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sábado, 9 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25252: Historiografia da presença portuguesa em África (413): O luso-colonialismo nunca existiu: para África, só desterrado ou com "carta de chamada" (António Rosinha / Valdemar Queiroz)


Cartaz (detalhe) do filme de Marta Pessoa, "Rosinha e Outros Bichos do Mato" (Documentário, 101 m, Portugal, 2023, Produção "Três Vinténs"):

(...) "Em 1934, o Estado Novo apresenta-se ao mundo com uma Exposição Colonial onde o viril Império português exibe como símbolo máximo Rosinha, uma nativa guineense. 'Rosinha e Outros Bichos do Mato'  revisita este acontecimento para entender o que nele se construiu e como ainda hoje pode ecoar no pretenso 'racismo suave' dos portugueses." (...)  (Fonte: Três Vinténs)


1. Comentários do António Rosinha e Valdemar Queiroz ao poste P25244 (*);

(i) Antº Rosinha:

Estes luso-cariocas de 1930, de colonialistas não tinham nada. (Colonialismo = A exploração desenfreada dos recursos dos territórios ocupados.)

Imaginemos a felicidade e a paixão destes luso-cariocas embasbacados com as riquezas da autossuficiência da mancarra, da cachaça de cana e do coconote e com aquelas descomunais estradas da Guiné, isto em 1930, quando desde 1880 os outros só já pensavam nas minas do ouro e diamantes

Aliás, havia em todas as gerações de "portugueses ultramarinos", uma determinada classe de pessoas que de colonialistas não tinham nada, eram simplesmente e apenas uns sonhadores "tropicalistas" acomodados aqueles paraísos tropicais, Bolama, Ilha de Luanda, Lourenço Marques, Rio de Janeiro e as terras de Jorge Amado.

Tropicalista é uma alcunha que inventei para gente que gostava de chabéu, mas tenho outros nomes, colonialista eram os exploradores europeus que dividiram África e deixaram os Bijagós para a gente.

E ainda obrigaram a gente a mandar para lá o Teixeira Pinto.

Ás vezes dá para pensar se não seria esta geração de apaixonados tropicalistas, contemporâneos de Salazar, e também de Henrique Galvão e Norton de Matos, etc. se não teriam inspirado Salazar a dar o grito "para Angola e em força" em 1961.

7 de março de 2024 às 11:41 

(ii) Valdemar Silva:

Antº. Rosinha essa das colónias e do colonialismo é sempre a mesma coisa para quem quer avaliar a "habilidade de chico-esperto",  transferindo de um dia pra outro o ministro das colónias para ministro do ultramar, mas não desfazendo a ideia de "Império" bem a maneira do salazarismo.

Em 1940 não se colocava esta questão, havia colónias e prontus.

No Cartaz da grande Exposição do Mundo Português, na Secção Colonial havia "GinKana de Negros - com várias provas originais". Não sei se havia algum com o cantar à desgarrada de brancos na Secção de Minhotos.

Saúde da boa
 

(iii) Antº Rosinha:

Valdemar, tens razão, devia de haver na exposição minhotos a cantar à desgarrada, pois que o império era do Minho a Timor.

Mas aí talvez a imaginação dos apaixonados pelo ultramar não chegasse a tanto.

Mas nas colónias havia minhotos e malta do Norte suficiente para não deixar morrer o vira do Minho e os pauliteiros de Miranda.

(iv) Valdemar Silva:

Pois, pois Rosinha, mas eram todos patrões e não estavam virados para essas brincadeiras.

Em Bissau, não me lembro o Restaurante, encontrei um meu conhecido empregado da mesa da Portugália (Arroios) a servir, também, às mesas, e como já não estava na tropa fiquei admirado.

Explicou-me que ele e outro tinham comprado o trespasse do Restaurante e um ficava ao balcão e outro servia às mesas.

Julgo que era difícil encontrar um empregado de mesa minhoto a servir num restaurante em Luanda ou Lourenço Marques, ou noutras cidades de Angola ou Moçambique.


(v) Antº Rosinha:

Valdemar, restauração, comes e bebes, do bom e do melhor, em Luanda, em São Paulo e Rio de Janeiro, era ou foi domínio de Minhotos e transmontanos.

Mas em Angola, Nova Lisboa, Sá da Bandeira e localidades mais pequenas, era gente do Norte donos de restaurantes, hoteis pensões etc.

Metia um ou outro beirão, mas muito pouco.

Em São Paulo, (10 Lisboas?) em cada esquina um minhoto ou um transmontano.

Mas ainda havia grandes supermercados de gente do Norte, acima do Douro, principalmente.

Em Angola vi gente começar do zero e irem longe, e outros darem com os burrinhos na água.

Vou-te contar uma de um retornado de Barcelos, que me serviu muitas imperiais de bandeja na mão em Luanda na Ilha, simples empregado, que se deslocava numa motorizada daquelas que faziam imenso barulho que me acordava de manhã, era meu vizinho, e me acordava às duas da manhã quando largava a cervejaria.

Pois com o 25 de Abril veio para Portugal e não largou a bandeja., Largou apenas a tal motorizada e encostava um bruto BMW à porta de um bar restaurante que explorava por conta própria, bem junto à estação de comboio movimentadíssima, de Vila Franca de Xira.

Eu,  que tinha vindo recentemente do Brasil, para onde tinha emigrado com o 25 de Abril, fiquei boquiaberto, quando precisei de apanhar aquele comboio, vou tomar a minha bica, e dou de caras, na caixa registadora,  com o meu antigo vizinho de Luanda, e perguntei-lhe pela motorizada.

Como havia mais de 5 anos que não nos viamos, foi aquele surpresa e eu já não apanhei o comboio, ele entregou a caixa registadora à mulher e contou-me entre outras coisas como de motorizada velha foi parar ao BMW novinho, à porta do bar, café, restaurante.

Bastante mais novo que eu, sei que numa das minhas vindas da Guiné, fui visitá-lo, já tinha passado o negócio...imagina se tiver saúde!

Tive colegas minhotos, de profissão, retornados, todos com golpe de vista.

Gente do Norte é que povoou por toda a parte.

8 de março de 2024 às 19:50 

(vi) Valdemar Silva

Rosinha, tudo o que explicas não me faz confusão ou sequer duvidar da grande valia dos minhotos, transmontanos ou beirões.

A minha dúvida é ter-lhes passado pela cabeça ir trabalhar para África para patrões como por cá devia acontecer. As suas ideias eram de ir ou ficavam depois da tropa como patrões de qualquer actividade.

Contaram-me que a falada "carta de chamada" era exigida a quem queria ir trabalhar,  por ex., para Angola desde que apresentasse o que ia fazer, dado não haver lugar para brancos, além do Estado, em profissões por conta de outrem. E depois sem trabalho viviam de quê, diziam os exigentes.

8 de março de 2024 às 23:12 

(vii) Antº Rosinha:

Carta de chamada era um documento de uma pessoa estabelecida, comerciante, fazendeiro, proprietário em que se responsabilizava durante um período (tenho na ideia que era meio ano) pela estadia do emigrante, e caso este não se adaptasse responsabilizava-se em "devolvê-lo" â procedência.

Foram muitos menores, tipo sobrinhos para casa de tios, ou irmãos, em que estes faziam o tal documento de responsabilidade.

Também se podia emigrar para as colónias, sem carta de chamada, mas tinha que deixar como caução dinheiro para viagem de regresso, caso não se adaptasse, ou as autoridades achassem inconveniente a sua presença, penso que era ao fim de meio ano que podia levantar a caução.

Eu tinha lá um irmão, foi fácil.

Para ir para o Brasil havia uma coisa semelhante.

Valdemar, só estranha essa da carta de chamada, que já vem essa norma desde tempos "dos reis" quem nunca esteve perdido num deserto, sozinho sem bússula.

Até quem ia das nossas aldeias para Lisboa, ia dirigido a algum parente ou conterrâneo.

Com uma cartinha com a morada e o nome da pessoa.

Mas havia ainda a história dos colonos, mas isso é outra história em que ultrapassa o próprio Salazar.

9 de março de 2024 às 11:13
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segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25071: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (7): etnomedicina na região de Libolo e elogio da cidade de Luanda, com cerca de 20 mil habitantes no final da I República





Legenda: "Como se curam as pneumonias na região de Libol" 


Libol ou Libolo,  hoje  município da província do Cuanza Sul, que tem a sua sede na cidade e comuna do Calulo( ou Kalulo): nesta região de Libolo  existe a  "pedra escrita" que representa um símbolo da resistância, em 1917, à penetração da colonização portuguesa, e que ficou conhecida como a "revolta de Libolo".

Em relação a estes aspetos da etnomedicina (ou medicina popular),  angolana de há 100 anos atrás, atrevemo-nos a acrescentar (não sendo nós médicos) que, e pelo que a imagem sugere, se tratava já de uma forma muito empírica de ventosaterapia (usada em medicinas tradicionais como a chinesa, por exemplo): a utilização de "copos de vácuo" (neste caso, recipientes cónicos em barro fresco, parece-nos, ou talvez chifres de vaca) que ajudavam a aumentar a circulação sanguínea (LG)...


Capa da "Gazetas das Colónias, Ano II, nº 40, Lisboa, 25 deoutubro de 1926. Director: Veloso de Castro; editor: Joaquim Araújo; preço: série de 12 números: 20$00. Cortesia de Hemeroteca Digital de Lsoa  Câmara Municipal de Lisboa

.  

1.  Para os nossos "africanistas", como o nosso "colón" António Rosinha, mas também o Patrício Ribeiro, e outros leitores, aconselha-se a leitura neste número (o penúltimo da "Gazeta das Colónias", que irá encerrar com o nº 41, de 25 de novembro de 1926, já em plena Ditadura Militar, instaurada com o golpe militar de 28 de maio de 1926), de um artigo sobre Luanda, da autoria do maj inf  e africanista Veloso de Castro, que era o diretor da publicação, 


Fotografia panorâmica de Luanda, de há 100 anos: Legenda: "Loanda: panorama da cidade baixa, que é a parte comercial, e vista da bahia". Imagem da Secção Fotográfica do Exército, coleção de Veloso de Castro.  (Gazeta das Colónias, ano II, nº 40, Lisboa, 25 deoutubro de 1926, pp. 14.15

Veloso de  Castro, neste artigo sobre "As nossas gravuras" (sic), faz o elogio da localização e da benignidade do clima da cidade de Luanda (escrevia-se então "Loanda", capital da "Província de Angola", considerada como "a melhor fundação da colonização europeia na costa ocidental do continente Africano"(sic), formando com Lourenço Marques (na costa oriental) e Capetown (na ponta do sul) "a base triangular da colonização africana para baixo do equador".

Este e outros militares que atingiram o auge da sua carreira na República, eram defensores indefetíveis do império colonial, e dedicaram o melhor da sua vida à causa do Portugal ultramarino. 

Recorde-se que a cidade de Luanda foi fundada a 25 de Janeiro de 1576 pelo fidalgo e explorador português Paulo Dias de Novais, sob o nome de "São Paulo da Assunção de Loanda". (Sobre a história de Luanda, ver a entrada da Wikipedia.)

Segundo Veloso de Castro,  a cidade tinha então , no final da I República, cerca de 20 mil habitantes, e conhecia uma fase de expansão e modernização. Em próximo poste iremos publicar excertos do artigo.

Lê-se no sítio do Arquivo Histórico-Militar (AHM) que o coronel José Veloso de Castro "prestou serviço como militar durante cerca de quatro décadas em África, sobretudo em Angola, terminando a sua carreira como Major de Infantaria em 1924."

"Durante a sua passagem por Angola dedicou-se não só às operações militares, como também à fotografia, deixando-nos um valioso legado fotográfico onde são retratadas não só a fauna e a flora angolanas, como também a sociedade, cultura e elementos geográficos desse mesmo país. É ainda autor de livros técnicos militares e, também, de história militar do Ultramar."

A sua coleção fotográfica (1904-1914), doada ao AHM, é constituída por "1 álbum com 2355 positivos fotográficos e 7 caixas de negativos em vidro".
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Nota do editor:

Último poste da série > 20 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24978: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (6): Moçambique: monumento aos heróis de Magul (8 de setembro de 1895)... Guiné: o rio Grande a que aportaram as caravelas portuguesas em 1446 não era o Casamança mas o Geba: nele foi observado o fenómeno do macaréu

Vd, primeiro poste da série > 15 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24958: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (1): Os "angolares", indígenas de São Tomé

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24969: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (5): Angola, Companhia do Amboim: a roça "Ajuda e Amparo"... E propaganda da Guiné, por Armando Cortesão: "Ainda há 10 anos Bissau era um pequeno povoado, cercado por uma muralha e ai do europeu que dela se atrevesse a afastar-se umas centenas de metros"...

 

Angola - Um trecho da roça "Ajuda e Amparo",  da Companhia do Amboim 

Fonte: Gazeta das Colónias: quinzenário de propaganda e defesa das colónias, Ano I, nº 25, Lisboa, 19 de setembro de 1925 (Cortesia da Hemeroteca Digital de Lisboa...)


Amboim fica na província do Cuanza Sul, uma região cafeeira por excelência, "Em 1922 eram já dignas de relevo as plantações da Companhia de Amboim, Marques Seixas & Companhia, Companhia do Cuanza Sul, além da Horta & Companhia. Também, tendo chegado a Angola em 1893, constituiu Bernardino Correia, em 1922, a Companhia Agrícola de Angola (C.A.D.A.), que foi o maior conjunto cafeeiro do território."


Gazeta das Colónias: quinzenário de propaganda e defesa das colónias, Ano I, nº 25, Lisboa, 19 de setembro de 1925. Diretor: Leite de Magalhães; editor: Joaquim Araújo; propriedade da Empresa de Publicidade Colonial, Lda. (O diretor, António Leite de Magalhães, era major do exército, e será governador da Guiné, no período de 1917 a 1931, tendo sucedido ao coronel Velez Caroço (1921.1926),


1. Nos 38 números da "Gazeta das Colónias", publicados (entre 19/6/1924 e 25/11/1926) e disponíveis em formato html e pdf na Hemeroteca Digital de Lisboa, não encontrámos nenhum cuja capa exibisse um motivo guineense (monumento, topónimo, paisagem, etnia...).   As estrelas do império eram, sem dúvida, Angola, seguida de Moçambique, duas colónias que despertavam a cobiça dos nossos rivais. ;Mesmo depois da I Grande Guerra, e da criação da Sociedade das Nações, a soberania portuguesa sobre estes territórios estava longe de estar acautelada. 

Muito esporadicamente surge, na "Gazeta das Colónias", uma pequeno artigo sobre a colónia da Guiné, como é o caso deste que reproduzimos a seguir, na íntegra. Trata-se de um resumo de uma conferência realizada na Sociedade das Ciências Agronómicas, em Lisboa, pelo engº agrónomo Armando Cortesão, já nosso  conhecido, o primeiro Agente Geral das Colónias, e diretor do respetivo boletim, entre 1925 e 1932.

O conferencista, conhecedor do terreno, e grande patriota, enaltece as potencialidades agrícolas, pecuárias e silvícolas do território. E passa uma mensagem de tranquilidade para o seu auditório: 

"Ainda há 10 anos Bissau era um pequeno povoado, cercado por uma muralha e ai do europeu que dela se atrevesse a afastar-se umas centenas de metros"... 

Não é surpreendente  a sua observação: 

"Embora perdêssemos quase toda a costa ocidental de África,que descobrimos até ao Equador, sempre ficámos com o melhor que ela tinha, ou seja, a atual Guiné Portuguesa!" (...).

E não poupa "a falta de coragem e a inabilidade de alguns diplomatas nossos" que permitiram que os franceses nos tivessem arrancado "Ziguinbchor, que representa uma verdadeira preciosidade"...

Não tem dúvidas, por fim, em antever um futuro próspero para a Guiné... Anti-salazarista, Armando Cortesão (Coimbra, 1891 -  Lisboa, 1977)  parte para o exílio em 1932 e só volta a Portugal vinte anos depois,  dedicando-se  ao ensino e à investigação da história e da cartografia.

Diz um seu biógrafo,Rui S. Andadre, no Dicionário de Historiadores Portugueses

(...) "No início de 1932 é afastado por motivos políticos das altas funções que exerce, vindo a ocupar-se da redação das suas investigações históricas iniciando então um período em que se desdobra em conferências sobre Cartografia antiga e temas históricos, como a questão colombina. 

"Cortesão, enquanto funcionário colonial insere-se num grupo de quadros científicos e técnicos, indissociável da política ultramarina seguida pelo Estado na primeira metade do século XX. A questão do regime político era relativamente secundária, uma vez que, o chamado Ultramar era considerado uma questão nacional, em torno da qual alinhavam diferentes posições políticas e ideológicas, desde o republicanismo liberal e democrático ao nacionalismo retórico do Estado Novo". (...)







Fonte: Gazeta das Colónias, Lisboa, Ano 1, nº 2, Lisboa, 10 de julho de 1924, pp. 7/9. 

(Seleção, recotes, notas: LG)

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Nota do editor:

Último poste da série > 17 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24965: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (4): Uma plantação de cana de açúcar,em Guara-Guara, Manica e Sofala, Moçambique... e um elogio ao governador da Guiné, Velez Caroço (1921-1926)

domingo, 17 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24965: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (4): Uma plantação de cana de açúcar,em Guara-Guara, Manica e Sofala, Moçambique... e um elogio ao governador da Guiné, Velez Caroço (1921-1926)

 


    Moçambique - Território der Manica e Sofala: uma plantação de cana de açúcar em Guara-Guara


Gazeta das Colónias: semanário de propaganda e defesa das colónias. Ano I, nº 6, Lisboa, 7 de agosto de 1924, Diretor: Oliveira Tavares; editor: Joaquim Araújo; propriedade: Empresa de Publicidade Colonial, Lda.


2. São raras as referèncias à obscura, desconhecidal palúdica e mal amada colónia da Guiné, mal saída ainda, em meados dos anos 20, das "campanhas de pacificação". Escassamente povoada por colonos brancos, era também, a par de Timor, o pior lugar de desterro.

Mas, por sorte, encontrámos,  logo neste número, uma página em que se elogia a ação do governador Velez Caroço (no período de 1921-1926), coronel e antigo senador da Repúbçlica . O artigo, de uma só página (pág. 9), não vem assinado, mas é da responsabilidade do editor, o major António Oliveira Tavares, que logo a seguir irá substituir o seu amigo Velez Caroço, no período de 1927 a 1931 (portanto ainda em plena ditadura militar). Para os nossos leituras, aqui fica esse recorte.

No Facebook Caras de Portalegre (24 de maio de 2015) há uma nota biográfica sobre este oficial do exército, que foi um homem da República, passoi por Angola  e combateu em Moçambique durante a I Grande Guerra. Nasceu em Portalegre, em 1870, e faleceu em 1966.

(...) "Após a proclamação da República, em que colaborou e teve papel preponderante, foi, em 1911, eleito deputado às Constituintes pelo círculo de Portalegre, tendo sido reeleito em várias legislaturas.

(...) "Na Guiné, como Governador da Província, tomou parte como Comandante nas operações militares de Nhacra realizadas na Ilha de Canhambeque em Abril e Maio de 1925. Desempenhou o cargo de Governador até 19 de Dezembro de 1926, tendo sido um dos mais brilhantes e notáveis Governadores de Províncias Ultramarinas, impondo-se por uma obra de progresso económico e administrativo, melhorando e aumentando a rede de comunicações. Desenvolveu o comércio e promoveu a construção de numerosos edifícios públicos , pontes, etc.

"Pelo seu acentuado e superior tacto político manteve sempre durante o seu governo as mais amistosas relações com os governos de diversos territórios da África Francesa, nossos vizinhos, e em tão alto apreço foram tidas todas as suas atuações nesse campo, que pelo Governo da República Francesa foi agraciado com o grau de Oficial da Legião de Honra. Na sua ação administrativa foram também promulgados vários diplomas de alto e grande alcance." (...)









 




Alguns dados económicos da colónia também são interessantes: 

  • no 1º semestre de 1923, a Guiné importou bens no valor de pouco mais de 8 mil contos, e exportou  mais do dobro (c.  16,5  mil contos);
  • verifica-se, por outro lado, que no mesmo período o porto de Bissau já levava a palma ao porto de Bolama em número de navios, portugueses e estrangeiros (29  em Bissau contra 13 em Bolama), 
  • e em tonelagem (67,7 mil t contra c. 25,2 mil t, respetivamente) (Vd. destaque a seguir.)




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Nota do editor:


Postes anteriores:

15 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24959: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (2): Ponte-cais de Morrumbene, no distrito de Inhambane, Moçambique

sábado, 16 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24962: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (3): Amboim, Angola: crianças pilando café

 

Angola - Indígenas de Amboim descascando café

Fonte: Capa da Gazeta das Colónias: quinzenário de propaganda e defesa das colónias, Ano II, nº 26, Lisboa, 25 de setembro de 1925. Diretor: Leite de Magalhães; editor: Joaquim Araújo; propriedade: Empresa de Publicidade Colonial Lda.

O então diretor, António Leite de Magalhães, foi major do exército, governador da Guiné entre 1927 e 1931.





Por este anúncio, de página inteira, ficamos a saber que em 1925 a Companhia Nacional de Navegação, SARL tinha já uma importante frota: 

  • 14 paquetes (os mais pequenos, com menos de 4 mil toneladas, só faziam serviço de cabotagem);
  • 5 vapores de carga;
  • 3 rebocadores (no Tejo);
  • o maior dos paquetes, em termos de arqueação bruta (c. 9 mil toneladas), era o "Nyassa".

A CNN fazia transporte de passageiros e mercadorias para os portos da Afríca Ocidental e Oriental. Era conhecida anteriormente pela sigla ENN (Empresa Nacional de Navegação a Vapor para a África,  Portuguesa, ou Empresa de Navegação Nacional, 1899-1918), e teve o monopólio das rotas para as colónias, até 1922, ano em que foi criada a empresa concorrente, a  Companhia Colonial de Navegação, com sede em Angola.



Postal da Empresa Nacional de Navegação a Vapor para a África Portuguesa (ENN)
Portugal. 2 de janeiro de 1899. Imagem do domínio público. Cortesia da Wikimedia Commons

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Nota do editor:

Vd. postes anteriores da série:


15 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24958: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (1): Os "angolares", indígenas de São Tomé

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24959: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (2): Ponte-cais de Morrumbene, no distrito de Inhambane, Moçambique


Moçambique - Ponte-cais de Morrumbene (distrito deInhambane). Atracação do gasolina das carreiras regulares Inhambane-Morrumbene.

Fonte: Capa da Gazeta das Colónias: semanário de propaganda e defesa das colónias, Ano, I, nº 17, 15 de janeiro de 1925.


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Nota do editor:

Último poste da série > 15 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24958: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (1): Os "angolares", indígenas de São Tomé

Guiné 61/74 - P24958: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (1): Os "angolares", indígenas de São Tomé


São Tomé - "Angolares", indígenas de S. Tomé nas suas caraterístiias casa de tábuas 
de "pau-caixão" (Urophyllum insulare)"


Gazeta das Colónias: semanário de propaganda e defesa das colónias, Ano I, nº 13, Lisboa, 6 de novembro de 1924. Diretor: Oliveira Tavares. (Cortesia da Hemeroteca Digital de Lisboa).


I. Este periódico publicou-se de 1924 a 1926. Começou por ser de periodicidade semanal e depois quinzenal. Mas saiu com irregularidade (por vários motivos: falta de papel, dificuldades financeiras, etc.). 

Era propriedade da Empresa de Publicidade Colonial Lda. A redação e administração originalmente ficavam na Rua do Diário de Notícias, ao Bairro Alto, Lisboa, e a tipografia na Rua do Século. Foram publicados 41 números.  Na coleção da Hemeroteca Digital de Lisboa faltam alguns números (10, 25, 30, 39). 

(...) "Variando as dimensões entre as 32 e as 24 páginas (...) , manteve sempre a paginação a três colunas, com muita ilustração, reservando a primeira página, na íntegra, à publicação de uma fotografia de motivo colonial (etnográfico, histórico, monumental, etc.). 

"A apresentação dos conteúdos, fluida e bem delimitada, obedecia a um critério de agrupamento por territórios coloniais ('Angola', 'Cabo Verde', 'Macau',  'Timor', etc.) a que se seguia o título próprio do artigo, ou à arrumação por secções temáticas ('Desporto', 'Arte', «Noticiário', 'Estrangeiro',  etc.). 

"A publicidade, disseminada pelas páginas do jornal, foi ocupando um espaço cada vez maior, vindo a ser exclusiva em meia dúzia de páginas iniciais e em quase outras tantas finais de cada número. " (...)

Da leitura do nº 1 da Gazeta (que saiu a público a 19 de junho de 1924),   ficamos a saber qual era a sua orientação editorial. Diz-se na  “A missão que nos impomos”, editorial não assinado:

(...) "Desde que, por virtude da Grande Guerra, a Alemanha se viu despojada dos seus extensos domínios ultramarinos, Portugal tomou o terceiro lugar no grémio das Nações coloniais. 

um lugar que nobilita, mas é também um lugar que obriga. 

"É uma situação que chama sobre nós as atenções gerais, e que se atrai sobre a nossa ação as vistas imparciais duns, pode atrair por parte doutros, vistas turvadas pela ambição. Nem sempre lá fora é devidamente apreciado o nosso esforço de colonização. 

"Abstraindo da exiguidade dos nossos recursos, em homens e em dinheiro, pretende-se por vezes menoscabar a nossa obra colonizadora. 

"Pois é indispensável que se mostre clara e nitidamente, que essa obra é grande, considerada em absoluto, é formidável se a relacionarmos com outras e ainda com os apoucados recursos de que temos disposto. 

"Essa propaganda da nossa ação colonizadora, é uma das missões que a si própria impôs a 'Gazeta das Colónias', que hoje sai à luz da publicidade, como sói dizer-se. Mas, se a obra de colonização por nós já realizada nos nobilita, não quer isto dizer que ela esteja completa." (...)

Sobre a estrutura editorial:

(...) "Teve a Gazeta por diretores os majores Oliveira Tavares (que foi também seu administrador até ao n.º 2), António Leite de Magalhães (1878-1944) — a partir do n.º 21, de 25 de abril de 1925 — e José Veloso de Castro (1869- 1930) — do n.º 37 (10 de setembro de 1926) em diante; foram seus editores Maximino Abranches e, a partir do n.º 6 (7 de agosto de 1924), Joaquim Araújo — resumindo-se a este pequeno núcleo a sua estrutura 'fixa', composta à vez por duas pessoas, onde não não havia corpo de redatores." (...)

Teve um amplo leque de colaboradores, muitos deles "africanistas" e "colonialistas", com experiência de administração colonial:

(...) Gazeta constituindo-se antes como plataforma de colaborações várias, articuladas pela figura central (mas sempre em segundo plano) do editor. Prescindindo de redação, caberia ao seu diretor a manutenção geral da linha 'programática' da publicação ('dando voz' ao jornal quando tal fosse necessário) e, podemos supô-lo pela escolha constante de perfis militares com forte ligação colonial para a função, o trabalho de relacionamento e promoção externos do jornal em termos formais e informais." (...)

Quanto ao conteúdo da Gazeta:

(...) A quase totalidade (...) consistiu em artigos doutrinários, de divulgação ou estudos sobre temáticas coloniais, uns de escopo mais abrangente visando a 'política colonial'  em horizonte lato, outros (a grande maioria) centrados em questões específicas desta ou daquela província — todos assinados por colaboradores, num amplo espectro que variou entre o responsável administrativo ou político até ao colono opinativo, passando pelos especialistas em diversas áreas técnico-científicas e pelos colonialistas de renome." (...)

Numa primeira exploração de uma amostra dos números disponíveis, não encontrei uma única referência à "nossa" Guiné...

Para saber mais sobre a Gazeta das Colónias, ler aqui a respetiva "ficha histórica", da responsabilidade da BLX (Bibliotecas de Lisboa, assinada por Pedro Teixeira Mesquita.

(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos, itálicos, links: LG)


II. Sobre a fotografia da capa que escolhemos para dar início a esta série, retirada do nº 13, de 6/11/1924, acrescentaremos apenas o seguinte sobre o significado do vocábulo "angolar" / "angolares".


angolar
(an·go·lar)
adjectivo de dois géneros

1. Relativo aos angolares.

nome de dois géneros

2. Indivíduo dos angolares.

nome masculino

3. [Economia] Antiga unidade monetária de Angola, entre 1928 e 1958.

4. [Linguística] Crioulo de base portuguesa falado em São Tomé.

angolares
nome masculino plural

5. [Etnologia] Grupo étnico proveniente de Angola que se fixou no Sudeste da ilha de São Tomé.

Origem etimológica: Angola, topónimo + -ar.

Fonte: "angolares", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2023, https://dicionario.priberam.org/angolares.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24935: S(C)em comentários (21): A caça nos impérios coloniais europeus... ou um certa visão etnocêntrica dos velhos "africanistas"


Congo ex-Belga (hoje República Democrática do Congo) > c. nos 20 > "Troféus de caça"... ou uma certa  visão europocêntrica de África. 

Fotos de Victor Jacobs (digitalizadas e editadas por LG.). 

Fonte: Louis Franck - Le Congo Belge, Tome I.  Bruxelles: La Renaissance du Livre.  1928. p. 152...  

Angola > c. anos 30 > "A Exma. Esposa  do Coronel Félix montada num búfalo-pacaça, que, minutos antes, ela própria abatera a tiro de rifle"  (Joaquim António da Silva Félix era ofcial do exército, coronel, industrial, agricultor e publicista, dono da fazenda Glória, colabordor do Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, que congregava parte da "intelligentsia" do colonialismo republicano, radicada no Brasil)

Fonte: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 8, janeiro e março de 1934, pág. 35.

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Nota do editor:

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24930: Notas de leitura (1646): Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (1931-1939) - Parte VI: A maioria dos colaboradores eram militares e administradores coloniais, além de escritores





Lourenço Marques, c. 1930 > "Ontem e hoje"...


Lourenço Marques > 1930 > O S.S. "Durham Castle" carregandoo primeiro embarque de frutas, na ponta-cais do novo armazém frigorífico de Lourenço Marques

Fonte: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 3,  dezembro de 1932, pp. 62-63


1. Quem eram estes homens (e uma ou outra mulher, como a escritora  e "africanista" Maria Archer, 1899-1982) que colabravam no Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, e que nos seus escritos defendiam a política colonial republicana e mostravam um entusiasmo incontido pelo futuro de Angola e Moçambique ? 

O investigador brasileiro Marcelo Assunção (#) deu-se ao trabalho, na sua tese de doutoramento, de procurar identficá-los e listá-los pelas suas funções ao tempo da República (derrubada pelo golpe militar de 28 de Maio de 1926) e pela sua profissão. Na sua amostra, tem a seguinte composição (n=82)
  • 13administradores;
  •  6 militares;
  •  36 escritores;
  • 18 administradores e militares;
  •  5 administradores e escritores
  •  0 militares e escritores
  •  4 administradores, militares e escritores
Vê-se que havia uma forte proporção de  militares ou/e gestores coloniais entre os sócio-correspondentes da Sociedade:

 "A maioria escrevia sobre o mundo colonial a partir das suas próprias experiências nas colónias."

"Diversos membros da Sociedade faziam parte não só de organizações colonialistas responsáveis pela produção de um saber colonial defensor do Império, mas também estiveram na vanguarda, ainda em tempos da República, do processo de pacificação e de campanhas militares (...).

"Norton de Matos, João de Almeida, J. R. da Costa Júnior, Paiva Couceiro e outros militares que participaram ativamente desses processos foram membros e publicavam diversos artigos no Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (...). Mesmo aqueles que não participaram diretamente das campanhas militares,  foram em sua maioria gestores responsáveis por funções estratégicas na instauração de infraestruturas, visando a modernização das colónias entre os anos 1910-30." (Assunção, 2017, pp. 16/17).


Henrique Galvão (Barreiro, 1895 - São Paulo, 1970): "Licenciado em Matemática, antigo Governador do Distrito da Huila, antigo Diretor das Feiras de Amostras de Luanda e Lourenço Marques, Diretor da Exposição Colonial do Porto (1934)".



Exposição colonial do Porto, 1934: "uma aldeia lacustre da Guiné"


Exposição colonial do Porto, 1934:  "Uma visiat de Sua Excia. o Snr. Doutor Armindo Rodrigues Monteiro, digníssimo Ministro das Colónias, e de sua comitiva, durante as obras da Exposição:


Alguns ddos colaboradores do Boletim eram escritores brasileiros como José Lins do Rego (1901-1957) ou Gilberto Freyre (1900-1987). Outros são homens que vão continuar a colaborar com o Estado Novo, como Armindo Monteiro (1886 - 1955)  (ministro das Colónias,1931-1935; embaixador de Portugal em Londres, 1937-1943), Henrique Galvão, Craveiro Lopes (presidente da República, 1951-1958), etc., mesmo que depois se tenham afastado de Salazar, ou entrado em rota de colisão com o regime, como foi o caso de Henrique Galvão que, enquanto deputado por Moçambique, à Assembleia Nacional, denunciou o trabalho forçado, em 1947.

O Boletim começou a sofrer pressões por parte do Estado Novo, logo em 1935, acabando por ser inviablizado em 1939. Era de distribuição gratuita, sendo financiado pela publicidade e outras receits.  Os anunciantes eram brasileiros e portugueses (incluindo, por exemplo, as empresas de navegação).

O  regime de Salazar, para garantir o monopólio do discurso sobre as colónias e a política colonial, acabou por estrangular e silenciar o Boletim:  dificuldades consulares,  recusa em financiar iniciativas de propaganda colonial, no Brasil, pressão sobre os anunciantes, ordem do ministério do interior aos CTT para  apreender todos os exemplares do Boletim que chegavam a Portugal, com o argumento de que, sendo uma publicação periódica, de  cariz político, estava sujeito à censura prévia...

Tabela dos colaboradores do Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (##)

 

Colaboradores

Vinculo com a Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro – Profissão

 

Profissão e informações biográficas (###)

 

 

 

António Augusto Dias

Autor de artigo no boletim

Antigo Membro do Conselho Provincial de Angola

 

António Augusto Miranda

 

Sócio-Correspondente, Autor de artigo no boletim

 

Escritor

António de Sousa Amorim (também chamado de “António de Balfruda”)

1° Secretário da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, Editor do Boletim, Autor de Artigo

Jornalista, Escritor

António Maria Godinho

Autor de artigo no boletim

Escritor

António Vicente Ferreira

Socio-Correspondente, Autor de artigos

Antigo Alto Comissário de Angola, Antigo Ministro das Finanças, Antigo Deputado, Membro do Instituto Colonial Internacional, Membro do Instituto Colonial Belga, Professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Militar, Escritor

Armindo Monteiro

Autor de artigo no boletim

Ministro das Colónias, Administrador Colonial, Militar

Arnaldo Cândido Veiga

Autor de artigo no boletim

Escritor, Médico

Artur Ramos

Autor de artigo no boletim

Etnólogo, Antropólogo, Escritor

Augusto Casimiro

Socio-Correspondente, Autor de artigos e de um livro sob o selo da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro

Militar, Antigo Governador do Congo, Antigo Secretário Provincial e Encarregado do Governo de Angola, Escritor e poeta

Armando Marques Guedes

Autor de artigo no boletim

Diretor de “O Primeiro de Janeiro”, Antigo Ministro das Finanças, Professor da Universidade Técnica de Lisboa

Brito Nascimento

Autor de artigo no boletim

Juiz de Direito

Caetano Gonçalves

Autor de artigo no boletim

Advogado, Escritor

Carlos Coimbra

Autor de artigo no boletim

Escritor, Historiador

Carlos Leal

Autor de artigo no boletim

Ator, Escritor

Carlos Malheiro Dias

Autor de artigo no boletim

Historiador, Escritor

Conde D’Aurora

Autor de artigo no boletim

Juiz do Trabalho, Escritor

Conde de Penha Garcia

Autor de artigo no boletim

Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, Diretor da Escola Superior Colonial, Membro do Instituto Colonial Internacional, Antigo Ministro das Finanças

Craveiro Lopes

Autor de artigo no boletim

Militar (General), Governador Geral do Estado da Índia

Delfim Costa

Autor de artigo no boletim

Alto Funcionário do Ministério das Colónias, Antigo Deputado

Diego Macedo

Autor de artigo no boletim

Escultor, Museólogo, Escritor

Domingo Cruz

Autor de artigo no boletim

Militar (Oficial da Armada), Antigo Deputado

Duarte leite

Autor de artigo no boletim

Escritor, Historiador, Diplomata

Edison Carneiro

Autor de artigo no boletim

Etnólogo, Antropólogo e escritor

Eduardo de Azambuja Martins

Autor de artigo no boletim

Militar (Coronel), Oficial do Estado Maior, Comandante do Regimento de Infantaria N°11

Eduardo Ferreira Viana

Autor de artigo no boletim

Governador Geral de Angola, Militar

Evaristo Moraes

Autor de artigo no boletim

Historiador, Escritor, Advogado

F. Alves Azevedo

Autor de artigo no boletim

Diplomado pela Escola Superior Colonial, escritor e publicista

Francisco das Dores Gonçalves

Diretor do Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, Autor de artigo no boletim

Jornalista, Escritor

Francisco Pinto da Cunha Leal

Autor de artigo no boletim

Engenheiro, Militar

Francisco Veloso

Autor de artigo no boletim

Advogado, Escritor, Gestor Colonial

Gabriel de Medina Camacho

Autor de artigo no boletim

Militar (Oficial da Armada), Antigo Ministro da Marinha e das Colônias


Gastão de Sousa Dias

Autor de artigo no boletim, Membro e Representante da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro em Angola

Militar (Oficial do Exercito), Professor do Liceu Nacional de Huila, Escritor

Gilberto Freyre

Autor de artigo no boletim

Antropólogo, Historiador, Escritor


Henrique Galvão

Autor de artigo no boletim

Militar (Tenente), Diretor da Revista Portugal Colonial, Governador de Huíla

Henrique Pires  Monteiro

Autor de artigo no boletim

Militar (Coronel do Estado Maior), Antigo Ministro do Comércio e Comunicações, Deputado, Membro da Revista Militar

Hugo Rocha

Autor de artigo no boletim

Jornalista, Escritor


Ismael Costa

Autor de artigo no boletim

Antigo Colono e publicista

J. M. Sarmento 

Beires

Autor de artigo no boletim

Diretor da “Seara Nova”, Antigo Oficial do Exército, Engenheiro

J. R. da Costa 

Júnior

Membro e Representante da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro em Portugal, Autor de artigo no boletim

Militar (Major), Escritor


Jacinto José Nascimento

Autor de artigo no boletim

Militar (Major), Diplomado Pela Escola Superior Colonial, Diretor da “Revista Militar”

Jacinto Perreira Martins

Autor de artigo no boletim

Delegado de Saúde Pecuária

Jenipro da Cunha

de Eça

 

Sócio-Correspon-dente, Autor de artigo no boletim

Militar (Coronel), Antigo Vice-Presidente do Conselho do Governo de Angola, Antigo Encarregado do Governo Gera de Angola, Antigo Chefe do Estado de Angola

 

João Mimoso 

Moreira

Autor de artigo no boletim

Escritor

Joaquim António 

da Silva Félix

Autor de artigo no boletim

Militar (Oficial do Exército), Agricultor

Joaquim Saldanha

Autor de artigo no boletim

Administrador

José Crespo

Autor de artigo no boletim

Médico, Escritor, Membro do Instituto Histórico do Minho

José de Nascimento Jacinto

Autor de artigo no boletim

Militar (Major), Diplomado Pela Escola Superior Colonial, Diretor da “Revista Militar”

José de Sousa Faro

Autor de artigo no boletim

Antigo Governador Geral de Angola, Antigo Governador de São Tomé e Príncipe

José Gonçalves

Autor de artigo no boletimMilitar (capitão)

José Lins

do Rego

Autor de artigo no boletim

Escritor, Romancista

José Osório de

Oliveira

Autor de artigo no boletim

Escritor, Gestor Colonial, Chefe da Divisão de Propaganda da Agência Geral das Colônias

José Pereira

Barbosa

Autor de uma carta para o boletim

Governador do Distrito de Moçâmedes, Administrador Colonial


Júlio Lemos

Sócio-Correspondente, Autor de artigo no boletim

Historiador, Secretário do Instituto Histórico do Minho, Membro da Real Academia Galega, Membro da Academia de Estudios Historico Sociales

Leão Ramos

Membro Honorário da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (Patrono) Autor de artigo no boletim

Escritor

Luís Augusto Ferreira Martins

Autor de artigo no boletim

Militar (General), Antigo Diretor da Escola Central de Oficiais, Presidente da Comissão dos Padrões da Grande Guerra, Escritor

Luís Fonseca

Autor de artigo no boletim

Engenheiro Civil


Luiz António de Carvalho Viegas

Autor de artigo no boletim

Governador da Guiné, Militar

Manuel Alves Correia

Autor de artigo no boletim

Padre, Missionário, Escritor

Manuel Pereira Figueira

Autor de artigo no boletim

Chefe do Gabinete do Ministério das Colónias

Manuel Peres

Autor de artigo no boletim

Historiador, Escritor, Diretor do Observtório Meteorológico da Ajuda de Lisboa, Escritor, Colonialista


Márcio Pimentel Ermitão

Autor de artigo no boletim

Militar (Capitão de Infantaria), Advogado

 

Maria Archer

Autora de artigos no boletim

Escritora, antropóloga e etnóloga.

 

Mário de Andrade

Autor de artigo no boletim

Escritor

 

Mário Gonçalves Viana

Autor de artigo no boletim

Jornalista, Advogado, Escritor

 

Monteiro Grilo

Autor de artigo no boletim

Diretor dos Serviços de agropecuária de Quelimane

Moreira Guimarães

Autor de artigo no boletim

Militar, Engenheiro, Professor


Nascimento Moura

Autor de artigo no boletim

Publicista, Diplomado Pela Escola Superior Colonial

Norberto Gonzaga

Autor de artigo no boletim, Membro da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro

Escritor, Historiador

Norton de Matos

Membro Honorário da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (Patrono), Autor de artigo no boletim

Militar, Antigo Governador e Alto Comissário de Angola

Nuno Simões

Membro Honorário da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (Patrono) Autor de artigo no boletim

Advogado, Escritor, Antigo Diretor da “Revista Atlântida”


Paulo Braga

Autor de artigo no boletim

Escritor, Jornalista

Renato Mendonça

Autor de artigo no boletim

Professor, Linguista, Escritor

Ricardo Severo

Autor de artigo no boletim

Militar (Capitão), Governador de São Tome e Príncipe

Rodrigo de Abreu Lima

boletim – Antigo Deputado, Ex-Secretário

Antigo Deputado, Ex-Secretário da Província do Interior de Angola

Ruela Pombo

Autor de artigo no boletim

Etnólogo, Missionário, Diretor da revista “Diogo Cão”


Salestiano Correia

Autor de artigo no boletim

Militar (Tenente-Coronel)

Serafim Lopes Rodrigues

Autor de artigo no boletim

Engenheiro Civil, Antigo Colono de Angola

Souza Melo

Autor de artigo no boletim

Escritor

Tito D’Albergaria

Autor de artigo no boletim

Administrador

Theóphilo Duarte

Autor de artigo no boletim

Militar (tenente)

Vicente Henrique de Varela Soares

Autor de artigo no boletim

Militar (Alferes de Infantaria)

Virgílio Saraiva

Autor de artigo no boletim

Escritor


(#) Fonte: Considerações finais. In: ASSUNÇÃO, Marcelo, F. M. - A sociedade luso-africana do Rio de Janeiro (1930-1939): uma vertente do colonialismo português em terras brasileiras. 2017. 324 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017, pp. 321/323.

Disponível em formato pdf em: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/6960

(##) O autor, Marcelo Assunção (#), só cita os  que usou no seu trabalho, a lista seria muito maior se fossem colocados todos.

(###) Essas informações foram coletadas não só no boletim, mas também em sites e links de revista, a saber: 

(Seleção, revisão e fixação de texto, negritos: LG) (com a devida vénia...)
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