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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15667: Agenda cultural (461): Na apresentação do livro "A Tropa Vai Fazer de Ti Um Homem", de Juvenal Amado (José Brás)

1. Em mensagem de hoje, 25 de Janeiro de 2016, o nosso camarada José Brás (ex-Fur Mil da CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68) enviou-nos este texto subordinado à sessão de lançamento do livro "A Tropa Vai Fazer de Ti um Homem" da autoria do camarada Juvenal Amado, ocorrido no passado sábado, dia 23 de Janeiro.

  
NA APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE JUVENAL AMADO 

Gostei muito de ver em forma de livro as recuperadas memórias de Juvenal Amado, a partir da sua experiência vivida na ex-colónia portuguesa da Guiné, por si próprio tornadas palavra escrita que nos serve como um rio que flui a nossos olhos plantados numa das margens, sem que importe muito considerar em qual dos lados da corrente desta água clara.

E uso aqui a imagem do rio, não por acaso, mas porque, lendo duma só vez as mais de trezentas páginas de caracteres em corpo pequeno e algumas fotografias a preto e branco, de rio é a sensação que me colhe pelo movimento das imagens que desfilam, ora em placidez panorâmica, descansada num olhar contemplativo e quase intimista, ora em torrente apertada e tumultuosa na velocidade do desfilar das histórias e das angústias e revoltas.

É certo que um rio tem sempre duas margens, como já se insinuou atrás sem ingenuidades inúteis entre nós que tão bem nos conhecemos já. E que poucas vezes coincidem, tim-tim por tim-tim, as verdades que cada observador abarca, estando cada qual em margens diferentes, ou mesmo na mesma margem e no mesmo exacto tempo.

Então, quando se trate de chamar a longínqua memória ao tempo presente, as diferenças de relato, no modo e mesmo no conteúdo, se diferenciam significativamente e às vezes mesmo antagonicamente, entre os contadores.

E, depois, um rio não tem apenas as duas margens que se avistam ou não entre si na hora do correr da água que passa, mas tem também uma montante, quer dizer, verdades que antecedem o lugar de observação, desde a nascente e pelo percurso variado e influenciador, e uma jusante, quer dizer, verdades que são consequência da realidade observada no lugar da margem de quem falou da água que viu correr e a marcou irremediavelmente com seus sinais.


Juvenal Amado tem pressa de contar. De contar muito. De contar tudo. Por sorte e por habilidade própria, nem essa pressa nem o desejo de falar tudo, prejudicam o seu contar, nem na forma, nem no estilo, nem no encadeado das histórias que nos serve.

Em primeiro lugar, talvez, porque nunca esteja sozinho na sua margem, ou porque nunca feche a sua margem aos que com ele calharam embarcar no Cais da Rocha e caminhado nos vinte e sete meses de mato, de bolanhas, de combates, de patusc de dores, de brincadeiras, de raivas e de esperanças, nem mesmo, aos que, na outra margem, lhe amarguravam os dias.

Em segundo lugar, talvez também porque a sua forma comovida de semear os contos que nos traz sobre os trambolhões e sobre a amizade, sejam o retrato chapado dele próprio, da sua tendência solidária, da sua franqueza, da sua descomplicada maneira de contar, da certeza dos amigos que conserva e lhe atestam a grandeza da alma e a inteligência humana.

O rio do Juvenal nasce em Alcobaça e faz-se de muitos afluentes que nele entraram após a escola primária. “Operário em construção” logo a seguir na indústria vidreira, moralmente amparado entre um pai republicano e o operariado da região, engrossando o caudal nos anos que separaram dos quartéis militares do puto e o mar no caminho da Guiné.

A Guiné em si própria, traçada de rios e de rias; de mares verdes de mato; de medos e de convicções; de águas que lhe emendam os erros, lhe confirmam algumas certezas, lhe ampliam a humanidade.

A jusante, a confirmação de que um rio nunca corre duas vezes no mesmo lugar. A perspectiva de voltar ao lugar da partida, aos amigos deixados dois anos e tal antes, ao convívio que o tinha construído durante quase vinte e dois anos, era uma ilusão que se esfumou. Os seus amigos tinham ficado no RALIS a entregar os farrapos da velha farda; tinham ficado no cais de desembarque, abraçados aos seus familiares; tinham ficado na viagem miserável no Niassa entre Bissau e Lisboa; tinham ficado nas matas da Guiné, uns de facto para sempre, e outros aparentemente inteiros no que lhes restava do que tinham quando haviam partido.

Na sessão de apresentação do livro do Juvenal, com uma sala muito composta por amigos e, em especial por antigos companheiros das matas e actuais da Tabanca Grande, no fim das intervenções, foi dada oportunidade para algumas perguntas. De imediato a questão que foi levantada e que constituiu a o tema único do período, foi sobre as dúvidas levantadas pelo título do livro “A TROPA VAI FAZER DE TI UM HOMEM”.


Já quase a fechar, porque tomei o título do livro como uma subtil provocação ao leitor, recurso bem esgalhado para suscitar o interesse da leitura, pareceu-me apropriado arredondar a conversa e fazer numa curta intervenção, uma abordagem ao tema, abordagem que reproduzo aqui de memória.

“O homem que alegadamente a tropa faria, não passa ao olhar de hoje, de uma falsa questão. O homem, e quem diz homem diz mulher, não é um exemplar padrão de que se fazem, por fora e por dentro, milhões de cópias espalhadas pelas sete partidas do mundo, Igual, o homem é apenas nas suas ânsias de ser feliz enquanto cá anda. Porém, nos modos de chegar a essa felicidade, cada um de nós tem um caminho e um agir diferentes. 
Como diz o poeta espanhol António Machado, não existe caminho. É andando que fazemos o nosso caminho. Também não existe um homem padrão e cada homem se faz crescendo nas realidades que cercam cada qual, nos condicionamentos, nas dúvidas e nas escolhas face às realidades diferentes. 
José Ortega y Gasset, para continuarmos em Espanha, diz “O homem é o homem e suas circunstancias”. Quer dizer, o homem não é em absoluto o produto exclusivo das circunstâncias em que se faz, mas é-o em grande percentagem do dele é público ou íntimo. O homem pode pela sua vontade, combater as circunstâncias que o envolvem e, por vezes traçar partes de si próprio. Contudo, na sua maior parte, vive como o rio apertado pelas margens das circunstancias. 
Portanto, a tropa condicionou o crescimento de cada soldado mas a cada um à sua maneira porque não viveram todos e ao mesmo tempo, nem os lugares, nem todos os acontecimentos. Portanto, da tropa e da guerra vieram milhares de homens, diferentes uns dos outros à vinda, como diferentes eram à ida, nenhum voltando, pode dizer-se, o mesmo homem que era quando partiu, influenciado pelas circunstâncias que o condicionaram sob o olhar particular de que era portador”.

José Brás
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 Nota do editor

Último poste da série de 25 de janeiro de 2016 Guiné 63/74 - P15666: Agenda cultural (460): Lançamento do livro "A Tropa Vai Fazer de Ti Um Homem", da autoria de Juvenal Amado, levado a efeito no passado dia 23 de Janeiro no Chiado Clube Literário e Bar - Galeria Comercial Tivoli Fórum, em Lisboa (Miguel Pessoa)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15617: História de vida (43): As motorizadas dos nossos sonhos de antes da guerra... Mas “lá irás para onde o pagues”, ou “a tropa é que vai fazer de ti um homem”, ameaçavam-nos os mais velhos (Juvenal Amado)


A foto é de um grupo de "motoqueiros" de 1965,  talvez tenham servido de inspiração a Dennis Hopper, Peter Fonda e Jack Nicholson no filme de culto Easy Rider que estreou em 1969.


LÁ IRÁS PARA ONDE O PAGUES
Capa do livro do Juvenal Amado
(Chiado Editora, Lisbopa, 2'015)
que vai ser lançado
no próximo dia 23, sábado, às 16h30 (*)



por Juvenal Amado

Na década de sessenta com a guerra ainda em expansão, nós, os miúdos, olhávamos para ela como coisa longínqua. Na verdade ela ia atingindo as famílias de tal forma que só tornava importante quando sabíamos que alguém perto de nós tinha sido mobilizado.

Aceitávamos como um assunto para nos preocuparmos na devida altura.

Eu tinha dezasseis anos quando o meu irmão foi mobilizado para Moçambique e a guerra ficou mais próxima. Até demais.

Mas isso não impediu de grande parte dos jovens desse tempo continuassem a viver sem se preocupar em demasia com o assunto e só sofríamos um sobressalto,
quando se sabia que tinha morrido fulano, sicrano, beltrano, ou filho de...

Na grande maioria tinham ido trabalhar mal fizeram a quarta classe, pois o rendimento das famílias era pequeno e seguir os estudos não era para todos, ou direi melhor, era para bem poucos.

Próprio da idade, a que podíamos chamar irreverência da juventude, (hoje na maioria das vezes chamamos parvoíces) cometíamos toda a casta de imprudências, fazíamos tábua rasa das advertências e arriscávamos as nossas vidas gratuitamente em toda série de disparates.

Beber uns copos, noitadas, deixar crescer o cabelo assim que conseguíamos rodear as ordens dadas no barbeiro para termos sempre à nossa disposição, um corte de cabelo à “inglesa curta”. Mas em lugar cimeiro estavam as motorizadas, quem não tinha babava-se e tinha pena de não ter.

 Compradas a muito custo para possibilitar trabalhar mais longe de casa, serviam depois para ir aos bailaricos e para toda a espécie de gincanas junto das moças. Não eram poucas vezes que essas exibições não resultavam de quedas aparatosas e na assistência haver manifestações de regozijo por as “habilidades“ nas duas rodas, terem resultado em malhanço com o nariz no chão.

Regozijar-nos com o mal dos outros, não deve ser só uma atitude portuguesa, mas também por vezes escondia uma disfarçada inveja pelo o tipo de “máquina” que o fulano tinha, a quem responsabilizávamos pelo maior sucesso que ele tinha junto do sexo feminino.

Assim o improvisado “artista” mal caía, levantava-se logo como se tivesse molas e mesmo perdido de dores, sorria para a multidão como se nada se tivesse passado e acelerava a 50 centímetros cúbicos, Famel ou Zundapp,  casos mais raros uma Honda ou V5. Depois aparecia no café no mesmo dia ou dias depois, consoante a pancada.

Os mais velhos diziam, então, que a tropa nos estava a fazer falta e que lá iam fazer de nós uns homens.

Nasce então o termo que soava a ameaça, desejo ou premonição, “lá irás para onde o pagues”, ou “a tropa é que vai fazer de ti um homem”.
Não sei se foi isso resultou comigo, mas como saber ? (**)

Um abraço para todos
Juvenal Amado


Texto e foto: © Juvenal Amado  (2016). Todos os direitos reservados.
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terça-feira, 22 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15890: Agenda cultural (470): Apresentação do livro "A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem", da autoria de Juvenal Amado, levada a efeito no dia 19 de Março de 2016, na sua terra natal, Alcobaça

1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de hoje, 22 de Março de 2016, com o rescaldo da apresentação do seu livro "A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem", levada a efeito no passado sábado, dia 19 de Março, em Alcobaça:

Caros camaradas 
No Sábado vivi mais uma jornada inesquecível de camaradagem, amizade e emoções à flor da pele. 
Desde o aparecimento, para um abraço, do António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor Auto da CArt 3492, que há bem pouco tempo teve a coragem de vir até nós com a sua luta contra o cancro, do António Murta que veio da Figueira da Foz, ao Jero e a vários combatentes, alguns meus conhecidos como o José Lourenço, companheiro das andanças pelo o Porto com o Zé Cafezinho. 
Na mesa, o nosso camarada Belarmino Sardinha foi o meu suporte quando a voz me falhava. Um agradecimento muito grande ao José Alberto Vasco, que viveu na mesma rua que eu, e que por diferença de dois ou três anos já nem à tropa foi. À Rádio Cister, na pessoa de Piedade Neto, ao Jornal Alcoa, Região de Cister e Tinta Fresca, o meu mais profundo agradecimento. 
Também gostei de ver na plateia várias senhoras que provam que o meu livro acabou por tocar as pessoas para além do foro militar. É bom voltar à nossa terra e ver o carinho que ainda têm por nós. 
Vou mandar algumas fotos bem como um texto e depois mandarei todas para os arquivos do blogue. 

Juvenal Amado

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Marta
Pode ser um nome de paz ou de guerra.
Marta também será um nome feliz ou de sofrimento.
Eu conheço diversas Martas como Marias. Terão uma vida por de trás da imagem que lhes conhecemos. Respeitar a suas identidades, respeitar o que é de mais intimo, é no fundo um direito de qualquer ser humano, que não escolhe a praça publica para espalhar a sua vida em panfletos.
Mas eu conheço uma Marta, que sofre dos efeitos colaterais de uma guerra em que nós participamos há muitos anos. Era bebé quando o mundo dela passou a ter um pesadelo, hoje conhecido por stress pós-traumático, de que sofrem muitos ex-combatentes.
Essa Marta ama e assim sofre duplamente.
É uma heroína que trava uma guerra sem fim à vista há mais de quarenta anos. Uma guerra em que nunca houve vitórias, nem intervalos, mas com muitas derrotas antecipadas.
E esta Marta merece que a conheçamos.
A sua tragédia e a sua coragem são um exemplo. Serena, doce e sentida, é a confirmação de que por baixo de águas calmas de um lago, se agitam por vezes forças que nos querem aniquilar.
Mas ela combate com poesia nessa luta desigual. Nega-se a combater com as mesmas armas com que é agredida. Devolve a agressão com amor e escreve, com os dedos dormentes e o peito a sangrar.


Palhaço Triste

Não choveu hoje, e povo saiu à rua…
Houve desfile, carros alegóricos
Muitos confétis, serpentinas…
Sátiras previsíveis, inocentes brincadeiras…
Música de Carnaval, e algodão das feiras…

Foram algumas horas
Em que levei os teus netos a brincar…
Até chegaram a dançar…
Uma pediu pipocas, outro um balão…
Divertimo-nos? Talvez, entre a multidão…
Por escassos momentos,
Esquecidos… na confusão…

Levámos mais de uma hora para sair da praia
Lanchámos pelo o caminho…
Adiámos o que pudemos,
Esse regresso de mansinho…
E… voltámos… ao INFERNO!

Lá continuavas, amuado, enresinado,
Preparado para abalroar tudo e todos...
No teu caminho.
Horas antes
Teus olhos de fogo enraivecidos…
Teus braços fortes vencidos
Tinham desejado a morte
Aos mais queridos…
E que mais pai,
Fizeste tanto mal aos que te amam
Por causa desses fantasmas
Que te enganam
Te consomem…
Sinto a tua falta…
E nunca te tive!
Maldita seja, essa guerra…
Que em ti vive

(AO MEU PAI)
E todas as vitimas do stress pós traumático de guerra.
MARTA LUÍS do seu livro POESIA FORA DE MÃO

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A Marta conhece Homens a quem a Tropa Desfez. Destruiu e o deixou irremediavelmente perdido para os seus mais queridos, bem como para toda a sociedade. Não é culpado é uma vítima das circunstâncias, dos caminhos e veredas da vida.
Resta-me desejar-lhe que consiga levar a bom porto tudo o que anseia e que merece.

19 de Março 2016 - Dia do Pai
Em Alcobaça na Biblioteca Municipal aconteceu emoção, carinho, reencontro de muitos amigos e muita poesia.
Obrigado a todos
JA

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António Murta, António Eduardo Ferreira, Amadeu, Jero e Xavier

A Mesa com o José Vasco e o Belarmino Sardinha

António Eduardo Ferreira de costas

Eu e o meu cunhado. Dois combatentes e grandes amigos

Dois desconhecidos

Marta a ler um poema do meu livro, mas uma grande surpresa

Marta Luís, Piedade Neto, eu e o José Vasco

Palavras para quê? Pai e Filha no Dia do Pai
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Nota do editor

Vd. postes de 13 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15851: Agenda cultural (468): Juvenal Amado apresenta o seu livro "A Tropa Vai Fazer de Ti um Homem! (Guiné 1971-1974)", na sua terra, Alcobaça, na Biblioteca Municipal, sábado dia 19 deste mês, às 16h00. Além do alcobacense José Alberto Vasco, o livro será apresentado também por Belarmino Sardinha, nosso grã-tabanqueiro
e
18 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15873: Agenda cultural (469): Apresentação do livro "A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem", da autoria de Juvenal Amado, levada a efeito no dia 16 de Março de 2016, na Tertúlia semanal da Tabanca de Matosinhos

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15443: Agenda cultural (443): Já saiu o livro do Juvenal Amado, "A tropa vai fazer de ti um homem! - Guiné 1971-1974"... Data e local da sessão de lançamento oficial: 23/1/2016, Livraria Chiado, Clube Literário, Fórum Tivoli, Avenida da Liberdade, Lisboa







Capa e contracapa do livro do nosso camarada Juvenal [Sacadura] Amado, nascido no concelho de Alcobaça em 1950, em Fervença, Maiorga. Depois da instrução primária, conheceu o caminho da fábrica como muitos jovens do seu tempo e da sua região. Trabalhou na Crisal - Cristais de Alcobaça, onde aprendeu pintura e desenho. Prestes a fazer os 22 anos,  foi requisitado pela Pátria.  Fez uma comissão de serviço militar no TO da Guiné, na zona leste, entre 1971 e 1974 (como 1º cabo condutor autorrodas,  CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74).

O Juvenal Amado é um dos nossos mais ativos, profícuos e entusiásticos membros da nossa Tabanca Grande. O seu talento para a escrita  já vem de longa data e pode ser comprovado nos cerca de 180 postes da sua autoria ou com referências ao seu nome.

"A tropa vai fazer de ti um homem! - Guiné 1971-1974" é o seu primeiro livro, publicado pela Chiado Editora. Tem já data e local para o lançamento oficial: 23 de janeiro de 2016, em Lisboa. Mas o livro já está no mercado livreiro, desde o mês passado, podendo ser comprado nas livrarias ou "on line", aqui, em formato digital (ebook) ou em papel.

Como se lê na nota biográfica, "a expressão 'A tropa vai fazer de ti um homem' era uma premonição de que só seriam verdadeiros homens quem passasse pelas vicissitudes que a vida militar e a guerra impunham, como se fosse impossível alcançar esse estádio sem esses sacrifícios. É com ironia que hoje recorda estas palavras. O título deste livro é, de certa forma, uma pequena provocação".

Ficha técnica:

Título: A tropa vai fazer de ti um homem - Guiné 1971-1974
Autor: Juvenal Sacadura Amado
Data de publicação: Novembro de 2015
Número de páginas: 308
Editora: Chiado Editora, Lisboa
ISBN: 978-989-51-5933-8
Colecção: Bíos
Género: Biografia
Preço de capa: €15,00 (papel) | €3,00 (ebook)

Sinopse

Caro Juvenal, saúdo-o pelo livro que escreveu. É uma compilação de histórias escritas, vividas e sentidas na primeira pessoa que ilustram um Portugal para muitos desconhecido e, para outros, esquecido.

Só preservando a memória se poderá evitar que a História se repita.

Um abraço, Nuno Miguel Oliveira



Anos 1950 > s/l [algures, no concelho de Alcobaça] >  Juvenal Amado atrás do cão da sua avó, com tias, tios, primo Hélder e a mãe


Foto (e legenda): © Juvenal Amado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Mensagem do Juvenal Amado com data de 12 de novembro último:



 Depois de ouvir atentamente a sociedade cívil,  como está na ordem do dia, tenho a dizer-vos que o lançamento do meu livro já está agendado para 23 de janeiro, sábado,  de 2016,  pelas 16 h30.

Local: Livraria Chiado, Clube Literário, Fórum Tivoli, Avenida da Liberdade, Lisboa.

Faltam os cartazes para a publicidade. Até lá, há que manter a serenidade

Um abraço


Juvenal Amado


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Nota do editor:

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15666: Agenda cultural (460): Lançamento do livro "A Tropa Vai Fazer de Ti Um Homem", da autoria de Juvenal Amado, levado a efeito no passado dia 23 de Janeiro no Chiado Clube Literário e Bar - Galeria Comercial Tivoli Fórum, em Lisboa (Miguel Pessoa)

 

1. Em mensagem de hoje 25 de Janeiro de 2016, o nosso camarada Miguel Pessoa, Cor PilAv Ref (ex-Ten PilAv, BA 12, Bissalanca, 1972/74), enviou-nos um trabalho sobre o lançamento do livro "A Tropa Vai Fazer de Ti Um Homem", da autoria do nosso outro camarada Juvenal Amado, levado a efeito no passado dia 23 de Janeiro no Chiado Clube Literário e Bar, na Galeria Comercial Tivoli Fórum, em Lisboa.




"A TROPA VAI FAZER DE TI UM HOMEM!"

A sala do Chiado Clube Literário e Bar, na Galeria Comercial Tivoli Forum, em Lisboa, mostrou-se pequena para albergar o grupo de amigos do Juvenal Amado que quiseram estar presentes na apresentação do seu livro “A Tropa vai fazer de ti um Homem!”.

Correndo o risco de falhar nomes dos combatentes presentes (o escriba de serviço limita-se a referir aqueles que conhece…) pudemos registar a presença do Virgínio Briote, Cláudio Moreira, Manuel Joaquim, Carlos Silva, José Brás, Rui Pedro Silva, Armando Pires, Hélder Sousa, Giselda Pessoa e Miguel Pessoa, para além de outros bloguistas (caso da Felismina Costa), amigos pessoais do Juvenal e seus familiares – a esposa Manuela e a filha Vanessa.

Na mesa, para além da representante da Editora e do autor, esteve o nosso camarada Hélder Valério Sousa, convidado pelo Juvenal para apresentar a obra… e o perfil do nosso camarigo Juvenal, de que realçou o seu carácter de homem bom, solidário e amigo do seu amigo, características bem vincadas no texto que escolheu para ler, um pequeno episódio incluído no livro agora publicado.

Precavido, o Juvenal tinha preparado a sua intervenção escrita, cuja leitura foi dificultada pela emoção do momento, o que levou o Hélder Sousa a terminar a leitura do texto preparado pelo autor do livro.

Verificámos uma boa afluência de pessoal interessado na aquisição do livro, que o Juvenal teve o gosto de autografar, antes e depois da sessão de apresentação.

Fica para o fim uma foto do nosso camarada Juvenal Amado, um homem feliz com esta sua realização, na companhia da filha Vanessa, de uma amiga de família - a Rosa Caramba, viúva de um seu camarada - e da esposa Manuela.

Reproduzimos mais em baixo a intervenção do nosso camarada Juvenal Amado, lida (a meias com o Hélder Sousa...) no decorrer deste encontro.

E lembramos que no próximo dia 29 de Janeiro o Juvenal estará presente em Monte Real para apresentar esta sua obra aos camarigos da Tabanca do Centro, por ocasião do seu 50.º Encontro, uma segunda oportunidade para quem quiser adquirir o livro agora editado.

Miguel Pessoa











A INTERVENÇÃO DO JUVENAL AMADO

Caros camaradas, amigos e familiares:
Poderá discutir-se até à exaustão, os benefícios ou malefícios de se ter ido ou não à tropa. Deixar o emprego, a namorada, a casa e o conforto da casa paterna, perder a identidade e passar a ser um número mecanográfico. A partir dali perdíamos a autonomia social, mandavam em nós até nas pequenas coisas, como se fez a barba ou não, a enorme chatice que era ter um botão desabotoado, as botas mal engraxadas, não se poder sair sem licença prévia, perder o direito de nos vestirmos como nos aprouvesse e termos que cumprimentar até com quem estávamos chateados, no caso de ser nosso superior.

Por outro lado ir para a tropa era como chegar à idade adulta, sair da alçada da família, satisfazer algum fascínio pelas armas e, porque não, algum desejo de aventura.
Sem esperar arranjámos amigos. Embora sem saber, esses ficaram para toda a vida. Eles foram chegando e partindo engolidos pelas rápidas transformações que a vida militar ditava.

Depois de mobilizados, encontrávamos os que connosco viveram mais tempo, nos destacamentos no tempo que duraram as comissões e quando estas acabaram, despedimo-nos. Muitos de nós não nos tornámos a ver, o que à partida parecia impossível dado os laços que se criaram em zona de conflito. Desembarcado, rapidamente tentei esquecer aqueles dois anos e pico e durante 20 anos limitei-me a trocar alguma mensagem, alguma visita a dois ou três, fui ao casamento do Ivo, do Caramba e do Silva. Conheci os filhos bebés. Mas as coisas nunca se passam como nós inicialmente pensamos e, à medida que avançamos na idade, o passado vem ter connosco de várias formas e nem sempre pacífica. Foram os almoços da Companhia, ir à procura das fotografias antigas, olhar para as imagens e tentar lembrar os nomes, acabando por pôr em marcha um mecanismo de recordações e afectos que julguei já não existir.

Depois, aconteceu encontrar amigos ao longo dos anos seguintes e, quando esperava alguma solidão, eles multiplicaram-se e enchem hoje muitos álbuns de memórias que nos ligam, forjadas em situações iguais ou parecidas, que criam novos laços a todo o momento. Este é um projecto a caminho dos 8 anos, inicialmente sem pretensões de o ver passado a livro, o que acabou por acontecer. Nele tento transmitir sem ódios, sem paixões sem remorsos, sem falsas modéstias sem puritanismos, sem vencedores nem vencidos, sem saudades excessivas que me toldassem o raciocínio, sobre um tempo que passou da minha juventude do qual ficaram os rostos e datas, que jamais poderei esquecer. Pelo menos foi sempre essa a minha intenção. Está claro o que outros pensam de nós, está um bocado além do que podemos fazer. Porque ao nortearmo-nos pelos nossos princípios e seguirmos os nossos impulsos ao expor o que achamos correcto, nunca cederemos ao mais fácil, e assim nunca agradaremos ao mesmo tempo a gregos e a troianos.

O que está dito está dito e só o oiro agrada a todos. Pode ter sido mal exposto ou mal interpretado, mas ficou gravado assim e assim ficará na versão que cada um julgar mais consentânea com a sua forma de pensar, ou no seu juízo de valor. O tempo ensinou-me que não há verdades nem certezas absolutas. Nada há a fazer quanto a isso, mas também nada pretendo fazer, pois alterar o que vi ou que penso sobre o que me levou a ir combater em terras da Guiné ainda hoje está inalterável na minha cabeça - negá-lo seria uma desonestidade a que nunca me sujeitaria. Porventura as minhas motivações ou razões serão iguais ou parecidas às de milhares de jovens que para lá foram ao longo dos 13 anos de guerra, com a generosidade e ingenuidade dos nossos 20 anos. Resta-me assim esperar que para além do que possam discordar, vejam a honestidade com que apresento à vossa consideração as passagens de vidas sem nada de extraordinário, mas verdadeiras. Não podia escrever este livro de outra maneira. Ele não aconteceu, foi acontecendo lentamente e foi assim que amadureceu.

Nestes anos muita coisa se alterou, muitos partiram, mas também muitos chegaram para me dar alento e mostrar que não era em vão o trabalho a que meti ombros. Todos deixaram marcas, no tempo que passei com eles. São as suas vidas, histórias e a sua riqueza humana, que valorizaram o que escrevi. Nada mais valioso do que poder fazer deles também autores, de que me servi na concepção deste livro. Nada teria sido escrito sem as suas palavras, sem as nossas conversas, sem as suas vivências e o seu . incentivo ou as suas críticas. Espero que não o entendam como relatório de operações pois não é disso que se trata. Trata-se de situações vividas, compiladas, reunidas sem rigor histórico. Interessam sim as personagens, todas elas reais, de carne e osso, que comigo conviveram em dado momento bom ou mau. As dúvidas foram e são muitas, certezas praticamente nenhumas. Não há volta a dar. As razões foram tão diferenciadas como diferenciadas foram as condições e evolução ao longo dos anos da guerra. Alterou-se o armamento, o equipamento, mas também a maneira de encarar o conflito. Também foi crescendo a contestação ao mesmo.

O estado de espirito com que foram os jovens em 1962, terá sido bem diferente dos que foram comigo em 1971. Mas nenhum livro porá uma pedra final sobre o assunto e a discussão sobre o conflito, bem como as consequências do fim dele, as condições da nossa retirada do teatro de operações, alimentarão as tertúlias de ex-combatentes durante muitos anos. Diz-se que a História só deve ser escrita de 100 em 100 anos, por isso só após o nosso desaparecimento físico o que se escreveu merecerá a atenção de historiadores que, livres da nossa visão apaixonada, sem terem que tomar partido, sem terem que dizer o que esteve certo ou que esteve errado, talvez consigam colocar-nos no lugar da História, lugar esse que será de todos os ex-combatentes por direito e sem excepção.

Disse anteriormente que foi um processo solitário, resta-me também deseja-lo solidário. Naquele tempo tínhamos pouco tempo para sermos meninos e jovens, mas não sei se foi a Tropa que Fez de Mim um Homem.

A todos os presentes quero agradecer a vossa presença, que encaro como testemunho vivo da vossa estima. Bem hajam por isso.

Quero aqui deixar uma palavra especial para o Luís Graça, para Hélder Valério, Carlos Vinhal, ao Belarmino Sardinha, ao José Brás e ao dr. Nuno Miguel Ferreira Oliveira que fez a correcção de texto.

Por último, quero agradecer à minha mulher e filha, por tudo o que me deram ao longo das suas vidas, em que não contabilizaram nem regatearam o seu amor. Sem elas nunca seria o homem que sou.

Muito obrigado.
Juvenal Amado
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Nota do editor

Último poste da série de 24 de janeiro de 2016 Guiné 63/74 - P15661: Agenda cultural (459): Integrada no 14.º Ciclo das Tertúlias Fim do Império, dia 27 de Janeiro de 2016, pelas 15 horas, apresentação do livro "Adeus até ao meu regresso", da autoria de Mário Beja Santos, no Palácio da Independência, em Lisboa (Manuel Barão da Cunha)

sexta-feira, 18 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15873: Agenda cultural (469): Apresentação do livro "A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem", da autoria de Juvenal Amado, levada a efeito no dia 16 de Março de 2016, na Tertúlia semanal da Tabanca de Matosinhos

1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de 17 de Março de 2016, a propósito da apresentação do seu livro na Tertúlia semanal da Tabanca de Matosinhos, no passado dia 16:

Meus caros amigos e camaradas
Eu não escrevo por compulsão mas por impulso. Assim necessito de uma ignição, dum clique que me desbloqueie e que faça voar e alinhar as palavras.
Por isso eu não sou um escritor mas sim um contador de estórias. E contador porquê? Porque é necessário um facto, uma foto, um risco no chão, um encontro com um amigo, um cheiro, um lugar etc, enfim um momento que faz despoletar a imaginação que dá ordem aos dedos e então escrevo.

Por vezes quando me faltam as palavras e se me embarga a voz, recorro a outro estratagema. Passo a alinhar pensamentos, palavras, emoções, donde saem arremedos de poesia, mais ditados pelo coração do pela razão e pela qualidade.
E foi o que aconteceu ontem na Tabanca de Matosinhos a Tertúlia onde amigos me receberam para além do que eu esperava.
Naquele encontro aconteceu calor humano, amizade, poesia e emoção e pensarão alguns, que é coisa pouca, mas não é, pois nem só de pão vive o homem.
Para acontecer amizade, só precisamos de um amigo e estavam lá tantos!

Comecei este texto a denunciar-me.
Não tenho nenhuma formula mágica, sai naturalmente após o clique, escrevo as “coisas” que evoluem como cozinhado, onde se vai fazendo e provando de sal aqui, ervas aromáticas ali e finalmente, deixando apurar até que o calor manso, faça libertar os aromas e o sabores que estavam escondidos.
Depois disto tudo, leio e digo para comigo, “foi fácil, como é que não me tinha lembrado disto”?

Ontem o José Teixeira leu um poema retirado do meu livro. Ouvi-lo ler, foi das experiências mais maravilhosas que me aconteceram na vida.
O poema não era meu, era de quem o estava a ler, pois ele ao fazê-lo recriou-o, deu-lhe tudo o que lhe tinha faltado até então.
Deu-lhe voz, deu-lhe som, projectou as imagens de frescura e luz, fez-me recordar o rapazola que foi para a Guiné e a pessoa que de lá regressou.

Zé Teixeira ao ler o poema e a amizade demonstrada por todos, fez de mim um homem feliz num dia que não esquecerei nunca.
A todos os camaradas quero agradecer as provas de amizade e na verdade, ir para a tropa e para a Guiné fez de nós homens diferentes.

Está mais que provado.
JA

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2 - Poema lido pelo José Teixeira

UMA PARTE DE NÓS FICOU PARA SEMPRE LÁ

A luz fere-me os olhos
O mar que me embalou na viagem
Quebrou-se manso na barra
Lá está a ponte no seu vai e vem
Ainda guardo a imagem da partida

Para trás ficaram as águas barrentas
O calor sufocante
O cacimbo
O Céu de chumbo
Os dias e noites de insónia
A insanidade afogada num copo
O rosto, que duvido se terá existido

Tão ansioso da partida
Mal posso esperar pela chegada
O Sol resplandece na manhã fria
A maresia invade-me o peito
Voltam os cheiros adormecidos
No cais a molhe de sorrisos cresce

Lisboa maravilha-me
O ar fresco e límpido
Mal posso esperar pelos braços que me aguardam
Haverá lágrimas, serão de alegria

Deito o cigarro fora
Fico a vê-lo rodopiar até tocar na água
Finalmente caminho no passadiço
Vim para ficar
Pensei que o passado ficara para trás

Como pude ser tão cego
Pensar que esquecia tudo
Que uma parte de mim não ficaria lá para sempre
Na ânsia da partida
Neguei-me a olhar para trás

E agora, que a saudade me corrói
Sei que nunca regressei na totalidade

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3 - Algumas fotos da apresentação do livro "A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem", na Tabanca de Matosinhos

É este o ambiente de camaradagem que se vive na Tabanca de Matosinhos, semana após semana, todas as quartas-feiras, desde há muitos anos...

...Onde a música também marca presença. À esquerda, atacando o cavaquinho, o nosso camarada tertuliano João Rebola

Juvenal Amado durante a sessão de autógrafos

Juvenal Amado com o António Tavares e o Manuel Carvalho Passos. Três camaradas da tertúlia do nosso Blogue

Juvenal Amado e Francisco Baptista. Ambos têm em comum o saber falar das suas terras e das suas gentes

Muito bem "intrometido" entre o Juvenal e o Tavares, o nosso contador-mor de belas histórias de amor, o José Ferreira da Silva (o Silva da CART 1689).

 Juvenal Amado veio a Matosinhos também para saborear o belo bacalhau do Milho Rei. Aposto.

Juvenal Amado e o seu colega escritor António Marques Lopes, autor do livro "Cabra Cega - Do Seminário para a Guerra Colonial".

Juvenal em conversa com o Manuel Passos, combinando talvez outra visita a Matosinhos. Quem sabe?

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Selecção e legendagem das fotos da responsabilidade do editor
Fotos enviados por Juvenal Amado
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Nota do editor

Último poste da série de 13 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15851: Agenda cultural (468): Juvenal Amado apresenta o seu livro "A Tropa Vai Fazer de Ti um Homem! (Guiné 1971-1974)", na sua terra, Alcobaça, na Biblioteca Municipal, sábado dia 19 deste mês, às 16h00. Além do alcobacense José Alberto Vasco, o livro será apresentado também por Belarmino Sardinha, nosso grã-tabanqueiro

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15651: Lembrete (16): É já amanhã, dia 23, sábado, às 16h30, em Lisboa, no "Chiado Clube Literário e Bar", que o nossso camarada Juvenal Amado vai lançar o seu livro!... Diz-nos ele: ""Camaradas, não sei se a tropa fez de mim um homem, mas decerto fez-me arranjar amigos como vocês. Apareçam!"




É já amanhã, sábado, dia 23 de janeiro de 2016, que vai ser lançado o livro do nosso camarada Juvenal [Sacadura] Amado: "A tropa vai fazer de ti um homem"(Lisboa, Chiado Editira, 2015, 308 pp. | Preço de capa (papel): 15 €; ebook (edição digital): 3 €. (*)

A Chiado Editora, representada em Portugal, Brasil e Angola, é "a maior editora do mundo em língua portuguesa", com "mais de 1000 novos títulos por ano", ou sejam, 3 por dia...



1. Este é um lembrete (**) para todos aqueles nossos leitores, que podem e querem ir a esta sessão, e muito em particular os nossos amigos e camaradas da Guiné. Apareçam, estão todos convidados!.

É, além disso,  um honra termos mais um camarada (e já são muitos!) com um livro, publicado, impresso em papel, com a sua história de vida e as suas memórias.

É um livro escrito com ternura e sensibilidade poética, mas também muita garra e.  autenticidade humana. São mais de 300 páginas e mais de 80 pequenas histórias que, interligadas, constituem o percurso de um homem e de uma geração de portugueses que cedo conheceram a "picada da vida" (a infância dura, a escola autoritária, a usura física e mental do trabalho nos cmapos, nas fábricas, nos escritórios,  a tropa, a guerra, o sangue, o suor, as lágrimas, mas também as alegrias do amor, da amizade, da camaradagem)...

O livro tem uma dedicatória: "O meu amigo João Caramba que em 7 de março de 2013 se fez memória",

O autor descobriu o gosto (e a paixão) pela escrita no nosso blogue. É um colaborador ativo, atento e leal, contando já com cerca de 190 referências. Na dedicatória autografada que nos mandou, o Juvenal teve a gentileza de escrever o seguinte: "Luís, não sei se a tropa fez de mim um  homem, mas decerto fez-me arranjar amigos como tu"...

E nas páginas 9/10, ele acrescenta: "Na verdade, não escrevi para mim mas para nós (...)" E acrescentaria, "por nós, por muitos de nós!"... Enfim, deixa "um obrigado especial ao Luís Graça, pelo que representa para mim e para muitos dos ex-combatentes da Guiné, e ao Carlos Vinhal, que me apoiou e incentivou a continuar a escrever, e aos camaradas, de várias idades, latitudes, tendências, que me ajudaram  a chegar aqui e publicar estas histórias" (...).

Parabéns, camarada!... Desejo-te uma belíssima e concorrida sessão de lançamento do teu livro, porque tu mereces, nós merecemos!... (LG)






Como chegar ao Chiado Clube Literário e Bar, na  Galeria Comercial Tivoli Fórum, Av Liberdade, 180 D, Piso 1, Loja F, em Lisboa
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 12 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15608: Agenda cultural (455): Sessão de lançamento do livro do Juvenal Amado, "A tropa vai fazer de ti um homem": Lisboa, Chiado Clube Literário & Bar, Av da Liberdade, sábado, 23 de janeiro, 16h30, com a presença em força da malta tabanqueira

(**) Último poste da série > 9 de dezembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15467: Lembrete (15): Lançamento do livro "História(s) da Guiné Portuguesa", da autoria de Mário Beja Santos, com apresentação do Prof. Eduardo Costa Dias e Dr. António Duarte Silva, amanhã dia 10 de Dezembro, 5.ª feira, pelas 18 horas, no Palácio Conde de Penafiel, Rua de S. Mamede ao Caldas, n.º 21 - Lisboa