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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23996: Origens do Tigre Azul: Nado e criado entre Famalicão e o Porto (Joaquim Costa, ex-fur mil, CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74) - Parte II: A mãe Gracinda


Lisboa > Mosteiro dos Jerónimos > Um casal de "Fidalgos" do Minho (Gracinda e Zé), no casamento do filho “caçula”

Foto (e legenda): © Joaquim Costa (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Joaquim Costa, ex-fur mil at Armas Pesadas Inf, CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/74); membro da Tabanca Grande desde 30/1/2021; autor da série "Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74)" (de que se publicarm 28 postes, desde 3/2/2021 a 28/7/2022. Tirou o curso de engenheiro técnico, no ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto. 



Capa do livro do Joaquim Costa, "Memórias de Guerra de um Tigre Azul: O Furriel Pequenina, Guiné: 1972/74". Rio Tinto, Gondomar, Lugar da Palavra Editora, 2021, 180 pp.


1. Texto enviado pelo  Joaquim Costa, no passado dia 5 de janeiro, às 02:01:

"(...) Dando continuidade à nova série sobre parte da minha história de vida (humilde e singela!?), aqui vai mais um poste, para caso lhe reconheças qualidade e de interesse o publicares.# (...) (*)


Origens do Tigre Azul: Nado e criado entre Famalicão e o Porto (Joaquim Costa, ex-fur mil, CCAV 8351, Cumbijã. 1972/74) - Parte II: 
A mãe Gracinda


Tatuagem: "Amor de Mãe".
Cortesia do livro "Guerra
na Pele – As tatuagens
da guerra colonial",
de João Cabral Pinto,
  edição de autor, 2019.


"Amor de Mãe", foi, porventura, a frase mais tatuada pelos militares na Guerra Colonial. Assunto que já deu origem a vários livros.

Nunca fiz nenhuma, nem penso fazer, contudo nutria uma certa admiração pelos soldados que as faziam. No fundo era a exteriorização da tatuagem que tinham gravado nas suas alma e nos seus corações.

Todos temos consciência que foram as nossas Mães que mais sofreram com a guerra no ultramar, uma dor mais intensa e dolorosa porque em silêncio.

Decidida a intenção/aventura/ousadia... de publicar em livro as minhas memórias de guerra, como por instinto, iniciei a narrativa com uma homenagem singela aos meus pais. Parece a despropósito, mas para mim só podia começar desta maneira já que foram figuras marcantes e sempre presentes em cada dia de Guiné, em particular nos dias mais difíceis, ouvindo (quem disser o contrário mente!?) os seu sábios conselhos.

Dando sequência à publicação da série " Origens do Tigre Azul: Nado e criado entre Famalicão e o Porto" (*),  aqui vai mais um poste. Hoje sobre a Mãe Gracinda. São histórias dos primórdios do "Tigre Azul" e  "Furriel Pequenina", que complementam o meu  livro "Memórias de Guerra de um Tigre Azul: O Furriel pequenina".


A mãe Gracinda

No dia 27 de abril de 1950 (dia do meu nascimento), cinco anos após o fim da II Guerra Mundial e ainda com o cheiro a pólvora no ar, de acordo com os relatos mil vezes contado pelo meu irmão Manuel, que nesse mesmo dia passa com distinção e louvor no exame da quarta classe, morre a avó paterna, o Barrigana lesiona-se com gravidade num treino e o meu irmão Eduardo (columbófilo) perde a sua melhor pomba que não regressou de um torneio. 

Um dia do tamanho de uma vida. No mesmo dia, se ri, se chora, se nasce e se morre. Muitas emoções contraditórias no ar.

Sendo o sétimo filho do José e da Gracinda, tendo em conta a época, nasci em berço de ouro, o mesmo não podendo dizer-se dos meus irmãos.

O Manel viveu toda a sua vida com a mágoa de nunca terem valorizado e festejado, condignamente, a sua aprovação com distinção e louvor no exame da quarta classe. Feito já mais visto na família e na aldeia. De forma diferente a Avó e o irmão tiraram-lhe o protagonismo.

O pai Zé e a Mãe Gracinda viveram a miséria dos tempos da primeira e da segunda guerras mundiais, da gripe pneumónica e da guerra civil espanhola, saindo destes conturbados acontecimentos sem esmorecerem, continuando a lutar, resilientes, por uma vida melhor para a família

A Gracinda cumpriu exemplarmente o estatuto que estava reservado às mulheres na altura: acompanhar as decisões do marido e criar os filhos “dados” por Deus.

Dizem que, enquanto solteira, não havia terreiro de dança que não a conhecesse, ouvindo-se a sua voz, sobrepondo-se às demais, nas cantorias do Minho. Nas desfolhadas, no cantar das Janeiras e dos Reis (#), ninguém lhe passava a perna.

Quando fui estudar para o Porto, uma vez que o orçamento familiar não comportava as despesas de alojamento e alimentação na Invicta, todos os dias fazia a viagem Famalicão / Porto / Famalicão, aproveitando o facto de ter direito a um passe gratuito. Para apanhar o comboio, levantava-me todos os dias às cinco horas da manhã,  tendo a minha santa mãe já o pequeno-almoço na mesa.

Assim abalava eu para a odisseia diária. Mas não estava só: mal saía de casa, ainda noite escura, logo ouvia, para além do cantar dos galos e o ladrar dos cães, um grupo de mulheres que chamavam umas pelas outras em altos berros audíveis de uma ponta à outra da aldeia (ó Mariiiiiiiiiiiiiia, já qui bouuuuuuue!) transportando grandes molhos de caruma (ou pruma, como elas diziam) à cabeça, até às padarias da vila, para aquecerem os fornos. Cumprimentavam-me carinhosamente dizendo: 

−  Vamos ter guarda-livros na aldeia?!

Passados uns dias, não suportei ver a minha santa mãe, que era a última a deitar-se, levantar-se todos os dias às cinco horas da manhã para fazer o pequeno-almoço para o menino, pelo que, tomei uma decisão:

− Mãe, a partir de hoje, sou eu que trato do meu pequeno-almoço. 

E assim foi, todos os dias, junto à porta de saída, tinha uma caixa de bolachas Maria, tirava duas… às vezes uma,  e uma garrafa de vinho fino, de que bebia um cálice... às vezes dois.

Mais tarde, o meu pai, com um semblante de caso (que me assustou), abeirou-se de mim e disse-me (já com um leve e indisfarçável sorriso maroto (que me distendeu): 

− Meu filho, decidi alugar-te uma casa no Porto, porque me fica muito mais barato do que o teu mata-bicho diário.

Aqui ficou decidido manter as bolachas e trocar o vinho fino por leite, já fervido de véspera. Mas!…, como por “milagre”, no local das bolachas e do vinho fino, todas as manhãs lá apareciam o pão com marmelada e o leite com café sempre quentinhos (##)-

(Continua)
________

Notas do autor:

(#) Letra:

Aqui estamos nós,
Todos reunidos,
P’ra cantar os Reis
Aos nossos amigos;
Sem nenhum interesse,
Com muita amizade,
Cantando as “reisadas”
À sociedade.

(...)

Viva o patrão desta casa,
Homem de grande careca,
Abra lá a sua porta
E encha lá a caneca.

Viva a patroa da casa,
Mulher de muito trabalho,
Põe rabanadas na mesa
E umas achas no borralho
(...)


(**) Em resultado destas drásticas alterações, ia muito menos alegre para o Instituto mas, vai-se lá saber porquê !?, melhorei em muito os resultados escolares…

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20200: Agenda cultural (704): lançamento de livro de João Cabral Pinto, "Guerra na Pele – As tatuagens da guerra colonial"... Data: próximo dia 26 de outubro; local: Biblioteca Natália Correia, Rua do Rio Cávado 3, em Carnide, Lisboa.


Capa do livro "Guerra na Pele – As tatuagens da guerra colonial", de João Cabral Pinto,
conceção gráfica de Mário Pais, ediçao de autor, 2019.




1. Mensagem do nosso leitor João Cabral Pinto;

De: Joao Cabral Pinto <jcabralpinto@hotmail.com>

DatA_: quarta, 2/10/2019 à(s) 11:05

Assunti: Convite para lançamento de livro «Guerra na Pele – As tatuagens da guerra colonial»



Ex.mos Srs. [Editores]

Tenho o maior prazer em convidar V. Exas para o lançamento e apresentação do meu livro, evento que se vai realizar em duas datas e locais diferentes:

(i) Lançamento: dia 26 de outubro às16H, na Biblioteca Natália Correia - Carnide, Rua do Rio Cávado, Lisboa

(ii) Apresentação: dia 24 de novembro, às 16H, na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira.

Muito obrigado,

Com os melhores cumprimentos,

João Cabral Pinto


2. Sinopse do livro:

“Fruto da colaboração de militares veteranos, «Guerra na Pele – As tatuagens da guerra colonial» é um contributo para o estudo da tatuagem em Portugal que consiste na divulgação de um trabalho de campo de pesquisa iconográfica independente levado a cabo durante cerca de quinze anos, que teve como objectivo resgatar e preservar para memória futura um conjunto de imagens de tatuagens realizadas por militares das Forças Armadas Portuguesas durante o período da guerra colonial em África de 1961 a 1974.”

João Cabral Pinto







Lourinhã > Praia da Areia Branca > 6 de julho de 2015 > Braço tatuado de um veraneante que foi nosso camarada no TO da Guiné > Costuma passar férias na Praia da Areia Branca, já o encontrei pelo menos três vezes. Chama-se António Baraçal, "Tony", é lisboeta de gema, e trabalha ou trabalhou na EPAL. Diz que pertenceu a uma companhia de comandos. Não lhe ocorreu o nº da companhia, Esteve no TO da Guiné entre janeiro e outubro de 1974. "Fui lá fechar a guerra".

O Tony disse-me que estas tatuagens eram feitas a 4 agulhas... Não tive tempo para perceber a técnica (que não era muito apurada, a avaliar pelo traço grosso) e fazer-lhe mais perguntas... Embora simples, o padrão icónico é diferente de alguns que tenho visto: uma morança e um coqueiro erguidos numa ilhota .. Por baixo tem os dizeres: "Guiné-74 Tony". Estamos a falar do braço direito. No braço esquerdo, há apenas uma vulgaríssima tatuagem com os dizeres "Amor de pais"...




Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participantes na guerra colonial > A tatuagem do João Patrício, da Areia Branca, DFA. m DFA - Deficicente das Forças Armadas (com 36,6% de deficiência)... Pertenceu à CART 1526, e foi gravemente ferido na mata do Ingoré, com uma bala alojada perto do coração... Mostrou-me a "medalha" e também a sua tatuagem.

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Nota do editor:

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18939: Convívios (869): 10º Encontro dos Ex-Combatentes do Seixal, Lourinhã, Participantes da Guerra Colonial, 12 de agosto de 2018


Foto nº 1 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > Vista do monumento aos combatentes do ultramar, no centro da vila da Lourinhã.


Foto nº 2 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Concentração junto ao monumento aos  combatentes do ultramar, no centro da vila da Lourinhã.


Foto nº 3 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > O dr. Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alferes miliciano paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), no uso da palavra, em nome da comissão organizadora. É membro da nossa Tabanca Grande.


Foto nº 4 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Fernando Castro, lourinhanense, presidente da AVECO - Associaçao dos Veteranos Combatentes do Oeste (, que tem sede em Lourinhã).


Foto nº 5 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Engº Jaime Serra, filho de ex-combatente,  e vereador do município local, ,  em representação presidente da Câmara Municipal da Lourinhã (engº João Duarte).


Foto nº  6 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Aspeto parcial da cerimónia junto ao monumento local aos combatentes.


Foto nº 7 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Ramo de flores que foi depositado na base do monumento: "Aos camaradas militares, falecidos na guerra do ultramar, do concedlho da Lourinhã".


Foto nº 8 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > Dois camaradas seguram o tamo de flores que foi depositado na base do monumento. à esquerda o João Delgado (Lourinhã), e à direita o Arménio Pereira (seixal).



Foto nº  9 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial >  Participantes: à esquerda, o Estêvão Alexandre Henriques, membro da nossa Tabanca Grande. Vive no Seixal, sendo natural de Fonte de Lima (fregusia de Santa Bárbara), e emoresário em Peniche.


Foto nº  10 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > O João Patrício,d a Areia Branca, um DFA - Deficicente das Forças Armadas (com 36,6% de deficiência)... Pertenceu à CART 1526, e foi gravemente ferido na mata do Ingoré, com uma bala alojada perto do coração... Mostrou-me a "medalha" e também a sua tatuagem.



Foto nº  11 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial > A tatuagem do João Patrício, da Areia Branca, DFA.


Foto nº  12 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participantes na guerra colonial >  O Estêvão Alexandre Henriques, membro da nossa Tabanca Grande, é o primeiro a contar da direita.


Foto nº  13 > Lourinhã, 12 de agosto de 2018 > 10º encontro dos ex-combatentes do Seixal, participates na guerra colonial >  Almoço de confraternização no Clube do Seixal.

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Realizou-se mais uma edição, a 10º, do encontro dos ex-combatentes, participantes da guerra do ultramar / guerra colonial, naturais iu residentes no Seixal, uma belíssima terra que fica entre a Lourinhã e a Praia da Areia Branca, fazendo parte da união de freguesias da Lourinhã e Atalaia (que tem hoje cerca de metade da população do concelho, sendo o toal de mais de 25 mil, segundo o último censo).

A comissão organizadora foi constituída por Arménio Pereira, Emídio Baltazar, Jaime Bonifácio e José Maria.

Por volta das dez horas, de domingo, dia 12 do ocorrente, houve concentração dos participantes junto à igreja do Seixal. Foi cleebrada missa em homenagem ao Arsénio Bonifácio, morto em Angola, e a todos os que entretanto já faleceram, depois do regresso a casa. Estrima-se que o número de combatentes do Seixal ou residentes no Seixal, Lourinhã, tenha sido perto de meia centena.

Às 11.15, os partiicipantes homenagearam, no talhão municipal dos combatentes, no cemitério da Lourinhã, todos os mortos do Seixalm na I Grande Guerra e na Guerra do Ultramar. Foi depositada uma corooa de flores e guardado um minuto de silêncio. Jaime Bonifácio leu um poema de Manuel Alegre (

Às 12h, juntaram-se no monumento local aos combatentes da guerra colonial, em homenagem a todos os combatentes do conelho, vivos e mortos, Usaram da palava: (i)  Jaime Bonifácio, em nome da comissão organizadora; (ii)  Fernando Castro, o presidente da AVECO - Associaçao dos Veteranos Combatentes do Oeste (, que tem sede em Lourinhã); e iii) o vereador do município local, eng João Serra,  em representação presidente da Câmara Municipal da Lourinhã (Eng. João Duarte Anastácio de Carvalho). Foi depositada uma coroa de flores. E or fim cantou-se o hino nacional.

Compareceu tambèm à cerimónia o presidente da União das Freguesias da Lourinhã e Atalaia, Pedro Margarido.

Às 13h30 realizou-se um almoço de confraternização do Clube do Seixal, a que compareceram largas dezenas de combentes, familiares e convidados.

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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18864: Convívios (868): Dois 'piras' no 38º almoço-convívio da Tabanca da Linha, em 19 do corrente, em Algés... Em pleno verão, houve muitos 'desertores', compareceram 37 'magníficos' (Manuel Resende)

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18538: Recortes de imprensa (94): Herança da guerra (Sílvia Torres, "Diário de Coimbra", 23 de março de 2018)



Diário de Coimbra, sexta.feira, 23 de março de 2018, p. 9. (Cortesia da autora e do jornal)



1. Recorte enviado em formato pdf pela nossa amiga, grã-tabanqueira nº 736, Sílvia Torres. Reproduzido com a devida vénia. Fonte: Diário de Coimbra, 23 de março de 2018, p. 9. (*)

Pequena nota biográfica:

(i) Sílvia Torres nasceu em Mogofores, Anadia, em 1982;

(ii) licenciada em Jornalismo e Comunicação e mestre em Jornalismo;

(iii) começou por ser jornalista do Diário de Coimbra;

(iv) entre 2007 e 2014, como oficial da Força Aérea Portuguesa, trabalhou na Rádio Lajes (Terceira – Açores) e no Centro de Recrutamento da Força Aérea (Lisboa), cumprindo ainda uma missão de
cooperação técnico-militar em Timor-Leste;

(v) atualmente é doutoranda em Ciências da Comunicação pela Universidade NOVA de Lisboa e bolseira de investigação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT);

(vii) a sua pesquisa centra-se na cobertura jornalística da Guerra Colonial feita pela imprensa portuguesa de Angola, da Guiné Portuguesa e de Moçambique, entre 1961 e 1974;

(viii) o facto de ser filha de um ex-combatente justifica o interesse pessoal e académico pelo conflito.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14917: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (11): Tatuagem de António Baraçal, alfacinha, que passou pelo CTIG entre janeiro e outubro de 1974, integrado numa companhia de comandos... É frequentador da Praia da Areia Branca.


Foto nº 1


Foto nº 2

Lourinhã > Praia da Areia Branca > 6 de julho de 2015 > Braço tatuado de um veraneante que foi nosso camarada no TO da Guiné > Costuma passar férias na Praia da Areia Branca, já o encontrei pelo menos três vezes. Chama-se António Baraçal, "Tony", é lisboeta de gema, e trabalha ou trabalhou na EPAL.

Diz que pertenceu a uma companhia de comandos, comandada por um tal capitão Branco (se bem percebi, já que a nossa conversa foi à beira-mar, com ruído ambiente)... Ora não existe nenhum capitão comando com este apelido, de acordo com a página da associação de comandos que consultei; a última a chegar ao TO da Guiné foi a CCmds 4041/73, chegou a 16/5/1974 e regressou menos de dois meses depois, a 4/7/1974; esteve em Teixeira Pinto, era comandada  pelo alf mil cmd Albano Manuel Monteiro de Albuquerque e foi render a 38ª CCmds (1972/74).

 Não lhe ocorreu o nº da companhia, Esteve no TO da Guiné entre janeiro e outubro de 1974.  "Fui lá fechar a guerra". Para lá foi nos TAM; para cá veio no T/T Uíge. De janeiro a março de 1974 não houve embarque de tropas para a Guiné. É possível então que o António Baraçal fosse de rendição individual e tivesse ido parar à CCS de algum batalhão,. e que essa companhia de comando e serviços fosse comandada pelo tal capitão Branco... Enfim, problemas da comunicação humana... Se voltar a encontrá-lo na Praia da Areia Branca, tento esclarecer este ponto.

De qualquer modo, registe-se aqui os batalhões, 3 de 1973 e 2 de 1974,  com as últimas tropas que saíram da Guiné, em 14/10/1974:

BART 6521/74 (Ingoré, Bissau)
BCAÇ 4612/74 (Mansoa, Brá)
BCAÇ 4510/73 (Catió)
BCAV 8320/73 (Bissorã, Bissau)
BCAÇ 4610/73 (Bissau, Piche, Bula, Bissau)

O Tony disse-me que estas tatuagens eram feitas a 4 agulhas... Não tive tempo para perceber a técnica (que não era muito apurada, a avaliar pelo traço grosso) e fazer-lhe mais perguntas... Embora simples, o padrão icónico é diferente de alguns que tenho visto: uma morança e um coqueiro erguidos numa ilhota (vd. foto nº 1)... Por baixo tem os dizeres: "Guiné-74  Tony".  Estamos a falar do braço direito. No braço esquerdo, há apenas uma  vulgaríssima tatuagem com os dizeres "Amor de pais" (foto nº 2)... Sobre tatuagens, temos apenas duas ou referências no blogue.

Mostrou-se agradavelmente surpreendido e colaborante quando lhe pedi autorização para tirar uma "chapa" e pôr no blogue... (LG)

Foto (e legenda): © Luís  Graça (2015). Todos os direitos reservados
________________

Nota do editor:

Último poste da série > 20 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14905: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (10): Não, nunca percebi para que serviam os CTT no CTIG... Notícias de Alhandra, da minha família, por ocasião da tragédia, as grandes inundações, de 25 para 26 de novembro de 1967, que atingiram a Grande Lisboa, recebi-as através de telegrama militar... (Mário Gaspar, ex-fur mil at art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)


sexta-feira, 1 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14551: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (30): «Projecto - Marcas de Guerra - Livro de Textos e Fotografias sobre as Tatuagens" (Pedro Nunes)

1. Mensagem do nosso leitor Pedro Nunes [m, foto atual, à esquerda, cortesia de PPL  Crowdfunding Portugal


Data: 29 de abril de 2015 às 11:36

Assunto: «Projecto - "Marcas de Guerra" - Livro de Textos e Fotografias sobre as Tatuagens


Boa tarde,

O meu nome é Pedro Nunes, e juntamente com mais dois escritores estamos a desenvolver um projeto para o qual pedimos a vossa ajuda/colaboração. Agradeço o vosso tempo assim como qualquer informação que nos possam enviar. 

Detalhes:

«Projecto - "Marcas de Guerra" - Livro de Textos e Fotografias sobre as Tatuagens
feitas no período da Guerra do Ultramar.

Pretendemos com este projecto fotografar pessoas que tenham tatuagens feitas durante o período da Guerra do Ultramar. Gostaríamos ainda de elaborar textos a contextualizar o simbolismo e os motivos associados a cada tatuagem.

Contamos para isso com a colaboração de ex-combatentes que se disponibilizem para uma conversa informal e posterior registo fotográfico.

Valorizaremos o tratamento de toda a informação de forma ética e profissional, sempre sob o consentimento de todos os envolvidos.

Acreditamos que este trabalho pode trazer um olhar diferente sobre todos aqueles que viveram um dos períodos mais marcantes da nossa História e que deve ser sempre lembrado.

Autores - Pedro Nunes, Helena Nogueira, José Noras - Escritores com obras publicadas, incluindo o livro de contos sobre o 25 de Abril, "Abril Depois de Abril"

Cumprimentos,
Pedro Nunes

2. Comentário do editores:

Caro amigo, obrigado pelo contacto. Vamos colaborar dentro das nossas limitadas possibilidades. A tatuagem não era o nosso forte. O tema já foi aqui abordado (*). com fraca resposta, Mas fica o seu repto e o seu convite. Os combatentes da guerra colonial / guerra do ultramar são portugueses generosos. E, mais concretamente, os membros da nossa Tabanca Grande  gostam de colaborar com quem procura o nosso blogue como valiosa fonte de informação e conhecimento. (**) 

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Notas do editor

(*) Vd poste de 22 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13429: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (20): Imagens de braços tatuados, do tempo da guerra colonial, precisam-se para trabalho jornalístico sobre a história da tatuagem em Portugal...

(**) Último poste da série > 17 de março 2015 > Guiné 63/74 - P14377: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (29): A Ilha das Galinhas que eu conheci e a nostalgia da "prisão" com que o Zé Carlos Schwarz ou Zé Cabalo (, no meu tempo de liceu), nos surpreende, na letra e música de "Djiu di Galinha" (Manuel Amante da Rosa)

terça-feira, 22 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13429: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (20): Imagens de braços tatuados, do tempo da guerra colonial, precisam-se para trabalho jornalístico sobre a história da tatuagem em Portugal...



Guiné > Tatuagem de braço direito com os dizeres "Guiné 69-71". Foto de Luís Nascimento, natural de Lisboa, a viver em Viseu, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71 (*)

 Foto: © Luís Nascimento (2014). Todos os direitos reservados




Guiné > Tattagem de braço direito com os dizeres "Guiné 15-11-69". Foto de Constantiino Neves (ou Tino Neves , ex-1º  cabo escriturário, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71. Vive na Civa da Pieddae, Almada (*)
Foto: © Constantino Neves (2014). Todos os direitos reservados


1. Recentemente fomos contactados, pelo jornalista Bernardo Mendonça que está a fazer uma trabalho, para a Revista do Expresso, sobre a história da tatuagem em Portugal. A resposta que se segue foi dada pelo nosso editor LG a 3 do correnjte:

Caro Bernardo:

A foto em causa (e que anexo) foi-me enviada em 2007 pelo meu camarada Constantino (ou Tino) Neves, que mora na Cova da Piedade, e a quem dou conhecimento deste mail. Devo ter o "original" algures num disco externo, mas não creio que tenha melhor resolução do que a imagem que foi publicada no blogue... Sugiro que o contacte através do mail dele... Pode ser que consiga uma digitalização com melhor resolução.

Tenho mais uma foto, do Luís Nascimento (Viseu), com uma tatuagem no braço (Guiné 69/71). Terá que pedir-lhe autorizaçãio, através do endereço de email da neta, Jessica Nascimento.

Por fim, envio-lhe um pequeno texto de José Corceiro... que reforça a ideia que, no nosso tempo, na Guiné, havia camaradas (sobretudo praças) que usavam tatuagens no braço ou no peito: Guiné 69/71, Amor de mãe, Amor de esposa... Pode também tentar contactá-lo, por sugestão minha.

Estes três camaradas meus são membros (registados) do nosso blogue que, como sabe, tem um a política de respeito pela propriedade intelectual. Mas,  à partida, estes camaradas irão colaborar consigo. (*)

Pode procurar também no blogue por "tatuagem" e "tatuagens"... Em mais de 3 mil, não tenho essa palavra-.chave ou marcador... Não me têm aparecido mais histórias e fotos com tatuagens... Mas podemos fazer um apelo... Para quando é que quer ter o material pronto ?...

Desejo-lhe bom trabalho. Não se esqueça mencionar o autor da foto e o blogue Luís Graça & Camaradas d Guiné (que é, e pretende ser, também, "fonte de informação e conhecimento") (**). 


Um alfabravo (Abraço). Luís Graça

2. Mail que o Tino Neves mandou ao jornalista, na mesma data:

Sr. Bernardo Mendonça;

Serve este email, para lhe dar a minha autorização para utilizar a minha imagem do meu braço tatuado, mais informo que a imagem está na resolução original, a razão de se ver um pouco mal, é pelo facto de já ter mais de 40 anos e como disse no blogue, a tatuagem foi feita com poucas picadelas daí já estar um pouco sumida.

Só mais um reparo, ao tornar a ler o meu comentário no blogue, reparei numa gafe, à qual ainda não tinha reparado, que a data de 15-11-1969 não era a data da minha chegada à Guiné, mas sim doembarque no paquete Uíge em Lisboa.

Sem mais agradecer-lhe o trabalho que vai fazer, pois os jovens da nossa geração e em especial os antigos combatentes, merecem que sejamos sempre lembrados, não só os que já partiram mas também os que ainda cá estão, pois os nossos governantes julgam que já não existimos, ou sonham que assim seja!!!!

Bem haja, um alfabravo

Tino Neves

_____________________

Notas do editor:


(*) Vd, postes de:

4 de julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1922: Tatuagens (1): Sangue, suor e lágrimas (Tino Neves)

(..:) Para além de actualmente estar muito na moda fazer, ter e mostrar o seu corpo tatuado, nos anos 60 e 70, também, e principalmente os ex-Combatentes, se tinha por hábito/costume, fazer tatuagens. Julgo eu que a razão principal não era só por moda. A tatuagem, para os nossos camaradas que fizeram a guerra do Ultramar, era assim como uma espécie de selo, uma marca do seu estado de espírito na altura (... mas também um sinal da sua passagem por África e pela guerra, para que mais tarde todos vissem, na Metrópole, por onde eles passaram e o que passaram).

Achei, portanto, que seria um tema interessante para o nosso blogue, não só para que comentem as minhas afirmações anteriores, se estarão correctas ou não, ou se haverá outras razões [para explicar o fenómeno], que julgo que sim.

Desde 1970 até aos nossos dias, tenho visto tatuagens lindas e bem feitas, outras não tanto (estou a referir-me somente a tatuagens feitas durante 1963 /74, relacionadas ao que normalmente se fazia na altura em comissão de serviço no Ultramar).

Daí eu fazer o desafio/pedido para que enviem as imagens das vossas tatuagens, e comentá-las se possível, pois tenho a certeza que vamos ter uma grande colecção delas e com comentários interessantes. (..:)

7 de abril de  2010 > Guiné 63/74 - P6122: (Ex)citações (64): Guerras feitas, amores desfeitos (José Corceiro)

 6 de novembro de  2013 >  Guiné 63/74 - P12258: Álbum fotográfico do Luís Nascimento, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71 (Parte VI): Farim, em finais de 1970 e princípios de 1971

(**)  Ultimo poste da série >  
21 de julho de  2014 >  Guiné 63/74 - P13427: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (19): Onde adquirir um exemplar (ou uma cópia) do Caderno de Poesias Poilão, editado em 1974, em Bissau