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segunda-feira, 18 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20986: Efemérides (326): Foi há 48 anos: fui gravemente ferido no decurso da Op Dargor, evacuado para o HM 241, em Bissau, e depois para Lisboa, o HMP (José Maria Pinela, ex-1º cabo trms, CCS/BCAV 3846, Ingoré, 1971/73), hoje DFA


Guiné > Bissau > HM 241 > c. maio/ junho de 1972 > Gravemente ferido em combate, em 14/5/1972, o José Maria Pinela esteve aqui internado dois meses, sendo sendo evacuado para o HMP, em Lisboa donde teve alva em 6/4/1973. É hoje DFA (Deficiente das Forças Armadas).

Fotos (e legenda): © José Maria Pinela (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. José Maria Pinela (DFA), ex-1.º cabo trms, CCS/BCAV 3846 (Ingoré, 1971/73), membro nº 685 da Tabanca Grande (desde 4 de maio de 2015) (*)

(i) assentou praça em Elvas,  BC 8, na 3.ª Companhia de Instrução do 3.º Turno de 1970, onde fez a recruta;

(ii) em Lisboa, no BC 5, fez a especialidade de Transmissões de Infantaria:

(iii) seguiu para Portalegre, BC 1, onde permaneceu até à mobilização  ("por sinal no dia dos meus 22 anos, 16 de Fevereiro");

(iv) daqui partiu para Estremoz, BC 3, a fim de formar Batalhão;

(v) foi colocado na  CCS / BCAV 3846, como 1.º  cabo trms;

(vi) a madrugada do dia 3 de Abril de 1971, o batalhão seguiu para  a Lisboa,  embarcando no T/T  Angra do Heroísmo, com destino à Guiné:

(vii) chegada a Bissau no dia 9 de abril de 1971;

(viii) depois de um mês no Cumeré, para a IAO, partiram  para a nossa zona operacional, duas companhias para o Ingoré, incluindo a CCS, outra para São Domingos e outra para Susana-Varela;

"Decorreu o resto do ano de 1971 conforme se pôde, até que entrou o ano de 1972 que começou mal como o ano anterior. A 14 de maio caímos numa emboscada, onde fui ferido e evacuado de helicóptero para o HM 241, em Bissau, onde permaneci durante cerca de dois meses, e de onde acabei por ser evacuado por via aérea para o Hospital Militar, Anexo em Campolide, de onde saí como DFA, no dia 6 de Abril de 1973, dado como incapaz para todo o serviço militar e apto parcialmente para o trabalho".

O BCAV 3846 regressou à metrópole a 13 de março de 1973. O pessoal tem vindo a realizar o seu convívio anual.


Guiné > Região de Cacheu > Carta de Sedengal > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Sedengal, Ingoré e mata de Canchungo, junto à fronteira do Senegal, entre os marcos 143 w 139.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2020)


2. Para relembra esta fatídica efeméride, o 14 de maio de 1972, o camarada Pinela publicou, na página do Facebook da Tabanca Grande Luís Graça as quatro fotos acima reproduzidas,  mais a seguinte mensagem:

Olá,  camaradas de armas, ex-combatentes da Guiné! Bom dia a todos.

Faz hoje precisamente 48 anos, 14 de maio de 1972, começo do dia às 3 horas da manhã em Ingoré, operação Dargor, destino mata do Canchungo entre os marcos de fronteira norte 139-143, cerca das 8 da manhã primeira emboscada, onde eu fui atingido de imediato, era um alvo a abater logo de início, posto rádio Racal às costas, AVP 1 ao pescoço e todo o material que nos equipava. 

Aí começa toda a odisseia até à chegada dos Fiat G-91, do heli canhão e do heli de evacuação que me levou até HM241, em Bissau.

Aí chegado, fui recebido por uma equipa extraordinária que me salvou a vida, e não só, também alguns membros!

Sobrevivi até hoje felizmente, já outros não tiveram a mesma sorte e por lá perderam a vida ou partes do corpo! Para nada!!!

Aqui ficam algumas fotos desse domingo, 14-05-1972.(**)
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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18253: Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capítulo 21 e 22: Tive uma sorte incrível: a minha família na tropa foi a melhor.


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BCART 6520/72 (1972/74) >  Os camaradas (etimologicammente, os que dormem na mesma "câmara", quarto, camarata, no mesmo "buraco",  que dormem, comem, vivem e... morrem juntos), sempre presentes no dia a dia da guerra, vão substituindo a família, os vizinhos, os colegas de escola, os amigos, etc. que ficaram lá longe, na terra... São também companheiros, porque comem o mesmo mão à mesma mesa (do latim, cum + panis, o que partilha o pão connosco). 

 Foto (e legenda): © José Claudino da Silva (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Mapa da província (1961) > Escala 1/500 mil > Região de Quínara > Posição relativa de Fulacunda,que tinha a oeste Tite e a leste Xitole, a sudeste Buba e a norte Porto Gole~. Todas as ligações terrestres, em 1972/74, estavam inoperacionais. A ligação ao resto da Guiné fazia-se por barco (a sudoeste, a através do Rio de Fulacunda, afluente do Rio Grande de Buba) e por ar (Heli ou DO-27).



Guiné > região de Quínara > Fulacunda > Mapa de Fulacunda (1955) > Escala: 1/50 mil > Tite ficava a noroeste. Era sede de circunscrição (concelho) e tina pista de aviação... Com a guerra entrou em decadência. Era o coração do "chão beafada"...

Infografias: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018)


1. Continuação da pré-publicação do próximo livro (na versão manuscrita, "Em Nome da Pátria") do nosso camarada José Claudino Silva:

Nasceu em Penafiel, em 1950, foi criado pela avó materna, reside hoje na Lixa, Felgueiras. Está reformado como bate-chapas. Tem o 12.º ano de escolaridade.

Foi um "homem que se fez a si próprio", sendo já autor de dois livros, publicados (um de poesia e outro de ficção). Tem página no Facebook. É membro n.º 756 da nossa Tabanca Grande .

Sinopse:

(i) foi à inspeção em 27 de junho de 1970, e começou a fazer a recruta, no dia 3 de janeiro de 1972, no CICA 1 [Centro de Instrução de Condutores Auto-rodas], no Porto, junto ao palácio de Cristal;
(ii) escreveu a sua primeira carta em 4 de janeiro de 1972, na recruta, no Porto; foi guia ocasional, para os camaradas que vinham de fora e queriam conhecer a cidade, da Via Norte à Rua Escura.

(iii) passou pelo Regimento de Cavalaria 6, depois da recruta; promovido a 1.º cabo condutor autorrodas, será colocado em Penafiel, e daqui é mobilizado para a Guiné, fazendo parte da 3.ª CART / BART 6250 (Fulacunda, 1972/74);

(iv) chegada à Bissalanca, em 26/6/1972, a bordo de um Boeing dos TAM - Transportes Aéreos Militares; faz a IAO no quartel do Cumeré;

(v) no dia 2 de julho de 1972, domingo, tem licença para ir visitar Bissau,

(vi) fica mais uns tempos em Bissau para um tirar um curso de especialista em Berliet;

(vii) um mês depois, parte para Bolama onde se junta aos seus camaradas companhia; partida em duas LDM parea Fulacunda; são "praxados" pelos 'velhinhos', os 'Capicuas", da CART 2772;

(viii) Faz a primeira coluna auto até à foz do Rio Fulacunda, onde de 15 em 15 dias a companhia era abastecida por LDM ou LDP; escreve e lê as cartas e os aerogramas de muitos dos seus camaradas analfabetos;

(ix) é "promovido" pelo 1.º sargento a cabo dos reabastecimentos, o que lhe dá alguns pequenos privilégio como o de aprender a datilografar... e a "ter jipe";

(x) a 'herança' dos 'velhinhos' da CART 2772, "Os Capicuas", que deixam Fulacunda; o Dino partilha um quarto de 3 x 2 m, com mais 3 camaradas, "Os Mórmones de Fulacunda";

(xi) Dino, o "cabo de reabastecimentos", o "dono da loja", tem que aprender a lidar com as "diferenças de estatuto", resultantes da hierarquia militar: todos eram clientes da "loja", e todos eram iguais, mas uns mais iguais do que outros, por causa das "divisas"... e dos "galões"...

(xii) faz contas à vida e ao "patacão", de modo a poder casar-se logo que passe à peluda;

(xiii) ao fim de três meses, está a escrever 30/40 cartas e aerogramas por mês; inicialmente eram 80/100.


2. Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capºs 21/22


[O autor faz questão de não corrigir os excertos que transcreve, das cartas e aerogramas que começou a escrever na tropa e depois no CTIG à sua futura esposa. Esses excertos vêm a negrito. O livro, que tinha originalmente como título "Em Nome da Pátria", passa a chamar-se "Ai, Dino, o que te fizeram!", frase dita pela avó materna do autor, quando o viu fardado pela primeira vez. Foi ela, de resto, quem o criou. ]


21º Capítulo  > O RACAL


A primeira grande estupidez que cometi, no teatro de guerra, teve um epílogo feliz, mas podia ter corrido muito mal. Foi no dia 12 de Setembro [de 1972].

O 1º pelotão, do qual eu fazia parte, tinha sido destacado para ir à lenha. De notar que o combustível para cozinhar era lenha que cortávamos nas matas circundantes do aquartelamento.

Nesse dia, estava a decorrer, próximo de Fulacunda, uma operação com forças especiais, compostas por comandos e paraquedistas, na tentativa de expulsar o inimigo da nossa zona.

No exterior do arame farpado, e paralela ao mesmo, tínhamos uma pequena pista de aviação em terra batida e um heliporto. Regra geral, uma avioneta vinha semanalmente trazer-nos correio ou um medicamento urgente. Era a outra forma de sermos abastecidos, embora também o fôssemos de paraquedas mas, na ocasião, era um helicóptero da força aérea que estava estacionado no heliporto para socorrer eventuais soldados que fossem feridos nos combates que se travavam nos arredores.

Não sei porquê, nós não tínhamos sido informados da dita operação, e o único rádio Racal que possuíamos a funcionar estava com os meus colegas no mato, no corte da lenha, de maneira que do quartel não podíamos contactar com os militares envolvidos na operação de combate, que estava a decorrer.

O meu capitão pediu que alguém fosse à procura dos meus colegas e trouxesse o dito rádio. Sem hesitar, ofereci-me para ir de jipe, e dois colegas prontificaram-se a ir comigo. Não me lembrei que iríamos por estrada quase intransitável, Fulacunda-Tite. (Esta estrada está nos meus escritos, mencionada da seguinte maneira):

“O carreiro que se vê à esquerda na foto, é uma estrada internacional que liga Conácri, capital da República da Guiné, a Bissau, capital da Guiné portuguesa, atravessa o quartel ao meio. Devido à guerra, não passam aqui pessoas ou carros, pois está minada, ainda se nota na foto um sinal de trânsito. Fui de Jeep por esse carreiro buscar um rádio correu tudo bem”.
Chovia torrencialmente - uma daquelas fortes chuvadas tropicais e podíamos até ficar atolados. O certo é que fomos os três a cerca de seis km de distância e trouxemos o rádio rapidamente.

Sendo eu um medricas, atribuí esta audácia às pastilhas que,  dizem, nos davam para não termos medo ou então era mais corajoso do que pensava. Foi o meu primeiro pequeno ato heróico (ou estúpido) mas uma coisa vos afirmo: “Tomates” tiveram os dois colegas que me acompanharam, pois durante a viagem com as armas prontas a disparar, fizeram-me sentir completamente seguro. Obrigado ao “Zé” que infelizmente já não se encontra junto de nós; o outro ainda anda por cá, não quer que diga o nome.

22º Capítulo >  E VAMOS ESQUECENDO ...


Não andarei longe da verdade se afirmar que é aí pelo terceiro mês que começámos a quebrar as promessas que fizemos antes de partir. Escrever à Ana ou à Rosa, aos irmãos, tios ou primos, amigos, ou companheiros de trabalho passa a ser negligenciado. Pouco e pouco criámos laços com aqueles com quem lidávamos diariamente e, das promessas que fizemos, que escreveríamos muito e a todos, vamo-nos esquecendo. Cumpríamos com a namorada e os pais. (No meu caso,  avó.) E, muito esporadicamente, com os outros. Pelos meus apontamentos, fui diminuindo cerca de 10% ao mês, até estabilizar mais ou menos nas 30/40 cartas/aerogramas mensais. Nos primeiros meses, eram 80/100.

Nada mudou nesse aspecto, até aos dias de hoje. Os que hoje, por qualquer razão, estão distantes, apesar de poderem contactar ao segundo, fazem exactamente o mesmo e vão esquecendo família e amigos. Connosco, uma resposta a uma carta tardava, no mínimo, 15 dias, o que ajudava e desculpava esse “esquecimento”.

Em suma, é no seio dos camaradas de armas que crio uma nova família. Tive uma sorte incrível: a minha família na tropa foi a melhor.

Não sei explicar psicologicamente o que leva a criarem-se laços mais afectuosos com este ou aquele. Dos quatro do “Refúgio dos Mórmons”, somente de um fui íntimo amigo; os outros com quem mais convivi estavam espalhados por toda a unidade.

Pensem no que seria não termos amigos, num lugar como aquele. Garanto que, embora poucos, havia quem não os tivesse. Cada um de nós é singular na sua personalidade, mas foi a convergência de muitas coisas em comum que deram origem aos vários grupos que, melhor ou pior, se ajudaram mutuamente.

Na doença, nos momentos de combate, nas dores da alma por más noticias recebidas, na falta de comida ou bebida, este e os outros grupos da 3ª Companhia, que iriam ficar conhecidos como “Os Serrotes de Fulacunda”, estiveram unidos e pude, nas condições mais dramáticas que alguma vez vivi, aprender o significado da palavra solidariedade, no seu total e completo exemplo, do que deve ser uma família. Desejo, com todo o meu fervor, que todas elas, por laços de sangue ou não, sejam como esta que me colocou no topo da mesa, no dia do meu aniversário.

Não podendo garantir categoricamente que só a eles o deva, posso pelo menos afirmar que o estar hoje a escrever-lhes estes textos, a estes homens formidáveis muito se deve.

(Continua)

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Nota do editor:

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2448: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (7): Racal (Sousa de Castro)



Alfabeto Morse

Imagens: © Sousa de Castro (2008). Direitos reservados

1. Mensagem de Sousa de Castro (ex-1º Cabo Radiotelegrafista, CART 3493/BART 3873, Xime e Mansambo, 1972/74)

Prezados amigos, falando ainda um pouco sobre TRMS e rádios utilizados no meu tempo...

Já se falou do aqui do AN/GRC-9 e gostaria de acrescentar que este equipamento tinha uma potência de saída de 7/15 W, não era transistorizado, tinha três tipos de modulação: AM (amplitude modulada) em fonia, CW (grafia contínua) e MCW (grafia modulada).

Trabalhava em HF entre 2/12 MHZ. Estes dois tipos de modulação (CW e MCW) eram essencialmente para comunicar em grafia.

Podia-se utilizar três tipos de antena:

(i) Antena tubular vertical constituída por 5 secções atarrachadas umas nas outras, constituindo um mastro de 4,75 m, com alcance médio de 30 Km.

(ii) Antena filar horizontal que era constituída por duas secções separadas, constituída por um fio de cobre nú de 32,78 m de comprimento, e seccionada por meio de 8 isoladores de porcelana. Essas secções podem, porém, ser postas em contacto por meio de ficha macho-fêmea. Tinha um alcance 60 Km. Deste modo a antena pode ser ajustada conforme as frequências pretendidas, abrindo ou fechando as fichas indicado numa tabela existente.

(iii) Por fim a antena Dipolo, que era constituída por uma linha de 50 a 72 Ohms. Esta antena tinha um alcance médio de 100 Km.

O RACAL TR-28, por sua vez, tem uma potência de 25 W, trabalha em HF entre 1,6 a 8 MHz. Pode-se utilizar duas antenas, a vertical com alcance médio de 30 Km e antena dipolo com alcance médio de 400 Km.

Por fim, apareceu em 1973, um novo emissor receptor VHF com o nome de STORNO que tinha uma potência de 10 W, 8 canais e vinha equipado com uma pequena antena laminar com o alcance de 30 Km.

Este emissor/receptor, creio eu, veio substituir o AVP-1 (conhecido por Banana). Era um rádio com excelentes condições de audição.

Junto em anexo duas fotos da minha borchura pessoal do Alfabeto Morse.

Sousa de Castro
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Nota de CV:

Vd. último post desta série > 30 de Dezembro de 2007> Guiné 63/74 - P2389: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (6): Racal (José Martins)

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2393: Álbum das Glórias (36): O meu Racal TR 28-B2 (António Santos, Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74)

Guiné > Zona Leste > Sector L3 > Nova Lamego > O A. Santos, Op Trms, Pel Mort 4574 (1972/74)

Foto: © António Santos (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do António Santos, ex-Sold Trms, Pel Mort 4574/72, Zona Leste, Sector L3, Nova Lamego,1972/74.

Carlos:

Antes de tudo desejo um bom ano de 2008 para ti e familiares, que corra tudo como esperas.

De seguida para que o pessoal da Tabanca Grande veja o que era um Racal TR 28-B2, envio esta foto tirada nas traseiras do edificio do comando em Nova Lamego.

Na imagem, podemos ver a bolsa própria do Racal (para protecção do aparelho), e que já trazia suspensórios. Isto foi só para a foto (1).

Um alfa bravo

A. Santos
Pel Mort 4574
SPM 2558
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Nota dos editores:

(1) Vd. post de 30 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2389: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (6): Racal (José Martins)

domingo, 30 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2389: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (6): Racal (José Martins)

Guiné > Emissor-Receptor AN/PRC- 10, usado pelas NT



Capa e páginas da brochura Apontamentos sobre Transmissões, editado pelo Ministério do Exército, Direcção da Arma de Transmissões, 1966.


Imagens: © Afonso Sousa (2005). Direitos reservados


1. Mensagem de José Martins (ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 5, Os Gatos Pretos, Canjadude 1968/70), com data de 30 de Novembro de 2007 , em resposta a um pedido do Beja Santos sobre o Racal (1):

O Racal era um equipamento portátil, podendo ser usado em viaturas e aviões, transmitindo em fonia entre as frequências de 38 a 54,9 Mc/s.


Para ser utilizado como portátil, tinham que ser colocados uns suspensórios para transporte do mesmo.


O Exército Português utilizou este equipamento durante as Campanhas de África, entre 1961 e 1974, preferencialmente como ligação terra-ar. Nas ligações terrestres, e dado o seu pequeno alcance - entre 3 a 8 kms e dependendo do uso da antena laminar ou antena tubular - era utilizado em patrulhamentos e/ou emboscadas de proximidade, para contactar com a base.
Era alimentado com uma pilha com duração de cerca de 20 horas.

Com a possibilidade de efectuar ligações com o AVF/THC 736 (banana) , era utilizado pelo comandante das operações com os comandantes dos pelotões.

Estes equipamentos eram de origem norte americana (2).

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Notas de L.G.:

(1) Vd. último post desta série > 29 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2388: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (5): Periquito (Joaquim Almeida)

(2) Vd. post de 2 de Julho de 2005> Guiné 69/71 - XCIV: Um alfa bravo para os nossos Op TRMS (1) (Luís Graça)

(...) O Sousa de Castro (29 de Junho de 2005), esse, também fala de cátedra, acerca das nossas transmissões e dos seus operadores:

"O AN/GRC 9 foi o rádio com que trabalhei durante toda a comissão na Guiné em grafia... Não é para me gabar, mas eu achava-me um craque nesta matéria, trabalhar em código morse era comigo, ou não tivesse na minha caderneta a menção de TE (telegrafista especial).

"Convém dizer que o
[Luís] Carvalhido da APVG [Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra] não ficava atrás, antes pelo contrário, era um bom adversário.

"Aproveito para dizer que aquilo a que chamam de Banana é o AVP-1 que era usado no meu tempo nas operações para comunicação entre pelotões e nomeadamente com o Quartel, mas o rádio com mais alcance que os OP (operadores] de TRMS [transmissões] de Infantaria levavam às costas era o conhecido RACAL (TR-28)... Conheceram este? Vou procurar nos meus papéis e digitalizar este rádio para mandar para a tertúlia" (...).