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quinta-feira, 7 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25247: O nosso livro de visitas (221): O nosso camarada António Inácio Correia Nogueira pôs à disposição da tertúlia a Tese que apresentou à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Ciências Sociais, especialidade em Sociologia

1. Mensagem deixada no Formulário de Contacto do Blogger pelo nosso camarada António Inácio Correia Nogueira:

Caros camaradas
No contexto dos 50 anos do 25 de Abril ponho à disposição de todos no Repositório Institucional da Universidade Fernando Pessoa o documento "Capitães do Fim", na sua versão completa.
Para isso vão a http://hdl.handle.net/10284/5079

Um abraço e um obrigado do tamanho do mundo pelo magnifico trabalho que têm vindo a desenvolver.

Cumprimentos,
António Inácio Correia Nogueira


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Tese apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Ciências Sociais, especialidade em Sociologia

"Capitães do Fim" - Resumo


Nos anos terminais da Guerra do Ultramar, a Academia Militar deixou de cumprir, por falta de candidatos, a sua missão capital: formar as elites militares intermédias de combate. Os Capitães do Quadro Permanente soçobraram. Ficou-se em presença de um Exército quase miliciano, num clima de forte contestação à guerra e de fraca motivação para lhe dar continuidade.

 No entanto, a defesa do Império, a todo o custo, era a política vigente, apesar do visível cansaço da Nação. Para ajudar a obviar este desiderato, e de forma surpreendente, foi determinada por despacho de 20 de Julho de 1970 do Ministro do Exército, Horácio José de Sá Viana Rebelo, a formação acelerada de Capitães milicianos na Escola Prática de Infantaria. Formaram-se à volta de cento e sessenta por ano. 

Em cerca de catorze meses fazia-se de um estudante universitário, quase sempre, em estádio avançado de licenciatura ou já licenciado, um Capitão combatente para actuar nos teatros de guerra mais exigentes de Angola, da Guiné e de Moçambique. O modo de selecção destas novas elites pelejadoras, e a formação apressada a que foram sujeitas, deram ensejo a que alguns as apelidassem, desdenhosamente, de “Capitães de proveta” ou “de “aviário”. Aplica-se, neste contexto, em alternativa, a expressão Capitães do Fim. 

Como foram seleccionados, formados e que desempenhos e protagonismos tiveram estes Capitães, nos teatros de Angola, da Guiné e de Moçambique, no comando de Companhias em quadrícula ou independentes de intervenção? A resposta tem enquadramento na sociologia e na história, ainda que de especificidade militar, em coerente continuum de procedimentos metodológicos qualitativos e quantitativos. Com recurso a autobiografias e a histórias de vida de guerra de muitos dos actores-Capitães ainda vivos, valorando-se dessa forma o tecido da participação-acção, entrecruzando os fios de vida das pessoas com aquilo que foi o seu terreno, o irrepetível e o individual, e contribuindo para a construção de conhecimento, procura trazer-se luz a um assunto que, no tempo, vai certamente, com reinterpretações, ter continuidade de investigação.

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Sobre o autor:

- António Inácio Correia Nogueira é licenciado em Ciências Físico-Químicas e professor do Ensino Secundário
- Em 1971 foi para o CTIG para integrar a CCAÇ 16 como Alferes Miliciano
- Em 1972 seguiu, como Capitão Miliciano, para a Região Militar de Angola como Comandante da CCAV 3487 / BCAV 3871, de onde regressou em 1974.

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Notas do editor:

Vd. poste de 24 DE AGOSTO DE 2020 > Guiné 61/74 - P21289: Notas de leitura (1299): “Capitães do Fim… Uma radiografia estatística”, por António Inácio Correia Nogueira; Chiado Editora, 2017 (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 22 DE FEVEREIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25200: O nosso livro de visitas (220): Leitora Marie, filha do nosso camarada Joaquim Pires Lopes da CCAÇ 312, Moçambique, 1962/64, procura documentos e fotos da unidade de seu pai

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25200: O nosso livro de visitas (220): Leitora Marie, filha do nosso camarada Joaquim Pires Lopes da CCAÇ 312, Moçambique, 1962/64, procura documentos e fotos da unidade de seu pai

1. Mensagem da nossa leitura Marie, filha de Joaquim Pires Lopes da CCAÇ 312 (Beira - Moçambique, 1962/64),enviada ao nosso editor Luís Graça em 13 de Fevereiro de 2024:

De: MarieL
Date: terça, 13/02/2024 à(s) 23:58
Subject: Procura de blog ou documentos sobre o período Ultramar 1962-1964 na Beira
To: luis.graca.prof@gmail.com

Boa noite Senhor Luis,

Procurando documentos e fotos da companhia do batalhão de Caçadores Especiais 312 (CCE312), BC10 de Chaves da qual meu pai fez parte no ano 1962/1964, conheci seu blog por acaso, você pode-me dizer onde posso encontrar informações sobre o General Aurelio Manuel Trindade e do Alferes Tenente Varela Vital Lopes.

O meu pai (Joaquim Pires Lopes, nativo da freguesia do Espinhal, Sabugal) gostaria ter notícias dessas pessoas, assim como dos seus camaradas ou outras pessoas que estiveram na Beira neste periodo, na esperança que não tenham já morrido!

Esperando ter notícias suas,
Atentamente,
Marie

PS:
Ao ler algumas paginas do seu blogue, pelo que entendi, o general Aurelio Manuel Trindade, ainda está vivo, ele tem 91 anos e vive rodeado dos seus sobrinhos em Amadora, certo?
Será que o senhor tem o numero de telefone ou endereço postal, ou e-mail para o contatar?

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2022/08/guine-6174-p23553-notas-de-leitura-1478.html


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Companhia de Caçadores N.º 312

Identificação: CCaç 312
Unidade Mob: BC 10 - Chaves
Cmdt: Cap Inf Aurélio Manuel Trindade
Divisa: "Sempre Excelentes e Valorosos"
Partida: Embarque em 17Jul62; Desembarque em 06Ago62
Regresso: Embarque em 13Ago64

Síntese da Actividade Operacional:

Desembarcou na Beira, a 06Ago62. Permaneceu 4 meses nas instalações da empresa de cervejas da Manga (cerca de 8 Km da Beira). Teve a seu cargo a segurança dos paiois do Dondo, com 1 pelotão ali destacado.
Em Dez62, seguiu para Chibabava, ficando, sob o comando operacional do BCav 163, sediado em Vila Pery. Guarneceu Machaze, Espungabera e Gógoi com um pelotão. Rendido em Out63, o BCav 163 pelo BCaç 596 passou a depender deste.
A actividade da Comp, consistia em treino operacional, patrulhamentos e contacto com autoridades tradicionais e com a população, prestando-lhes assistência educativa e medicamentosa.
Foi rendida em Chibabava (Ago64), pela CCaç 695.

Observações:
Não tem História da Unidade. Os elementos foram fornecidos por Vasco F. Garcês Atougueira (ex-alf. da Comp)


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Notas do editor CV:
- O senhor General Aurélio Manuel Trindade, como Capitão, entre 1962 e 1964 comandou a CCAÇ 312 em Moçambique; e entre 1965 e 1967 comandou a 4.ª CCAÇ e a CCAÇ 6 na Guiné.
- Com o pseudónimo literário Manuel Andrezo, escreveu o livro "Panteras à solta", de que o nosso editor Luís Graça fez uma recensão alargada.
- A fim de responder ao solicitado pela nossa leitora Marie, o editor Luís Graça vai tentar obter o contacto telefónico do senhor General Aurélio Trindade.

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Nota do editor

Último post da série de 16 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24402: O nosso livro de visitas (219): Jaime Saraiva, CCAÇ 2789 / BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72), procura camaradas

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24402: O nosso livro de visitas (219): Jaime Saraiva, CCAÇ 2789 / BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72), procura camaradas

Guião do BCAÇ 2928. Cortesia:
Coleçáo Carlos Coutinho  / Ultramar
TerraWeb (2009)

1. Pelo Formulário de Contacto do Bloger, recebemos no passafo dia 13, a seguinte mensagem:

 Gostaria de contactar com camaradas da CCaç 2789 / BCAÇ 2928 que estiveram na zona de Bula, 1970/72 ..Um grande Abraço para todos

Cumprimentos,

Jaime Saraiva | jaimepsaraiva1@gmail.com


2. Resposta do editor LG, na volta do correio:

Jaime, obrigado pelo contacto. 

 Infelizmente o único camarada que tínhamos na nossa tertúlia (somos 875, mas contigo podemos ser 876...) era o Luís F. Moreira, ex-fur mil trms,  CCAÇ 2789 / BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72), já falecido em 2013 (foto à direita).
Era de Viana do Castelo. 

Se tu estiveste na Guiné e foste desta companhia, podes muito bem substituí-lo na nossa Tabanca Grande. Mandas duas fotos, uma antiga e outra atual, e duas ou três linhas com a tua apresentação: 
sou o fulano, tal, posto tal, pertenci à CCAÇ 2789 e procuro antigos camaradas, etc. 

Saúde e longa vida. Luís Graça

PS - A CCS / BCAÇ 2929 tem uma página, aqui no Facebook.


3. Pronta esposta do Jaime Saraiva:

Obrigado pela atenção dispensada... Fiquei triste com a noticia

Espero em breve mandar as duas fotos

Cumprimentos,
Jaime Saraiva
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Nota do editor:

Último poste da série > 21 de março de 2023 > Guiné 61/74 - P24157: O nosso livro de visitas (218): Luís Reis Torgal, conhecido historiador e professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra: "por vezes passo os olhos pelo blogue, fui alf mil trms, Cmd Agr 2952 e COMBIS, Mansoa e Bissau, 1968/69"

terça-feira, 21 de março de 2023

Guiné 61/74 - P24157: O nosso livro de visitas (218): Luís Reis Torgal, conhecido historiador e professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra: "por vezes passo os olhos pelo blogue, fui alf mil trms, Cmd Agr 2952 e COMBIS, Mansoa e Bissau, 1968/69"

1. E
m comentário de 9 de abril de 2022, a uma das páginas do nosso blogue. de que só agora demos conta, o Luís Reis Torgal, conhecido historiador e professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra, escreveu:

Por vezes passo os olhos pelo blogue, porque estive na Guiné em 1968-1969 (oficial de transmissões do Comando de Agrupamento 2952, de Mansoa, e do COMBIS), tendo regressado, a convite da embaixada de Portugal em Bissau, por duas vezes. 

Como hoje me apareceu no meu computador, desta vez sem o procurar, lembrei-me de informar os camaradas que jamais esqueci a Guiné, onde o meu filho fez 2 anos quando fui transferido para Bissau com todo o Comando, tendo mais tarde, como professor da Universidade de Coimbra, orientado a tese de doutoramento de um guineense, Julião Soares Sousa, sobre Amílcar Cabral. É considerada por muitos o melhor trabalho de investigação sobre o líder do PAIGC. Foi várias vezes publicada com o seguinte título: Amílcar Cabral (1924-1973). Vida e morte de um revolucionário africano. Lisboa: Vega, 2011 (1.ª edição).

Grande abraço
Luís Reis Torgal



2. Comentário do editor LG:

Meu caro professor e camarada Luis Torgal:

Muito nos honra a sua visita. Desconhecia de todo a informaçáo que nos dá: (i) foi nosso cmaarada em Mansoa  e Bissau, nos anos de 1968/69; (ii) e foi o orientador da tese de doutoramento do  Julião Soares Sousa (que tem no nosso blogue nada menos que 37 referèncias).

Fica desde ká convidado a integrar a nossa Tabanca Grande e assim poder partilhar as suas memórias da Guiné, que do seu tempo do C,md Agr 2952 e do Combis quer das visitas que fez depois da independência. Tem aqui um resumo do nosso livro de estilo.

Para os nossos leitores, que o não conhecem da vida académica, aqui fica um resumo curricular, retirado da Wikipedia:

Luís Manuel Soares dos Reis Torgal (Coimbra, 14 de Janeiro de 1942) é oriundo da Beira Baixa e foi um professor universitário português, lente de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Actualmente intervém na área de História do Estado Novo. (...)

Licenciou-se em História em 1966, doutorou-se em 1978 e tornou-se catedrático em 1987. Leccionou disciplinas de História Moderna e Contemporânea e de Teoria da História na Universidade de Coimbra.

Em 2010 declarou publicamente que a decisão do governo português abolir 4 feriados (dois civis e dois religiosos) foi muito mal organizado e uma trapalhada completa e ilegítima. (...)

É coordenador de investigação do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20). Foi director da Revista de História das Ideias e da revista Estudos do Século XX. (...)

É primo do prelado D. Januário Torgal Mendes Ferreira.

 3.  Ficha de Unidade: Comando de Comando de Agrupamento nº  2952

Identificação Cmd Agr 2952
Unidade Mob: RAL 1 - Lisboa
Cmdt: Cor Art António dos Santos Gonçalves | Cor Inf José Martiniano Moreno Gonçalves
CEM: TCor Inf Hélio Augusto Esteves Felgas | Maj Inf José Bonito Perfeito
Divisa: "Para bellum ad pacem"
Partida: Embarque em 10Jan68; desembarque em 15Jan68
Extinção: Foi extinto em 7Jan69, passando a integrar o Comando de Agrupamento de Bissau (COMBIS)

Síntese da Actividade Operacional

Em 16Jan68, assumiu a responsabilidade da zona Oeste, com sede em Mansoa, rendendo o Cmd Agr1976, com o dispositivo dos batalhões sediados em S. Domingos, Farim, Bula, Teixeira Pinto, Mansabá e Mansoa.

Desenvolveu intensa actividade operacional de comando e coordenação das forças instaladas na zona e das atribuídas de reforço, planeando, impulsionando, e controlando a respectiva actuação sobre as linhas de infiltração e bases inimigas existentes.

Em 10Ju168, foi rendido na zona Oeste pelo Cmd Agr 2951 e transferido para Bissau, onde assumiu a responsabilidade operacional da zona respectiva, então criada a nível Agrupamento e integrando o sector do BCaç 1911, com a missão de comandar e coordenar a actividade das unidades e subunidades ali existentes e garantir a defesa da ilha de Bissau e dos seus pontos sensíveis.

Em 7Jan69, o Cmd Agr 2952 foi extinto, passando os seus elementos a integrar o Comando de Agrupamento de Bissau (COMBIS), então criado por despacho do Ministro do Exército.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 123 - 2." Div/ 4* Sec., do AHM).

Fonte: Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 150
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Nota do editor:

Último poste da série > 17 de dezembro de 2022 Guiné 61/74 - P23887: O nosso livro de visitas (217): Pedro Galriça, filho do ex-cap art Fernando Manuel Jacob Galriça, cmdt da CART 1647 / BART 1904 (Bissau, Quinhamel e Binar, 1967/68)

sábado, 17 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23887: O nosso livro de visitas (217): Pedro Galriça, filho do ex-cap art Fernando Manuel Jacob Galriça, cmdt da CART 1647 / BART 1904 (Bissau, Quinhamel e Binar, 1967/68)


Guiné-Região do Oio  > Binar > Abril de 2017 >  "Uma pequena capela construída encostada a um poilão, que felizmente ainda se encontra de pé, e em cujo interior se encontrava exposta uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima, que já lá não está. Fui aqui Comandante, como Capitão Miliciano, da então CCAÇ 17, que era constituída por 23 militares do Continente e por 144 militares da Guiné. Na frente da capela, situava-se a parada do nosso quartel." 

Foto do álbum de António Acílio Azevedo (ex-cap mil,  1.ª CCAV/BCAV 8320/72, Bula e da CCAÇ 17, Binar, 1973/74). (*)

Segundo o nosso leitor, Pedro Galriça, esta capelinha teria sido construída pela companhia que o seu saudoso pai, o então cap art Fernando Manuel Jacob Galriça, comandou, a CART 1647 (Bissau, Quinhamel e Binar, 1967/68).

Foto (e legenda): © A. Acílio Azevedo (2017).
Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Pedro Galriça, filho do ex-cap art  Fernando Manuel Jacob Galriça, cmdt CART 1647 / BART 1904 (Bissau, Quinhamel e Binar, 1967/68)

Data - 16 dez 2022,  14:56  
Assunto - Guiné, Binar

Boa tarde,
Em pesquisas na Net, sobre referências ao meu Pai, cheguei ao blog que criou. O meu Pai foi oficial do exército, e esteve numa comissão na Guiné, em Binar e em Bula.

Pelo que sei,  a capela existente na árvore do aquartelamento de Binar terá sido construída por elementos da companhia que ele comandou;

Recordo-me de ele fazer referência a isso e ter inclusivamente algumas fotos/slides das várias fases da sua construção.
Esses slides, presumo que ainda em condições, devem estar por casa da minha Mãe, em Lisboa.
Interessa-vos este tipo de documentação, para instruir o vosso blog?

Cumprimentos,
Pedro Galriça

2. Resposta do editor Luís Graça:

Pedro, obrigado pelo seu contacto. O único oficial com o apelido Galriça, que passou pelo TO da Guiné, durante a guerra colonial / guerra do ultramar, só pode ser o seu pai, de nome completo Fernando Manuel Jacob Galriça. Foi comandante da CART 1647 / BART 1904, e esteve efetivamente em Binar, de setembro de 1967 a outubro de 1968, conforme ficha da unidade que reproduzimos a seguir.

Temos 25 referênciasao BART 1904 mas muito poucas às suas subunidades de quadrícula. Da CART 1647 não temos inclusive nenhum representante na nossa tertúlia (Tabanca Grande): o número de membros registados é já de 867 (entre vivos e mortos, desde 2004).

Tudo indica, pelo que me diz, que a construção da referida capelinha seja dessa época (set 67/out 68). O nosso camarada António Acílio Azevedo passou por Bula e Binar em abril de 2017 com mais um pequeno grupo de malta do Norte, numa viagem de "turismo de saudade", e tirou a foto que reproduzimos acima e a que o Pedro muito provavelmente se refere.

Se o Pedro um dia destes nos quiser e puder mandar algumas imagens digitalizadas não só da construção da capelinha como do resto da comissão de serviço do seu pai no CTIG, ficar-lhe-emos gratos. Os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são... Bem haja por honrar a memória do seu pai e dos seus homens, nossos camaradas,  da CART 1647. Bom Natal e Melhor Ano Novo de 2023. Luís Graça

3. Ficha de unidade > Batalhão de Artilharia n.º 1904

Identificação:  BArt 1904
Unidade Mob: RAP 2 - Vila Nova de Gaia
Cmdt: TCor Art Fernando da Silva Branco
2º  Cmdt: Maj Art Adolfo Jorge Vilares da Costa
OInfOp/Adj: Cap Art Manuel Henrique Lestro Henriques

Cmdts Comp:
CCS: Cap Art João Gonçalves Vila Chã
Cap Art Artur Olímpio de Sá Nunes
CArt 1646: Cap Mil Art Manuel José Meirinhos
CArt 1647: Cap Art Fernando Manuel Jacob Galriça
CArt 1648: Cap Art Diogo Baptista Coelho | Cap Mil Art José Reis Fernandes Leitão
Divisa: "Firmes e Generosos"
Partida: Embarque em 11Jan67; desembarque em 18Jan67 | Regresso: Embarque em 310ut68

Síntese da Actividade Operacional

Inicialmente, foi colocado em Bissau, rendendo o BCaç 1876 e assumindo as responsabilidades de segurança e defesa dos pontos sensíveis do sector a partir de 23Jan67, com as subunidades que lhe foram atribuídas, com a sede em Bissau e englobando os subsectores de Brá (Bissau), Nhacra e Quinhámel, tendo colaborado intensivamente no recenseamento da maior parte da população suburbana da cidade.

Após ter sido substituído no sector de Bissau pelo BCaç 2834, assumiu, em 18Jan68, a responsabilidade do Sector LI, com sede em Bambadinca e abrangendo os subsectores de Xime, Xitole e Bambadinca e, a partir de 06Mai68, ainda o subsector de Mansambo, então criado, tendo rendido no referido sector o BCaç 1888.

Desenvolveu intensa actividade operacional, orientada para a desarticulação dos grupos inimigos que tentavam fixar-se na zona de acção, para assegurar a ocupação territorial e para promover a autodefesa, segurança e promoção socioeconómica das populações.

Dentre o material capturado mais significativo salienta-se: 1 metralhadora pesada, 4 metralhadoras ligeiras, 6 pistolas-metralhadora e 17 espingardas.

Em 160ut68, foi rendido no sector de Bambadinca pelo BCaç 2852 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

* * *

A CArt 1646 foi inicialmente colocada em Bissau, ficando integrada no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área, em substituição da CCaç 799, na dependência do seu batalhão, sendo, de 21Mai67 a 23Jun67, transitoriamente, substituída pela CCaç 1683. 

Após ter cedido temporariamente um pelotão para Bula, em reforço do BCaç 1876, de 01
a 20Abr67, foi atribuída na totalidade em reforço do BCaç 1876, para tomar parte em operações nas regiões de Bipo, Choquemone, Ponta Matar e Pelundo, entre outras, de 21Mai67 a 04Ag067. 

Depois de ter sido substituída no sector de Bissau pela CArt 1742, foi transferida para Fá Mandinga, em 04Ag067, a fim de integrar o dispositivo e manobra do BCaç 1888, com um pelotão destacado em Bambadinca.

Em 14Nov67, por troca com a CCaç 1551, assumiu a responsabilidade do subsector de Xitole, com pelotões destacados em Saltinho e Mansambo, este até 05Mai68, ficando integrada no BCaç 1888 e depois no seu batalhão.

Em 18Set68, foi rendida pela CArt 2413 por troca e voltou a Fá Mandinga em 20Set68, onde se manteve até 060ut68. Em seguida, recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso, sendo transitoriamente integrada no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área a cargo do BCaç 1911.

***

A CArt 1647 foi inicialmente colocada no sector de Bissau a fim de colmatar a saída anterior da CCaç 1589 no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área a cargo do BArt 1904.

Em 24Mar67, por troca com a CCaç 1438, iniciou o deslocamento para o subsector de Quinhámel, com destacamentos em Ilondé, Orne, Ponta Vicente da Mata e Ondame, tendo assumido a responsabilidade do referido subsector em 31Mar67.

Em 05Ag067, rendida pela CCaç 1549, foi colocada de novo em Bissau, a fim de substituir a CCaç 1438 no dispositivo do sector e, cumulativamente, desempenhar as funções de subunidade de reserva do CTIG, sendo atribuída a partir de 07Ag067 ao BCaç 1876, para realização de operações na região de Bula.

Em 11, 16 e 20Set67, deslocou-se por fracções para Binar, a fim de render a CCaç 1498, assumindo a responsabi lidade do respectivo subsector em 19Set67 e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1876 e depois do BCav 1915.

Em 130ut68, foi substituída pela CCaç 2404 e recolheu a Bissau, a fim de  aguardar o embarque de regresso e sendo integrada transitoriamente no dispositivo do BCaç 1911, com vista a cooperar na segurança e protecção das instalações e das populações da área.

***

A CArt 1648 ficou colocada em Bissau como subunidade de intervenção e reserva do CTIG, sendo utilizada em diversas operações realizadas na região de Pelundo, Queré, Churobrique e Tiligi, em reforço do BCav 1905 e na região de Bula-Jolmete, em reforço do BCaç 1876.

Em 3IJu167, rendendo a CCaç 1487, assumiu a responsabilidade do subsector de Nhacra, com efectivos destacados em Safim, João Landim, Dugal e ponte de Ensalmá, ficando integrada no dispositivo do BArt 1904.

Depois de ter sido substituída no subsector de Nhacra pela CArt 1614, assumiu, em 13Jan68, a responsabilidade do subsector de Binta, com um pelotão destacado em Guidage, onde rendeu a CCaç 1546 e ficou integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1932 e depois do COP 3.

Em 140ut68 foi substituída pela CArt 2412 e recolheu a Bissau a fim de aguardar o embarque de regresso, sendo transitoriamente integrada no dispositivo do BCaç 1911, com vista a cooperar na segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 80 - 2ªDiv/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 212/ 214
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Nota do editor:


(...) Percorridos cerca de 10 quilómetros por uma estrada bem asfaltada e com muitas retas, chegámos a Binar, onde no período de 1973 e 1974, se sediou o aquartelamento da Companhia de Caçadores 17 (CCAÇ 17), constituída por 23 homens do Continente Português (1 Capitão, 4 Alferes, 1 Sargento, 9 furriéis, 5 cabos e 3 praças e mais 144 elementos africanos (5 furriéis, 11 cabos e mais 128 soldados, que comandei, como Capitão Miliciano, durante cerca de oito meses.

Ao chegarmos ao cruzamento da localidade, virámos para norte, para cerca de 500 metros depois, chegarmos ao local onde existiu o antigo aquartelamento, tendo de imediato sentido um arrepio ao ver o local onde estive instalado e em zona onde também existiam habitações da administração e tabancas da população local.

Começando por falar da vedação das nossas antigas instalações, referiria que da mesma, na altura constituída por duas redes de arame farpado paralelas e separadas cerca de uns 15 metros uma da outra, com entrada/saída nos topos norte e sul, nem sinais dela agora existem.

Mal estacionámos no local onde era a parada do antigo aquartelamento, senti logo uma profunda emoção ao ver ainda de pé e em estado de boa conservação, uma antiga capelinha, encostada a um enorme poilão, que continha no seu interior um pequeno oratório, onde estava colocada uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima, capelinha essa que havia sido construída pela Companhia de Militares Portugueses que nos antecedeu e da qual não me recordo a sua identificação.

Essa capelinha, creio que foi construída como agradecimento a Nossa Senhora pelo facto de quase no topo dessa árvores e bem lá em cima, ainda se poder ver uma granada de RPG, que havia sido disparada por tropas do PAIGC e que lá ficou espetada, sem explodir. (...)


(**) Último poste da série > 18 de julho de 2022 > Guiné 61/74 - P23439: O nosso livro de visitas (216): Areolino Cruz (Bafatá, 1944 - Cubucaré, 1965) foi meu colega de carteira no Colégio Nuno Álvares, em Tomar, nos anos de 1957/58. Guardo dele uma terna recordação (Francisco A. Monteiro e Souza, natural de Cabo Verde, a viver nos Açores, ex-membro da FAP e da TAP)

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Guiné 61/74 - P23439: O nosso livro de visitas (216): Areolino Cruz (Bafatá, 1944 - Cubucaré, 1965) foi meu colega de carteira no Colégio Nuno Álvares, em Tomar, nos anos de 1957/58. Guardo dele uma terna recordação (Francisco A. Monteiro e Souza, natural de Cabo Verde, a viver nos Açores, ex-membro da FAP e da TAP)



Colégio Nun'Álvares, de Tomar, Externato e Internato, Masculino e Feminino - Cursos: Curso Primário Elementar; Cursos de Admissão aos Liceus e Escolas Técnicas; Curso completo dos Liceus (do 1º ao 7º ano): Curso completo Comercial (ciclo Preparatório e Curso Geral de Comércio);  Admissão às Universidades e Institutos médios e superiores.

Anúncio publicitário inseridno,  na pág. 93, na revista Seara Nova, nº 1385-86. março-abril de 1961. Fonte: RIC - Revistas de Ideias e Culura | SLHI - Seminário Livre de História das Ideias, CHAM | FCSH | Universidade NOVA de Lisboa. (Com a devida vénia...)



A notícia da morte de Areolino Cruz foi divulgada no Boletim mensal «Libertação», Órgão de informação oficial do PAIGC, edição n.º 62, Janeiro de 1966, classificado de "número especial". O texto que abaixo citamos foi retirado da página 11.




Citação: (1966), "Libertação", n.º 62, Ano 1966, Janeiro de 1966 | Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral - Vasco Cabral  (com a devida vénia).

Infografia: Jorge Araújo / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021).



1. Mensagem recebida no Formulário de Contacto do Blogger  (*): 

Data - quinta, 14/07/2022, 17:17

Fui colega de carteira do Areolino 
[Cruz], no Colégio Nuno Álvares, em Tomar, nos anos 57/58. 

Embora mais novo que ele, guardo do mesmo uma terna recordação. Sai do colégio em 1958 e desde então perdi o contacto com o mesmo. 

Soube mais tarde,através do Daniel Ramos Benoliel, guineense, que comigo serviu na Força Aérea Portuguesa e mais tarde foi meu colega na TAP, que o Areolino tinha ido para a URSS estudar e que, por qualquer motivo, foi recambiado para a Guine, onde viria a morrer.
Paz à sua alma.

Francisco Souza (natural de Cabo Verde).

Cumprimentos,
Francisco A. Monteiro e Souza


2. Resposta do editor Luís Graça:

Data - sexta, 15/07/2022, 10:29

Francisco, obrigado pelo contacto. Sobre o Areolino Cruz (Bafatá, 1944 - Cubucaré, 1965) temos pelo menos 3 referências.(**)

Se não vir inconveniente, gostávamos de poder publicar a sua mensagem. É sempre escassa a informação sobre os homens (guineenses, cabo-verdianos, portugueses, cubanos...) que estiveram "do outro lado" nesta guerra, afinal de contas fratricida... 

O nosso blogue é uma plataforma para a partilha de memórias de todos nós que, ao fim e ao cabo, continuamos a ter a Guiné e a sua gente (e, claro, Cabo Verde) no coração.

Mantenhas. Luis Graça

3. Resposta de Francisco A. Monteiro e Sousa:

Data - 16 jul 2022 14h59

Caro Luís Graça,

Muito obrigado pela sua mensagem. Não vejo qualquer inconveniente em publicar a minha mensagem. 

Mais informo que durante a minha estadia no colégio Nuno Álvares,em Tomar, fui colega de vários outros Guineenses, entre eles o João Domingos Gomes,o Eslávio Gomes Correia e os irmãos Inácio e Júlio Semedo   [o Inácio Semedo tem 1o referências no nosso blogue], todos eles mais velhos que eu,  mas com os quais mantive boas relações. Não sei se ainda estão vivos, mas se ainda o forem,  daqui (Açores, onde vivo desde 1979) lhes envio um fraterno abraço.

Termino enviando-lhe um cordial abraço.

Francisco A.Monteiro e Souza.
_____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 26 de abril de 2022 > Guiné 61/74 - P23203: O nosso livro de visitas (215): Martin Evison, inglês, em nome da ONGD Action Guinea BIssau, uma "charity" do Reino Unido, criada em 2020, que atua em Catió e Cufar

(**) Sobre o Areolino da Cruz, vd. postes de:

24 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21943: (D)o outro lado do combate (65): a morte de Areolino Cruz (Bafatá, 1944-Cubucaré, 1965), professor do ensino básico no Cantanhez (Jorge Araújo)

(...) Areolino Cruz, de nome completo: Areolino Lopes da Cruz Júnior, filho de Augusto Lopes da Cruz e de Domingas da Rocha Cruz, nasceu em 14 de Janeiro de 1944 (6.ª feira), em Bafatá. Morreu, como se infere da nossa investigação, em Cubucaré, na Região de Tombali (Cantanhez), entre 17 e 20 de Dezembro de 1965, de acordo com as circunstâncias relatadas no ponto 3 deste texto. (...)

23 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P21000: PAIGC - Quem foi quem (13): Areolino Cruz, professor do ensino primário, que alegadamente terá perdido a vida ao tentar salvar os seus alunos durante um bombardeamento, em Cubucaré, em 17 de fevereiro de 1964 (Cherno Baldé / Jorge Araújo)

20 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20994: (D)o outro lado do combate (60): O ataque a Pirada em 15 de julho de 1963 (Jorge Araújo)

terça-feira, 26 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23203: O nosso livro de visitas (215): Martin Evison, inglês, em nome da ONGD Action Guinea BIssau, uma "charity" do Reino Unido, criada em 2020, que atua em Catió e Cufar








Guiné-Bissau > Região de Tombali > Catió >  Algunas fotos do trabalho da "Action Guinea-Bissau", no setor de Catió


Fotos (e legenda): © Martin Evison (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Fomos há dias  "presenteados" com imagens da antiga pista de Cufar, do tempo da guerra colonial, pelo nosso leitor Martin Evison (*). Trocámos mensagens, e ele em 22 do corrente escreveu-nos o seguinte, em português, em resposta a algumas perguntas que lhe fizemos :

Não sou guineense,  sou inglês e estava visitando Guiné a convite de uma instituição de caridade inglesa - "Action Guinea Bissau" - que ajuda a restaurar poços de água, retretes públicas e edifícios escolares, e patrocina estudantes, de direito o medicina, por exemplo.

Estou a aprender português, mas os meu progressos são lentos. Interesso-me pela história portuguesa 
[em África], de que nós, em Inglaterra, não conhecemos o suficiente.

Por isso, tirei as fotos da antiga pista e da torre, de Cufar, hoje abandonadas. Encontrei, no seu blogue,  fotos de 1969/71.  de um  Nordatlas  na pista  e da torre de controle.

Tudo bem, você pode  pôr o meu nome  como autor das fotos. Seria possível, entretanto,  incluir algumas fotos do trabalho da instituição de caridade em Catió e Cufar (eu anexo três), e um link para projetos anteriores - se você achar que é apropriado? (...)

 [ Revisão / fixação de texto: LG]


2. Comentário do editor LG:

Segundo a sua página oficial na Net, a Action Guinea-Bissau (AGB) é "uma instituição de caridade do Reino Unido", um organização não-lucrativa (ou o equivalente às nossas ONGD) que "trabalha para resolver questões relacionadas com igualdade de género, desemprego e meio ambiente na Guiné-Bissau".

Está "a trabalhar com pessoas de confiança em Bissau para ajudar em 4 áreas":

(i) empréstimos de microcrédito, até cerca de £ 200 cada,  para selecionar pessoas que queiram iniciar ou expandir um pequeno negócio;

(ii) fundo de emergência para problemas de saúde /  destruições provocadadas pelas alterarções climática

(iii) ajuda para satisfação de necessidades básicas, como abrir poços, casas de banho, painéis solares;

(iv) apoio a projetos de educação


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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 22 de abril de 2022 > Guiné 61/74 - P23189: Memória dos lugares (440): A antiga pista de Cufar...e uma torre de vigia do tempo da CART 2477 (1969/71) (Martin Evison, Action Guinea-Bissau, Catió e Cufar)

(**) Último poste da série > 5 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22601: O nosso livro de visitas (214): Luís Sequeira, filho do nosso camarada Manuel Dias Sequeira, ex-1.º Cabo do Pel Mort 979 (Buba, 1964/66), falecido em 2008

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22601: O nosso livro de visitas (214): Luís Sequeira, filho do nosso camarada Manuel Dias Sequeira, ex-1.º Cabo do Pel Mort 979 (Buba, 1964/66), falecido em 2008

Manuel Dias Sequeira, ex-1.º Cabo do Pel Mort 979


1. Através do formulário para contactos, o nosso amigo Luís Sequeira enviou-nos no dia 2 de Outubro p.p. esta mensagem:

Olá boa tarde
tenho umas fotos do meu pai no ultramar, e que gostaria de partilhar consigo! Quem sabe poderia aprender algo mais sobre a historia na Guiné.
Um abraço
Cumprimentos,
Luis Sequeira


2. No mesmo dia houve a seguinte troca de mensagens com o nosso novo amigo Luís Sequeira:

a) - Caro Luís Sequeira
Muito obrigado pelo seu contacto.
Para nos falar do seu pai, utilize este meu endereço (carlos.vinhal@gmail.com) e o do editor do Blogue, Prof Luís Graça (luis.graca.prof@gmail.com).
Envie-nos, além do nome do pai, o posto dele, especialidade, Companhia e Batalhão em que foi para a Guiné e locais onde cumpriu a comissão de serviço.
Teremos muito gosto em publicar as suas fotos.
Caso ele não seja utilizador/frequentador da internete, e se o Luís quiser ser a ponte entre ele e o Blogue, o pai poderá fazer parte da nossa tertúlia, bastando para o efeito o envio de uma foto actual e outra do tempo de Guiné.
Para outros pormenores, queira contactar-nos.
Abraço, extensivo ao pai.
Carlos Vinhal
Coeditor



b) - Boa tarde Sr Carlos,
infelizmente o meu pai já não se encontra entre nós, e o assunto sempre foi um tabu, por isso tenho algumas dificuldades em fornecer certas informações, o que sei é que pertenceu ao Regimento de morteiros entre 64 e 66 na Guiné e o nome dele é Manuel Dias Sequeira.
Luís Sequrira


c) - Boa noite, amigo Luís
No Blogue temos um lema (ou divisa) que filho de um nosso camarada, nosso "filho" é, pelo que lhe peço não estranhar a proximidade no tratamento que não é de modo nenhum sinónimo de falta de respeito.
Lamentamos por o pai já não estar entre nós. Faleceu há muito? Pelas minhas contas deveria ter agora entre 78 e 80 anos.
No ano de 1964 foram mobilizados para a Guiné 4 Pelotões (assim se designavam) de Morteiros, a saber o Pel Mort 942, formado na Carregueira/Lisboa, que esteve na Guiné entre Janeiro de 64 e Janeiro de 66 e os Pel Mort 978, 979 e 980, formados em Leiria, que estiveram na Guiné entre Maio de 64 e Abril de 66.
Pode mandar as fotos que quiser. Se optar por as "fotografar" com o telemóvel, por favor desligue o flash para as não queimar com o excesso de luz.
Às vezes nas costas das fotos escrevíamos o local e a data das mesmas, assim como quem está nelas. Se me puder mandar esses elementos à parte, seria óptimo para sabermos exactamente a que Pelotão pertenceu o pai. Se me mandar fotos dele podemos ver se no blogue alguém o reconhece.
Ficamos ao dispor do amigo Luís.
Abraço
Carlos


d) - Boa noite Sr Carlos
Sim infelizmente faleceu em Setembro de 2008, por esta altura estaria com 77 completados em Agosto.
Pela informação que o Sr Carlos me deu, uma das fotos que vou enviar em anexo, consta o número 979.
Luís Sequeira


Nesta foto, o camarada Manuel Dias Sequeira, na fila de trás, tocando gaita de beiços.
Em progressão algures no mato da Guiné, o camarada Manuel Dias Sequeira em primeiro plano
Nesta foto, Manuel Dias Sequeira à esquerda
Provavelmente em Buba, entre 1964/1966 > Manuel Dias Sequeira


3. Já no dia 3 houve esta troca de mensagens:

a) Bom dia amigo Luís
Se o pai pertenceu ao Pel Mort 979, formou pelotão em Leiria, no RI 7, e chegou à Guiné em 13 de Maio de 1964 no navio Uíge.
Foi para Buba (veja aqui a carta: http://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial16_mapa_Xitole.html) onde esteve até Fevereiro de 1966, passando para Nhala (na estrada Buba/Xitole) nessa data, onde esteve até às vésperas do regresso que foi em 27 de Abril de 1966, curiosamente também no Uíge.
Só falta saber a sua patente. Ele tinha que escolaridade? Naquele tempo, com a 4.ª classe, ia-se para o contingente geral para soldado ou cabo, com o chamado curso secundário incompleto (actual 9.º ano) já podia ser furriel miliciano. Finalmente, com o 7.º ano dos Liceus (ou equivalente) ia-se para o curso de oficiais. Não terá por aí uma foto ou papelada onde se possa saber?
O nosso problema é que os militares do tempo do pai, normalmente, são pessoas infoexcluídas, que não frequentam as redes sociais, salvo alguns graduados, pelo que vai ser difícil encontrar companheiros do Pel Mort 979. No nosso Blogue temos apenas duas referências. Pode ver aqui: https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Pel%20Mort%20979
Em relação às fotos que me mandou.
Naquela do grupo maior, basta que me diga qual a sua posição relativa, da esquerda para a direita, por exemplo. Estará na fila de trás, penso.
Na que aparecem 4 militares em progressão, será o primeiro?
Na que está com outro camarada, será o mais baixo?
Se tiver estas respostas, as fotos ficariam legendadas.
Obrigado
Bom domingo

b) - Bom dia sr. Carlos
Graças à sua informação já me fez o dia, é bom saber um pouco da história do meu pai. O meu pai tinha a 4ª Classe na altura, lembro de ele me dizer que era 1.º Cabo, mas sinceramente não sei, porque nunca vi nenhuma divisa, apenas tinha um emblema que usava no braço esquerdo do Pel Mort 979.
[...]
Mais uma vez muito obrigado, um bom domingo.
Luís Sequeira


4. Hoje mesmo foi enviada mensagem ao Luís Sequeira a pedir autorização para inscrevermos na nossa listagem dos camaradas que já partiram o nome de seu pai, Manuel Dias Sequeira (1944-2008)
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Nota do editor

Último poste da série de 11 DE SETEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22532: O nosso livro de visitas (213): Nuno Inácio, filho do nosso camarada Gil da Silva Inácio - "O Gringo" - que foi CMDT do Pel Caç Nat 67 em 1973

sábado, 11 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22532: O nosso livro de visitas (213): Nuno Inácio, filho do nosso camarada Gil da Silva Inácio - "O Gringo" - que foi CMDT do Pel Caç Nat 67 em 1973

Guiné > Região de Tombali > Cufar > 1973 > A despedida do Pel Caç Nat 67 > Em primeiro plano, o comandante do Pelotão, Alf Mil Gil da Silva Inácio, o "Gringo".

Foto (editada): © Luís Mourato Oliveira (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem enviada ao Blogue por Nuno Inácio, filho do nosso camarada Gil da Silva Inácio, CMDT do Pel Caç Nat 67, através do Formulário de Contacto do Blogger, em 9 de Setembro de 2021:

Exmos. Srs.

Chamo-me Nuno Inácio e sou filho de um Comandante do Pelotão de Caçadores Nativos 67, Alf. Mil. Gil da Silva Inácio, conhecido como "O GRINGO" - Cufar - Guiné 1973.[*]

Tomei conhecimento deste website através de um grande amigo que viu um artigo onde mencionava um Alf. Mil. na Guiné conhecido como "o gringo" e como outrora lhe tinha referido essa alcunha do meu pai fui verificar e de facto é o meu pai.

Estimo informar que o meu pai é vivo, cheio de saúde e ainda pronto para as curvas.
Neste sentido gostaria de saber se alguns dos inúmeros heróis aqui presentes e representados conheceu o meu pai, gostaria de saber mais histórias desses tempos, porque o meu pai tem algumas reservas em partilhar essas histórias e se ainda existem encontros de ex-combatentes desses GE e, em caso afirmativo, pedia o favor a V. Exas. ser notificado para o efeito.

Grato pela atenção dispensada.
Atentamente,
Nuno Inácio
Cumprimentos,
Nuno Inácio | info@streetcustoms.pt


********************


2. Comentário de CV:

Caro Nuno Inácio
Permita-nos que o trate assim, já que entre a tertúlia, filho de um camarada, nosso "filho" é.

Muito obrigado pelo seu contacto e pelas notícias do estado de saúde de seu pai, o nosso camarada Gil Inácio, ainda um jovem como qualquer um de nós.
Infelizmente temos poucas referências no nosso Blogue sobre o Pel Caç Nat 67. Pelo que pude pesquisar, foi formado em 1968, permanecendo em Mejo até Janeiro de 1969, altura em que foi deslocado para Guileje. Em Dezembro do mesmo ano foi dali deslocado para Cufar, onde esteve até Junho de 1973, data em que foi deslocado para Farim, onde esteve até ao fim da guerra.

O seu pai deve ter feito estes últimos anos do Pel Caç Nat 67, rendendo o Alf Mil Cav Joaquim Esteves, depois confirmará com ele.
Se entretanto for conversando sobre a sua estadia na Guiné, pergunte-lhe se ele se lembra da data de ida e regresso. Normalmente não esquecemos, para o bem e para o mal, estas datas, assim como outras que lembram os momentos menos bons por lá vividos.

Se ele quiser, poderá partilhar connosco algumas fotos que tenha aí por casa. Se para tal não tiver arte ou engenho, contamos com o Nuno Inácio para o ajudar.
Pode ser que apareça alguém do seu tempo, furriéis, por exemplo. Ele lembra-se de algum deles? Saberá onde vivem actualmente?

Como sabé, os convívios dos antigos combatentes foram suspensos devido ao COVID mas retomados que sejam, e se soubermos algo que interesse ao pai, daremos conta.

Ficamos ao dispor do camarada Gil Inácio, desejando-lhe a melhor saúde.

Para pai e filho, um abraço em nome da tertúlia
Carlos Vinhal

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Notas do editor:

[*] - Vd. poste de 27 DE ABRIL DE 2017 > Guiné 61/74 - P17291: Álbum fotográfico de Luís Mourato Oliveira, ex-alf mil, CCAÇ 4740 (Cufar, dez 72 / jul 73) e Pel Caç Nat 52 (Mato Cão e Missirá, jul 73 /ago 74) (16): o Pel Caç Nat 67,em Cufar, 1973

Último poste da série de 13 DE JULHO DE 2021 >
Guiné 61/74 - P22370: O nosso livro de visitas (212): Ildeberto Medeiros, ex-1º cabo condutor auto, CCAÇ 2753, "Os Barões" (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim/K3 e Mansabá, 1970/72)... Açoriano, vive nos EUA e quer integrar a Tabanca Grande

terça-feira, 13 de julho de 2021

Guiné 61/74 - P22370: O nosso livro de visitas (212): Ildeberto Medeiros, ex-1º cabo condutor auto, CCAÇ 2753, "Os Barões" (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim/K3 e Mansabá, 1970/72)... Açoriano, vive nos EUA e quer integrar a Tabanca Grande

1. Mensagem de Ildeberto Medeiros, nosso leitor  e camarada:

Date: sábado, 12/06/2021 à(s) 12:17
Subject: Tabanca Grande

Sou um ex-combatente da Guiné, ex-1º cabo condutor da CCAÇ 2753, "Os Barões Mansabá, K3 (1970/ 1972)

Sigo o vosso "site" para melhor recordar esses tempos que por lá andei, porque recordar é viver. Já me tentei regisitar e não consigo.

Actualmento vivo nos Estados Unidos. Gostava de saber se me podiam ajudar com este problema?

Um abraço, Luís
Ildeberto Medeiros


2. Resposta do editor LG:

Meu caro Ildeberto, já devia ter respondido ao teu pedido. I'm sorry, time management now is a big problem for me...

Vou ver se te ajudo:

(i) não te podes registar automaticamente no nosso blogue como membro da Tabana Grande (que conta já com 842 membros, 103 dos quais, infelizmente, já falecidos); mas o teu nome não me é estranho, tens feito comentários a postes aqui publicados;

(ii) tu podes ser, já amanhã, o nº 843: só preciso que me mandes as duas fotos da praxe: uma do teu tempo de Guiné (1970/72), e outra mais atual; (se não souberes como se manda, por email, pede ajuda a alguém das tuas relações, mais desenrascado nestas coisas da Internet);

(iii) já te apresentaste, hoje mesmo, embora laconicamente: estás situado no tempo e no espaço, pertenceste à CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim/K3 e Mansabá, 1970/72), eras 1º cabo condutor auto;

(iv) serás o primeiro açoriano da tua companhia a juntar-se, no nosso blogue, aos ex-alf mil Vítor Junqueiro e José Carvalho, e ao ex-fur mil Francisco Godinho, que são "continentais", como então a gente dizia; contigo, passarão a haver quatro "barões";

(v) mesmo com alguma dificuldade na escrita do português (, podes também escrever em inglês se te sentires mais à vontade), conta-nos depois algo mais sobre a tua vida, na tropa e depois da tropa, incluindo algumas das tuas recordações da Guiné mas também dos Açores; podes mandar algumas fotos digitalizadas, através do nosso endereço de email, o mesmo que usaste na tua última mensagem: luis.graca.prof@gmail.com


Terei, teremos todos, muito gosto e alegria em acolher-te aqui à sombra do nosso poilão, a árvore sagrada da Guiné, como bem te lembras... Ainda hoje tive o prazer de conhecer pessoalmente o José Carvalho (ex-alf mil, foto à esquerda) e de almoçar com ele, em Peniche... Embora meu vizinho (ele mora no Bombarral, e eu na Lourinhã), só agora tivemos a oportunidade de nos vermos "ao vivo e a cores"... 

O José Carvalho, hoje médico veterinário, por certo deve lembrar-se de ti, ao reconhecer-te na foto ou nas fotos  de 1970/72 que nos vai mandar. 

Falámos ao almoço dos "Barões do K3" e eu sou testemunha do carinho e apreço que ele ainda hoje manifesta por vocês, açorianos, da CCAÇ 2753. Foi ele, de resto, quem em fevereiro passado nos deu a triste notícia da morte do vosso antigo comandante, o cap mil art João Domingues da Rocha Cupido.

Conto contigo. Aguardo as tuas boas notícias. Best wishes. Good luck, good health. LG
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Nota do editor:

Último poste da série >11 d junho de 2021 > Guiné 61/74 -P22274: O nosso livro de visitas (211): João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, PTE - Pelotão de Transportes Especiais, Batalhão de Engenharia nº 447 (Bissau, 1968/71)

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Guiné 61/74 -P22274: O nosso livro de visitas (211): João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, PTE - Pelotão de Transportes Especiais, Batalhão de Engenharia nº 447 (Bissau, 1968/71)


Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 > Alguns dos camaradas que cumpunham o pelotão... Presumimos que o João Rodrigues Lobo é o elemento, de óculos, vestido à civil, na segunda fila (LG).


Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PT) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 > Alguns dos camaradas que cumpunham o pelotão...  O João Rodrigues Lobo  é  o elemento, de óculos, vestido à civil, na segunda fila (LG).



Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 > Mais uma foto de grupo.



Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 > Viaturas e motoristas


Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 > Revista das viaturas


Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 >  Um coluna de viaturas



Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 >  Convívio do pessoal (I)


Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 >  Convívio do pessoal (II)



Guiné > BIssau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 > Natal de 1969



Guiné > Bissau > BENG 447 > Pelotão de Transportes Especiais (PTE) >  Dezembro de 1968 / Janeiro de 1971 > Imposição das Medalhas Comemorativas das Campanhas da Guiné, pelo comandante do batalhão, ten cor eng  JOão António Lopes da Conceição. Na fotio à direita, o alf mil João Rodrigues Lobo.


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Joaquim Costa / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso leitor e camarada João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, PTE/BENG 447 (Bissau, 1968/71):

Data - 10 jun 2021 21:57
Assunto - Camaradas da Guiné


Bom dia,

Passei pelo vosso ou "nosso" blog e vi que Luis Graça é da Lourinhã, aqui tão perto de Torres Vedras onde resido e onde vou por vezes.

Navegando pelo blog,  vi algumas referências ao BENG 447 onde fui Alferes Miliciano de dezembro de 1968 a janeiro de 1971 ( 3 natais!).

Hoje, 10 de junho, ao ver as cerimónias militares, vendo os antigos combatentes, recordei-me daqueles tempos e dos meus camaradas.

Cinquenta e dois anos depois.  fui ver o meu álbum de recordações, de onde destaco as fotos que vos envio a seguir. Éramos todos um bocadinho mais novos mas talvez nos recordemos uns dos outros-

Todos deram o seu melhor contributo no Pelotão de Transportes Especiais (PTE) do Batalhão de Engenharia (BENG 447) onde a sã camaradagem prevaleceu.

E, até o tenente coronel Lopes da Conceição nos colocou a medalha comemorativa das campanhas da Guiné.

Julgo que os camaradas fotografados não se devem opor a que as fotografias saiam no vosso blog. (Eramos tão novinhos que já ninguém nos reconhece...).

Os melhores cumprimentos,
Rodrigues Lobo



Capa do livro "A Engenharia Militar na Guiné - O Batalhão de Engenharia". Coord. Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar. Lisboa : Direcção de Infraestruturas do Exército, 2014, 166 p. : il. ; 23 cm. PT 378364/14 ISBN 978-972-99877-8-6. Índice da obra: ver aqui.

[Cortesia de Nuno Nazareth Fernandes].


2. Comentário do editor LG:

Meu caro João, Vejo que, para além da Guiné, temos mais afinidades. Como costumamos dizer, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!

Numa breve pesquisa na Net, verifiquei que foste condiscípulo do Jaime B, Serra, no Externato Ramalho Ortigão (ERO). O ilustre caldense tem meia dúzia de referências no nosso blogue. Há 4 anos atrás tive a oportunidade de o conhecer pessoalmente e o grato prazer de com ele partilhar fotos do nosso blogue, respeitantes aos expedicionários a Cabo Verde, durante a II Guerra Mundial, para a exposição do 1º centenário do escritor leiriense Manuel Ferreira (1917-1992), inaugurada no museu José Malhoa, Caldas da Rainha, em 18 de julho de 2017.

Independentemente disso, somos estremenhos, e vizinhos, tu de Torres Vedras, eu da Lourinhã.

Fico feliz pela tua visita e partilha de fotos do teu álbum. Estive no CTIG,  de finais de maio de 1961 a março de 1971, integrando uma companhia do recrutamento local, a CCAÇ 12, que esteve adida a Bambadinca (BCAÇ 2852 e BART 2917). Nos dias em que  lá dormia, dormia em excelentes instalações construídas pelo BENG 447, salvo erro em 1968...

Por outro lado, temos alguns camaradas   que pertenceram ao BENG 447, como o ex-cap mil art  Fernando Valente (Magro), que é de 1970/72, ou o Nuno Nazareth Fernandes, ex-alf mil, e também radialista no PIFAS) ou o José Nunes, ex-1º cabo mecânico auto electricista. 1968/70. 

Temos, na Tabanca Grande,  mais malta que passou pelo BENG 447, em 1971, como o Luís R. Moreira, ex-alf mil sapador, CCS/BART 2917. (No mesmo, e local, no reordenamento de Nhabijões, em 13 de janeiro de 1971, caímos os dois em duas minas anti-carro, diferentes,  no o espaço de duas horas...O Luís R. Moreira foi evacuado para o HM 241 e foi depois transferido para o BENG 447.)

Mas há mais malta que foi transferida para o BENG 447:  por exemplo, o Jorge Silva, ex-fur mil, CART 2716 / BART 2917 (Xitole, 1971/72) e depois BENG 447 (Bissau, 1972/73). Era de rendição inidvidual.

Por outro lado, podes ter estado, tu e/ou alguns dos homens do teu pelotão, "atascado", comigo, em 23/24 de novembro de 1969, na estrada Xime-Bambadinca, aquando do "transporte especial" da autogrua Galion, desembarcada no Xime e  destinada ao porto fluvial de Bambadinca. Foi a CCAÇ 12 que montou a segurança.







Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Estrada Xime-Bambadinca > 23 de novembro de 1 > A famosa autogrua Galion (*), desembarcada no Xime, em LDG, e fornecida pela Engenharia Militar para operar no porto fluvial de Bambadinca... Atascada, no final da época das chuvas... junto à bolanha de Samba Silate, antes de Nhabijões, dois topónimos de má memória para muitos de nós que andámos por aquelas paragens.

Fotos (e legendas): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Nas fotos acima, estão assinalados, com cercadura a amarelo, dois oficiais que muito provavelmente seria do BENG 447, e que terão acompanhado o delicado transprote desta enorme autogrua, Vê-se um capitão em cima da Galion, em camisa de manga curta e quico camuflado. E na outra foto, de costas, um major, também de quico camuflado. Há uns amos atrás (*), pus a hipotese de ser o então  2º comandante do BENG 447... Sabemos, pela história do BCAC 2852 (Bambadicna, 1968/70), que por essa altura esteve lá, em serviço, esse oficial supeior....

João, queres acrescentar alho mais a esta legenda ?

Enfim, todo este paleio é só para reforçar o nosso convite para que fiques aqui, enter nós, por mais tempo, como membro (registado) da Tabanca Grande ... Entre vivos e mortos somos já 840...E tu pdoes ser o 841,se na volta do correio me mandares as duas fotos da praxe, tipo passe, uma do "antigamente"# e outra mais atual... Porque a tua apresentação, essa, está feita (***).

Mantenhas. Luís Graça



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BART 3873 (1972/74) > Novembro de 1973 > Porto fluvial de Bambadinca > A autogrua Galion a operar.

A grua móvel hidráulica Galion 125 devia levantar cerca de 12,5 toneladas. Era construida pela famosa empresa norteamericana Galion Iron Works and Manufacturing Company, fundada em 1907, no Ohio. 

Foto (e legenda): ©  Jorge Araújo (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



3. Ficha de unidade > Batalhão de Engenharia n." 447 . [ Tem cerca de 9 dezenas de referências no blogue
 ]


Identificação: BEng 447
Cmdt:
TCor Eng João Carlos Câncio da Silva Escudeiro
TCor Eng Raul Brito Subtil
Maj Eng José Fernando Lopes Gomes Marques
TCor Eng Fernando Gouveia de Morais Branquinho
TCor Eng Bernardino Pires Pombo
TCor Eng João António Lopes da Conceição
TCor Eng Manuel Francisco Rodrigues Fangueiro
TCor Eng Alberto da Maia Ferreira e Costa

2.° Cmdt:
Maj Eng José Fernando Lopes Gomes Marques
Maj Eng Eduardo Luís Afonso Condado
Maj Eng Alípio António Piçarra Diogo da Silva
Maj Eng Luís António dos Santos Maia
Maj Eng Manuel Francisco Rodrigues Fangueiro
Cap Eng José Pedro de Sá Morais Marques
Maj Eng Manuel Augusto da Silva Dantas

Divisa: "Que a tamanhas empresas se oferece"
Início: OlJul64
Extinção: 140ut74

Síntese da Actividade Operacional

Foi constituído a partir de lJu164, integrando todos os elementos de Engenharia então existentes na Guiné, vindo sucessivamente a integrar uma companhia de comando, uma companhia de serviços, uma companhia de construções, uma companhia de Engenharia e um pelotão de transportes especiais e expedição, sendo considerada uma unidade da guarnição normal da Guiné.

O comandante do BEng foi simultaneamente comandante da Engenharia da Guiné e chefe da delegação do Serviço de Fortificações e Obras Militares.

Executou a construção e reparações em aquartelamentos de carácter permanente e semi-permanente, incluindo edifícios e construções especiais e de que e destacam edifícios de comando, casernas, armazéns de depósitos, paióis, oficinas, enfermarias e abrigos, bem como procedeu à electrificação de aquartelamentos e construção de centrais eléctricas e depósitos de armazenamento de água e ainda da rede dupla de arame farpado de Bissau.

Em colaboração com as Obras Públicas da Guiné, procedeu à construção de estradas com revestimento a alcatrão num total de 520 Km, dos quais 241,35 km competiram exclusivamente ao BEng, e ainda de 71 km de estrada sem revestimento de alcatrão e também as pontes de Saltinho e Bafatá.

Forneceu ainda a equipagem e manutenção das jangadas de João Landim, S. Vicente e Farim e ministrou a instrução e formação de pessoal indígena nas especialidades de pedreiro, carpinteiro, canalisador, electricista e operador de máquinas de terraplanagem.

Em 140ut74, após entrega das instalações e dos equipamentos, o batalhão foi desactivado e extinto.

Observações: Tem História da Unidade (Caixa n." 124 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM - Arquivo Histórico Militar).

Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 6.º Volume - Aspectos da Actividade Operacional: Tomo II - Guiné - Livro I (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2014),
667/668.


Companhia Mista de Engenharia nº 447

Identificação CEng 447
Unidade Mob: RE 1 - Lisboa
Crndt: Cap Eng Fernando Edgard Collet-Meygret de Mendonça Perry da
Câmara

Partida: Embarque em 14Jul63; desembarque em 20Jul63
Extinção: Em OlJul64 (como subunidade independente)

Síntese da Actividade Operacional

Foi constituída pelo comando, um pelotão de equipamento mecânico, dois pelotões de sapadores e um pelotão de pontoneiros, este desembarcado em 22Abr63 , ficando instalada em Brá (Bissau).

Inicialmente, procedeu à construção do respectivo aquartelamento e iniciou o apoio de Engenharia ao CTIG, em especial na região de Bissau. O pelotão den pontoneiros garantiu ainda as ligações fluviais por barco em diversos pontos.

Em lJul64, foi integrada no BEng 447, então criado, passando a constituir a sua Companhia de Engenharia e sendo extinta como subunidade independente.

Observações: Não tem História da Unidade.

Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 6.º Volume - Aspectos da Actividade Operacional: Tomo II - Guiné - Livro I (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2014), pag. 567


(**) Vd. poste de 21 de novembro de 2014n > Guiné 63/74 - P13924: (Ex)citações (250): a autogrua Galion e o cais de Bambadinca, quatro anos depois, em novembro de 1973