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quarta-feira, 24 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21108: Pré-publicação: "Odisseia 'Magnífica': Uma Volta ao Mundo com Magalhães e Covid 19", de António Graça de Abreu - Excertos, parte II: Relembrando a viagem de circum-navegação do NRP Sagres (5/1/2020 - 10/1/2021), de homenagem a Fernão de Magalhães (1480-1521)


NRP Sagres > Partiu de Lisboa a 5 de janeiro de 2020 para a sua volta ao mundo, com 142 militares a bordo... Por causa da pandemia de COVID 19, a missão teve de ser cancelada, e o navio-escola teve de regressar à base naval do Alfeite... (Acima, magnífica foto dos/as nossos/as bravos/as marinheiros/as!)

Era esperado que a NRP Sagres servisse de "casa de Portugal" nos Jogos Olímpicos de Tóquio (, também foram adiados para 2021).

Deveriam ter sido 371 dias de viagem, em homenagem à viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães (1480-1521). Um português, injustiçado e durante muito tempo esquecido. 

O magnífico veleiro da nossa armada acabou por voltar a Portugal 126 dias depois da partida, . A ordem de cancelamento da missão foi recebida quando a Sagres se aproximava já da África do Sul.  Deveria chegar a Lisboa em 10 de janeiro de 2021,

(Foto do grupo do Facebook Volta ao Mundo do Navio-Escola Sagres, com a devida vénia...)


1. São 137 páginas do diário de bordo do nosso amigo e camarada António Graça de Abreu, na sua última viagem de volta ao mundo (janeiro - abril de 2020). Trata-se de uma pré-publicação: haverá, no dia 11 de setembro +róximo, o lançamento do livro que já tem editor, a Guerra & Paz, com sede em Lisboa. 

O António Graça de Abreu [ ex-alf mil, CAOP 1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74), membro sénior da Tabanca Grande, com cerca de 260 referências no nosso blogue] é poeta, escritor, tradutor, sinólogo, autor de livros de poesia (8), história (4), traduções (7), e viagens (3).

Por cortesia do autor,  vamos reproduzir aqui, nesta nova série, dois ou três dos momentos dessa viagem com mais interesse para os nossos leitores e para a história de Portugal no mundo. São excertos selecionados pelo nosso editor LG.(*).. A série será retomada depois do lançamento do livro, em 11 de setembro de 2020.


2. Pré-publicação: "Odisseia 'Magnífica': Uma Volta ao Mundo com Magalhães e Covid 19", de António Graça de Abreu - Excertos: parte II  (pp. 7-12)

Marselha, França, 6 de Janeiro

Xilogravura: o rinoceronte, de Durer (1515).  Museu Britânico, Londres.
Cortesia de Wikimedia Commons
Marselha, mais uma vez.  Da Senhora da Guarda no alto abençoando as boas e más almas.

Marselha da ilha de If, lugar onde foi confinado o rinoceronte que o nosso rei D. Manuel ofereceu ao Papa Leão X, em 1516.

Marselha da mesma ilha de If com a terrífica prisão onde Alexandre Dumas colocou o conde de Monte Cristo apodrecendo aos poucos durante dez anos.

Marselha com Hector Berlioz, depois das sinfonias fantásticas, reorquestrando La Marseillesse, um hino à emancipação e à liberdade humana.

Marselha do Vieux Port, atulhado de barquinhos e os pescadores regressando do mar, com peixe fresco para grelhar ou preparar uma colorida e apaladada bouillabaise, a caldeirada francesa capaz de rivalizar com as nossas de Peniche ou de Sesimbra. (...)


Barcelona, Espanha, 7 de Janeiro

A minha ligação a Barcelona começou há 54 anos atrás, no Verão de 1966. Eu conto.

Como era comum entre muitos jovens da década de sessenta do século passado, aí desde os meus quinze anos correspondia-me com umas tantas donzelas espalhadas pela Europa e anexos, em inglês, trocando fotos, postais, selos, entendimentos, ideias e sonhos.

Num tempo quase sem televisão, quando a Net nem sequer como miragem existia, as cartas eram uma espécie de envio de curiosidades e afectos, em palavras simples que aproximavam os jovens de diferentes países.

Seria, no entanto, improvável chegar um dia a conhecer em pessoa, ao vivo, qualquer uma das penfriends, ou penpals, mas nada era impossível debaixo do céu. Entre as amigas da escrita, a menina de quem eu mais gostava,  tinha nacionalidade alemã, vivia em Hamburgo, loira, de olho azul, Inge Balk, dezoito anos, linda de morrer na fotografia. (...)


Lisboa, Portugal, 9 de Janeiro

Sábado passado deixei Lisboa rumo a Roma, de avião, sob o comando do piloto Miguel Rodrigues, especialista nos mistérios do céu. Hoje, quinta-feira da semana seguinte, regressei à nossa capital num enorme navio, o Magnífica, sob o comando do siciliano Roberto Leotta, antigo capitão de petroleiros, dono de mil segredos do mar, de há uns anos para cá à frente de barcos de cruzeiro.

Em Lisboa, uma ida rápida a casa, sobre quatro rodas, para abraçar os filhos e trazer mais umas bugigangas para completar o enxoval necessário para a Volta ao Mundo.

A entrada em Lisboa, por mar, é sempre altura para originais encantamentos. Alarga-se o tamanho dos olhos, sente-se o borbulhar do coração. Estamos no Inverno, com um dia cinzento aberto por rasgões de luz, com algum sol a escorrer sobre o cabo Espichel, caindo sobre a encosta nebulosa que desce da serra de Sintra para o Guincho e Cascais. O navio a deslizar a seu modo, imponente, afectuoso, em busca dos braços do Tejo.

Leio que o nosso veleiro Sagres se lançou ao mar domingo passado, dia 5, para empreender exactamente uma viagem de circum-navegação bem mais demorada e extensa do que a que nos está destinada.

Para os marinheiros lusitanos preveem-se 371 dias de mar, 41.258 milhas náuticas e 6.782 horas de navegação. Tocarão 22 portos de 19 países que incluirão doze cidades da rede mundial das Cidades Magalhânicas.

A nossa Volta ao Mundo, no Atlântico, no Pacífico e no Índico, como iremos ver, irá cumprir grande parte do itinerário levado a cabo por Fernão de Magalhães entre 1519 e 1521. Temos 43 portos de mar a visitar em 23 países diferentes ao longo de 117 dias, uma jornada mais curta do que a da Sagres, mas não menos interessante. (...)

[Seleção, revisão e fixação de texto, para efeitos de reprodução neste blogue: LG]

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domingo, 8 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20712: Manuscrito(s) (Luís Graça) (179): Poema de circum-navegação ou o fado dos amantes no Dia Internacional da Mulher









Lisboa > Praia de Pedrouços > 5 de janeiro de 2020 > Partida do navio-escola "Sagres" para a viagem de 371 dias nas celebrações do quinto centenário da circum-navegação de Fernão de Magalhães.


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Poema de circum-navegação ou o fado dos amantes

por Luís Graça




Uma rosa não é nada
Neste Dia da Mulher
P'ra quem, amor, minha amada,
Tem tanto p'ra te dizer.

Se sete vidas tivesse,
Uma não queria perdê-la,
Para que contigo vivesse,
Provando sempre merecê-la.

Ao mundo uma volta dava,
Em barca que fosse forte,
Mas contigo naufragava,
Noutra ilha que nos desse sorte.

Fortuna, porém, não rima
Com os negócios do coração,
Nem creio na obra-prima,
Nem no génio da criação.

Importa o aqui e o agora,
Não o depois nem o antes,
Mas, quando me for embora,

Cumpre-se o fado... dos amantes!


Lourinhã, 8 de março de Vinte-Vinte,
... e que os bons irãs protejam os amantes 
dos novos coronavírus que por aí andam... 
à solta!
_________

sábado, 16 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14621: Notas de leitura (713): "Neste mar é sempre inverno", romance de Tibério Paradela (edição de autor, 2014) (Parte III): toldaram-se-te os olhos, marinheiro... (Luís Graça)


Lisboa > Gare Maríitima de Alcântara (arq. Pardal Momnteiro, 1943) > Panéis de Almada  Negreiros (1947) > Tema "A Nau Catrineta"... Almada Negreiros  (1893-1970) é um dos nossos grandes artistas, polifacetados, do séc. XX.  Os seus painéis do Porto de Lisboa (Gare Marítima de Alcântara  e do Cais da Rocha Conde Óbidos) merecem ser melhor conhecidos e divulgados,,,



Lisboa > Gare Marítima de Alcântara (arq. Pardal Monteiro, 1943) > Panéis de Almada  Negreiros (1947) > Tema  "Quem nunca viu Lisboa não viu coisa boa” (1).


Lisboa > Gare Marítima de Alcântara (arq. Pardal Monteiro, 1943) > Panéis de Almada  Negreiros (1947) > Tema  "Quem nunca viu Lisboa não viu coisa boa” (2).



Lisboa > Gare Marítima de Alcântara (arq. Pardal Monteiro, 1943) > 10 de maio de 2015 > O cais, visto do navio-escola "Sagres".



Lisboa > Navio Escola Sagres (construído em Hamburgo em 1937) > Cais de Alcântara > 10 de maio de 2015 > Foto panorâmica.

Fotos (e legendas): ©  Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados


Toldaram-se-te os olhos, marinheiro,
Quando pra trás olhaste e já não viste
A terra, que deixaste em adeus triste,
Chorado no convés do teu veleiro.

Se és tu do mar o grande caminheiro
Em busca de destinos que cumpriste;
Se o fado teu, ao qual nunca fugistes,
Já fez de ti, no mundo, o Ser primeiro,

Então, enxuga as faces, meu guerreiro,
E volta para a frente o teu olhar.
Não vá esse inimigo traiçoeiro


A quem, por toda a parte, chamam mar,
Revoltar-se e engolir-te por inteiro
Numa onda vilã que vai passar!



In: PARADELA; Tibério - Neste mar é sempre inverno. Edição de autor, Aveiro, 2014, p. 12. Soneto, da autoria do romancista.  Formalmente perfeito,duas estrofes de quatro versos (quartetos) mais  duas de três versos (tercetos)... Cada verso com dez sílabas poéticas... (LG)




Capa do livro, da autoria do meu amigo,
o arquiteto JoséAntónio Paradela,
irmão do autor, ambos naturais de Ílhavo.
conterrâmeos e amigos
do nosso grã-tabanqueiro Jorge Picado.
O livro pode ser pedido através
do mail:
1. Mais algumas notas da minha leitura do livro do Tibério Paradela, "Neste mar é sempre inverno" (edição de autor, Aveiro, 2014) (*)...

Já aqui referimos algumas (dis)semelhanças entre a vida a bordo nos bacalhoeiros e a nossa situação como militares na guerra colonial,   que vem propósito por a ação do romance se passar em 1965, na safra do bacalhau na Terra Noba e na Groenlândia (longe de casa, longe da pátria), no espaço confinado de um navio (que era também na época o meio de transporte habitual das tropas que iam para a África) (**):

(i) Os pescadores, em geral recrutados pelo capitão do navio (ou por recrutadores a seu cargo, e por conta do armador), eram divididos em duas categorias em função da antiguidade (que, tal como na tropa, era um "posto" ou dava "estatuto"): os maduros (com uma ou mais campanha na pesca do bacalhau, em geral de seis meses); e osverdes, diríamos nós os "periquitos"... Competia aos maduros praxar os verdes, mas ao mesmo tempo apadrinhá-los, enquadrá-los, apoiá-los...

 (ii) As alcunhas, tal como na vida militar...

Todos ou quase todos têm alcunhas, em geral ligadas à sua proveniência geográfica ou terra natal, 
ou a alguma particularidade biográfica;

 (iii) O navio era a "grande casa", a caserna, o quartel, onde também havia segregação socioespacial...

Por exemplo, não era habitual, os oficiais (capitão e imediato) entrarem, a não ser em situações excecionais, na área reservada ao pessoal (pescadores e moços de convés).

(iv) O mar é o mato... 

E só ao fim de quarenta dias depois de partirem de Lisboa, é que os homens do "Nova Esperança", agora a caminho da Groenlândia, voltam a pisar terra, neste caso o mítico porto de St. John's...

(v) Mas o mar (e a pesca à linha do bacalhau) também é a solidão e a violência (dos conflitos, da fúria do mar, da dureza da vida a bordo, do risco de acidente e de naufrágio)...

Haveremos de falar disso noutro poste, com mais tempo e vagar...

(vi) Enfim, não esquecer a  importância do correio...

2. Poderíamos acrescentar outras situações que eram comuns às partidas (e chegadas) por mar... quer da frota bacalhoeira quer das "tropas expedicionárias":

(vii) A "pompa e a circunstância" que os senhores do regime da época, o Estado Novo, punham nas cerimónias de "depedida", tendo como pano fundo neste caso a a Praça do Império, a fachada do Mosteiro dos Jerónimos, e frente ao Tejo, o Padrão dos Descobrimentos... Ironicamente, o autor descreve o fim da festa:

"Junto à berma do passeio, um senhor pomposo de farda azulo e botões amarelos que participara na decoração da cerimónuia insistia em fazer entrar no automóvel do Ministério a teimosa espada que pendia à cinta" (p. 9).

(viii)  As referências icónicas de Lisboa, "capital do império", e que vão desaparecendo, à medida que o barco se afasta de terra: 

Ainda estava em construção, em 1965, a ponte sobre o Tejo (inaugurada em 6 de agosto de 1966), mas a montante e a jusante, não escapavam aos olhos de quem partia, o Terreiro do Paço, o Cristo-Rei, os Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos, a Torre de Belém, o forte de São Julião da Barra, o ilhéu do Bugio "cuja linha de união, dizem, é o onde o mar começa" (p. 11).

(ix) A visão derradeira do continente: a serra de Sintra!...

"É este o momento em que o marinheirop  diz o último adeus, assumindo a p0erda da sua identidade (...). Mede a altura das vagas e avalia a força do vento. Contemplka as estrelas e o anscer e o p^ªor do sol. (...) Conta os dias para voltar e sente o peso da solidão.Arrasta os pensamenmtos e engeole ems eco a SAUDADE!" (p. 111)...

(x) E, claro, os inevitáveis enjoos... 

No caso dos T/T Niassa, Uíge e outros levavam 5 dias a chegar a Bissau... No caso do bacalhoeiro "Nova Esperança", navegando 200 milhas por dia, chegará à Terra Nova em 10 dias.

Como diz uma das personagens, "o enjôo é este estado estúpido que anula valentões!(...). Depois somos grandes por igual (...) (p. 20).

(xi) As praxes... a que não escapam os "verdes" (ou sejam, os "piras", no nosso caso)... e o temor face à autoridade, personificada no capitão d navio...

Francisco, "moço de convés", da Beira Alta, é logo praxado, a bordo.

"Ó moço" Vai ao porão, enche um balde de sal e leva-o à ponte, ao capitão!"... "No Francisco notou-se um certo tremor e logo a preocupaçãoi de ter que obedecer cegamente àquela ordem" (p. 23)...

Quando chegou diante do capitão, "saltou, num estremeção", sentindo-se  "o rato mais pequenino do celeiro da sua casa, lá na aldeia", ao ver-se se viu confrontado com com "aquela figura avantajada no corpo e na autoridade" (p. 26)... "O sal?! Para que raio quero eu o sal? Põe-te a andar!", respondeu-lhe, ríspido e cúmplice, o comandante..

(xii) O "calão" da pesca (por analogia com o nosso, da tropa fandanga da Guiné)...

O livro traz um glossário no fim (pp. 261/262) para que o leitor possa saber algo mais do linguajar destes valentes portugueses de antanho, tais como: 

(i) "fazer capa" (aproar o navio às vagas em marcha reduzida" (vd, p. 19); 

(ii) "foquim" (pequeno baú de madeira com asa, em forma de tronco de cone) (vd. p. 49);

 (iii) "moiros" (referência pejorativa aos pescadores) (vd. p. 36);  

ou (iv) "rabada" (parte interior do navio,, na popa) (vd. p. 14)...

(Continua)

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Notas do editor:

(*) Vd, postes anteriores:

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7495: Patronos e Padroeiros (José Martins) (20): Padroeira da Sagres (Navio Escola da Marinha Portuguesa)



1. O nosso Camarada José Marcelino Martins, (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos,
Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais uma mensagem, em 22 de Dezembro de 2010, para a série “Patronos e Padroeiros do Exército”, agora sobre a Padroeira da Sagres (Navio Escola da Marinha Portuguesa), que termina amanhã, dia 23, a 3ª viagem circum-navegação, que durou 338 dias á volta do mundo, naquela que foi a maior missão de sempre efectuada pelo Navio Escola Sagres. Assim, esta nossa embaixadora aportou em 27 portos de três continentes, navegou 39 112 milhas (72 435 km), que demoraram 5405 horas a navegar (27% à vela).
Padroeira da Sagres
(Navio Escola da Marinha Portuguesa)


Foto: Página da Sagres, com a devida vénia
Nossa Senhora dos Navegantes
Na devoção popular Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, e nossa Mãe, vai adquirindo o nome, quer de lugares ou, até, relacionada com profissões.
A devoção a Nossa Senhora já era antiga em Portugal mas, com o inicio dos descobrimentos, no século XV, os navegadores passaram a pedir a intercessão da Virgem, para que os acompanhasse nas viagens e os trouxesse de novo a casa, mais ainda quando enfrentavam o mar revolto e as tempestades, quando viajavam pelo mar.
Em Portugal, Nossa Senhora dos Navegantes, também é associada às comunidades de pescadores, já que elas vivem do e para o mar, colocando nas Suas mãos a sua vida e a sua esperança.
A sua festa é celebrada a 15 de Agosto, fazendo, em muitas localidades, um percurso por terra e por mar ou rio, transportada nos barcos da faina marítima.
Oração à Nossa Senhora dos Navegantes
Ó Nossa Senhora dos Navegantes,
Mãe de Deus,Criador do céu, da terra, dos rios, dos lagos e dos mares.

Protegei-me em todas as minhas viagens,
Dos ventos, tempestades, borrascas,
Raios e ressacas para que não perturbem minha viagem,
E que nenhum incidente ou imprevisto cause alteração,
Ou atrase a minha viagem,
Nem me desvie da rota traçada.

Virgem Maria,
Senhora dos Navegantes,
Minha vida é uma travessia de um mar turbulento.
As tentações, os fracassos e as desilusões
São ondas impetuosas,
Que ameaçam afundar minha frágil embarcação
No abismo do desânimo e do desespero.
Nossa Senhora dos Navegantes,
Nas horas de perigo penso em vós.
O medo desaparece,
O ânimo, a disposição de lutar
E de vencer fortalecem-me.

Com a vossa protecção e a bênção de seu filho.
A embarcação da minha vida há de ancorar segura
E tranquila no porto da eternidade.

Nossa Senhora dos Navegantes,
Rogai por mim,
Amém.
José Marcelino Martins
Fur Mil Trms da CCAÇ 5
Pesquisa e fixação do texto
21 de Junho de 2010
__________
Nota de M.R.:

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7483: Portugalidade(s) (1): A recepção dos goeses ao Navio Escola Sagres

1. O nosso querido Mário Dias [, foto à esquerda, português de Portugal, da Guiné, de Angola, de Macau...] teve a gentileza e sobretudo a inspiração de nos enviar esta mensagem, pré-natalícia, datada de 20 do corrente,  com a qual vamos inaugurar uma nova série a que chamaremos Portugalidade(s)... 


No fundo,  pretende-se revelar qui as mil e uma maneiras de se ser português (ontem, hoje, amanhã...),  pelo mundo fora, pelos cinco continentes, pelos muitos mares  e rios e braços de mar que ajudámos a descobrir, navegar, desbravar, descrever, conhecer, explicar, colonizar, povoar, desenvolver, interligar, interconectar, globalizar, humanizar ...


Portugalidade(s) é uma muitas maneiras, específicas, de sermos homens e mulheres, pertencentes à espécie Homo Sapiens Sapiens... É sobretudo um espaço de lusofonia, que tem como ponto de partida a língua e a cultura portuguesas, Portugal e a Guiné-Bissau, e por aí fora... De facto, não há amarras que nos prendam aos cais, até por que o nosso blogue é visto, é lido,  em muitos cantinhos do mundo, da Austrália ao Canadá, do Brasil à  Guiné, da Suécia aos EUA...


 É tão somente uma reflexão, e sobretudo um ponto de encontro e de partilha, de e para antigos combatentes (camaradas, amigos e camarigos...) , sobre o que é ser Portugal, português, lusófono... Aqui na casa lusitana, mas também na diáspora, e nos muitos sítios do mundo onde deixámos alguma coisa bonita, sobretudo humanidade, sobretudo amizade, sobretudo saudade... (LG)


Caros editores:

Apenas para indicar uma espécie de reportagem fotográfica feita em Goa, aquando da recente passagem do navio-escola Sagres. É comovente que ao fim de tantos anos, e apesar da repressão das autoridades indianas sobre os que continuam ligados a Portugal, ainda tantos não se tenham esquecido de nós.

http://www.youtube.com/user/MeninodeValpoi (*)

Um grande abraço e Boas Festas para toda a tabanca.

Mário Dias

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Nota de L.G.:

(*) O autor do vídeo, MenipodeValpoi, de seu nome completo, Menino G. P. T. Fernandes, nasceu em Valpoi, Satari, Goa, há 50 anos (uns meses portanto da invasão do território pelas tropas indianas), vive hoje no Reino Unido, onde é informático (programador)... O seu perfil no You Tube é apresentado em português mas o video é legendado em inglês... O vídeo é apresentado nestes termos: "The fond & loving brass band farewell by Goans to the Portuguese Navy [, Navio Escola Sagres]"... Desde 16 de Novembro p.p., tem já mais de 400 visualizações... Parabéns ao MeninodeValpoi. Many thanks for this nice heart touching document concerning our special relationship,  the Portuguese and the Goan People"... 



Sobre a viagem de circum-navegação da nossa Sagres, que está a terminar, vd. o sítio da RTP e em especial o reencontro com os goeses...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7436: Recortes de Imprensa (37): Heróis do mar, de Joaquim Magalhães de Castro em Fugas/Público (Joaquim Mexia Alves)

1. Em mensagem do nosso camarigo Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, com data de 13 de Dezembro de 2010:

Caros camarigos:

Somos,  muitas vezes, muito lestos a dizer mal de nós próprios e sobretudo da nossa saga marítima e da nossa presença pelo mundo fora.

E depois... depois somos surpreendidos, porque afinal não fomos a maldade, (o que não quer dizer que não tivéssemos feito algumas), quando acontecem factos com os descritos no artigo em anexo.

Vemo-nos chegar a tantos sítios por onde andámos e sermos recebidos de braços abertos, mas insistimos sempre, (alguns de nós Portugueses), em fazer da nossa História um rol de de malvadez e ignomínia.

Ao fim de tantos anos, de tantas centenas de anos, pelos vistos na maior parte dos casos, para as populações, verdadeiramente populações, desses países, ainda somos uma boa recordação, uma boa referência.

Fica ao vosso dispôr para publicação se assim o entenderem.

Um abraço forte e camarigo do
Joaquim

Um Português sem dúvidas em o ser!


Navio-Escola Sagres > Foto da Marinha Portuguesa, com a devida vénia


Vd. o sítio RTP > Sagres para acompanhar a 3ª viagem de circum-navegação da Sagres que termina em Lisboa a 23 de Dezembro de 2010, 11 meses depois.


O plano detalhado da viagem de 2010 pode ser consultado no sítio da Marinha > Sagres


Recorte do suplemento Fugas do Jornal Público
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 10 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7418: Memória dos lugares (115): As colunas logísticas ao Xitole e Saltinho no tempo do Paulo Santiago (1970/72) e do Joaquim Mexia Alves (1971/73)

Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7403: Recortes de Imprensa (36): Gandembel/Balana, com o Hugo Guerra (Pel Caç Nat 55) e o João Barge (CCAÇ 2317)