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quinta-feira, 6 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22175: 17º aniversário do nosso blogue (5): homenageando todas as "nossas lavadeiras", na pessoa da Amélia de Bissorã (Maria Dulcinea, "Ni", esposa do ex-fur mil Henrique Cerqueira, 3ª C/BCAÇ 4610/72, e CCAÇ 13, Biambe e Bissorã, 1972/74)

 

Guiné > Região do Oio > Bissorã > c. Out 1973 / jun 1974 > A Amélia de Bissorã, "uma senhora muito bem esclarecida, muito divertida e muito bonita".

Foto (e legenda): © Maria Dulcine (NI)  (2011). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Em homenagem às "nossas lavadeiras" e celebrando também o nosso 17º aniversário, voltamos a reproduzir aqui um belíssimo testemunho, já com 10 anos,  da Maria Dulcinea (NI), membro da nossa Tabanca Grande, com cerca de 3 dezenas de referências no noss blogue, e esposa do nosso camarada Henrique Cerqueira (. Esteve com o marido e o filho em Bissorã, de outubro de 1973 a junho de 1974; recorde-se que o Henrique Cerqueira foi fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, e CCAÇ 13, Biambe e Bissorã, 1972/74] (*)

As nossas lavadeiras: A Amélia de Bissorã

por Maria Dulcinea ("Ni") (**)



Hoje resolvi escrever um pequeno texto em homenagem às “Lavadeiras” da Guiné e muito especialmente à “nossa” Lavadeira,  de seu nome Amélia.

Creio que na generalidade todos os militares na Guiné “tiveram“ ao seu serviço essas valorosas Mulheres que conseguiam um meio de subsistência lavando as roupas dos militares em serviço na Guiné e,  como não fugia à regra, o meu marido tinha a “sua” Lavadeira. 

Quando cheguei a Bissorã e após a nossa instalação de acomodamento aos usos e costumes da nossa “Tabanca”, o Henrique disse-me que iríamos continuar com a Amélia. De pronto foi-me apresentada a “Famosa“ e desde logo se criou uma grande empatia entre nós, pois que a Amélia era uma senhora muito bem esclarecida, muito divertida e, como a foto documenta, era muito bonita.

Na realidade o que eu pretendo é fazer uma singela homenagem a todas as “Amélias” que de uma forma ou de outra acabaram por fazer parte da vivência dos militares que permaneciam longe dos seus familiares, sendo muitas vezes as suas "Lavadeiras"  as suas confidentes e quiçá terem que aturar os devaneios de jovens “desgarrados” e ausentes do convívio de suas mulheres ou namoradas.

Quero ainda salientar o quanto eram importantes aquelas horinhas certas, no final da tarde, quando as “Lavadeiras” com as suas trouxas de roupa lavada percorriam os locais dos militares a entregar as suas roupas e recolhendo outras. Que giro era vê-las em “bandos”, entrando pelo quartel, falando muito alto e rindo,  como se aquele momento também fosse de alegria para elas porque sentiam que o seu trabalho era útil e ajudava à sua subsistência .

Jamais esquecerei a Amélia e alguns momentos de cumplicidade que existiram entre nós, assim como jamais esquecerei tudo o que passei e aprendi com as Mulheres da Guiné. Daí o meu sincero reconhecimento a todas elas.

Fui de certo modo despertada para esta lembrança quando esta semana visitei um menino internado no Hospital de S. João, que é da Guiné, de seu nome Tigná e que, segundo ele, a sua avó é de Bissorã e assim todas as lembranças despertaram.

Não incomodo mais, até porque não tenho muito jeito para a escrita e só escrevi este texto porque fui incentivada pelo Henrique. No entanto se virem que não tem pés nem cabeça podem enviar para o “arquivo”.

Um beijinho para todos os Tertulianos e um especial para as mulheres da Guiné.
NI (Maria Dulcinea Rocha)  (***)

[Revisão / fixação de texto / bold e realce a amarelo, para efeitos de edição deste poste: LG ]
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 26 de maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8329: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (11): Como fui parar à Guiné (Maria Dulcinea)

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16623: Inquérito 'on line' (77): Num total de 117 respostas, 62% diz que, nos sítios onde esteve, no mato, nunca houve familiares de militares, metropolitanos ou guinenses... Comentários dos camaradas Jorge Cabral, Vasco Pires, Jorge Canhão, Rogério Cardoso, Carlos Mendes Pauleta, Eduardo Estrela, José Colaço, J. Diniz Sousa Faro e Manuel Amaro


Guiné > Região do Óio > Bissorã > c. 1973/74 > Maria Dulcinea (Ni), esposa do nosso camarada Henrique Cerqueira, que esteve com o marido e o filho em Bissorã, de outubro de 1973 a junho  de 1974 (*). [O Henrique Cerqueira foi fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, e  CCAÇ 13, Biambe e Bissorã, 1972/74]


Guiné > Região do Óio > Bissorã > c. 1973/74 > Miguel, o filho do Henrique Cerqueira, e da Maria Dulcinea (Ni),  com a filha de um capitão da CCS, no quintal da casa dos Cerqueira.


Guiné > Região do Óio > Mansoa > c. 1973/74 > Miguel, a Maria Dulcinea (Ni), de costas, com a esposa de um outro militar de Bissorã, também de costas, em visita a Mansoa.

Fotos (e legendas); ©  Maria Dulcinea (Ni) / Henrique Cerqueira  (2011), Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


A. INQUÉRITO 'ON LINE': 

"NO MATO, NO(S) SÍTIO(S) ONDE EU ESTIVE, NA GUINÉ, HAVIA FAMILIARES NOSSOS"...

Resultados finais (=117)



1. Sim, esposas (não guineenses) > 26 (22%)

2. Sim, esposas e filhos (não guineenses) > 13 (11%)

3. Sim, familiares guineenses (sem ser das milícias) > 14 (11%)

4. Não, não havia > 73 (62%)

5. Não aplicável: não estive no mato > 3 (2%)

6. Não sei / não me lembro > 0 (0%) 

Total: 117


O prazo de resposta terminou em 20/10/2016, 5ª feira, às 6h52.  O inquérito admitia até três respostas: por exemplo 1, 2 e 3.


B. Comentários dos nossos  camaradas, leitores do blogue (**):

(i) Jorge Cabral

Missirá era um Quartel ou uma Tabanca? E estar no mato, o que era? Tudo fora de Bissau? Bafatá era mato? Por outro lado, e como se sabe, as mulheres fulas acompanhavam sempre os maridos militares. (...) Assim no meu Pelotão [, Pel Caç Nat 63, Fá Mandinga e Missirá, 1969/71] , existiam 24 soldados, 19 mulheres e 32 crianças...


(ii) Vasco Pires

Nós,  da Artilharia, "herdávamos" um Pelotão [, o 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72] com cerca de trinta soldados e outras tantas mulheres, e uns quantos filhos, e, sinceramente, às vezes ficava difícil de a administrar. (...) Felizmente, lá em Gadamael,  como já referi anteriormente, os Furriéis eram dedicados, eficazes e leais (Furriéis Kruz e Oliveira). Eu mesmo (com os Furriéis) morava na tabanca, bem como os soldados e cabos de recrutamento local.


 (iii) Jorge Canhão

Em relação ao poste do meu camarada Carlos Fraga, há um pequeno equívoco da parte dele, pois em Mansoa, além de esposa do cmdt do batalhão, esteve lá também a esposa e filho do cap Patrocínio, então da CCaç 15, a esposa e filha de um camarada nosso mas da CCS, assim como a esposa de um furriel (Roma) da CCS. Penso que também a esposa do major de operações da CCS estava lá. Inclusive numa festa africana em Mansoa, um individuo atirou uma granada para o meio da festa tendo provocado bastantes feridos, estava lá o camarada Jesus (o tal da CCS) com a esposa e a filhota, que felizmente não foram feridos.

Jorge Canhão,  ex fur mil. 3ª Caç/BCaç 4612/72


(iv) Rogério Cardoso

Em 1964 e 1965 a Cart 64, "Águias Negras", estava sediada em Bissorã. O seu 1.º sargento,  de nome Rogério Meireles, estava acompanhado da mulher e de uma filha de pouca idade, residia numa pequena casa fora do aquartelamento. Acabou ao fim de 1 ano deixar de pertencer à companhia  por ter problemas de estômago, e deste modo foi embora com a família. Digo de passagem que foi o melhor que ele fez, pois, quando de alguns ataques noturnos, aquelas pobres sofriam bastante. Também o furriel vaguemestre mandou ir a mulher, que chegou a Bissau no dia seguinte a ele ter sido ferido, mas sem gravidade. Ele ao fim de uns meses também mandou a mulher de regresso, pelas mesmas razões do anterior caso.


(v) Carlos Mendes Pauleta

O camarada Fraga refere que não existiam familiares de militares em Mansoa. Como o Jorge Canhão referiu no seu comentário, tal não corresponde à realidade. Além dos militares identificados pelo Canhão,  também o major António Rebelo Simões, 2.º Comandante do BCAÇ 4612/72, vivia com a sua esposa. Se assim não fosse como poderia um 1.º cabo sapador ter sido castigado por estar a "espreitar" a esposa do 2.º comandante do batalhão a tomar banho?


(vi)  Eduardo Estrela [ ex-Fur Mil da CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71]

(...) Lembro-me bem que em 1970 estavam em Farim, a esposa dum fur mil e a esposa e filha dum 1.º sargento. Não me recordo a que unidades militares pertenciam, mas ambos estavam integrados na guarnição do Batalhão 2879, do qual a minha CCaç 14 fazia parte como unidade de reforço.


(vii) José Botelho Colaço

Penso que nos primeiros anos da guerra no verdadeiro mato não havia um mínimo de condições [para alojar familiares de militares, quer esposas, quer filhos]. Além disso a cultura que nos foi ministrada também não ajudava nada para que tal acontecesse, os filhos e esposas não guineenses coabitarem connosco no mato.

Na minha CCaç 557 (1963/65) a única mulher que nos fez companhia foi a esposa do médico mas só nos finais de 1964 quando no regresso do mato (Ilha do Como) a Bissau e nos fixámos em Bafatá. Aí a drª Maria Luísa foi uma companheira amiga e presente no dia a dia além do doutor, ela era,  e ainda é para nós, militares da 557, a nossa amiga doutora.


(viii) José Diniz Carneiro de Sousa e Faro

O meu caso assim como todos os combatentes pertencentes à BAC 1 / GAC 7 que estavam no mato, os pelotões de Artilharia tinham sempre familiares dos seus praças oriundos de incorporação territorial que transportavam consigo os seus familiares (mulheres e filhos). Era frequente utilizar duas ou mais viaturas só para transporte dos familiares que eram alojadas nas tabancas. Em Binar (1970) tinha um soldado com 6 mulheres.

J. Diniz S. Faro, ex-fur mil art, 1968 - 1970


(ix) Manuel Amaro

No meu BCAÇ 2892, em 1970,  Aldeia Formosa (Quebo), estiveram, durante pouco tempo, duas senhoras, esposas de um Alferes e de um Sargento. A estada foi curta porque o PAIGC, depois de um tempo de quase ausência, decidiu aumentar a sua acção na zona. O único branco civil em Aldeia Formosa era o agente da PIDE/DGS, de apelido Manjerico.
_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de  26 de maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8329: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (11): Como fui parar à Guiné (Maria Dulcinea)

(...) Quando chegamos a Bissorã e entro na nossa 'Casa' fiquei espantada pois estava decorada com assentos dum carocha, as camas eram da tropa, tínhamos um frigorífico a petróleo, a casa de banho eram dois bidões de chapa. Tínhamos chuveiro pois o Henrique conseguiu ir buscar água bem longe (daí a explicação do seu estado de magreza pois que arranjou casa, fez uma abrigo, decorou a casa e sempre fazendo a sua actividade militar, porque na CCAÇ 13 não se mandriava).

Quanto à nossa alimentação, foi organizada do seguinte modo: as refeições dos adultos vinham duma espécie de restaurante (O Labinas') que tinha um acordo com a tropa, mas as refeições do nosso Miguel era eu que as confeccionava com artigos comprados na messe e outros sempre que possível na população.

Entretanto eu e o Henrique tiramos a Carta de Condução no mesmo dia em Bissau. Não pensem que nos facilitaram a vida, não, pelo contrário, foram bem exigentes no exame em Bissau.

Para além de ter tido um Natal muito especial em 1973, com pinheirinho (uma folha de palmeira enfeitada), rabanadas e aletria, tudo isto foi enviado pela família da metrópole. Mas o que mais gostei foi ter partilhado esse Natal com outros soldados que invadiram a nossa casa que até se esqueceram que havia algures por ali uma Guerra.

Entretanto veio o 25 de Abril, e tive a oportunidade de ir cumprimentar o pessoal do PAIGC ainda no seu estado de combatentes inimigos. Uns dias antes os "patifes" tinham-nos bombardeado com foguetões, porque pareciam não estarem satisfeitos com o susto que me pregaram em Dezembro, ao infligirem-nos um bruto ataque que foi o meu baptismo de fogo.  (...)

Em Junho [de 1974] regresso a Portugal com o Miguel, e em Julho regressa o Henrique, e uma vez mais fui ter com ele a Lisboa ao RALIS onde foi (fomos) definitivamente desmobilizado[s].

(...) Antes de acabar, lembro que em Bissorã viviam mais senhoras, esposas de militares, ou seja dum soldado, dum furriel e de um capitão que tinha uma menina linda de quem vou tomar a liberdade de publicar a foto, junta com o meu Miguelito. (...)



(**) Vd. os últimos postes da série:


17 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16609: Inquérito 'on line' (75): as primeiras 66 respostas, a três dias do fim do prazo (5ª feira, dia 20): só em 28 casos havia famílias de militares, não guineenseses, no mato... "Lembremos que o maior número de militares do quadro não estavam longe de belas cidades como Luanda, Benguela, Uíge, Malange, Lourenço Marques, Beira, Nova Lisboa e Bissau, por exemplo, onde não faltava nada (comentário de Antº Rosinha)

13 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16597: Inquérito 'on line' (73): Até ao dia 20 deste mês, responder à questão "No mato, no(s) sítio(s) onde eu estive, havia familiares nossos... esposas com ou sem filhos"

quinta-feira, 31 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15921: Blogoterapia (277): Velhos são os trapos (Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art MA da CART 1659)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Vitorino Gaspar (ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68), com data de 27 de Março de 2016, a propósito do aniversário deste vosso escriba:

Camarada Carlos
Tive conhecimento ser hoje o teu Aniversário.
Os anos passam e fogem-nos sem darmos por isso. Mas mal damos conta vamos nos “enta”. E a guerra nos “inte”.
Para o camarada Carlos dos “Enta”, espero que o passes com os teus, que somes a estes muitos mais, com saúde.
Tentei fazer um Poema dedicado a todos aqueles como nós que atingimos aquilo que já tratam de Terceira Idade.
Se quiserem podes publicar no Blogue.

Um grande dia para ti
Um abraço
Mário Vitorino Gaspar


Velhos são os Trapos

Mário Vitorino Gaspar

Pequeno corria ventos e com as nuvens falava:
– Por que não constróis castelos mirabolantes?
Gentes de todas as idades rindo como dantes?
Jovem dos vinte a sorrir? Por favor não minta
Andas a sonhar e casado, pai e homem aos trinta
Rebentas pela vida! Quem a suporta e aguenta?
És a vida que espera sem esperar pelos quarenta
Sem saber… atingiu cinquenta os que sonhava.

O que interessa é viver a vida e não só a contar:
– Quantos palmos… palmo a palmo e a medir
Cantar. Cantar. Segundos, minutos horas a sorrir!
Cantar. Cantar. Longe de tormentos e ais a sofrer
Cantar canções de vida de amores a vida que viver.
A música cresce nos tons nostálgicos de uma flauta
A orquestra e seu maestro, batuta baque na pauta.
Vamos sorrir nos anos poucos ou muitos a amar

Quero gritar… E grito, apetece-me gritar:
– Ser humano que sente não é velho farrapo
Velho e remendado… é aquele solitário trapo
Um reformado… sente bem o tempo ocupado
Outro sozinho triste, vazio oco… desconsolado
Um o tempo medido e pesado é curto e escasso
Outro a vida que era vivida virou fracasso
Grita. Grita Por que não? Danças a cantar?

Ser-se de entre os anos o óbvio um sexagenário
Atingidos com alegria a verdade dos setenta
Correm os ponteiros às voltas somam oitenta
Anos seguidos e a vida a decrescer vem a soma
Noventa? Mas por que razão pedi a reforma?
Centenário? Cem anos? Poderá isto ser verdade?
Vivi, gozei e vi. Filhos e netos é mesmo a idade!
Galguei os anos sem sequer olhar o calendário.

Aprendermos que a vida é também feita de zeros
Nados, ventre da mãe, mulher criada do mundo
Fêmea que amou o homem somente um segundo
E repete-se. Repete. A luz que acende e aquece
Repete. Anos repetem-se e há alma que esquece
Música que toca nos rádios todo a hora e dia
Dancemos ao toque do tambor e da melodia
Matematicamente o mundo é feito de números.

Mas velho… velho, sem voz, mudo e calado?
– Velho, caco de barro esburacado e partido?
Cala-te! Não sabes que esse termo foi abolido?
Nem consta e nem lês nas palavras do abecedário!
Nem no mundo, no melhor catalogado dicionário…
Velho! A palavra foi extinta, não existe nem se fia
Nem em todos os acordos do mundo de ortografia…
Velho era alguém com idade, e um caso acabado.

Vivemos neste mundo e anos seguidos de felicidade
Amamos as flores do campo e as borboletas voando
Escutamos a voz do mar, ondas leves se enrolando
Há muito que aprender e melhor conhecer este ninho
Palacete com palhas e paus cruzados, em remoinho.
Se cometermos nesta longa caminhada na natureza
A vida é amor. O homem tem de cumprir esta certeza
No mundo, suas gentes, são estrelas do céu sem idade.

************

2. Comentário do editor CV

Caro Mário
Muito obrigado pelo teu poema, que se me permites dedico a toda a tertúlia, pois há muito que estamos todos nos enta, donde, desde que se entre, nunca mais se sai... Só aos CEM, mas esta meta é para meia-dúzia de privilegiados.

Já agora, aproveito para agradecer as palavras de carinho, enviadas, não só a mim, mas também aos meus companheiros de aniversário, a Ni, o Armando Pires e o Eduardo Magalhães, através do Blogue, facebook, mensagens pessoais, telefonemas, pombos-correios, etc.

Bem hajam.
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Nota do editor

Último poste da série de 16 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15866: Blogoterapia (276): Porque continuamos a falar da guerra que vivemos na então província da Guiné? (António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493)

quarta-feira, 4 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14318: Lembrete (10): Apresentação do livro "As Mulheres e a Guerra Colonial", da autoria de Sofia Branco, hoje, dia 4 de Março de 2015, pelas 19h00, na Associação 25 de Abril (A25A), em Lisboa

Lembrete para a apresentação do livro "As Mulheres e a Guerra Colonial", da autoria de Sofia Branco, hoje, dia 4 de Março de 2015, pelas 19h00, na Associação 25 de Abril, Rua da Misericórdia, 95, Lisboa.





OBS: - Três nossas amigas colaboram neste livro, a saber: Deonilde de Jesus (esposa do nosso camarada Manuel Joaquim), Dulcinea Cerqueira (esposa do nosso camarada Henrique Cerqueira) e Maria Alice Carneiro (esposa do nosso Editor Luís Graça).
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Nota do editor

Último poste da série de 25 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13940: Lembrete (9): Convívo de Novembro, e de Natal, da Tabanca do Centro, dia 28 de Novembro de 2014 em Monte Real

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14018: A minha máquina fotográfica (9): a minha "arma de recordações" era uma Chinon M-1... E também tenho uma Olympus Pen D3, à espera, há 40 anos, de ser entregue ao seu dono: o ex-fur mil Guerreiro, da CCAÇ 13, algarvio de Boliqueime, tanto quanto sei... Ele por favor que me contacte... Foi o libanês Alfredo Kali que me encarregou da encomenda... (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, e CCAÇ 13, Bissorã, 1972/74)



Esta foto foi tirada pelo Guerreiro, ex-fur mil, CCAÇ 13, que terminou a sua comissão antes do 25 de abril de 1974, e cujo paradeiro o Henrique Cerqueira desconhece (, presumindo-se que viva no Algrave, takvez em Boliqueime). Esta foto tem como centro a máquina do Henrique Cerqueira, a Chinon M-1, e as fotos por ela tiradas... muitas delas já publicadas no blogue. Destaque para a esposa, Maria Dulcineia (NI) e para o filho Nuno que estiveram alguns meses na Guiné com o nosso camarada...


Uma Olympus Pen D3, igual à do Guerreiro...  Uma máquina lançada em 1965. (Fonte:Cortesia da Wikipedia)


Chinon M-1, japonesa, de c. 1972 (segundo informação da Camerapedia Wiki). 


Foto: © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]


1. Mensagem, com data de 8 do corrente, do  Henrique Cerqueira [ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, e CCAÇ 13, Bissorã, 1972/74; casado com a Maria Dulcinea (NI), também nossa grã-tabanqueira]



Camarada Luís Graça.

Não resisti enviar umas fotos da minha “arma” de recordações da Guiné e ao mesmo tempo fazer a minha “prova de vida”, tal como solicitaste .

Mando assim em anexo duas fotos da minha máquina que ainda hoje a preservo com muito carinho e tentei compor um pouco a imagem com algumas fotos tiradas na altura . Por tal espero assim contribuir um pouco para o relembrar os nossos feitos fotográficos que cada um o ia fazendo conforme as possibilidades que tinha no terreno.

Luís,  foi muito bom que trouxesses este tema porque tenho que te pedir se é possível publicar neste poste um apelo que tem tudo a ver com o tema.

Então é assim: No final da comissão e talvez em junho de 1974,  quando nos preparávamos para regressar, o Alfredo Kali, m comerciante libanês que estava em Bissorã (parece que ainda está), veio pedir-me que trouxesse uma máquina fotográfica “ Olympus” para entregar a um ex-camarada que tinha regressado á metrópole mais cedo e tinha deixado essa máquina a reparar no Alfredo,  com a esperança que ele a enviasse por correio. Mas, e segundo o Alfredo, naquela altura do 25 Abril e com alguma confusão á mistura,  ele  recebeu a máquina de Bissau (por sinal sem reparação da avaria) e, como havia alguma amizade entre nós, ele me pediu se a entregava quando chegasse a Portugal.

Entretanto ficou de me dar a morada desse meu camarada e nunca a deu . Regressei e nunca consegui entrar em contacto com o meu camarada .

Hoje temos o nosso blogue e o Facebook... Na esperança que leia um destes meios e com este tema tão a propósito eu te peço que,  se possível,  publiques este meu pedido .

Bom,  falta pelo menos tentar identificar o meu ex-camarada, dono da Olymopus Pen D3:

Era:

(i) furriel miliciano na CCAÇ 13;

(ii) regressou á Metrópole antes de Abril de 74 (já não me lembro quando…);

(iii)   o seu nome é GUERREIRO (só o conhecia por este nome);

(iv)  natural do Algarve;

 e (v) penso que vivia em BOLIQUEIME.

Ei sei que estes dados são muito escassos, mas a ideia é que se o próprio conseguir ler este apelo e estabelecermos contacto, as coisas se tornarão mais claras.

Gostaria tanto de,  ao fim de 40 anos,  conseguir entregar a máquina ao eu dono. Em anexo envio a foto da máquina que é a Olympus Pem D3. A outra é uma Chinon é a minha.

Luís um abraço e obrigado. Henrique Cerqueira

Nota: a foto P1010311 é a do Guerreiro.

2. Comentário de L.G.:

Henrique, obrigado. A tua história merece ser divulgada. Vamos fazer tudo para encontrar o Guerreiro. És um homem do norte, de grande nobreza de carácter. Um bom Natal e um melhor ano, para ti, a Ni, o Nuno e demais família. LG

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Nota do editor:

sábado, 12 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P12973: 10º aniversário do nosso blogue (6): A propósito da nossa sondagem... "Ao fim de alguns anos eu tive de relembrar ao Migel Nuno que aos dois anos esteve comigo e com a mãe em Bissorã, de set 73 a jan 74, o significado destas fotos e de quando em vez faço o mesmo com o seu filho, meu neto" (Henrique Cerqueira)


Guiné > Região do Oio >  Biambe > c. set 73 / jan 74 > "Uma visita que fizemos à minha antiga companhia no Biambe... O Miguel  Nuno e, à frente, do lado esquerdo, a sua mãe, a  Maria Dulcinea (NI)" [, nossa grã-tabanqueira]



Guiné > Região do Oio >  Estrada de Biambe- Bissorã > c. set 73 / jan 74  > "Uma visita que fizemos à minha antiga companhia no Biambe, na companhia do Miguel  Nuno e da mãe... O Unimog 411, "burrinho", pertencia à companhia "Já Está no Papo" (são ainda percetíveis os dizeres pintados no capô).




Guiné > Região do Oio >  Bissorã >  c. set 73 / jan 74 > "O Miguel  Nuno, sentado na carcaça de um 'fusca' que era pertença de uma escola de condução... Atrás os seus amigos de brincadeira".

[O Nuno e a mãe embarcaram na TAP em finais de Setembro de 1973 até Bissau, de seguida seguiram com o Henrique Cerqueira  no interior de uma ambulância do Exército até Bissorã.  Regressaram à Metrópole em 29 de Junho de 1974, tendo o nosso camarada regressado a casa em finais de Julho de 1974.]

Fotos (e legendas):  © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


Henrique Cerqueira, Porto
1. Mensagem de hoje do Henrique Cerqueira [ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74]:

Assunto: Nosso 1º filho e a Guiné

Camarada Luís Graça:

Vem a propósito do inquérito sobre o falar com os nossos filhos da Guiné e da guerra colonial (*).

Vem também a talho de foice o teres comentado que as nossas estórias da Guiné estarão esgotadas. 

Na realidade uma das coisas boas que todos nós tivemos na Guiné ,foi que tiramos muitas fotografias de muitos e diversos momentos passados lá e sempre que damos uma olhadela a essas fotos descobrimos que há sempre uma pequena estória associada às mesmas.

Bom e para "alimentar" o nosso blogue com mais alguma matéria relacionada com a nossa passagem pela Guiné,  eu resolvi enviar-te estas duas fotos do meu filho Miguel aquando a sua permanência com a mãe junto de mim em Bissorã.

Ele era uma criança muito sociável, embora nos seus dois anitos de vida, tinha uma grande capacidade de comunicação e inclusivamente já falava muitas palavras em crioulo. Também era muito bem tratado pelas crianças naturais Bissorã tal como documenta a foto em que está sentado na carcaça de um "fusca" que era pertença de uma escola de condução.

Na foto a preto e branco, demonstra,  uma vez mais, a sua adaptação a todos os ambientes, pois que se tratou de uma visita que fizemos à minha antiga companhia no Biambe e claro que depois de uma visita guiada ao tabancal em Unimog (identificado como sendo da companhia "Está no Papo"),  impunha-se a foto da ordem.

Claro que mais tarde, e ao fim de alguns anos eu tive de relembrar ao Miguel o significado destas fotos e de quando em vez o faço com o seu filho, meu neto, e para isso tenho que lhe explicar o porquê de termos ido à Guiné.

Agora lamentável é que as nossas 
escolas não sejam mais contundentes no estudo e ensino sobre a
permanência dos Portugueses e a participação nma guerra colonial, chegando ao ponto da maioria dos jovens e até menos jovens de hoje quase nada saberem sobre as guerras coloniais dos anos 60/70.

Bom, qualquer dos modos, nós, os Camaradas da Guiné lá vamos contando alguma coisa e quem sabe algum dia servirá para instruir as gerações futuras.

Luís, esta pequena estória vale o que vale, no entanto se achares algum interesse publica, mas o nosso blogue não se pode esgotar por aqui. (**)

Um abraço a todos os camaradas da Guiné.
Henrique Cerqueira
__________________

Notaa do editor:

Vd. poste

(*) Vd. poste de  11 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12966: 10º aniversário do nosso blogue (3): Resultados preliminares (n=67) da nossa sondagem ("Camarada, com que regularidade falas da guerra, aos teus filhos?")... Mais de um terço admite que nunca falou ou raramemte fala, da guerra, aos seus filhos...

(**) Último poste da série > 12 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12972: 10º aniversário do nosso blogue (5): A propósito da sondagem que eestá a correr:... "Os nossos filhos e netos estão muito mais preocupados com o seu presente e o seu futuro do que com o nosso passado" (João Martins, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11470: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (17): Bissorã, a ouvir as notícias da BBC, depois de regressar, de manhã, de um patrulhamento noturno (Henrique Cerqueira, Bissorã)

1. Mensagem do Henrique Cerqueira (ex- fur mll, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, e CCAÇ 13, Biambe e Bissorã, 1972/74)

Data: 25 de Abril de 2013 à12 12:49
Assunto: O meu 25 de Abril de 1974



Luís Graça:

Hoje,  25 de Abril de 2013, resolvi narrar um pouco do meu 25 de Abril de 74 . Pretendo assim homenagear deste modo essa data já com 39 anos mas que ainda está bem presente nas minhas memórias.
O texto não tem grande novidade mas mesmo assim resolvi mandar para apreciação dos meus camaradas editores que se acharem por bem o publiquem no nosso blogue que ainda respira festividade pelo seu aniversário.
Um abraço

Henrique Cerqueira


2. O meu 25 de Abril em 1974

Pois é,  hoje dia 25 de Abril de 2013, trinta e nove anos depois trouxe-me á memória o meu 25 de Abril de 1974 passado na Guiné.

Tinha ido eu com o nosso grupo de combate no dia 24 de abril de 1974 fazer mais um patrulhamento para a zona situada entre Bissorã e Biambe,  o qual se porlongou por toda a noite e felizmente sem 
qualquer acontecimento a assinalar. 

Pese embora a nossa guerra noturna com os mosquitos tudo correu com normalidade. Pela manhãzinha foi a hora de regressar ao aquartelamento e como era normal a malta quando chegava a Bissorã dava uma passagem pelo bar dos Sargentos tanto para saciar a sede como para depositar o armamento mais pesado,  pois que era nas traseiras do bar que havia a arrecadação de armamento.

Então nós nos deparamos com toda a malta junto de um pequeno rádio a ouvir notícias da BBC sobre os acontecimentos na Metrópole. Lembro-me que na altura se encontrava lá um elemento da PIDE/DGS e não se cansava de ameaçar o pessoal por estar a ouvir as ditas notícias (mal ele sabia o que o esperava).

Toda a gente ainda incrédula com a possibilidade do fim da guerra mas mesmo assim foi como se nada mais importasse e, a partir daí,  começou logo a rolar cerveja a festejar. Eu até esqueci as ferradelas dos mosquitos da noite passada no mato.

Bom,  depois de já convencido das mudanças na nossa política e com o fim á vista,  lá me dirigi a casa onde me esperava a minha mulher e filho (pois que ambos viviam comigo em Bissorã) e dei a novidade,  o que foi recebida com alguma incredulidade. É que dias antes tinha sido avisado que devido ao agravar da guerra na Guiné teria que mandar embora a família para a Metrópole que até já estaria um navio em Bissau de prevenção para a evacuação dos civis .

A verdade é que,  como todos sabem,  nada disso aconteceu embora até meados de Maio tenha havido alguma atividade do PAIGC flagelando ainda a nossa posição com um ataque de misseis terra/ar sem que tenha havido qualquer estrago tanto humano como material, pois que os misseis caíram na periferia de Bissorã,  de certeza que intencionalmente.

A partir daí foi o que toda a gente sabe. Algumas convulsões populares contra as nossas tropas, possivelmente para mostrar um revolucionarismo de última hora. O que mais tarde se veio a revelar é  que a população temia era o futuro,  o que infelizmente se veio a confirmar pois que hoje a Guiné é "Independente" mas continua pobre e massacrada por interesses que nada tem a ver com o desenvolvimento daquele povo.

Bom,  e foi assim o meu 25 de Abril de 1974.

Henrique Cerqueira
Ex-fur mil CCAÇ 13,  Bissorã
Batalhão 4610 /72

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Nota do editor:

sábado, 20 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11430: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (18): Resposta nº 33: Henrique Cerqueira & Maria Dulcineia (NI) (Biambe e Bissorã, 1972/74)

1. Resposta nº 32 ao nosso questionário (*) >  Henrique Cerqueira, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74), a que se associa também a sua Dulcineia (Ni), igualmente nossa tabanqueira:


(1) Quando é que descobriste o blogue ?

Quando senti necessidade de saber coisas de outros camaradas da Guiné. A data? Foi há bué de tempo.

(2) Como e através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)

Através de pesquisa no Google.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) desde quando ?

Sei lá mas já é á uma "porrada de tempo"

(4)  Com que regularidade vês/lês o blogue ? (diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)

Geralmente todos os dias e certos dias várias vezes.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)

Sim tenho mandado algum material e gostaria de continuar a mandar mais.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook ? (Tabanca Grande Luís Graça)

Sim conheço a página no Facebook

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?

Raramente vou ao Facebook até nem tenho página e esporadicamente utilizo a página da Ni

(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?

 Como não gosto muito do facebook .Adoro o Blogue

(9)  O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?

Gosto tanto do blogue que tenho dificuldade em dizer o que gosto menos. Do facebook, não sei comunicar ,daí não gosto do dito

(10) Tens dificuldade, ultimamente, de aceder ao Blogue ? ((Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

Houve aí umas dificuldades, mas quanto a lentidão não há problemas agora tenho todo o tempo necessário. Verdade que não stresso com essas lentidões e ponho sempre culpas á Net.


[ Foto à direita:  "Este era o meu grupo na CCAÇ 13,  em Bissorã,  1972/74. Eram "Os Cobras".
Foto e legenda: © Henrique Cerqueira, 2013]


(11) O que é o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?

Olha,  Luís,  o Blogue hoje em dia para mim é como um "complemento alimentar". É mesmo um espaço que me faz feliz e que no momento que abro a página eu só "vejo" jovens de vinte e tal anos. Deixa ver se me explico: É como se estivesse naquele ambiente em grupo, comunidade, camaradagem com mais ou menos problemas (mas achando que consigo viver melhor e com mais conhecimentos). Ou seja,  estou lá mas com a experiência e sabedoria de hoje. Bom,  numa palavra,  o blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" representa para mim o oxigénio que se junta ao ar que respiro. Deve haver uma explicação lógica para esse sentimento.

(12/13) Já alguma vez participaste num dos nossos sete anteriores encontros nacionais ? Estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?

Não e por diversas rasões. Certa vez porque achava que ainda não estaria integrado no "grupo", outra porque não foi possível e ainda - quem sab e? - porque me custará ver que afinal não será a mesma imagem que tenho quando estou no blogue. Olha,  Luís,  em alguns (poucos) encontros da malta da minha companhia foi para mim muito penoso andar a perguntar a alguns camaradas como se chamavam e o que faziam. É que já não conhecia a maior parte da malta com quem convivi. Quando estou no blogue é como se conhecesse e reconhecesse toda a gente,  mesmo aquela malta que nunca vi e que até são mais "antigos". Quanto a ir este ano a Monte Real ? Nem calculas como tenho "ganas" de estar presente mas ainda não consigo para já confirmar a presença.

(14)  E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?

TEM,TEM,TEM , Claro que TEM

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer:

Sugestão/Comentário: Continuemos com este blogue, nem que tenha de haver "invenção ficção ou outro (ão) qualquer"  e já agora obrigado pela oportunidade de ser amigo e camarada de todos os participantes deste Blogue.

Camarada Luís e restantes editores,   resolvi aderir ao vosso questionário no formato apresentado porque achei mais fácil escrever as respostas às questões apresentadas. Quero ainda acrescentar que tudo o que escrevo é sentido e sincero e em alguns casos pecará por defeito e nunca por excesso.

Um abraço a todos e parabéns por esta data querida e como sempre desejo aos aniversariantes: "Que esta data se repita por BONS ANOS".

Henrique Cerqueira e Ni

2. Mensagem da Maria Dulcinea (NI), com data de 28 de março, agradecendo aos editores e demais pessoal da Tabanca Grande que se lembraram da sua data de aniversário:


Olá, Luís Graça

Quero aqui expressar os meus agradecimentos pelos votos de Parabéns no meu aniversário. Muito me honrou verificar que todos os camaradas da Guiné e meus camaradas do blogue em que por afinidade fui admitida, me presentearam com os seus votos no blogue.

É bom, muito bom,  sentir essa proximidade com pessoas que têm em comum uma vivência passada durante uma determinada época da nossa vida.

Não sou uma participante muito ativa em termos de escrita ,mas na verdade sou leitora assídua do também meu blogue “Luís Graça & Camaradas da Guiné”. Considero-me talvez uma espécie de “retaguarda", junto do Henrique, sempre que estamos a ler e a comentar tudo que se tem escrito no Blogue. É claro que todos os assuntos tratados não me são absolutamente estranhos,  mas como será entendível quando estive em Bissorã o meu espírito naquele território era bem diferente do meu marido assim como dos restantes camaradas da altura. Não deixei no entanto de viver ativamente os momentos bons e menos bons dessa altura.

Por acaso até me envolvi bastante com vários elementos da população,  na ajuda e aprendizagem de alguns usos e costumes das pessoas de Bissorã . Assim como me interessei por acontecimentos passados entre o meu marido e seus camaradas militares .

Tenho muito gratas recordações, em especial do Natal de 1973,  passado em Bissorã, pois me dediquei a fazer rabanadas e aletria para os camaradas que nos visitaram essa noite. Creio até que essa noite teve um pouco de “magia” amenizando a carência da falta de familiares na noite tão importante da vida de qualquer português. Até porque era uma altura de grande incerteza e “medos” porque o Henrique já tinha sido avisado que possivelmente nós teríamos de vir embora porque a situação de guerra estaria ameaçada de piorar daí para a frente, o que de certo modo aconteceu, pois logo no dia 30/12 /73 sofremos um ataque com alguma violência . Felizmente as coisas não pioraram muito em Bissorã, mas tínhamos informação de outras localidades com gravíssimos ataques.

Finalmente o 25 de Abril chegou e foi um ”espiral” de acontecimentos. E finalmente regressamos,  sãos e salvos,  ao nosso lindo Portugal.

Luís Graça, já me alonguei um pouco, mas tudo isto é para reafirmar o meu agradecimento especial ao Luís e com o mesmo sentimento a todos os Tertulianos a quem  desejo sinceramente tudo de bom enquanto a vida permitir. E acreditem que o blogue tem sido a maior terapia para o Henrique assim como para mim. Jamais esqueceremos estes nossos amigos,  independente de qualquer cor,  raça ou religião. "NÓS ESTIVEMOS LÁ»

Um beijo muito grande a todos.

Maria Dulcinea Rocha

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11341: Blogoterapia (225): Agradecimento à tertúlia deste grande Blogue (Carlos Vinhal)

O Rio Vouga em S. Pedro do Sul
Foto: Carlos Vinhal

Os meus estimados camaradas e amigos já devem estar a pensar mal de mim. Tantos comentários publicados no poste do nosso aniversário* e eu nem uma palavra ainda disse, passados que são 7 ou 8 dias.

Chegado, havia que fazer prioritariamente a listagem dos aniversariantes de Abril e os respectivos postalinhos, atender às solicitações de alguns camaradas, responder a quem se me dirigiu directamente, etc, etc, etc.

Pois aqui estou a agradecer publicamente, tarde mas não mal, com a justificação de que quando entrei ao serviço tinha a caixa de correio (a electrónica) atolhada com cerca de 500 mensagens, entre outras: SPAMs, brincadeiras que teimam em mandar para o meu endereço de trabalho, comentários gerados pelo sistema, comentários pessoais e mensagens com material para publicação.

Muitos camaradas e amigos(as) me telefonaram, alguns ficaram até em lista de espera, e eu, nabo que sou, com um telemóvel a estrear, até "calei" o nosso querido camarada Miguel Pessoa que me ligou em simultâneo com alguém.

A todos quantos se me dirigiram, congratulando-se com os meus 65 anos, fico reconhecido.

Queria ainda deixar aqui uma palavrinha para o camarada Hélder Sousa que diz algures que eu elaborei o postal metendo as pessoas pela ordem de antiguidade, aparecendo assim a nossa amiga NI (Maria Dulcinea) em último lugar. Pois não foi.

Cá comigo não há antiguidade, postos, sexo, ou outras distinções, mas sim o NOME por ordem alfabética, a começar em A e acabar em Z. Podem conferir.

Quanto à deferência devida às senhoras, continuo a ceder-lhes o meu lugar nos transportes públicos, o interior dos passeios, a primazia no atravessamento de portas, como me ensinaram em pequeno. Eu sei que já não se usa, mas não esqueçam que sou antigo.

Correu para aí que eu fui algures para o sul. Esclareço que não sou pato bravo, não voo, não ando em bando, não emigro, nem procuro terras quentes no inverno. Fui sim para S. Pedro do SUL. Ora aí está a origem da confusão.

Aproveito, porque ainda não fiz, para cumprimentar os meus companheiros de aniversário, Armando Pires, Eduardo Magalhães e NI, a quem desejo tudo de bom e uma saúde de ferro.

Abraço colectivo do vosso amigo e camarada
Carlos Vinhal
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Notas de  CV:

(*) Vd. poste de 27 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11321: Parabéns a você (552): Armando Pires, ex-Fur Mil Enf da CCS/BCAÇ 2861 (Guiné, 1969/70); Carlos Vinhal, ex-Fur Mil da CART 2732 (Guiné, 1970/72); Eduardo Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil Op Esp da CCS/BCAÇ 4612 (Guiné, 1974) e amiga tertuliana Maria Dulcinea que pisou a terra vermelha de Bissorã

Vd. último poste da série de 15 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11257: Blogoterapia (224): Cozinhas de campanha (Ernesto Duarte)