauzinho.


4) 9 de Dezembro de 1967

5) Saída pelas 12,30horas

6) 1 grupo de combate da CCaç 1787, CCav 1693, CArt 1647, CCav 1747, 1 secção do pelotão de Milícias 126.

7) As nossas tropas foram emboscadas pelo inimigo com lança-roquetes e metralhadoras ligeiras. À reação pronta e rápida das nossas tropas, o inimigo retirou com baixas prováveis. As nossas tropas sofreram 1 morto e 3 feridos graves. Foi batida a área, sem mais contactos.



OP "BARBA AZUL"

1) Detetar movimentos inimigos na região

2) Rede de emboscadas conjugadas com um patrulhamento ofensivo, com a finalidade se aniquilar ou prender os elementos inimigos que se revelassem, capturar material, documentos, e prender elementos suspeitos.

3) Região de Capafá, Bipo Delta, e Boté.


4) 14 de Dezembro de 1967

5) Saída pelas 22 horas

6) CCaç 1787, CCav 1693

7) Não houve contato.


OP "BOLETIM"

1) Coluna de reabastecimento

2) Operação com a finalidade de escoltar uma coluna de reabastecimento a Biambe, e atuar ofensivamente com as forças de segurança sobre os elemntos inimigos que tentassem atuar sobre a coluna.

3) Bula-Biambe

4) 18 de Dezembro de 1967

5) Saída pelas 8 horas

6) CCaç 1787, CCav 1693, CArt 1647, CArt 1648

7) Não houve contato.


OP "BENVINDO"

1) Coluna de reabastecimento

2) Operação com a finalidade de escoltar uma coluna de reabastecimento a Binar, e atuar ofensivamente com as forças de segurança sobre os elementos inimigos que tentassem atuar sobre a coluna.

3) Bula-Binar


4) 20 de Dezembro de 1967

5) Saída pelas 5 horas

6) CCaç 1787, CCav 1693, CArt 1647

7) Foram avistados por 1 grupo de combate da Companhia 1787, 8 elementos inimigos que fugiram ao serem detetados. 1 grupo de combate da Companhia 1693 avistou 3 elementos que fugiram sob o fogo das nossas tropas. 


Cerca das 12 horas voltaram a ser detetados 8 elementos inimigos, incluindo 2 brancos, que se furtaram ao contacto. 1 grupo de combate da Companhia 1647 foi flagelado por um grupo inimigo com morteiros, lança-roquetes e armas automáticas. 1 grupo de combate saiu de Binar em perseguição do inimigo até Poncho, causando baixas prováveis. Sem consequências para as nossas tropas.


OP "BOLO REI"

1) Missão: combater a atividade inimiga no setor.

2) Batida através de patrulhamento, golpes de mão e emboscadas.

3) Zona de ação: região norte do setor

4) Data de início: 22 de Dezembro de 1967

5) Duração: 15 dias

6) Forças intervenientes: CCaça 1787, 1788, 1801, CCav 1747, 1650, CArt 1746, 1648, 1647, 1802, e três  pelotões de rtilharia do BAC 1;


23 de Dezembro de 1967

Forças das companhias 1787 e 1788 que patrulhavam a trgião a sul de Bipo, foram emboscadas por 1 grupo inimigo. Â pronta reação das nossas tropas, o inimigo retirou com baixas prováveis. As nossas tropas sofreram 1 morto e 7 feridos. Neste contato, a companhi sofreu o seu primeiro morto e 5 feridos, dois deles graves.


31 de Dezembro de 1967

Apoiadas pela força aérea e pela artilharia, as CCaç 1787 e 1788 conseguiram entrar no acampaento inimigo de Choquemone, tendo capturado diverso material e destruído as instalações inimigas.


03 de Janeiro de 1968

As CCaç 1787 e 1788 efetuarm um cerco às tabancas da península de S. Vicente, tendo detido 83 elementos da população. Posteriormente, após interrogatório, verificou-se que 2, eram elementos inimigos.


Conclusões: 

Como reflexo da operação "BOLO REI", e até ao fim do mês de Janeiro de 1968, apresentaram-se 124 elementos da população de áreas anteriormente controladas pelo inimigo.

Durante a operação o inimigo sofreu 40 mortos e 5 feridos confirmados, e 14 capturados. As nossas tropas sofreram 7 mortos e 32 feridos. Foram recuperados 44 elementos da população.

(Continua)
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 3 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10474: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte I): De Oliveira de Azemeis a Bula e Empada

(**) Cheguei a França em 21 de agowto de 1970 e desde então tenho residência em Rennes, a capital de região da Bretanha, que hoje conta com cerca de um milhão de habitantes.

(**) Viva, companheiro! O francês é a minha primeira língua estrangeira.  O teu francês escrito é ótimo... Pessoalmente gostaria de ter muito mais oportunidades de falar esta bela língua latina... Com a amizade do Luís

PS -  Acabo de  receber a tua última mensagem, respeitante à história da tua companhia...  Vamos publicar esse material.