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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16049: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (8): A bonita e original capelinha de Buruntuma, de estética modernista (José Mota Tavares, ex-alferes mil capelão, CCS/BCAÇ 1856, Nova Lamego, 1965/67)



Foto nº 1


 Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6

Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Buruntuma > Buruntuma > É uma das mais  bonitas e originais capelas que temos visto nas nossas fotos da Guiné... O arquiteto e mestre de obras terá sido o José Mota Tavares, nosso camarada da CCS/BCAÇ 1856 (Nova Lamego, 1965/67) que nos mandou, recentemente,   fotos da "sua" capela...  Não sabemos onde mora, nem o que faz hoje,  sabemos (por pesquisa no nosso próprio blogue que foi alf mil capelão).. A capela terá sido mais tarde transformada ("vandalizada", diz ele) em escola ...

Fotos: © Mota Tavares (2016). Todos os direitos reservados.


1. Em 15 de agosto de 2015, o nosso leitor (e camarada) [José] Mota Teixeira, que a avaliar pelo seu endereço de email deve ser da colheita de 1935,   escreveu-nos o seguinte

"Nós fazemos um almoço todos os anos [, o BCAÇ 1856]. Recebi, mandada por um meu capitão, a foto que lhe mando em anexo [, Foto nº 6]. Tive uma alegria imensa: é que fui eu o arquitecto, engenheiro, mestre de obras, pintor da imagem de Cristo que está ao fundo, com o apoio material e moral do capitão que agora me mandou a foto, que lhe envio em anexo". (*)

(...) "O meu batalhão, o BCAÇ 1856, chegou à Guiné em [agosto de] 1965 e foi para Brá, onde estivemos, em intervenção, algum, pouco, tempo. Depois fomos mandados para Nova Lamego (Gabú) onde ficámos até final da comissão [abril de 1967]: Madina do Boé, Canquelifá, Piche, Copá, Buruntuma... estive em todas ...12 vezes debaixo de fogo, mas ... estou aqui, graças a Deus!" (...)

 (...) "Gostava de contactar com o militar que se escontra na foto e com outros que tenham estado em Buruntuma. É possível? Vou-lhe mandar outro email com várias fotos da dita capelinha." (Fotos nºs 1, 2,3,4 e 5].

O nosso editor Carlos Vinhal deu-lhe as boas vindas e convidou-o a integrar o nosso blogue mas até agora não obtivemos resposta. Claro que o convite continua de pé. O meu sexto sentido disse-me logo, ainda antes de o saber,  que o Mota Tavares só podia ser capelão. Terá feito uma segunda comissão em Angola...Reeditamos estas fotos, de modo a ilustrar o tema "capelas e igrejas" do nosso tempo no TO da Guiné (**). 


2. Deste batalhão, o BCAÇ 1856 (cmdt: ten cor  inf António da Anunciação Marques Lopes) sabemos que: 

(i) foi mobilizado pelo RI 1 (Amadora);

(ii) partiu em 31/7/1965 e chegou a Bissau em 6/8/1965;

(iii) em 2/3/1966,  o comando foi instalado em Nova Lamego, tendo em vista a substituição do BCav 705;

(iv) a 1 de maio assumiu o comando do setor L3, Nova Lamego, abrangendo os subsetores de Bajocunda, Canquelifá, Piche, Buruntuma, Madina do Boé e Nova Lamego;

(v) as companhias operacionais estavam sediadas em: Madina do Boé (CCAÇ 1416, com um destacamento em Beli; cmdt: cap mil inf Jorge Monteiro); Bajocunda (CCAÇ 1417, com um destacamento em Copá; cmdt: cap inf José Casimiro Gomes Gonçalves Aranha); e Buruntuma (CCAÇ 1418, com um destacamento em Ponte Caium; cmdt: cap inf  António Fernando Pinto de Oliveira).

(vi) foi rendido pelo BCav 1915 em 15 de abril de 1967, regressando de imediato à metrópole.

Sabemos que o Mota Tavares era capelão por que tem um pequeno capítulo do livro do nosso grã-tabanqueiro Manuel Domingues (ex-alf mil op esp, cmdt pel rec inf, CCS/BCAÇ 1856, "Uma campanha na Guiné, 1965/67: história de uma guerra", edição de autor. Título do capítulo:

"Coisas que o capelão passou na Guiné", por Mota Tavares, capelão do BCAÇ 1856 (mais um a quem disseram: 'Senhor capelão, o senhor sabe por que está aqui? Veja lá como me fala' - diz ele que 'fiquei a saber que a PIDE e a minha história de revolta cristã tinham chegado ao Batalhão primeiro que eu').


3. Do José Mota Tavares, encontrámos na Net um comentário, no blogue da UASP - União das Associações dos Antigos Alunos dos Seminários Portugueses

José Mota Tavares
Terça, 8 de Março de 2016, 23:08

Caros Amigos

Li, com muito entusiasmo o relato da vossa visita ao Gabu [, poste por AO - antigo alferes capelão], no meu tempo Nova Lamego. Aí passei quase dois anos. Todas as terras de que vocês falam,  me foram familiares e de que tenho muitas fotografias e diapositivos. Estive [lá] em 1965-67.

Tenho imensas histórias de Piche, Canquelifá (uma operação e duas vezes debaixo de fogo), Fá (emboscada e…aventura!), Bajucunda, Copá, Madina do Boé (8 ou 10 vezes debaixo de fogo, três mortos, duas fugas durante a missa para o abrigo…),  Buruntuma onde construí uma linda capela – fui o arquitecto, o engenheiro, o pintor, o mestre de obras com o apoio do capitão de que ainda hoje sou amigo. 

[Foi] inaugurada pelo brigadeiro Reimão Nogueira e [nela foi] baptizado um furriel de Lisboa. Chegou-me há  tempo uma foto dessa capela “vandalizada” pelos militares que lá estiveram depois – transformaram-na em escola!…

Bafatá, Bula, Bissau …as escoltas,  12 vezes debaixo de fogo, 27 operações com muitas histórias que dariam um enorme texto! Mas, por hoje, fico por aqui e ao vosso dispor.

Voltei a estar debaixo de fogo em Angola que me “valeu” tirar o curso de Paraquedismo e…