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quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25079: Casos: a verdade sobre... (41): "Canquelifá era o seu nome" - Uma batalha de há 50 anos (José Peixoto, ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883, 1972/74) - IV (e última) Parte: O nosso batismo de fogo, na bolanha do Macaco-Cão, em 29 de agosto de 1973


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Sector L4 (Piche) > Canquelifá >  CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (1972/74) > 29 de agosto de 1973 > Cópia da mensagem original com o pedido de meios aéreos para transporte de feridos: Escrita pelo então 1º cabo cripto Jacinto Teixeira, e difundida pelo 1º cabo radiotelegrafista José Peixoto para o CAOP 2, Nova Lamego  e Bissau.


Guiné > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Sector L4 (Piche) > Canquelifá >  CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (1972/74) > s/d> s/l > "Dois bons amigos de então, Luís Henriques, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, mais conhecido por "Alcanena” e Manuel Claro, ex-Atirador, dos quais junto foto na bolanha",





Fotos (e legendas): © José Peixoto  (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Crachá da CCAÇ 3545, "Os Abutres" (Canquelifá e Dunane, 1972/74

(cortesia do José Peixoto)



José Peixoto, Canquelifá, c. 1973


José Peixoto, hoje, inspetor 
da CP, reformado



1. Quarte (e última) parte da narrativa do José Peixoto com as suas memórias sobre a Canquelifá do seu tempo (*). 

Recorde-se que:

(i) foi 1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74);

(ii) vive no concelho de Vila Nova de Famalicão, reformado da CP como inspetor;

(iii) é membro da Tabanca Grande nº 731, entrado em 30/10/2016.(**)

Deixou-nos um relato memorialistico, dramático, dos últimos tempos da sua comissão, de 12/13 páginas, que foi escrevendo ao longo dos anos, e que intitulou "Arauto da Verdade".

O texto, extenso, foi publicado na íntegra (**). Estamos agora a republicá-lo, em postes por episódios, e cruzá-lo com outros postes que temos publicado sobre Canquelifá, com referênica à situação militar que se agravou, naquele aquartelamento e povoação do nordeste da Guiné, região de Gabu, a partir de agosto de 1973.


"Canquelifá era o seu nome" - IV (e última) Parte:   

O nosso batismo de fogo,
na bolanha d0 Macaco-Cão,
em 29 de agosto de 1973

por José Peixoto


Outro episódio não menos importante na nossa passagem por aquelas terras de além-mar, foi o dia 29 de agosto de 1973: primeiro contacto com o IN na bolanha do Macaco-Cão cerca das 16h00, emboscada perpetrada às nossas tropas com graves consequências, pois saldou-se por 2 mortos, o Gomes e o Nunes, e vários feridos, alguns com gravidade.

Encontrava-me eu de serviço no posto de rádio quando se fez ouvir o disparar de armas automáticas à mistura com morteiradas e RPG 2 ou 7 (da parte do IN) e bazucada (da parte das NT). Essa emboscada foi  a cerca de 3 km de distância de Canquelifá.

Logo chegou o pedido via rádio, da evacuação dos feridos, não me recordo quem era o operador (tenho dúvidas se era o Matos ou o Coelho),

Escrita a mensagem pelo então cripto Jacinto Teixeira, a mesma por mim foi difundida ao CAOP 2, Nova Lamego e Bissau.

A confirmar a veracidade do exposto, mantenho em meu poder o original da mensagem do pedido da evacuação, que exibo (vd. foto acima).

A referida emboscada ficou marcada por uma série de acontecimentos entre eles destaco!..

  • aquando da chegada dos hélis ao local, em número de 3, foi constatado viajarem militares cujo destino era a passagem para Bissau, e desta à metrópole a fim de passarem férias, dificultando deste modo a total evacuação dos feridos;
  • o capitão Cristo, que também fazia parte daquela operação, ao aperceber-se de tal, logo ordenou o desembarque dos referidos militares, dando-lhes como justificação não ser aquele momento e meio de transporte para fazerem turismo.

A talho de foice, como é usual dizer-se, no passado dia 4 junho 2016, no decorrer do almoço- convívio em Amarante, foram estes momentos lembrados, mais uma vez, pelo veterano José Carvalheira, a residir ali para os lados de Barcelos, que fez parte deste lote de feridos. Com todo o seu bom humor de pessoa simples, não deixou de sublinhar o facto de naquele dia lhe ter saído o totoloto duas vezes:

(i) o primeiro sorteio tocou-lhe uma boa meia dúzia de estilhaços na zona lombar, mas apesar de tudo está vivo sem sequelas;

(ii) no segundo sorteio, que foi em função do primeiro, o prémio está sendo dividido ao longo da sua vida, atribuído pelo Estado Português, e que muito jeitinho lhe faz no final de cada mês!..

E exclamava o Veterano ironizando:

- Caríssimos Veteranos, todos quantos fizeram parte da CCAÇ 3545, o relato que aqui deixo gravado não se trata de uma ficção! Fazer um relato de guerra não é tarefa fácil mesmo tendo passado pelos acontecimentos.

Creiam, estas são memórias que se encontravam alojadas no meu subconsciente e que foram trazidas para o computador com algumas lágrimas à mistura, mesmo considerando o facto de poder dizer bem alto “correu bem, cheguei vivo”. Mas, mesmo assim, não se pode esquecer nunca aqueles que tombaram a meu lado e por isso temos orgulho em todos que combateram na terra, no ar ou no mar!

Aproveitando a circunstância, quero aqui deixar a todas as Famílias a eterna saudade.

Ao lerem todos estes escritos que antecedem, vão com certeza recordar aqueles momentos que muito particularmente marcaram para sempre as nossas vidas, e bem assim as das nossas famílias.

Todo este “Arauto da Verdade” foi escrito há vários anos, todos os acontecimentos transcritos são de uma percentagem de erro muito reduzida, considero eu. Relativamente aos seus meandros relatados, no tocante às datas dos acontecimentos, aceito alguma eventual discrepância. 

Por outro lado, também quero dedicar este capítulo que não deixou de ser menos histórico, à minha família, especialmente aos meus filhos, Rui e Vera, hoje pessoas adultas, com a sua formação académica nas áreas de engenharia mecânica e ciências farmacêuticas, respetivamente, para que se possam orgulhar de o seu pai ter cumprido um dever de cidadania, mesmo sendo este de causas desconhecidas.

O caminho é feito caminhando, como o nosso povo costuma dizer! Era tempo de iniciar outro capítulo de vida que também não se apresentava fácil.

O construir de uma família, a subsistência dela, tudo eram interrogações que se colocavam e que apenas tinha uma só saída, escolher e seguir uma carreira profissional.

Para concluir, gostaria de registar que durante a vida devemos aproveitar todos os momentos para dizer àqueles que amamos, o quanto são importantes. Amanhã pode ser tarde para dizermos que amamos e precisamos!

Às leis do divino chefe, se efetivamente ele existe, o meu obrigado, e um bem-haja por não me ter abandonado nos momentos difíceis.

Como todos bem sabem, haveria a mencionar muitos outros momentos não menos difíceis, muito gostaria que outro camarada pertencente à CCAÇ 3545 lhe desse continuidade, se o caso o merecer.

Para dar por terminado estes meus simples capítulos, só pretendia abrir aqui um outro, na tentativa de encontrar dois bons amigos de então:

(i) Luís Henriques, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, mais conhecido por "Alcanena” e Manuel Claro, ex-Atirador, dos quais junto foto na bolanha (vd. foto acima).

Os não menos amigos:


(ii) Alcino Teixeira, o nosso destacado cozinheiro;

(iii) Arnaldo Pinho, o responsável pela padaria, onde se assavam os cabritinhos;

(iv) Teles Dias, o braço direito da messe dos oficias, creio ser de Ponte de Sor;

(v) Carlos Sarmento, e o Teixeira, dupla de Operadores Criptos da Companhia.

E bem assim tantos outros que não recordo nomes, mas gostaria de os encontrar. Ergam o dedo, e digam que estão vivos, vamos a um almoço?!

Se por ventura alguém tiver dificuldade em se deslocar, relativamente a transporte, não há inconveniente ser eu a fazê-lo, de qualquer parte do país. .

Para contacto, o meu correio eletrónico é jspeixotolord@hotmail.com

Um bem.haja a todos!
José Peixoto

(Seleção, revisao/fixação de texto, negritos: LG)
____________

Notas do editor

(*) Último poste da série : 14 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25068: Casos: a verdade sobre... (40): "Canquelifá era o seu nome" - Uma batalha de há 50 anos (José Peixoto, ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883, 1972/74) - Parte III: 21 de março de 1974, Op Neve Gelada, 22 cadáveres de guerrilheiros são trazidos para o quartel, lavados, fotografados e enterrados na pista de aterragem

Vd. postes anteriores:


sábado, 2 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24609: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (8): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte IV: a morte à saída da Missão do Sono em Bambadinca, na madrugada do dia 1 de janeiro de 1970


Foto nº 19 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 > O fotógrafo estava lá!... Uma enfermeira paraquedista prepara o moribundo Uam Sambu para a evacuação para o HM 241...  O camarada, de costas, com o camuflado todo ensanguentado é o Mário Beja Santos, comandante do Pel Caç Nat  52, de acordo com a identificação feita pelo fotógrafo, o Jaime Machado.  À saída da Missão do Sono, em Bambadincazinho, reordenamento a  escassas centenas de metros do quartel de Bambadinca, o Sambu foi vítima de um grave acidente com arma de fogo que lhe custou a vida.  


Foto nº 19A  > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 > Não conseguimos identificar a enfermeira paraquedista que, nessa manhã, a do primeiro dia do novo ano de 1970, veio de DO 27 para tentar salvar o Sambu... Em vão, ele irá morrer na viagem... Vamos continuar a tentar saber quem era a enfermeira... (que tanto pode ter sido a Maria Ivone como a Rosa Serra, que nesse dia estava de serviço).


Foto nº 19B >Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 > Quem seria a enfermeira paraquedista que, nessa manhã, a do primeiro dia do novo ano de 1970, veio de DO 27 para tentar salvar o Sambu ?  Tanto pode ter sido a Maria Ivone como a Rosa Serra, que nesse dia estava de serviço mas, que nos informou, nunca usou pulseira (para mais na mão esquerda).


Foto nº 20 > Guiné > Zona leste > Setor L1 > Região de Bafatá > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 >  A DO 27 que no primeiro dia do novo ano de 1970, logo de manhã cedo, veio fazer evacuação do Sambu. Do lado esquerdo, de perfil, vê-se o piloto, com "cara de puto", alferes...


Foto nº 20A  > Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 >  Outro pormenor dos primeiros socorros que foram prestados ao Sambu antes de ser evacuado. Era médico do batalhão o Vidal Saraiva. À esquerda do Beja Santos, sob a asa do DO 27, com a mão direita à cintura, em pose expectante, parece-se ser o fur mil enf da CCAÇ 12, o meu amigo João Carreiro Martins. Ao fundo estão camaradas do infortunado Sambu, do Pel Caç Nat 52.



Foto nº 21 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá: Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 >  Um DO 27 a levantar voo, de regresso a Bissau... Pode ser a mesma da foto anterior, como pode ser outra... Tudo indica que esta foto tenha sido tirada noutra altura e noutro lugar. Parece-me ser a pista de Bafatá, a avaliar pelo casario ao fundo... (O Jaime Machado diz-me que é Bambadinca e vem na sequência das fotos anteriores,,,).  (LG)

Fotos: © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Continuação da publicação de uma seleção das melhores fotos  do álbum do nosso camarada Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) (*), que vive na Senhora da Hora, Matosinhos [foto atual à direita], e foi contemporâneo do Mário Beja Santos (cmdt do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com uma pequena  diferença de meses. Eu também estive com eles, lá, na mesma altura, desde julho de 1969... O Jaime saiu em fevereiro de 1970, e o Mário, dois meses depois, em abril de 1970, se não erro.

Ao ver estas fotos, tive um arrepio, quando o Jaime Machado me disse que o camarada com o camuflado ensanguentado era o Beja Santos, o nosso "Tigre de Missirá"...  

Lembrei-me imediatamente deste trágico acidente que ceifou a vida ao Uam Sambú. Fui pesquisar os escritos do Mário Beja Santos. Aqui vai um excerto do poste P2540, de 15/2/2008 (**)

(...) O Setúbal já nos tinha avisado que viria o Xabregas [condutor]  ao amanhecer, eu que não estivesse preocupado. Assim que clareou, todos de pé, arrumadas as mantas, satisfeitas as necessidades mais prementes nas redondezas, esperámos a tiritar a aproximação dos faróis do Unimog, procurando desentorpecer os músculos. Assim foi naquele amanhecer de 1 de Janeiro de 1970. O Xabregas trouxe um burrinho, o que significava dez militares sentados, 20 a pé. Dez não, um outro saltava para o lado do condutor, mais um outro encavalitava-se junto do alferes. Uam Sambu senta-se ao pé de mim e diz a Quebá Sissé:
- Sobe,  Doutor, dá cá a mão!

Vejo o riso feliz e sempre aberto de Quebá Sissé, segue-se o estrondo inusitado de uma rajada de G3, procuro levantar-me, oiço gritos de aflição, imprecações, um coro desorientado de protestos, e é nisto que Uam me cai nos braços,  enterrando-me no assento:
- Alferes, estou morto!

Com Uam no meu colo, vejo o seu peito esburacado, os lábios num esgar de dor, o olhar a esmorecer, o sangue passa para a minha farda em abundância. O burrinho corre em poucos minutos nas mãos expeditas do Xabregas até à enfermaria. Vou a correr tirar da cama o [alf mil médico] Vidal Saraiva que se debruça atarantado sobre Uam com o peito tracejado por diferentes perfurações. 

Cá fora, desenrola-se uma outra tragédia, há quem ameace o Doutor, ouve-se a palavra assassino, ouvem-se as expressões impensadas do costume. Ora, tinha sido o mais estúpido dos acidentes, o malogrado Doutor ao subir metera o dedo no gatilho e fulminara Uam, o Doutor era a alma mais pacífica do 52, ninguém lhe conhecia azedume, aguentara estoicamente todos os comentários ao seu trabalho de cozinheiro. Percebendo que era necessário pôr termo àquela ira dementada, disse ao Domingos:
- Não quero aqui ninguém, tudo para a tabanca, tu desces imediatamente com eles e explicas que foi um acidente, quem tocar no Doutor tramo-lhe a vida.

Dita a bazófia, acerquei-me da marquesa onde o Vidal Saraiva me avisou:
- Só por milagre se salva, tem os órgãos vitais atingidos, veja o sangue aos cantos da boca, pulmões e rins têm lesões que presumo serem irreversíveis. Vamos ver como é que ele se aguenta até Bissau.

 O DO [27] chegou rapidamente e lá fomos todos a acompanhar o moribundo até à pista de aviação, Binta, a mulher do Uam, gritava o seu desespero, o Pel Caç Nat 52 assistia ao transporte de Uam num silêncio total, estarrecido. Dispersámos, o Vidal Saraiva era o mais acabrunhado entre nós. (...) 
 ____________

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20503: FAP (114): O helicóptero Alouette II


Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (Out 64 / Jul 66) > O pessoal em operações militares: na foto, acima, transporte às costas de um ferido, evacuado para o HM 241, em Bissau, por um helicóptero Alouette II (versão anterior do Alouette III, que nos era mais familiar, sobretudo para aqueles que chegaram à Guiné a partir de 1968).


Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (Out 64 / Jul 66) > "O heli [, aqui a descolar,]  era o Alouette II (dois). O que está na foto nº 1 já tem rodas, os que conhecia eram todos com patins. Nesta altura, os feridos eram transportados no "caixão" que eu destaquei a amarelo. Podes imaginar como arrepiante seria viajar, amarrado e bem amarrado, naquele cubículo do lado de fora da carlinga" (Jorge Félix) (*)..

Foto (e legenda): © Alberto Pires (Teco) / Jorge Félix (2009). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Foto nº 3 > Guiné > Região do Oio > Jumbembem > CART 730 (1964/66) e CCAÇ 1565 (1966/68) > Domingo, 10 de julho de 1966 > Um dia trágico: pormenor da evacuação do cap mil inf Rui Romero, na foto a ser transferido para a maca do helicóptero Alouette II... A enfermeira paraquedista era a alf Maria Rosa Exposto.

Foto ( e legenda): © Artur Conceição (2007). Todos os direitos reservados.  [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto nº 4 > Guiné > Região de Quínara > Tite > Agosto/Setembro de 1965 > Alouette II. Foto do álbum de Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf do Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66.

Foto (e legendas): © Santos Oliveira (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto nº 5 > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > Arnaldo Schulz ao lado do piloto do helicóptero;  Fevereiro de 1967 > A despedida: em segundo plano, no banco de trás, duas caixas de cerveja, Sagres e Cristal; em primeiro plano, à esquerda, um cabo especialista da FAP e, à direita, o fur mil Viegas, do Pel Caç Nat 54, com camuflado paraquedista trocado com um camarada numa operação no Morés em outubro de 1966. A aeronave parece ser um Alouette II.

Foto (e legenda) : © José António Viegas (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto nº 6  > Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66) > Alouette II > "O meu batismo em heli"...

Fotos (e legendas): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Tancos > Base Aérea nº3 > 1967 > 1.º Curso de Pilotos de Helicópteros, onde pela 1.ª vez também foram incorporados milicianos, segundo informação do Jorge Félix, aqui, junto a um Allouette II, no meio dos seus camaradas, onde se inclui o Duarte Pio de Bragança [e não Duarte Nuno de Bragança, como por lapso escreveu o Jorge Félix]

Os primeiros pilotos milicianos de helicópetros da FAP > 14 de Março de 2008 > "Éramos oito milicianos (Eu, Antolin, Cavadas, Melo, Baeta, Pinto e Duarte) e três da Academia Militar (Braga, Afonso e Costa).

O Pinto faleceu em Outubro de 2007, em Lisboa, vítima de doença. O Oliveira faleceu no acidente de aviação em Tancos, em 72 ou 73. Estes dois companheiros estiveram comigo na Guiné. O Melo anda em sítio incerto na Venezuela (vou saber pormenores da 'chatice' que foi a vida dele por lhe terem roubado um Allouette III da FAP). O Baeta faleceu em Gago Coutinho, Angola, Março de 1969, num acidente, voo nocturno, Heli. O Cavadas também já faleceu em acidente de Heli, andava nas pulverizações, no Alentejo. O Antolin está de perfeita saúde, Comandante da TAP reformado, a viver em Lisboa. O Duarte é... Sua Alteza D. Duarte Pio de Bragança, esteve em Angola [... e não em Moçambique...] e vive em Lisboa. O Pinto, também reformado da TAP, faleceu há quatro meses. Do Braga, Afonso e Costa, sei muito pouco (...)..

Foto (e legenda): © Jorge Félix. Todos os direitos reservados [Cortesia de: Blogue do Victor Barata > Especialistas da BA 12, Guiné 1965/74.] (**)


Guiné > Algures > Jorge Félix, allf mil pil heli Al III (BA 12, BA 12, Bissalanca, 1968/70) e António Spínola (Com-Chefe e Governador Geral, CTIG, 1968/73)... O tratamento por "pilav" era reservado aos pilotos-aviadores que vinham da Academia Militar. Não sabemos exatamente em que data chegaram, à BA 12, Bissalanca, os Alouette III. A partir de 1969, o fabricante francês destaca para a BA 12 um técnico de manutenção, o Pierre Fargeas (nascido em 1932) e que se tornou um grande amigo de Portugal e do pessoal que passou pela BA 12 entre 1969 e 1974. A sua esposa, Ivette Fargeas, também o acompanhou. (***)

Foto (e legenda): © Jorge Félix (2010). Todos os direitos reservados.  [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O que muito de nós não sabem (ou não sabiam) sobre o heli Alouette II, antecessor do Alouette III

(i) Maria Arminda Santos (****)

(...) "A partir daí a guerra na Guiné estava instalada e assim que foi possível fomos colocadas na Base de Bissalanca, para o início das evacuações aéreas com enfermeiras. Havia os aviões Auster e os helicópteros Alouette II; nestes não nos era possível acompanhar de perto os feridos, os quais eram transportados fora do helicóptero, numa espécie de caixas colocadas por cima dos patins do heli, uma de cada lado. Nos Auster a maca quase entrava pela cadeira ao lado do piloto e na cauda do avião. 

"Felizmente mais tarde chegaram os DO-27 e os Alouette III, onde passámos a fazer inúmeras evacuações, adaptando e modificando os meios sanitários e a nossa actuação, com a finalidade de uma mais eficaz prestação de cuidados aos feridos, os quais iam sendo cada vez em maior número. Infelizmente tivemos que chegar a fazer evacuações no Dakota, quando havia ao mesmo tempo muitos feridos e a pista era adequada para a sua aterragem." (...)  


(ii) Wikipedia > Aérospatiale Alouette II (em português)

(... ) O Alouette II é um helicóptero ligeiro, produzido, sob diversas versões, pelo construtor aeronáutico francês, SNCASE, que em 1957 deu origem à Sud Aviation, em 1970 à Aérospatiale, em 1992 à Eurocopter e que em 2000 passou a integrar a EADS (...)

Foi o primeiro helicóptero do mundo, motorizado com turbina a gás a ser certificado para voo.

As versões militares eram usadas essencialmente em, fotografia aérea, observação, salvamento marítimo. ligação e treino. Na parte civil era usado essencialmente na evacuação médica principalmente em grande altitude, tirando partido do seu motor de turbina. (...)

(...) O Alouette II foi o segundo modelo de helicóptero ao serviço da Força Aérea Portuguesa, a seguir ao único Sikorsky UH-19 operado desde 1954. Foram recebidas sete unidades em 1957, começando a ser operadas no ano seguinte, uma das quais seria destruída por acidente.

Com o início da Guerra do Ultramar, os seis helicópteros remanescentes foram enviados para Angola, de onde operaram a partir das bases aéreas do Negaje e de Luanda. Foram utilizados sobretudo para evacuações sanitárias e para ligações. 

A partir de abril de 1963, começaram a ser substituídos em Angola pelos recém adquiridos Alouette III, sendo enviados para a Guiné Portuguesa onde se tinha aberto uma nova frente. Também neste teatro de operações começaram a ser substituídos por Alouette III, sendo quatro transportados num DC-6 para a nova frente de Moçambique em 1966. Foram finalmente completamente substituídos operacionalmente pelos Alouette III e pelos Puma, sendo todas as unidades colocadas na Base Aérea de Tancos na função de instrução, onde serviram até 1976. (...)
__________

Notas do editor:


(***) Vd. poste de 1 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12375: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (7): By air... (Vídeo de Jorge Félix / Pierre Fargeas)

sábado, 21 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20165: Controvérsias (139): louvor, em ordem de serviço, do comando do BART 733 (Farim, 1964/66), aos seus militares, pelo pronto, abnegado e eficiente socorro prestado às vítimas do atentado terrorista de 1 de novembro de 1965 (João Parreira, ex-fur mil op esp, CART 730 / BART 733, Bissorã, 1964/65; ex-fur mil cmd, CTIG, Brá, 1965/66)

1. Mensagem do nosso grã-tabanqueiro João Parreira ( ex-fur mil op esp, CART 730 / BART 733, Bissorã, 1964/65; ex-fur mil cmd, CTIG, Brá, 1965/66):

Data:  sexta, 20/09/2019 à(s) 19:40
Assunto: o incidente em Farim, em 1/11/1965

Boa tarde Luís Graça,

Não me esqueci do que falámos no almoço da Magnífica Tabanca da Linha [, no passado dia 19,]  e fui procurar saber se, além do que publicaste no P20130 do passado dia 7 (*),  tinha mais elementos sobre o incidente em Farim em Novembro 1965.

Assim, para o caso de ter interesse, transcrevo uma ordem de serviço do comando do BART 733 (Farim, 1964/66) (**):



Após o incidente ocorrido na Vila de Farim em que perderam a vida alguns nativos (mulheres e crianças) e outros ficaram feridos, é dever deste Comando pôr em destaque o trabalho do pessoal militar em serviço nesta Sede que desde o momento do acontecimento até ao dia seguinte trabalhou afanosamente durante toda a noite socorrendo os feridos, transportando-os aos postos de socorros e enfermarias, iluminando o campo de aviação para que o avião de socorro pudesse vir em auxílio dos feridos, o que se realizou de maneira impecável na opinião dos pilotos, acorrendo ainda a diversos pontos da Vila onde a sua presença se tornava necessária, recolhendo alguns cadáveres, ajudando o pessoal especializado em número muito reduzido, nos tratamentos, ministrando até injecções, colocando pensos e realizando outros trabalhos para os quais não estavam preparados, tudo executado com o máximo de desembaraço, rapidez e sobretudo boa vontade inexcedível, compenetração e espírito de abnegação e de bem servir, contribuindo assim com a sua acção para socorros mais rápidos e evitando perda de maior número de vidas, factos que foram reconhecidos pela população que de certo modo nos manifestou o seu agradecimento e nos retribuiu a solidariedade demonstrada. 

 Por todos estes motivos, a acção das NT aquarteladas na Sede deste Batalhão, merece ser posta em realce, pelos altos serviços prestados nesta situação de emergência, tudo decorrendo com tal método, ordem, disciplina e sem pânico que mais parecia um serviço previamente planeado e determinado.

Um abraço. João Parreira

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17906: Os Nossos Enfermeiros (11): O 1.º Sargento Enfermeiro Reformado José Bragança Ferreira, HM 241, Bissau, 1970/72... Com 86 anos, vive em Abrantes e dedica-se ao voluntariado. Foi homenageado, em 2013, pelo Rotary Club de Abrantes


Clicar na imagem para leitura mais confortável

Com a devida vénia ao Jornal de Abrantes, edição de dezembro de 2013 >
Entrevista por Hália Costa Santos, pag. 2


1. Mensagem de 8 do corrente, do nosso amigo e camarada (ex-
Manuel Traquina (ex-Fur Mil Mec Aurro, da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70), que vive em Abrantes [, foto atual, à direita]


Amigo Luís,
Agradeço esta publicação.

Estou certo que muitos se recordam de enfermeiro Bragança.

Um abraço.
Traquina


2. Os Nossos Enfermeiros > O Enfermeiro Bragança

Muitos daqueles que nos anos 70/72 passaram pelo hospital militar 241 em Bissau, decerto lembram o Primeiro Sargento Enfermeiro José Bragança Ferreira. 

Agora com 86 anos,  reside nesta cidade de Abrantes, exercendo a sua actividade como voluntário em várias instituições (Liga dos Amigos do Hospital de  Abrantes, Centro Social Interparoquial de Abrantes, entre outras). 

O Rotary Club de Abrantes,  no ano de 2013, decidiu homenageá-lo como o “Profissional do Ano”. É conhecido na cidade como o "enfermeiro Bragança". Ver aqui entrevista dada então ao "Jornal de Abrantes", em dezembro de 2013.

 O enfermeiro Bragança,  depois de uma comissão em Angola e outra em Moçambique (onde nasceu um dos seus filhos), viria a ser colocado no Hospital Militar de Bissau [HM 241] (1970/72).

No jantar realizado em sua homenagem, referiu-se àqueles anos passados no HM 241, como sendo o ponto alto da sua carreira. Colocado nas enfermarias de Cirurgia  A e 2,  onde era responsável por 40 doentes, recorda que de um modo geral não tinha horário, tudo dependia do número de sinistrados que os helicópteros ali “descarregavam”, quase sempre com diagnósticos “poliestilhaçados”,  outros amputados e alguns até com perda de visão. 

Recorda que por vezes era chocante ver o militar da cama ao lado a ler a carta da família ao amigo que tinha acabado de perder a visão em combate. 

Segundo a sua opinião, naqueles anos aquele hospital possuía a melhor aparelhagem hospitalar e, também o melhor pessoal médico e de enfermagem,  pelo que qualquer militar gravemente ferido ansiava por ser evacuado, pois sabia que naquele hospital poderia estar a sua salvação.  Em caso de evacuação Ypsilon,  dizia-se ou pensava-se: "Se chegar ao hospital vivo,  já não morro".

Recordamos que as evacuações no interior da Guiné por vezes não eram fáceis, no período nocturno era quase impossível, de um modo geral os helicópteros de noite não tinham condições e, por vezes também o terreno e o clima condicionavam as evacuações. 

A todos aqueles que com ele trabalharam e também aqueles a quem prestou os seus cuidados,  ele envia um grande abraço.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14824: Fotos à procura de... uma legenda (57): Evacuação do Uam Sambu, soldado do Pel Caç Nat 52, gravemente ferido em 1/1/1970: quem era a tripulação da DO 27 ? (Miguel e Giselda Pessoa / Rosa Serra)


Foto nº 1

Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > 1 de janeiro de 1970 > Uma enfermeira paraquedista prepara o moribundo Uam Sambu para a evacuação para o HM 241... O camarada, de costas, com o camuflado todo ensaguentado é o Mário Beja Santos, comandante do Pel Caç Nat 52.  À saída da Missão do Sono, em Bambadincazinho, nas imediações (menos de 1 km) do quartel de Bambadinca (, onde ficava todas as noites um pelotão "emboscado"), o Sambu foi vitíma de um grave acidente com arma de fogo que lhe custou a vida. Presumivelmente ele já não chegou com vida ao hospital, face ao gravíssimo prognóstico feito logo pelo médico do batalhão, o Vidal Saraiva.

A enfermeira, de costas, usa um pulseira no braço do lado esquerdo.


Foto nº 2

Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > 1 de janeiro de 1970 > Outro pormenor dos primeiros socorros prestados ao Sambu antes de ser evacuado. À esquerda do Beja Santos, sob a asa da DO 27, com a mão direita à cintuta, em pose expectante, parece-me  ser o fur mil enf da CCAÇ 12, o meu amigo João Carreiro Martins, de quem não tenho notícias há uns anos.Assinalado com um círculo a amarelo, está o piloto da DO 27, ujm jovem alferes.


Fotos: © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]


Capa do livro, "Nós, enfermeiras paraquedistas",
de que a Rosa Serra foi a coordenadora
ou editora literária (**)
1. A propósito das fotos acima, já publicadas noutro poste (*), pedimos ao Miguel Pessoa, à Giselda e à Rosa Serra, para tentar identificar a tripulação da DO 27, o piloto e a enfermeira paraquedista, que vieram fazer a evacuação:

Assunto: Fotos com a evacuação do Uam Sambu


Miguel:

Olha, pede à Giselda e à Rosa Serra para verem estas fotos... Há uma enfermeira paraquedista, de costas, debruçada sobre um soldado do Beja Santos. o Uam Sambu, que vai morrer a caminho de Bissau...Foi o primeiro e único morto do dia 1/1/1970 no TO da Guiné...

O camuflado dela era diferente dos nossos... Além disso, usa uma pulseira no pulso esquerdo, talvez de prata, e talvez manufatuara no ouruves de Bafatá,,,

Foi um estúpido acidente, ali perto do quartel de Bambadinca... O ferido veio às costas do Beja Santos...

Outros pormenores: há um alferes, com cara de puto, de perfil, do lado esquerdo da DO... Vê se consegues identificar a malta da FAP, sobretudo a enfermeira paraquedista. (...)


PS - Estive ontem, na Lourinhã com os teus amigos paras do BCP 12... Tive uma grande conversa com o maj gen PQ Hugo Borges, amigo do António Estácio, e que já esteve connosco há dois anos, em Mionte Real, no encontro nacional da Tabanca Grande. Também lá estava, a meu lado, o maj gen PQ Avelar de Sousa, o cor PQ Gaspar da Chirta e mais outros oficiais, sargenrtos e praças do BCP 12, ligados à Associação de Paraquedistas Tejo Norte... Tudo rapaziado do teu tempo. Falei também com o ten gen imf  ref Jorge Manuel Silvério, do exército (n. 1945), e que segue o nosso blogue (embora só tenha feito serviço em Moçambique e em Angola)... É meu conterrãneo mas só o conhecia de vista. O pretexto foram os 10 anos do monumento aos mortos da Lourinhã na guerra colonial.


2. Resposta da Rosa Serra, por intermédio do Miguel e da Giselda:


[, foto à esquerda, a Rosa Serra, graduada em alferes;  integrou o 6.º Curso de Enfermeiras Pára-quedistas efectuado em 1967; devido a um acidente no decorrer da sua preparação, apenas veio a completar o curso em Março de 1968, tendo sido então graduada em Alferes:; passou por diversos teatros de operações:  BA4, na Terceira/Açores, em 1968 e 1972; Guiné, BCP12/Bissalanca, em 1969; Angola, BCP21/Luanda, em 1970; Tancos/RCP, em 1971; Moçambique/Mueda, em 1973; terminou o seu contrato em março de 1974; faz parte da nossa Tabanca Grande desde 25/5/2010].


Date: 2015-07-01 1:19 GMT+01:00
Subject: Re: Fotos com a evacuação do Uam Sambu


Boa Noite Miguel

Eu não sei quem é . Se a data estiver certa eu tenho a certeza que eu estava de serviço, pois tenho outras fotos na Base, nesse dia de ano novo escrito nelas.

Por um lado pareço eu mas não me lembro de alguma vez ter usado uma pulseira no punho esquerdo como mostra na foto. Logo que possa hei-de comparar com outras tentando ver semelhanças. Se não for eu não estou a ver quem seja com aquele estilo de costas e cabelo.

Tenho pena mas não consigo ajudar muito mais. Quando consultar as fotos da Guiné, que estão muitas fora de sitio com a história do livro e que ainda não as organizei, direi alguma coisa. (***)

Beijinhos para vocês e vou dormir que para mim já é tardíssimo. Rosa

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 29 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14806: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte III: O grave acidente com arma de fogo que vitimou o Uam Sambu, do Pel Caç Nat 52, na manhã de 1/1/1970

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11849: Os nossos médicos (66): Não fui evacuado para a Metrópole mas acompanhei três evacuações, duas via TAO, incluindo um Super Constellation de carga, transformado em enfermaria, oriundo de Moçambique, com militares quase todos portadores de queimaduras provocadas pelas granadas de 'fósforo' (J. Pardete Ferreira)


1. Com data de 15 de junho último, aqui vai uma mensagem do J. Pardete Ferreira, em complemento de uma outra já  aqui publicada,  na véspera (*):

Obrigado,  caro Luís Graça,

Provavelmente o erro foi meu mas a instrução no HMP era de 6 semanas e não de 6 meses [, como por lapso informei,], englobando ainda algumas idas ao HMDIC (Hospital Militar de Doenças Infecto-Contagiosas), perto da Ajuda.

Ao que eu informei,  devo acrescentar sobre os "reinspeccionados", médicos que estavam isentos de Serviço Militar ou que já tinham uma certa idade: a sua  recruta era mais "soft" e era feita na EPC [, Escola Prática de Cavalaria,] em Santarém;  iam preferencialmente para os Hospitais, havendo, igualmente, quem integrasse os Batalhões.
Respondo agora ao teu questionário:

1 - Já me pronunciei e hoje mandei um Post-Scriptum.

2 - a) No meu Batalhão, três médicos. No barco (2 Batalhões) 6 médicos + dois de rendição individual, para o HM 241.

b) Eu saí logo do meu Batalhão e segui para o CAOP1, outro foi para Aldeia Formosa e mais tarde para o HM 241 e foi substituído por outro colega.

c) No meu Batalhão, Madureira, Morais Sarmento e Pardete Ferreira. O substituto foi o Bigote e eu fui substituir o Bessa, juntando-me ao Fernando Maymone Martins. Quem me substitui no CAOP1 foi o Gouveia.

d) Eu precisei de Consultas de ORL, por causa do meu Clesteatoma, de Medicina Interna e de Fisioterapia, porque me "lembrei" de fazer uma neuropraxia do radial direito. Estando em Bissau e não podendo operar, andei a prestar assistência às Unidades do exército sediadas em Bissau.

e) Nunca estive internado, mas na sede do CAOP1  havia enfermaria.

f) Respondida em e).

g) Não fui evacuado para a Metrópole mas acompanhei três evacuações, duas via TAO, um Militar e uma civil atropelada por um Jeep Militar e um avião Super Constellation de carga, transformado em enfermaria, vindo de Moçambique, que já tinha tido duas ou três avarias. As camas e os lugares eram de lona, e eram quase todos portadores de queimaduras provocadas pelas granadas de "fósforo". Duas Enfermeiras Pára-quedistas vieram também: a Maria Arminda, que já vinha de Moçambique, e a Aura Teles que entrou em Bissau.

Acrescento que em Cacheu, detectei uma cardiopatia num Cabo Maqueiro que evacuei para Bissau e depois foi evacuado pela Metrópole e que a Junta considerou inapto para o Serviço Militar... e os colegas dele diziam que não podia estar doente porque era o mais "operacional" de todos...

f) Em Teixeira Pinto havia um Hospital Civil e uma Maternidade à nossa guarda. No Cacheu os civis eram vistos pelo  médico militar mas num Posto separado. Em Csió, no Bachile e em Jeta e em plena picada na desmatação, era tudo junto. Era o médico militar quem tratava de praticamente toda a População Civil.

Sempre pronto a recordar embora já com 42 a 44 anos passados sobre os acontecimentos.... envio-te um grande abraço, extensivo a todos os Combatentes e, particularmente aos Tabanqueiros (*).

Pardete Ferreira

PS - A 1 de Julho, tivemos, aqui em Setúbal o 16º emncontro da Malta do HM 241 (63 presentes, alguns acompanhados de familiares. A 30 de Julho estarei nas Comemorações do 26º Aniversário da Associação de Pára-quedistas de Setúbal, que vai ser Condecorada pela Câmara Municipal. E já que estamos a falar em Condecorações, a semana passada a minha mulher foi Condecorada pelo Governo Francês com o grau de "Chevalier de l'Ordre des Palmes Académiques".

2. Outra mensagem do J. OPardete Ferreira, com data de 18 de junho último:

É natural que no início da Guerra houvesse um Médico por Companhia mas os recursos em médicos foram-se esgotando. Assim, no meu tempo, iam três por Batalhão e já se recorria aos "reinspeccionados". 

Os médicos chegaram a ser mobilizados com 53 anos de idade, como o Falecido Dr. Rui de Brito, Cardiologista no Porto e o Dr. Botelho e Melo, Oftalmologista em Ponta Delgada. 

É verdade, igualmente, que, não existindo especialistas em número suficiente, fossem chamados para o desempenho destas, médicos com grau mais avançado na carreira médica ou até por conhecimento ou prémio no final da comissão. Naturalmente estes factos implicavam rotação e distribuição pois havia a pretensão de não existirem zonas muito desprotegidas. O Antero da Palma Nunes, Oftalmologista em Faro, por exemplo, foi Médico de Batalhão, foi Médico da equipa itinerante de Estomatologia e Oftalmologista do HM 241.

Alfa Bravo
José Pardete Ferreira
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)


(...) Questões:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11770: Os nossos médicos (55): Sondagem (n=93): 35% dos respondentes dizem ter passado pelo HM 241 (Bissau), e 8% foi evacuado para o HMP (Lisboa)




Sondagem sobre os nossos médicos (n=93).  Período: de 22 a 27 de junho de 2013. Resposta múltipla, em frequências relativas (%)



1. Como sempre nas nossas sondagens, tratando-se de amostras de conveniência, não podemos fazer generalizações para os universo dos nossos leitores que foram combatentes na Guiné, e muito menos para  o universo dos nossos combatentes na Guiné (1961/74).

Mesmo assim, estes dados, respeitantes a 93 respondentes não deixam de ser curiosos, podendo revelar algumas tendências:

(i) Só uma minoria (17%) é que nunca esteve doente, ou pelo menos nunca terá recorrido ao médico ou ao enfermeiro; 

(ii) Três em cada cinco foram vistos, uma ou mais vezes, pelo médico; e outros tantos  pelo enfermeiro;

(iii) Havia um ou mais médicos em cada batalhão; já o mesmo não aconteciam a nível de companhia (segundo 37% dos respondentes);

(iv) 35% da rapaziada conheceu o HM 241 (Bissau); ou esteve lá internado, ou foi lá a uma consulta externa (de especialidade):

(v) Oito por cento do total dos respondentes  foram evacuados para a metrópole, para o HMP (Hospital Militar Principal), em Lisboa...

Seria interessante que estas respostas, apesar do seu nº relativamente reduzido (n=93), pudessem ser objeto de comentários de respondentes e não-respondentes... Como sempre, as respostas são anónimas. E a sondagem realizou-se ao longo de 6 dias (de 22 a 27 de junho, tendo terminado às 13h).. Mais uma vez os nossos agradecimentos a que se dispôs a perder um minuto e fez questão de colaborar. Bem hajam, camaradas!

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Nota do editor:

Último poste da série > 27 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11769: Os nossos médicos (54): Respostas ao questionário: José Colaço (CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) , Fernando Costa (BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, mar73 / set74) , e Rogério Cardoso (CART 643 / BART 645, Bissorã, 1964/66)

domingo, 23 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11753: Inquérito online: Alguma vez tiveste necessidade, camarada, de recorrer ao médico ou ao enfermeiro da tua companhia, no TO da Guiné ? A resposta é múltipla e já temos 42 respostas

A. Mensagem enviada hoje, internamente, aos membros da Tabanca Grande, e que queremos alargar aos nossos camaradas, combatentes, que nos leem...

Quem é que não esteve doente no TO da Guiné ? Já não falo por ferimentos em combate,,, Falo de doença dita "natural"... Quanto mais não fosse, quem é que não esteve doente...  com uma carga de paludismo, uma diarreia valente, uma blenorragia ou com o corpo infestado de "flores do Congo" ?!

E, se sim, tivemos que recorrer ao "pastilhas" (enfermeiro) ou ao "senhor alferes miliciano médico" da companhia ou do batalhão. Médicos civis, nas santas terrinhas por onde passámos e penámos, não os havia... Hospitais a sérío, só o HM 241 (Bissau) ou HMP (Lisboa)... Sabemos que certas doenças transmissíveis como a tuberculose ou a hepatite davam logo direito a "evacuação" para a metrópole... Houve alguns safados que, mal por mal, preferiam uma hepatitezinha do que andar no mato... 

Bom, tudo isto para a gente recordar as nossas doenças e os nossos queridos médicos e enfermeiros... Há uma sondagem a correr sobre o tema. Precisamos das vossas respostas. Já houve 42 camaradas que responderam, às 20h30. Têm, a seguir, as perguntas e as respostas dos 42...Quem ainda quiser colaborar, tem 3 dias. A resposta é múltipla, podem dar mais do que uma resposta... Tem que ser "on line" (, na coluna do lado esquredo) E é anónima, a resposta, pois claro!..

Agradecemos desde já a vossa colaboração... Vocês têm (ou melhor,. todo nós temos) um precioso "capital de memória" que compete ao nosso blogue rentabilizar... Há perguntas que têm de ser feitas (e respondidas) agora, em 2013... No 1º centenário do início da guerra colonial, em 2061, de certeza que nenhum de nós cá estará para dizer que foi assim ou assado... 

Fiquem bem, bom, alegre, divertido e saudável São João!... Divirtam-se!

Um Alfa Bravo. Luís Graça



B. SONDAGEM: 

ALGUMA VEZ TIVESTE NECESSIDADE DE RECORRER AO MÉDICO OU AO ENFERMEIRO DA TUA COMPANHIA, NO TO DA GUINÉ ? (RESPOSTA MÚLTIPLA) (n=42)


1. Felizmente nunca tive necessidade de recorrer ao médico ou ao enfermeiro
n=4 (9%)

2. Fui visto uma vez pelo médico
n=6 (14%)

3. Fui visto mais do que uma vez pelo médico
n=20 (47%)

4. Fui visto uma vez pelo enfermeiro
n=3 (7%)

5. Fui visto mais do que uma vez pelo enfermeiro
n=21 (50%)

6. Não havia médico na minha companhia
n=12 (28%)

7. Não havia médico no meu batalhão
n=0 (0%)

8. Tive de passar pelo HM 241 (Bissau)
n=15 (35%)

9. Felizmente nunca tive de passar pelo HM 241 (Bissau)
n=15 (35%)

10. Tive de ser evacuado para o HMP (Lisboa)
n=4 (9%)

11. Felizmente nunca tive de ser evacuado para o HMP (Lisboa)
n=16 (38%)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11040: A Cilinha em Gadamael, em fevereiro de 1974... Ia havendo levantamento militar, por causa do heli da senhora... (C. Martins, o último artilheiro de Gadamael, 1973/74)



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > Agosto de 1972 > Espetacular foto noturna do obus 14 em ação...

Foto: © Vasco Santos (2011). Todos os direitos reservados.


1. Do nosso leitor (e camarada) C. Martins, ex-comandante do último Pel Art de Gadamael (1973/74), comentário ao poste P10993


A Sra. Supico Pinto por acaso até foi a Gadamael,  em fevereiro de 1974

Era para pernoitar no aquartelamento, mas não pernoitou... É que começou a correr o boato que no dia seguinte viria um heli para levar a Sra, o que quase levou a um levantamento militar.

Regressou no mesmo dia a Cacine e julgo que a Bissau.

No final da tarde fomos flagelados mas Sra.já estaria provavelmente no remanso de Bissau.

Porquê do quase levantamento militar ? Explicação simples: as evacuações eram feitas em sintex ou zebro para Cacine e daí em heli, para Bissau...Se não vinha heli a Gadamael para evacuações, era o que faltava vir um para levar a Sra.! (*)

Confesso que fui um dos autores morais... da coisa.

Quanto a conjuntos musicais e outras "variedades", nunca tivemos direito a nada disso... Ora,  era suficiente o arraial que tínhamos quase diariamente.

C. Martins
_______________

Nota do editor:


(*) Em 1969, o custo do heli AL III era de quinze contos (!) por hora... mais do que o vencimento mensal de dois alferes milicianos juntos..."O heli é uma arma cara (15 contos por hora). Mas é indispensável neste tipo de guerra" (...Relatório da Op Lança Afiada, 8-19 de março de 1969).

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10696: Álbum fotográfico do Alberto Pires, Teco, ex-fur mil, CCAÇ 726 (Guileje, out 64/ jun 66) (Parte III): Um operação com baixas de um lado e outro (2ª sequência): uma evacuação em helicóptero Alouette II


Foto nº 20


Foto nº 19


Foto nº 14


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 8



Foto nº 7



Foto nº 9



Foto nº 10


Foto nº 11



Foto nº 12

Foto nº 1


Foto nº 1  (do lote "Guerrilheiros mortos" )



Foto nº 2 (do lote "Guerrilheiros mortos" )


Guiné > Região de Tombali > Guileje > > CCAÇ 726 (out 64/jun 66) > s/d > Uma "operação militar"... Segunda (e última)  parte... 

Não se percebe, na ausência de legendas, se o burro ou mula é um despojo de guerra (foto nº 20). Sabemos que nessa época o PAIGC usava animais de carga para transporte de armas e munições, nomeadamente no norte da Guiné (região do Oio). A foto nº 20 sugere "partilha de despojos", depois de um bem sucedido assalto ao objetivo (*)... 

A foto nº 19, tudo indica que seja de um guerrilheiro morto nesta operação. Já as outras duas fotos (nº 1 e 2) do lote "Guerrilheiros mortos", não temos a certeza se dizem respeito a esta operação... É muito provável até que não. Por outro lado, não é nossa intenção chocar ou melindrar os nossos leitores mais sensíveis: é bom não esquecer que estávamos em guerra, e que há alguns fotográficos de camaradas nossos que documentam esse facto...

Também não temos a certeza se todas as fotos dizem respeito à "mesma" operação... As fotos nºs 5,6,7,8, 9, 10, 11 e 12 formam uma sequência lógica e cronológica: houve pelo menos um ferido (, africano, provavelmente milícia,) das NT, ferido esse que é levado em maca improvisada até a uma clareira na mata (fotos nºs 5 e 6), esperando a chegada de um heli; o local para o heli pousar em segurança  é devidamente sinalizado por granada de fumos e panos vermelhos (fotos nºs 7,8, 9 e 10); a seguir, um outro ferido (que parece ser um soldado metropolitano), é  levado às costas (foto nº 11), e colocado numa espécie de maca afixada na parte lateral esquerda do heli, um AL II, portanto do lado de  fora, e evacuado  para o HM 241 (Bissau) (foto nº 12).

 É-nos mais difícil perceber o que se passa na foto nº 14 (abertura de uma cova ?) e sobretudo na foto nº 1 (restos humanos ? material do IN escondido ?). (LG)

Fotos: © Alberto Pires (Teco) (2007) / AD - Acção para o Desenvolvimento. [Editadas por L.G.]. Todos os direitos reservados


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Alberto Pires, mais conhecido por Teco,  natural de Angola, ex-fur mil na CCAÇ 726, a primeira subunidade a ocupar Guileje em 1964)... A companhia esteve em Guileje entre Outubro de 1974 e Junho de 1966. Ocupou Mejo e mantinha lá um destacamento em 1965 (*).

As fotos que estamos a publicar pertencem a um lote que o Teco pôs à disposição do Núcleo Museológico Memória de Guiledje e do nosso blogue (são mais de 60 fotos). Não trazem legenda, mas estão agrupadas por temas: (i) CCAÇ 726 (Guileje); (ii) construção de abrigos (Guilje); (iii) destacamento de Mejo; (iv) operação militar; e (v) guerrilheiros mortos (neste caso, são apenas duas as fotos disponibilizadas)...


Estas fotos que publicamos hoje, têm a ver com uma "operação militar" (não se sabe onde nem quando, de qualquer modo só pode ter decorrido  entre 1964 e 1966,  durante a comissão da CCAÇ 726, numa  época em que ainda se usava o capacete de aço). São 20 imagens no total, numeradas de 1 a 20, e que foram todas editadas por nós, com vista à melhoria da sua resolução e qualidade. 

Não sabemos qual a ordem lógica e cronológica destas 20 fotos, pese embora a sua numeração. Presumimos que as NT partiram de Guileje, e progrediram até um objetivo IN (*). Houve contacto, mortos e feridos, helievacuações, destruição de uma tabanca (ou acampamento temporário: parece-nos mais verosímil ser uma tabanca, uma vez que há estruturas de adobe, paredes, cobertura de capim...).

Nesta segunda sequência mostra-se o resto das fotos, incluindo uma notável sequência de uma helievacuação: na época, 1964/66, ainda não havia o heli Alouette III, apenas o II (**)... Não sabemos se o contacto havido na altura com o IN, aconteceu  no assalto ao objetivo ou no regresso a Guileje. 

Peço tanto ao Teco (que esperamos venha a aceitar o nosso convite para integrar formalmente a nossa Tabanca Grande, e que tem um fabuloso álbum fotográfico sobre a Guiné, estimado em 500 fotos)  como ao Carlos Guedes (, nosso grã-tabanqueiro, e também camarada do Teco na CCAÇ 726), que nos ajudem a esclarecer esta e outras dúvidas.  

De qualquer modo, são imagens, muito sugestivas, que valem por si e que nos ajudam a recordar muitas das nossas operações efetuadas nas difíceis condições do teatro de guerra da Guiné.

_________________


Notas do editor:

(*) Último poste da série > 18 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10690: Álbum fotográfico do Alberto Pires, Teco, ex-fur mil, CCAÇ 726 (Guileje, out 64/ jun 66) (Parte II): Um operação com baixas de um lado e outro (1ª sequência)

(**) Sobre o Alouette II vd os seguintes postes:





Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (Out 64 / Jul 66) > O pessoal em operações militares: na foto, acima, transporte às costas de um ferido, evacuado para o HM 241, em Bissau, por um helicóptero Alouette II (versão anterior do Alouette III, que nos era mais familiar, sobretudo para aqueles que chegaram à Guiné a partir de 1968).

Fotos: © Alberto Pires (Teco)./ AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2007) / Jorge Félix (2009). Direitos reservados.



7 de dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5420: FAP (38) : O helicóptero Alouette II ou uma arrepiante viagem na 'montanha russa' até ao HM 241 (Jorge Félix)


(...) Como o teu Blogue, já nosso, tem antes de mais, a qualidade de recordar para tratar, vou falar do Heli onde aprendi a pilotar os "zingarelhos" e está numa foto deste P5417. A foto do Alberto Pires [Teco] era a BW [preto e branco] e eu dei-lhe uma coloração para se perceber melhor.

O heli era o Alouette II (dois). O que está na foto [, acima,] já tem rodas, os que conhecia eram todos com Patins. Nesta altura, os feridos eram transportados no "caixão" que eu destaquei a amarelo. Podes imaginar como arrepiante seria vajar, amarrado e bem amarrado, naquele cubículo do lado de fora da carlinga...

Cada um de nós teve o pior da guerra, (eu felizmente tinha whisky servido de bandeja à chegada na placa), mas um ferido evacuado num Heli Al II, deve ter tido a pior experiência da sua vida.

Como é que de um Blogue tão extenso fui dar importância a este pequeno acontecimento? (...)


23 de maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8314: Tabanca Grande (286): Maria Arminda Lopes Pereira dos Santos, ex-Ten Grad Enf.ª Pára-quedista, 1961-1970

(...) "A partir daí a guerra na Guiné estava instalada e assim que foi possível fomos colocadas na Base de Bissalanca, para o início das evacuações aéreas com enfermeiras. Havia os aviões Auster e os helicópteros Alouette II; nestes não nos era possível acompanhar de perto os feridos, os quais eram transportados fora do helicóptero, numa espécie de caixas colocadas por cima dos patins do heli, uma de cada lado. Nos Auster a maca quase entrava pela cadeira ao lado do piloto e na cauda do avião. 

"Felizmente mais tarde chegaram os DO-27 e os Alouette III, onde passámos a fazer inúmeras evacuações, adaptando e modificando os meios sanitários e a nossa actuação, com a finalidade de uma mais eficaz prestação de cuidados aos feridos, os quais iam sendo cada vez em maior número. Infelizmente tivemos que chegar a fazer evacuações no Dakota, quando havia ao mesmo tempo muitos feridos e a pista era adequada para a sua aterragem." (...) 

Vd. também Wikipedia > Aérospatiale Alouette II (em português)

(... ) O Alouette II é um helicóptero ligeiro, produzido, sob diversas versões, pelo construtor aeronáutico francês, SNCASE, que em 1957deu origem à Sud Aviation, em 1970 à Aérospatiale, em 1992 à Eurocopter e que em 2000 passou a integrar a EADS (...)

Foi o primeiro helicóptero do mundo, motorizado com turbina a gás a ser certificado para voo.

As versões militares eram usadas essencialmente em, fotografia aérea, observação, salvamento marítimo. ligação e treino. Na parte civil era usado essencialmente na evacuação médica principalmente em grande altitude, tirando partido do seu motor de turbina. (...)