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terça-feira, 9 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4487: Agenda Cultural (16): Do Rui Gonçalves (Gravura, Lisboa, hoje ) aos Melech Mechaya (Música klezmer, Porto, 11 e 12, e Lisboa, 13)

Crónica´, de Salomé Paiva e Rui Gonçalves > Exposição de gravura > Inauguração hoje, 9 de Junho, às 1hh30, na Biblioteca Municipal Camões, Largo do Calhariz,. 17, 2º Esq. De 12 a 30 de Junho, sábado 27. Das 10h30 às 18h.


1. Amigos e camaradas:

Apontem na vossa Agenda (Cultural)... É inaugurada hoje, às 16h30, uma exposição de gravura em madeira, na Biblioteca Municipal Camões, em Lisboa, ao Chiado, que integra trabalhos do nosso Rui Gonçalves, estudante de Belas Artes, filho do nosso camarada GG, Gabriel Gonçalves, o Arcanjo, o tocador de viola, o cripto da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)...

E digo nosso, por que os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são... Além disso, o Rui é também, de longa data, um colaborador do nosso blogue, a quem recorro, através do pai, quando preciso de alguns truques (por ex., transformar ficheiros áudio em vídeo)...

Vamos desejar-lhe bom sucesso para a exposição e passar por lá, quem puder...(malta de Lisboa, espero uma foto e uma legenda, no mínimo). Luís Graça

PS - GG, dá um Alfa Bravo especial, bem atabancado, ao teu rapaz... Espero poder passar por lá... e conhecê-lo pessoalmente (*).


2. Melech Mechaya, no Porto (11 e 12 de Junho) e em Lisboa (13)






Depois de 60 concertos em 2 anos, e após uma paragem de 5 meses para preparar o seu primeiro registo de longa duração, os Melech Mechaya são anfitriões de uma enorme festa mechaya, dia 13 de Junho, no carismático teatro A Comuna, em Lisboa , à Praça de Espanha,], que se prolongará com o dj set da DJ Raquel Bulha. Este regresso aos palcos celebra o lançamento de Budja Ba e assinala o arranque da digressão de apresentação do disco, que inclui palcos como o emblemático Festival de Músicas do Mundo de Sines e o Festival Spancirfest na Croácia. Dias 11 e 12 estarão no Porto (às 21h30, no Coliseu).

O disco tem o selo da Ovação e contém, entre várias novidades, alguns dos momentos fortes do espectáculo ao vivo, como a "Dança do Desprazer" (o primeiro single extraído do disco), o tema-título "Budja Ba", e o "Bulgar de Almada", tema que conta com a participação das Tucanas.

Depois de quase meio-ano em retiro criativo, os Melech Mechaya regressam com fome de palco e prometem muita festa, num novo espectáculo mais divertido e interactivo que nunca!


3. Em especial, para os amigos e camaradas do Grande Porto e da Grande Lisboa:

Os Melech Mechaya (grupo de música klezmer de que faz parte o João Graça, violino) estão a lançar o seu novo CD (Budja Ba - Deusa da festa, em hebreu)... Eles já têm, na nossa Tabanca Grande, alguns fãs e ao vivo ainda são muito mais divertidos (**)...

Na sua página na Net poderão ver a sua já sobrecarregada agenda, e em especial os próximos concertos em Junho e Julho, nomeadamente em Lisboa e no Porto... Apareçam, se estiverem por perto! No de Lisboa (13), pelo menos estarei... Nos do Porto, em especial no Coliseu (12), ainda não sei se posso... (11 e 12, nas FNAC; 12, às 21h30, no Palácio de Cristal).

Atenção, a hora de abertura de portas no concerto do teatro da Comuna, em Lisboa, dia 13, é às 23h30...

O vídeo do concerto de lançamento está diponível em http://www.youtube.com/watch?v=SKK6B_gelA4

Para mais detalhes, vd. a página do grupo em http://www.myspace.com/melechmechaya

... Isto também faz parte dos nossos Seres, Saberes e Lazeres!

Felizmente que os nossos filhos têm tido, pelo menos até agora, a sorte de terem o tempo certo para fazerem o que devem fazer, nnos seus verdes anos (estudar, viajar, viver, aprender música, fazer arte,divertir-se... ). Tudo, menos a guerra que nos calhou na rifa, a todos nós!

Um Alfa Bravo. Bons feriados, bons santos, viva a preguiça (ds outros).

Luís Graça
__________

Notas de L.G.

(*) Há um ano e tal atrás (16/3/2008), recebemos a seguinte:

Caro Luís Graça: sou Rui Gonçalves, filho de Gabriel Gonçalves, seu camarada da Guiné. Estou a realizar um trabalho académico com um grupo de colegas para a disciplina de sociologia artística na Faculdade de Belas artes da Universidade de Lisboa, subordinado ao tema do monumento e a questão pós-colonial Portuguesa.

Pensamos em realizar um estudo sobre os memoriais feitos por soldados durante a guerra colonial (neste caso específico na Guiné-Bissau). Para isso precisamos da colaboração dos intervenientes, informações sobre a natureza dos memoriais, a história (como se criou essa tradição), os materiais, a função de memória/homenagem, quem os construía e questões estéticas.

Gostariamos de poder contar com a sua ajuda, assim como de todos os participantes do blog que nos possam fornecer informações relevantes, relatos e fotografias dos memoriais, assim como a possibilidade de contactar alguém que tenha feito parte da criação dos mesmos.

Muito obrigado, com os melhores cumprimentos

Rui Gonçalves

Um dia depois, eis a minha resposta:


Rui: Vamos ajudar-te... Essa questão também interessa-nos, a todos, mas também aos nossos amigos guineenses, e em especial à ONG AD, que está interessada em identificar, restaurar, preservar, conservar, estudar e divulgar esses memoriais, sobretudo no sul do país (Região de Tombali, sectores de Bedanda e Cacine).

Vou pôr o teu apelo no nosso blogue e pedir toda a colaboração possível... No nosso blogue (1ª e 2ª série) há já várias fotos de memoriais: pesquisa também em brazões... Vou passar a incluir a palavara-chave Memoriais.


O Rui não nos chegou a dizer se este trabalho foi bem sucedido, como eu esperava, e se teve alguma apoio por parte da nossa malta...

(**) Vd. 7 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3028: Eu, o Jorge Cabral, o António Graça de Abreu e... o Levezinho, no velho/novo Maxime, com os Melech Mechaya (Luís Graça)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2427: O Nosso Livro de Visitas (2): Pedro Mesquita, 29 anos, ex-fuzileiro naval, leitor do nosso Blogue

1. Mensagem do Pedro Mesquita, com data de 9 de Janeiro de 2008

Permitam-me que me apresente, sou um jovem de 29 anos, chamo-me Pedro e sou um frequentador assíduo do vosso blog.

Como é óbvio não vivi de perto o conflito do Ultramar, pois nessa altura ainda não era nascido, o meu pai, esse, sim, tal como vocês, foi militar português, mas na ex-província portuguesa de Moçambique.

Segundo posso constatar pelas vossas histórias, acabou por ter mais sorte, uma vez que era Primeiro Cabo Escriturário e nunca passou do Quartel General das Forças Armadas na cidade de Nampula, onde cumpriu a sua comissão.

Eu sou um interessado por esta parte da nossa história, também fui militar português já lá vão 10 anos, cumpri o meu serviço militar obrigatório, primeiro na Escola de Fuzileiros em Vale Zebro, onde fiz a recruta/especialidade (Curso Formação Básica Praças) e depois passei uns meses na Base Naval do Alfeite.

Nunca vivi obviamente o que vocês viveram, mas em alguns aspectos compartilhei dos mesmos sentimentos que vos uniam, como a camaradagem, as grandes amizades que fiz, o espírito de grupo e ainda hoje guardo enormes saudades desses tempos.

Como já disse anteriormente, sou um interessado por esta parte da nossa história, que tanto marcou as gerações passadas e que na minha opinião nunca deverá cair no esquecimento das gerações vindouras, uma vez que faz parte da nossa história nacional.

Bom... mas esta conversa toda, só para vos dar os parabéns pelo excelente blogue que organizaram, por tornarem possível a quem não viveu de perto o conflito, ter uma noção do que passaram, do que sentiram e do que viveram naqueles tempos difícies.

Com os melhores cumprimentos

PEDRO

2. Comentário do co-editor CV:

É com algum orgulho que sabemos que somos lidos por alguém da sua geração.

O nosso orgulho não está naquilo que fizemos e descrevemos, porque, vivendo em ditadura, não tínhamos alternativa, mas sim, por conseguirmos fazer chegar aos mais novos o eco do esforço de uma geração que ao longo de 13 anos participou numa guerra que, como todas, nunca deveria ter começado.

A alternativa que nos restava era deixar tudo (estudos, emprego e família) e fugir.

Saberá como militar que foi, que a guerra é o último recurso, quando se esgotam as possibilidades de negociação ou diálogo. No caso português, praticamente nem diálogo houve.

Para si será incompreensível, como o regime de então, não se tinha apercebido de que a solução para o fim da guerra seria a descolonização. Inevitável, quanto mais não fosse, por analogia ao acontecido com outros países europeus em relação às suas ex-Colónias de África.

Quando finalmente se fez o 25 de Abril, as gerações seguintes livraram-se deste pesadelo.

Caro Pedro, muito obrigado pelo seu contacto, que muito nos honrou.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Guiné 63/74 - P1428: Vídeo jockey do Porto à procura de material sobre a guerra colonial (Luís Sarmento)

Guiné-Bissau > Bissau > Abril de 2006 . Foto de Hugo Costa (filho do nosso camarada Albano Costa, natural de Guifões, Matosinhos).

Foto: © Albano Costa (2005). Direitos reservados.

1. Mensagem do Luís Sarmento, que não tenho o prazer de conhecer, e que está ligado à Faculdade de Economia da Universidade do Porto, a avaliar pelo endereço do seu e-mail...

Caro Professor,

Sou um interessado nos assuntos de guerra colonial já que como quase todos os portugueses nascidos na década de 70 tive um avô, um tio avô e um pai na guerra colonial.

Sou também um video jockey amador e tenho trabalhado com vários temas mas nunca um tema com a profundidade da guerra colonial, que gostaria de trazer a público na sessões que faço em alguns bares do Porto.

Eu sei que parece talvez um pouco estranho a mistura de certos assuntos com certos ambientes, mas trata-se de um projecto de intervenção que venho desenvolvendo em locais habitualmente destinados à diversão que é onde as pessoas acabam por estar mais permeáveis à mensagem que pretendo passar.

Por outro lado, e apesar de estar há imenso tempo a pesquisar na rede à procura de vídeos sobre o assunto (isto é a minha matéria-prima que depois decomponho / desconstruo), não encontro qualquer registo videográfico (convertido de película) sobre o assunto, o que é extremamente curioso e demonstrativo de como lidamos mal com o nosso passado recente (e o que reforça a minha vontade de puxar o assunto).

Por isso dirijo-me a si, através do sítio que mantêm e que me parece de uma relevância enorme, no sentido de eventualmente me indicar onde posso obter tal registo. Qualquer tipo de ficheiro videográfico serviria. Será que me pode dar tal informação?

Desde já agradeço o tempo despendido.

Obrigado e parabéns pelo sítio web.

Luís Sarmento

2. Meu caro Luís Sarmento:

Esse é um projecto de intervenção muito original e que pode vir a entusiasmar alguns de nós... Nunca tinha realizado (não é assim que se diz agora ?) o potencial alcance, importância e interesse do trabalho de um video jockey...

Prometo, desde já, ajudá-lo, apelando à colaboração dos membros da nossa tertúlia e divulgando, dentro de dias, alguns links com registos videográficos (estrangeiros) sobre a guerra colonial na Guiné, em colaboração com o nosso camarada Virgínio Briote. Infelizmente, no nosso tempo ainda não havia os meios de registo de som e imagem que há hoje.

Poderá usar, entretanto, o nosso material fotográfico, disponibilizado nas nossas páginas, desde que: (i) nos dê conhecimento do material seleccionado; (ii) obtenha autorização, através do editor do blogue, dos autores das imagens; e (iii) cite o nosso blogue, Luís Graça & Camaradas da Guiné.
A sua contribuição para preservar a memória de uma geração que foi mobilizada para uma longa guerra em três frentes, a milhares de quilómetros da pátria, será devidamente apreciada. L.G.