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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17795: Memória dos lugares (364): Quem se lembra (ou ouviu falar) da tabanca de Portugal, a seguir aos rápidos de Cusselinta e à Ponte Carmona (em ruínas) (carta do Xitole, 1955)? Seria distinta de "Gã Portugal" que terá existido, também na margem esquerda do Rio Corubal, mas na península de Gampará... (Luís Graça / Cherno Baldé / Alcídio Marinho / Luís Branquinho Crespo / Luís Marcelino / Mário Pinto / António Murta)


Guiné > Mapa geral da Província (1961) > Escala 1/ 500 mil > Localização da tabanca de Portugal, que ficava antes do Xitole, na estrada secundária (com troço de picada, a tracejado) Buba - Nhala - Xitole...

Foi por aqui que passou, de automóvel, o jornalista do "Diário de Lisboa", Norberto Lopes, em janeiro/fevereiro de 1947, vindo de Bolama, pela estrada principal  São João - Fulacunda - Buba, a caminho de Bafatá (via Xitole - Bambadinca). Com a queda da Ponte Carmona, logo em 1937, quem vinha do sul tinha que passar pela tabanca de Portugal para ir cambar o rio Corubal para o "porto do Xitole" (sic) e seguir viagem, de carro,  para o norte ou para o leste (*)...


Guiné Portuguesa > Região de Quínara > Mapa do Xitole (1955) > Escala 1/25 mil > Posição relativa da tabanca de Portugal, na margem esquerda do Rio Corubal, a sudoeste do Xitole. Era uma tabanca seguramente abandonada no tempo da guerra, mas referida na reportagem de Norberto Lopes, no "Diário de Lisboa", em 25/2/1947.

Não confundir com a tabanca de Lisboa, a escassos 3 km de Buba, visitada e citada pelo nosso camarada José Ferreira, e cujo chefe era um antigo soldado paraquedista, o Sadjo Camará. A tabanca de Portugal, no regulado de Incassol, já existia em 1947... E consta da carta do Xitole, que é de 1955..

Recorde-se que esta e outras cartas da Guiné resultam do levantamento efectuado em 1955 pela missão geo-hidrográfica da Guiné – Comandante e oficiais do N. H. Mandovi. A fotografia aérea é da aviação naval (Março de 1953). Restituição dos Serviços Cartográficos do Exército. Fotolitografia e impressão: Arnaldo F. Silva. A edição é da Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, do antigo Ministério do Ultramar, s/d. Digitalização efectuada pela Rank Xerox (2005). Oferta do nosso camarada Humberto Reis.

Infogravuras: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017).


1. Perguntei a três dezenas de camaradas se chegaram a conhecer (ou ouvir falar de) uma tabanca chamada Portugal... Ficava a escassos quilómetros do Xitole, do outro lado do rio Corubal... Quem vinha de Buba para o leste  tinha que passar por lá, contornando a Ponte Carmona, em ruínas (desde 1937, ano em que foi inaugurada) (*)... 

Em 1947 por lá passou, nessa tal tabanca de Portugal, o jornalista do "Diário de Lisboa", Norberto Lopes... Ninguém sabe como aparece este nome... Será que tem alguma relação com a construção da ponte Carmona em meados dos anos 30?

E quem seria este obscuro régulo Bacar Dikel que lá morava e "reinava" (mal)? Dikel será apelido fula ou biafada?

Alguns dirão que andamos há anos a discutir o sexo dos anjos neste blogue... Que importância tem, de facto, para a história, e sobretudo para o futuro, dos nossos dois povos, o raio desta tabanca, que deve ter sido destruída ou abandonada no tempo da guerra colonial?... A verdade é que há 70 anos existia e houve um "tuga" que a referiu, num jornal de Lisboa... Eu estava a nascer, em janeiro de 1947, quando o Norberto Lopes por lá passou... E os cartógrafos também a assinalam: no mapa geral da província, de 1961, era ainda uma terra relativamente importante...


Guiné > Mapa de Fulacunda  (1955) > Escala 1/25 mil > O Rio Corubal, margem esquerda (região de Quínara) e direita (região de Bafatá), antes de desaguar no Rio Geba... Localização de Gã João (ou Ponta João da Silva) e Gã Garnes (ou Ponta do Inglês)... Não conseguimos localizar, neste mapa, a povoação de Gã Portugal, referida por Alcídio Marinho.

Toda o triângulo Bambadinca - Xime - Xitole, e em especial a margem direita do Rio Corubal, foi batida, no início do "consulado" de Spínola, no âmbito da grande Op Lança Afiada (de 8 a 19 de março de 1969  (**)

Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017).


2. Eis algumas respostas que recebemos, dos nossos colaboradores (*): 

(i) Cherno Baldé (Bissau):

Não conheço o local [, antiga tabanca de Portugal] nem nunca ouvi falar, mas tal como tenho dito num dos postes das minhas memórias sobre o nome dado à nossa aldeia (Luanda) do início da guerra colonial, era normal e muito comum que régulos, antigos cipaios ou militares que fundavam novas aldeias,  quisessem honrar ou mostrar suas simpatias para com Portugal e aos Portugueses. (***)

O meu tio paterno, patriarca da nossa família, foi colaborador e polícia da administração colonial em Bolama durante muitos anos. Há bem pouco tempo descobri que existia em Bolama um bairro com esse nome [, Luanda,] e pensei que, talvez, houvesse alguma ligação. É assim.

Por outro lado, a  zona de Xitole assim como toda a região de Forreá eram domínio fula, conquistado aos biafadas no séc. XIX. Assim, todos os régulos ou são fulas ou de ascendência fula e o Bacar Dikel não será excepção.

O nome que aparece como Sadiu Camará, chefe em 2005 da tabanca de Lisboa [, a escassos quilómetros a leste de Buba], dever se Sadjo Camará. (*)

(ii) Luís Branquinho  Crespo [que esteve na Op Lança Afiada]

Bem gostaria de ajudar, mas estive na margem direita do Corubal (1968/1970) e fui apenas duas vezes,  que me lembre,  junto da ponte Carmona e desconheço onde fica ou sequer tenha ouvido falar da tabanca Portugal a não ser agora.

(iii) Luis Marcelino

Não conheci a referida tabanca.

Embora tenha estado no sul, mais concretamente em Mampatá, cerca de dois anos, não tive oportunidade de conhecer muito, para além do espaço à responsabilidade da companhia.

(iv) Mário Gualter Rodrigues Pinto

Gostaria muito de poder contribuir para o solicitado, mas apesar de ter estado na parte sul do Corubal, mais propriamente em Mampatá e uma vasta área do zona junto ao Corubal ser ZA [, zona de ação,]  da minha companhia, nunca ouvi nem dei pela existência dessa tabanca.

Creio mesmo que os mapas ou croquis que nos davam para a Zona fizessem alguma referência à Tabanca [de Portugal] 

(v) António Murta:

Sobre essa enigmática tabanca, devo dizer que nunca fui tão longe, mas, se fosse, confesso que tropeçaria nela de surpresa porque ignorava a sua existência. O mais longe que fui, fica-se pela "Ponte interrompida" sobre o Corubal, e apenas estive sobre o tabuleiro uma vez, conforme descrevo num dos postes enviados ao Blogue há tempos. Era um lugar paradisíaco, fora do tempo, mas que causava uma impressão muito intensa. E de Nhala lá eram muitas horas por mata fechada quase sempre. Ora, essa tabanca, pelos vistos, ainda era mais afastada.

(vi) Alcídio Marinho

A tabanca "Portugal" chamava-se "Gã Portugal" ficava na margem esquerda do rio Corubal,
mesmo em frente à tabanca da Ponte do Inglês.

Da Ponte do Inglês fazia-se a cambança para a Gã Portugal. Ficava no caminho do rio Corubal para Fulacunda

Em Maio de 1963, pelos dias, 20 e poucos, fiz uma emboscada nesse local, onde prendemos dois turras que transportavam numa piroga um rodado de metralhadora pesada.

Era na zona de Gã Portugal que os aviões faziam a descarga das bombas sobrantes das operações, pois dizia-se que não podiam regressar a Bissau com os aviões com as bombas.


Guiné-Bissau > Saltinho > Ponte General Craveiro Lopes > Novembro de 2000 > Lápide, em bronze, evocativa da "visita, durante a construção" do então Chefe do Estado Português, general Francisco Higino Craveiro Lopes, acompanhado do Ministro do Ultramar, Capitão de Mar e Guerra Sarmento Rodrigues, em 8 de Maio de 1955.
Era então Governador Geral da Província Portuguesa da Guiné (tinha deixado de ser colónia em 1951, tal como os outros territórios ultramarinos...) o Capitão de Fragata Diogo de Melo e Alvim... Craveiro Lopes nasceu em 1894 e morreu 1964. Foi presidente da República entre 1951 e 1958 (substituído então pelo Almirante Américo Tomás). 

Praticamente só 20 anos depois, em 1956,  é que há uma ponte, moderna e segura, a ligar o sul e o norte da Guiné, no Saltinho, substituindo a famigerada Ponte Marechal Carmona, mais acima, que colapsou logo no ano da sua inauguração (1937).

Foto do "turista" Albano Costa, nosso camarada, que lá passou em novembro de 2000.

Foto: © Albano M. Costa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


3. Comentário de LG:

Obrigado, a todos pelo vosso esforço de memória e sentido de colaboração... e também pelas pistas que deixam.

Ao António Murta quero dizer que, afinal, esteve relativamente perto da tabanca de Portugal, em 1973/74... em linha reta, mas longe, se ele caminhasse ao longo da margem direita do Rio Corubal... Dez quilómetros pelo mato, em floresta galeria, equipada, a nossa tropa  podia levar 5, 6  ou mais horas, tendo a sorte de não encontrar nem bichos nem homens pelo caminho... Mesmo assim, o Murta veio bem de longe, de Nhala, a seguir a Buba, até à Ponte Carmona...

Esta ponte nunca a  conheci nem me recordo de ter ouvido falar dela, no meu tempo (1969/71) e eu fiz operações no subsetor do Xitole... e colunas logísticas de Bambadinca ao Saltinho... Em contrapartida, estive por mais de uma vez na Ponte Craveiro Lopes, no Saltinho (que veio substituir a Ponte Carmona, em 1956), mas nunca passei para o lado de lá. Só o fiz em 2008, quando fui de Bissau a Iemberém, no sul, passando por Bambadinca, Xitole, Mampatá, Quebo, Gandembel, Guileje e indo mesmo até Cacine...

No tempo da CCAÇ 12 (Bambadinca, julho de 1969 / março de 1971), só fiz operações na margem direita do Rio Corubal, nunca na margem esquerda (nessa época, praticamente interdita, nem lá iam os fuzileiros; e, a propósito, temos falado muito pouco aqui dos nossos camaradas fuzileiros).

Quanto ao Alcídio, o mais "veterano" de todos nós, foi com ele que a guerra começou... Receio que não estejamos a falar da mesma tabanca...

Esta tabanca de Portugal vem assinalada no mapa do Xitole, e fica em frente ao Xitole, do outro lado (esquerdo) do rio Corubal, conforme se pode confirmar  aqui no mapa ou a carta  do Xitole (de 1955)... Mas também no mapa geral (1961) (vd. acima).

Devemos estar a falar de tabancas diferentes, em regiões diferentes, se bem que próximas... Diz o Alcídio:

(...) "A tabanca 'Portugal' chamava-se 'Gã Portugal'  ficava na margem esquerda do rio Corubal, mesmo em frente à tabanca da Ponte do Inglês. Da Ponte do Inglês fazia-se a cambança para a Gã Portugal. Ficava no caminho do rio Corubal para Fulacunda". (...)

Essa "Gã Portugal" devia constar do mapa ou carta de Fulacunda, também de 1955, mas eu não a encontro... significa em crioulo família, no sentido alargado do termo, clã: por exemplo, os Gã Martins, de Empada, a que pertencia o avô materno, Victor Vaz Martins, do nosso amigo e historiador guineense Leopoldo Amado... Veio do mandinga para o crioulo e também quer dizer "casa grande", quinta, exploração agrícola, "ponta" (vocábulo crioulo)...

Nas margens (esquerda e direita) do Rio Corubal havia várias povoações que começam por Gã, provavelmente relacionadas com colonos ou famílias lá estabelecidas:

Gã Garnes (ou Ponta do Inglês)

Gã João (ou ponta João da Silva)


Gã Júlio  (na zona de Mina), etc.

devia ser um casa (rural) isolada, com exploração agrícola, mais próxima do português "monte" (no Alentejo) ou "casal" do que de "aldeia" (aglomerado populacional reunindo diversas famílias)... É possível que houvesse no princípio da guerra uma tabanca chamada "Portugal" (mapa do Xitole) e uma povoação mais pequena ("ponta") chamada "Gã Portugal" (mapa de Fulacunda).

Quero, mais uma vez, agradecer a todos  e dizer o seguinte: descobrimos, ao fim de alguns meses de insistência e persistência, o mistério do acrónimo "ASCO" que existia (e existe) na parede de um dos edifícios de Gadamael que as NT ocupavam... Pois haveremos de descobrir, com tempo e pachorra,  e a colaboração de todos, o mistério da tabanca de Portugal... e já, agora, da Gã Portugal.

Tal como noutros territórios (Angola, Moçambique...), as autoridades coloniais criaram novas povoações ou rebatizaram outras: no caso da Guiné, temos, por exemplo, Nova Sintra, Nova Lamego, Teixeira Pinto... Mas também podia nascer novas aldeias, com nomes não gentílicos, de iniciativa local: por exemplo, o caso de Luanda, referido por Cherno Baldé... Resta saber quem está na origem da fundação da tabanca de Portugal (e já agora, da Gã Portugal, a ter existido e ser diferente).
__________________

Notas do editor:

(*) Vd. último poste da série > 22 de setembro de  2017 > Guiné 61/74 - P17787: Memória dos lugares (363): tabanca de Portugal, onde vivia em 1947 o régulo Bacar Dikel, e que ficava a sudoeste do Xitole, na margem esquerda do Rio Corubal. É referida pelo repórter do "Diário de Lisboa", na sua crónica de 25/2/1947.

(**) Vd. poste de  16 de maio de 2013 >  Guiné 63/74 - P11575: Op Lança Afiada (Setor L1, Bambadinca, 8 a 19 de Março de 1969): I Parte: Cerca de 1300 efetivos: 36 oficiais, 71 sargentos, 699 praças, 106 milícias e 379 carregadores


(...) Foi devido a esta situação, no mínimo embaraçosa, e a chacota que dela resultaram, segundo explicou a minha mãe, é que justificou a fundação, entre 1959 a 1960 de uma nova aldeia no lado norte da bolanha, a menos de 2 km de Sare Coba, na confluência de Berekolóm (antigo feudo mandinga do Séc. XIX), que recebeu o nome do chefe da família, Sinchã Samagaia, que literalmente quer dizer a aldeia de Samba Gaia. Para agradar aos seus amigos da administração de Bolama, Sambagaia deu-lhe o nome de Luanda (porquê Luanda e não Lisboa?...). (...)

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17787: Memória dos lugares (363): tabanca de Portugal, onde vivia em 1947 o régulo Bacar Dikel, e que ficava a sudoeste do Xitole, na margem esquerda do Rio Corubal. É referida pelo repórter do "Diário de Lisboa", na sua crónica de 25/2/1947.


Guiné Portuguesa > Região de Quínara > Mapa do Xitole (1955) > Escala 1/25 mil >Posição relativa da tabanca de Portugal, na margem esquerda do Rio Rorubal, a sudoeste do Xitole. Era uma tabanca abandonada no tempo da guerra, mas referida na reportagem de Norberto Lopes, no "Diário de Lisboa", em 25/2/1947. Não confundir com a tabanca de Lisboa, a escassos 3 km de Buba, visitada e citada pelo nosso camarada José Ferreira.

Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017).




Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > Tabanca de Lisboa > 2005 > O Zé Teixeira com o chefe da tabanca e a sua lindíssima filha. A tabanca de Lisboa, a 5 Km de Buba, era um antigo centro de treino do IN, de nome Sare Tuto... Aqui ainda vivem vários antigos combatentes do PAIGC... Sadiu Camará, antigo paraquedista, casou aqui com uma guerrilheira... Foi ele que mudou o nome da aldeia e ajudou a população como caçador... Uma história com final (quase) feliz. A seguir à independência esteve preso e, algumas vezes,  esteve prestes a ser executado sumariamente... (LG)

Foto (e legenda): © José Teixeira (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.  Nas suas andanças pela Guiné, em janeiro/fevereiro de 1947, o jornalista do “Diário de Lisboa”, Norberto Lopes, transmontano, admirador da obra e da política de outro transmontano, o governador geral Sarmento Rodrigues, veio de Bolama até Bafatá, passando por São João, Fulacunda, Buba, Xitole, Bambadinca… Na margem esquerda do Rio Corubal, ficava a tabanca de Portugal. 


Na viagem até ao Xitole,  o repórter, vindo de Buba,  vai acompanhado pelo chefe de posto e pelo régulo dos fulas do Forreá, Baró Baldé “cujo regulado tem a sede em Missirá [entre Buba e Mampátá, abandonada no tempo da guerra] e que foi “um dos mais valiosos auxiliares indígenas na última guerra de Canhabaque [, nos Bijagós, em 1936]".

 Descreve esta região de Quínara, o setor de Buba que ia té à margem esquerda do Corubal, como “desertificada”, abandonada pelos fulas devido, ao que parece, à “doença do sono” que dizimava o seu gado, mas também à queda brutal dos preços da borracha que eles extraíam da “hévea”, planta expontânea na Guiné.

Sede do pequeno reino do régulo Bacar Dikel, era a tabanca de Portugal que ficava a caminho do Corubal. O repórter faz a cambança do rio em canoa,  já que a ponte de 1937, a ponte general (mais tarde,  marechal) Carmona, estava em ruínas. Do outro lado esperava-o uma carrrinha que o levará até Bafatá, via Bambadinca.

"No caminho para o Chitole (sic), fica a tabanca de Portugal, escondida na espessura do mato onde o régulo Bacar Dikel, mau grado as dissidências que perturbam a 'reinança' , acaba tranquilamente os seus dias".

Algum camarada ou amigo ouvira já falar desta tabanca e deste régulo, Bacar Dikel ?  Seria biafada ou fula ? E a que "dissidências" se queria referir o repórter do "Diário de Lisboa" ?

Não confundir esta tabanca com a de Lisboa (, antiga Sare Tuto) que fica a leste de Buba. Depois da independência, o chefe da tabanca passou a ser, por imposição da população, um antigo paraquedista guineense do BCP 12, o Sadiu Camará. (**)

___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 21 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17785: Historiografia da presença portuguesa em África (92): quando a Guiné do tempo de Sarmento Rodrigues tinha uma "boa imprensa": Norberto Lopes, o grande repórter da "terra ardente"

(**) Último poste da série > 1 de julhio de 2017 > Guiné 61/74 - P17531: Memória dos lugares (362): A vibração dos espectros: Uma semana depois da calamidade, o regresso a Pedrógão Grande (Mário Beja Santos)