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terça-feira, 30 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4607: Parabéns a você (11): Dia 30 de Junho de 2009 - Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Os Editores)

Hoje dia 30 de Junho de 2009, está de parabéns, por completar 59 anos, o nosso camarada Manuel Maia, (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74).

Homem que domina, como poucos, as palavras escritas e as alinha de forma magistral em sextilhas, dando assim forma e conteúdo às suas ideias, quer contando a História de Portugal, quer provocando o nosso famoso camarada AB.

Nunca virando a cara a um boa polémica, está sempre disponível a colaborar e a manter o Blogue vivo e actual. Prova disto é a sua tão grande colaboração, em relativamente pouco espaço de tempo que tem na nossa Tertúlia, quer em verso quer em prosa, onde a sua escrita tem a mesma superior qualidade.

Ao Manuel Maia, das tão prósperas terras da Maia, deixamos os nossos mais fervorosos votos de longa vida, junto dos seus familiares e amigos.

Aconselho vivamente a lerem e relerem os trabalhos que já fazem parte do acervo do nosso Blogue, de autoria do nosso Manuel, abaixo descriminados. Espero que não ter falhado na pesquisa e deixado para trás algum dos seus postes (*).

Como é da praxe, deixo algumas fotos da sua passagem por Cafal Balanta, Bissum Naga e Cafine, propositadamente sem legendas, muitas delas sugestivas do espírito algo rebelde deste nosso camarada, no melhor sentido da palavra, instantâneos de uma vida interrompida por uma guerra que o Manuel abominava.


__________

Notas de CV:

(*) Vd. postes de Manuel Maia de:

13 de Fevereiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3886: Tabanca Grande (118): Manuel Maia, ex-Fur Mil, o poeta épico da 2ª Companhia do BCAÇ 4610/72 , o Camões do Cantanhez

14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

15 de Fevereiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3896: Do purgatório de Bissum / Nagal ao infermo de Cafal Balanta / Cafine (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, 1972/74)

20 de Fevereiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

23 de Fevereiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3928: PAIGC: O Nosso Livro da 1ª Classe (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, Cafal Balanta / Cafine, 1972/74)

9 de Março de 2009 >
Guiné 63/74 - P4004: Memória dos lugares (18): Cafine, no Cantanhez, ocupada pela 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610 (Manuel Maia)

15 de Março de 2009 >
Guiné 63/74 - P4037: Blogpoesia (31): Quando eu era menino e moço... (Manuel Maia)

27 de Março de 2009 >
Guiné 63/74 - P4087: Blogpoesia (33) : O bardo de Cafal Balanta (Manuel Maia)

29 de Março de 2009 >
Guiné 63/74 - P4101: O trauma da notícia da mobilização (6): Trata de arranjar o caixão, disse-me o pobre do Zé... (Manuel Maia)

6 de Abril de 2009 >
Guiné 63/74 - P4147: Blogpoesia (38): A Criatura e Rambo Guinéu (Manuel Maia)

7 de Abril de 2009 >
Guiné 63/74 - P4154: Estória avulsas (26): Estou na Guiné há treze meses e a minha mulher está grávida (Manuel Maia)

18 de Abril de 2009 >
Guiné 63/74 - P4208: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (15): Curvo-me perante V.Ex.ª, uma vez mais... (Manuel Maia)

29 de Abril de 2009 >
Guiné 63/74 - P4263: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (16): Não devemos desistir e remeter-nos ao silência (Manuel Maia)

30 de Abril de 2009 >
Guiné 63/74 - P4268: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (17): Até que a voz me doa (Manuel Maia)

2 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)

3 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)

6 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II

14 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4342: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (18): Devemos manter o dedo no gatilho (Manuel Maia)

15 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4351: Blogpoesia (47): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (IV Parte): II Dinastia (De D.Manuel, O Venturoso, até ao fim)

16 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4362: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (19): Não nos remetamos ao silêncio... (Manuel Maia)

18 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4373: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (20): Continuando a quebrar o silêncio (Manuel Maia)

21 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4397: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (21): Comentando, comentários (Manuel Maia)

24 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4408: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (22): O desvendar do segredo (Manuel Maia)

25 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4414: Humor de caserna (12): Quem matou Inesa? (Manuel Maia)

30 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4440: Controvérsias (14): Direito de defesa (Manuel Maia)

31 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4443: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (23): Menino, para a guerra trazido (Manuel Maia)

3 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)

8 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4481: Os bu...rakos em que vivemos (12): Cafal Balanta contribui para o desenvolvimento nacional (Manuel Maia)

14 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4519: Estórias avulsas (34): Desertei depois de ter vindo da Guiné (Manuel Maia)

17 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4543: Fauna & Flora (25): Cobras & Bichas (Manuel Maia)

22 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4561: Blogpoesia (49): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VI Parte): IV Dinastia (Brigantina) (até 1755)

Vd. último poste da série de 29 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4605: Parabéns a você (10): Santos Oliveira, nasceu a 29 de Junho (Carlos Vinhal)

Guiné 63/74 - P4610: Blogpoesia (51): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VII Parte): De Pombal (1755) até ao regente D. Miguel (1828)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > O Manuel Maia, na kitchnet do seu apartamento Tê-Zero, no resort turístico do Cantanhez... Preparando uma refeição ecológica...

Foto: © Manuel Maia (2009). Direitos reservados.


VII parte da História de Portugal em Sextilhas, escritas pelo Manuel Maia, licenciado em História (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74). Texto enviado em 14 de Maio último (*).

Como o Manuel Maia faz hoje 59 anos, é também uma forma de os editores do blogue lhe prestarem uma singela homenagem e manifestarem o seu apreço pelo seu talento e pela sua colaboração, reforçando as palavras que já lhe dirigiu hoje o Carlos Vinhal. A História de Portugal em Sextilhas já tem muitos fãs, entre os leitores do nosso blogue, e esperemos que venha a encontrar, em breve, um editor à altura do autor e da sua obra... O Maia é membro da nossa Tabanca Grande desde 13 de Fevereiro último (***).


IV Dinastia (Brigantina): De Pombal ao liberalismo

201-Pombal chama arquitectos, decidido,
e um rectilíneo traço é exigido
que Eugénio Santos com Mardel cumpriu.
Manuel da Maia é outro responsável
da planta geométrica agradável,
que aos lisboetas olhos se erigiu...


202-Após duzentos anos em funções
de ensino e de igreja,nas missões,
Pombal aos Jesuítas dá expulsão.
Pretensa ligação ao atentado
(que contra D.José foi perpretado)
permite-lhe as reformas de então.


203-Primário ensino,cria,oficial
como Aula do Comércio em Portugal,
poder da Inquisição reduz enfim.
Reorganiza exército e marinha,
fomenta as pescas,incrementa a vinha
por cá à escravatura vai pôr fim.

Portrait of José I, king of Portugal. Data: c. 1773.
Fonte: Museu Hermitage, São Petersburgo, Rússia.
Autor: Miguel António do Amaral.

Imagem do domínio público.
Cortesia de Wikipédia.





204-Morrendo D. José, Reformador,
desgraça desabou no seu mentor
a quem Maria Pia elimina.
Rainha solta presos das prisões,
comuta suas penas em perdões,
Pombal tem no desterro a sua sina.



205-Fundando mais escolas de raíz,
promove assim cultura do país
e cria, p´ra Marinha, Academia.
Maria Pia manda construir
teatro de S.Carlos e erigir
Basílica da Estrela e Casa Pia.


206-Bocage, um vate nado junto ao Sado,
com estro de um engenho sublimado,
fez juz ao galarim dos imortais.
De pensamento livre e pena audaz,
por vezes truculento e bem mordaz,
sentiu da Inquisição tratos brutais...


Manuel Maria Barbosa du Bocage, writer from Portugal [1765-1805].
Data: Séc. XIX.
Fonte: História da Literatura, CRUZ, José Marques. ed. Melhoramentos.
Autor: Joaquim Pedro de Souza.

Imagem do domínio público.
Cortesia: Wikipédia.



207-De escritos libertinos acusado,
sediciosos versos inculpado,
vadio, dado à esbórnia,anti-asceta.
Mesquinho, o meio avaro onde vivia
foi incapaz de achar, por atrofia,
grandeza imorredoira do poeta...



208-Em França vai estalar revolução
que leva Portugal ao Rossilhão
na ´sp´rança que a revolta assim se vença.
Espanha, ao mudar suas ideias,
acordo fura às c´roas europeias,
invade Portugal,ROUBA OLIVENÇA.


209-O corso Bonaparte, esmagador,
impondo pela Europa o seu terror,
jurou dobrar p´la fome a Inglaterra.
Bloqueio à ilha foi a forma achada
de ter força inimiga sitiada,
e, a quem não o cumprir,fará a guerra.


210-Pujante a velha inglesa aliança,
pesou bem mais que a acção tida p´la França,
levando Portugal a honrar tratado.
Napoleão acorda com Espanha,
um livre corredor e esta ganha,
quinhão do luso solo ocupado...


211-Prepara-se uma força resistente,
gaulesa invasão está eminente,
surgindo apoio inglês feito a preceito...
Real família p´ro Brasil avança,
Junot invade e perde, sem tardança,
à tropa anglo-lusa coube o feito...


212-Segunda invasão, nova chefia,
desastre p´ra francesa teimosia
e Soult é obrigado a retirar.
Massena, no Buçaco, foi esmagado,
terceira vez o corso é humilhado,
chegava ao fim a Guerra P´ninsular...


213-Regência Beresfordiana em Portugal,
lesiva p´ro interesse nacional,
depressa incendeia os militares.
Rastilho tem por base as promoções,
à tropa lusa negam-se os galões
que dão acesso aos mais altos lugares...


214-El-rei novo estatuto dá ao Brasil
que passa a reino, ganha outro perfil,
etapa para o grito de Ipiranga.
Recife em dezassete deu o mote,
Bahia e Rio apertam o garrote,
D.Pedro,solta amarras,larga a canga...


215-Juntando ao mau estado nossa tropa,
fervilha liberalismo p´la Europa,
levando em dezassete ao conspirar.
Ingleses detectando o movimento,
sustêm logo o golpe no momento
e Gomes Freire Andrade vão matar...


216-Sinédrio portuense,insatisfeito,
visando o fim do caos,leva a efeito,
medidas p´ra adesão da artilharia.
A tropa apoiará os liberais
e, face à evidência dos sinais,
vintistas mostrarão sua alegria...


217-O Porto fez erguer a sua voz
contra a brutalidade do algoz,
revolta mudará tudo, depois.
De Cádiz chega forte inspiração,
p´ra dar poder sob´rano à Nação,
nasceu Constituição de vinte e dois...


Last portrait of the emperor D. Pedro I, whilst in Brazil, with imperial garment. Data; ca. 1830. Fonte: Museu Imperial de Petrópolis. Autor: Simplício Rodrigues de Sá (?-1839).



Imagem do domínio público

(Cortesia de Wikipédia).




218-Decide el-rei, de vez, pôr fim à ausência,
ficou Brasil com Pedro,na regência,
que irá virar depois imperador.
Miguel,o outro filho, absolutista,
gerou Vilafrancada,acção golpista,
regime antigo procura repor...








219-Com Abrilada vem legalidade,
infante paga cara a habilidade,
penoso o seu exílio p´ra Viena.
Morrendo D.João, Miguel regressa,
chamado pelo irmão lhe fez promessa,
e aceita condições que este lhe acena...


220-P´ra minorar tensões entre rivais,
Absolutistas versus Liberais,
proposta,Pedro fez de uma aliança.
Casava filha Glória com Miguel,
irmão passava a genro no papel,
p´ra ser regente enquanto ela criança...

[Continua]

[Fixação / revisão de texto: L.G.]
_______


(*) Vd. postes anteriores desta série:

2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)

3 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)

6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II

15 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4351: Blogpoesia (47): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (IV Parte): II Dinastia (De D.Manuel, O Venturoso, até ao fim)

3 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)

22 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4561: Blogpoesia (49): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VI Parte): IV Dinastia (Brigantina) (até 1755)

(**) Vd. poste de 30 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4607: Parabéns a você (11): Dia 30 de Junho de 2009 - Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610

(***) Vd. postes de:

13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3886: Tabanca Grande (118): Manuel Maia, ex-Fur Mil, o poeta épico da 2ª Companhia do BCAÇ 4610/72 , o Camões do Cantanhez

14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

15 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3896: Do purgatório de Bissum / Nagal ao infermo de Cafal Balanta / Cafine (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, 1972/74)

20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24970: O que é feito de ti, camarada ? (19): Manuel Maia, o "bardo do Cantanhez", ex-fur mil, 2ª C/BCAÇ 4610/72 (Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74)


Guné > Região de Tombali > Vista panorâmica de Cafal Balanta: em primeiro plano,  o nosso camarada Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610.




Guiné  > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > O "resort" do Manuel Maia,  o poeta  que irá cantar, em sextilhas, tanto  o "seu" Portugal como a "sua" Guiné). (O Manuel Oliveira Maia é  autor de: (i) História de Portugal em Sextilhas, 2009; e (ii)  "Guiné que aprendemos a amar", 2013)

Fotos (e legendas): © Manuel Maia (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem com'plementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]







Manuel Maia



1. O Manuel Maia (o nosso bardo do Cantanhez, Manuel de Oliveira Maia, ex-fur mil da 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74), entrou para a Tabanca Grande em 13/2/2009; tem 123 referências no nosso blogue.

Já há uns largos anos que deixámos de o ter no nosso radar... embora continuássemos, até 2020, a dar-lhe os parabéns pelo seu aniversário natalício (que é a 30 de de junho).

A última mensagem que recebemos dele (uma mensagem algo apocalíptica, junqueiriana, misteriosa, estranha, perturbadora, amarga) foi  sob a forma de um comentário ao poste P13346 (*), a agradecer a amizade e a camaradagem que lhe votávamos na Tabanca Grande: 

(...) Camarigos,

Há um ditado português antigo que diz que quem tiver amigos não morre na cadeia... A vossa amizade provou-o.

Sei que, se por qualquer contingência do destino, agora que o país caminha para a desagregação total depois da perda de identidade motivada pelo cataclismo bem pior que o terramoto do séc. XVIII, ocorrido à porta da entrada no último quartel do passado século, também conhecido por golpada e perpetrado por uns quantos traidores, depois disso diria,o pequeno passo para o abismo da perda da independência está a perder centímetros de tal forma que deixará de ser passo engolido pelos acontecimentos tenebrosos do dia a dia...

Não consigo calar o que sinto, tenho o coração muito perto da boca e da mesma forma que zurzo em tudo aquilo que me parece errado, reafirmo que a vossa amizade é um bem inquebrantável e de que não abdico.

O meu mais profundo reconhecimento a todos.

Que Deus vos proteja e vos dê saúde para que no dia em que me levarem de castigo para uma cela correcional por ter o coração demasiado perto da boca, me possais aparecer a levar os cigarros que não fumo e os abraços que sei serem verdadeiros. Abraço-vos a todos | 1 de julho de 2014 às 14:54



2.     O Manuel Maia costumava frequentar os convívios da Tabanca do Centro:  o último terá sido o 53º encontro, em maio de 2016, conforme o atesta o poste P797, de 31 de maio desse ano, do blogue da Tabanca do Centro.

 A partir desta data os amigos e camaradas que lhe eram mais próximos deixaram de ter notícias dele. Não compareceu, por exemplo, â sessão de apresentação do livro escrito em parceria por ele e pelo JERO (José Eduardo Oliveira) (1940.2021) (Foto da capa, à direita.)

 No poste P1123. de 11 de abril de 2019, do blogue da Tabanca do Centro, pode ler-se:

(...) "Mau grado os esforços do JERO para encontrar o Manuel Maia, que terá deixado Portugal em 2016, não há a certeza que o apreciado poeta, autor da “História de Portugal em Sextilhas” e da “GUINÉTerra que aprendemos a amar” venha a estar presente em Alcobaça." (...).

Para além desta versão, também já ouvi, mais recentemente,  a de que estaria internado num lar por razões de saúde. A informação foi-me dada há escassas sermanas pelo José Ferreira da Silva, escritor, membro do Bando do Café Progresso, ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689 / BART 1913 (Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), subunidade que era comandada pelo cap art Manuel de Azevedo Moreira Maia, também  falecido há pouco, no posto de tenente-general na reforma.

Também era membro do Bando do Café Progresso. (Os escassos comentários que encontrámos dele são de 2011.)

Se alguém souber do paradeiro do nosso camarada Manuel Maia,  o bardo do Cantanhez, que nos  dê notícia (***).

 _________________

Notas do editor;

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > Mais imagens do "apartamento de Cafal Balanta, na zona turística do Cantanhez"...

Recorde-se que o ainda periquito, nestas andanças bloguísticas, Manuel Maia foi Furriel Miliciano da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74). Depois de sete a meses em
Bissum Naga (região de Bula, a norte de Bissau), participou na reconquista do Cantanhez, na Região de Tombali, no sul, o que implicou a ida de dois Grupos de Combate, (entre os quais o seu) para Cafal - Balanta, ficando adstritos à Companhia residente (que ali se encontrava apenas há dias).

Em Cafal Balanta, Manuel Maia e os seus camaradas vivem em condições duríssimas, em buracos escavados no solo, cobertos apenas por panos de tenda e folhas de palmeira. Esta co-habitação durou uns três a quatro meses até à chegada do resto da Companhia que foi destacada para Cafine (a cerca de 2 km de Cafal Balanta).

O resto da comissão foi dedicada à construção de reordenamentos para alojar a população local, até então sob controlo do PAIGC... "Foram nove ou dez meses ali passados, naquela zona minguada de tudo menos de mosquitos e balas" (MM)...

Fotos: © Manuel Maia (2009). Direitos reservados.


V parte da História de Portugal em Sextilhas, escritas pelo Manuel Maia, licenciado em História (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74) (*).




TERCEIRA DINASTIA (FILIPINA) (**)


152-Querendo obter a estima portuguesa,
Filipe, em Tomar, dá por certeza
respeito pela língua e cultura.
Garante ainda p´ro luso tesouro,
pertença da riqueza em prata e ouro,
dos, cheios, reais cofres dessa altura...


153-Sujeitos a forçada união
são alvo, os portugueses, da acção
das hordas de piratas holandeses,
que vendo a nossa armada destruída
vão ocupar colónias de seguida
e em Vera Cruz se juntam a franceses...


154-Já farto de opressão e humilhado
milagre busca o povo, angustiado,
quando ao Prior do Crato adere em massa.
Esforço patriota derradeiro,
magado pela acção do rei primeiro,
dos três, que a Espanha impôs à lusa raça.


155-Face à derrota fica inconformado,
pedindo apoio à França é ajudado,
com barcos, homens, mesmo cabedais...
Em S. Miguel, o esmaga, o opressor
que faz de si, de novo, perdedor,
mau grado auxílio inglês, ora em Cascais...



Defeat of the Spanish Armada, 8 August 1588 /
A derrota da Armada Invencível,
em 8 de Agosto de 1588.

Óleo (1796) de Philippe-Jacques de Loutherbourg (1740-1812)
National Maritime Museum, Greenwich Hospital






Fonte: Wikipedia Commons. Domínio público.







156-Prepara Espanha a Armada Invencível
julgando que a vitória era possível
sobre Inglaterra a quem vai invadir.
À força lusa é imposto envolvimento
de apoio ao espanhol atrevimento,
e o mito filipino vai ruir...


157-Rondando como abutres, rês ferida,
sabendo a nossa armada destruída,
saqueiam Portugal, os vis ingleses.
Interesses lusos, alvos atacados,
sem forças para verem rechaçados,
piratas e corsários holandeses...


158-Depois do rei Prudente, o filho assume
um tempo de rudeza e azedume
que faz germinar ódios na Nação.
Ao publicar tão vis Ordenações,
O Pio exponencia mil razões
p´ra já bem explosiva situação...


159-Um Pio muito pouco apiedado,
com mouros/descendentes agastado,
a quem vai expulsar de Portugal...
Chamando para seu governador
o tão famigerado vil traidor,
gerou um forte clima emocional...


160-A saga filipina avançará:
terceiro aqui é já o quarto lá,
mais opressor ainda que anteriores.
Impostos são garrote asfixiante
vexame cada vez mais ultrajante,
havia que expulsar os invasores...


161-Se na primeira fase houve acalmia,
pois nobres têm sempre a tença em dia...
segunda etapa é fogo de vulcão.
Agravo tributário é uma constante,
o povo abomina o ocupante,
no sul, Manuelinho entra em acção...


162-Prisões são arbitrárias, quais insultos,
gerando mil protestos e tumultos,
no ar pairava a sede de vingança...
Mil seis quarenta estava no final,
Dezembro em pleno dia inaugural,
foi marco, para a Casa de Bragança...


163-A vida alentejana de acalmia
que o duque para sempre pretendia,
forçada a corte abrupto, teve um fim.
P´ra trás ficou de vez Vila Viçosa,
que a Pátria está de si esperançosa,
fidalgos receberam o seu sim...


164-Sucesso da revolta determina
que seja um sucessor de Catarina,
duquesa de Bragança, a governar.
João Pinto Ribeiro e sublevados,
quarenta atacam paço esperançados
da honra, então poderem reganhar...

165- ‘stratégia tem João Pinto Ribeiro
a dirigir o acto aventureiro
que D. João iria sancionar.
O povo só mais tarde é informado
e logo adere assaz entusiasmado,
saindo à rua p´ro rei aclamar...


166-Tal como a foice corta a erva ruim,
também a Vasconcelos se deu fim
na lâmina afiada de uma espada,
que vai trazer, de volta, a dignidade
a um povo que vivia a adversidade,
sentindo ocupada a Pátria amada...


167-Sessenta anos tempo deste jugo,
que teve o castelhano por verdugo
e apoio vil, de, poucos, nobres lusos.
Renasce a fé e a esp´rança de vivência
agora retomada a independência,
punidas as traições e os abusos...

© Manuel Maia (2009)

[Fixação / revisão de texto: L.G.]

__________

Notas de L.G.:

(*) Vd.postes de:

13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3886: Tabanca Grande (118): Manuel Maia, ex-Fur Mil, o poeta épico da 2ª Companhia do BCAÇ 4610/72 , o Camões do Cantanhez

14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

27 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4087: Blogpoesia (33) : O bardo de Cafal Balanta (Manuel Maia)

(**) Vd. postes anteriores desta série:

2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)

3 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)

6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II

15 de Maio de 2009 >Guiné 63/74 - P4351: Blogpoesia (47): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (IV Parte): II Dinastia (De D.Manuel, O Venturoso, até ao fim)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4755: Blogpoesia (55): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (IX Parte): Do início da República à Grande Guerra (1910/17)

Guiné > Região do Oio > Fatim > 2ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > 1974 > "Este vosso escriba com as divisas de bico p'ra baixo apostas (só mesmo para a fotografia)... O 'artista' empoleirado numa árvore junto à bolanha onde pescávamos. Foto tirada a 13 de Março de 1974, em Fatim, perto de Nhacra, já no bem bom"... (MM)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Maio de 1973 > "Junto a uma das mesas da nossa 'messe', em Cafine, creio que em Maio de 1973... Na foto, vê-se o Capitão Terrível (1º à esquerda), o Alf Dias e o Fur Martins (falecido); do lado direito, Fur Afonso (falecido), Fur Vitor Codeiro (membro do blogue), Fur Moura; e eu, ao fundo" (MM)...

Guiné > Guiné > Região do Oio > Nhacra > Fatim > Novembro de 1973 > Destacamento da 2ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > O Manuel Maia mais o Agulha, faxina de Fatim, "já no bem bom de Fatim, em Novembro de 1973" (MM)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Agosto de 1973 > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > Os depósitos (!) de água do destacamento... Na foto, o autor, desfardado...


Guiné > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > Janeiro ou Fevereiro de 1973 > 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610 (1972/74) , Os Terríveis > O Manuel Maia fotografado... em território inimigo, no mítico Cantanhês (leia-se, fora do arame farpado

"Esta fotografia é a 'prova provada' que contraria a versão de AB [Almeida Bruno], já que o indivíduo de tronco nu, que às vezes andava fardado de militar do Exército Português com umas 'divisas amarelas de bico pa'ra baixo' , modestas mas dignamente ganhas, acusado juntamente com mais uns milhares de militares, está sentado sim, mas... do lado de fora do arame farpado!!!

"O 'militar desfardado' não teve medo de se deixar fotografar froa o arame farpadi só para que se
soubesse que ali bem perto, a escassos meros, não se recebiam medalhas, mas ferro quente.

"Ainda bem que tenhio este documento comprovativo de que às vezes estávamos fora do arame farpado" (MM)...

Fotos: © Manuel Maia (2009). Direitos reservados.



Lisboa > 1917 > A partida para a guerra (excerto): uma das mais emblemáticas fotos do Joshua Benoliel (1873-1932), o maior fotojornalista português das duas primeiras décadas do Séc. XX. (*) Arquivo fotográfico do Arquivo Municipal de Lisboa.

Fonte: Foto de Luís Graça (2005), obtida na Exposição Joshua Benoliel (1873-1932), Repórter Fotográfico que decorreu em Lisboa, Cordoaria Nacional, de 18 de Maio a 21 de Agosto de 2005.

IX parte da História de Portugal em Sextilhas, escritas pelo Manuel Maia, licenciado em História (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74). Texto enviado em 15 de Julho último (*).


História de Portugal em Sextilhas,
por Manuel Maia (*)


Da proclamação da República em 1910 até à participação de Portugal na I Guerra Mundial, em 1917


247-No cinco de Outubro perecia
a velha portuguesa monarquia
que o rei primeio dera de presente.
É Relvas quem proclama em Lisboa
o fim da já vetusta lusa c´roa,
por troca co´a República emergente.


248-Nascido nos Açores, Ponta Delgada,
de aristocrata gente, bem criada,
bem cedo conheceu a orfandade.
Da Escola Coimbrã foi fundador
ao lado dum Antero, interventor,
Teófilo mostrou capacidade.



249-Doutoramento alcança com Direito
e cátedra de Letras toma a peito,
de Augusto Conte foi estudioso.
Republicano, assume a presidência,
este homem que era poço de ciência,
no galarim da história bem famoso.

Teófil Braga (1843-1924)
Fonte: Wikipédia


250-Teófilo que é Braga tem chefia,
do elenco provisório que fazia,
da Igreja inimigo figadal,
ao promulgar a lei/separação,
e promover a subordinação,
da mitra ao poder forte, estatal...


251-Na luta contra a Igreja, em guerra aberta,
as várias Ordens vão ter morte certa,
imposta do país sua expulsão.
Governo ao publicar a lei da imprensa,
divórcio, greve, impõe feliz sentença
que fez regozijar toda a Nação...


252-Aceite pela nova Constituinte,
regime dá depois passo seguinte
e faz de A Portuguesa o nosso hino.
Para ocupar cadeira que está vaga,
um outro açoreano, Arriaga,
o mais alto lugar tem por destino.


A Bandeira Nacional
adoptada pela República,
por Decreto nº 150, de
30 de JUnho de 1911

Fonte:
Wikipédia


253-Desejo de invasão então motiva
monárquicos, que fazem tentativa
de entrada pelo Norte, lá em Vinhais.
Couceiro e Sousa Dias, derrotados,
p´la força retrocedem, humilhados,
voltando bem mais tarde a dar sinais...


Afonso Costa (1871-1937)

Fonte: Wikipédia


254-Cobiça de Alemães e Ingleses
visando territórios portugueses
Os Dembos, em Angola, instigará.
Afonso Costa chega ao poder
e usando a força p´ras greves conter,
mil ódios e revoltas gerará...


255-Reais adeptos com sindicalistas,
apoiam Lima Dias e grevistas
querendo derrubar governo eleito.
Perdendo, enchem celas das prisões,
Afonso Costa vence as eleições,
reforça então poder, seu por direito...


256-Mau grado um orçamento milagroso
gerando um superavit estrondoso,
Afonso Costa vai largar assento.
Unionistas tiram-lhe o tapete,
impondo a Arriaga (que remete...)
o apelo a Bernardino, sempre atento...


257-Machado (Bernardino), um professor,
da liberdade enorme defensor,
maçon grão-mestre e lente coimbrão.
Desiludido com a monarquia,
com armas e bagagens mudaria,
republicanas hostes fôra opção...


258-Constatação surgida facilmente
mostrou um Arriaga presidente
a dar a mais governos sua posse...
Depois de Bernardino vem Coutinho,
Pimenta Castro está já a caminho,
a ditadura tem tempo precoce...


259-Pimenta Castro é duro general
de quem esperam seja mesmo o tal,
capaz das resistências amansar...
Sentindo ser credora da razão,
unida fez-se forte a oposição
e o faz perder, à força, o seu lugar...


260-Em carta a Afonso Costa, Chagas diz,
que o "mal se corta sempre p´la raíz",
exige a ordem, actos decididos.
Na urgência de acabar com a anarquia,
panfleto Última Crise evidencia,
horror quanto ao povinho e os partidos...


261-Catorze, mês de Maio, quinze o ano,
maçónica a revolta, grande o dano,
destruição campeia na cidade.
Lisboa ouviu troar os cruzadores,
sentiu pairar no ar gritos e dores,
razão de fundo o nome, liberdade...


262-Mas sendo o ideólogo da acção,
irá formar governo de união,
mau grado ausência, grave, das chefias...
e Freitas, senador, gera atentado,
cegando Chagas vai morrer linchado,
saída de Arriaga está por dias...


263-Se Chagas está dois meses no poder,
Augusto Vasconcelos vai merecer
ter sete meses p´ro cargo ocupar.
Duarte Leite tem um tempo igual
Afonso Costa, bivencendo, é o tal
com mais de um ano p´ra ocupar lugar...


264-Teófilo vai ser o candidato
a dar por findo o resto do mandato,
da mais alta figura, Arriaga...
Novo acto eleitoral efectuado,
indicará Bernardino Machado
como ocupante p´ra cadeira vaga...

265-Cumprido o seu papel republicano,
o homem superior, afável, lhano,
largou, de vez, política maldita.
Depois da deserção do conterrâneo,
de quem foi sete meses sucedâneo,
Teófilo mergulha, enfim, na escrita...



Angola > Luanda > Antigo Largo Maria da Fonte, hoje Largo do Kinaxixe > 1967 > Monumento aos Mortos da Grande Guerra (e, do lado esquerdo o mercado de Kinaxixe). Foi posteriormente dinamitado e substituído por um tanque soviético... Hoje está lá a estátua da Rainha Nzinga Mbandi.

Fonte: Blogue
Nonas > Poste de 3 de Julho de 2008 > As estátuas de Luanda e o General (Com a devida cortesia...)

Foto (editada): Sítio
Galeria SanzalAngola > Álbum Luanda de Outros Tempois, Preto e Branco (Com a devida vénia...)



266-Governo novo com Afonso Costa
fará da paz de Angola forte aposta,
visando ira alemã suster de vez.
Gravosa p´ro país foi inflação,
imposta p´la africana expedição
que a honra lusa e brio satisfez...


267-Germânicos ataques infligidos,
p´los lusos povos d´África sofridos,
são acicate à honra do país.
Apresam-se teutónicos navios
fazendo deles barcos luzidios
de empresa nova feita de raiz...


268-Marítimo Transporte de Estado
p´ro anglo-luso interesse então criado,
os boches vai levar à irritação...
Declaração de guerra surge após,
forçando ao juntar forças, entre nós,
Sagrada União fez a Nação...

269- Quionga, em Moçambiquem é retomada,
da força invasora resgatada,
por cá, de novo tudo está a aquecer...
Machado Santos volta p´ras alhadas
perdido o Movimento das Espadas
de novo, sublevado, vai perder...


270-Catorze trouxe a outorga p´lo Congresso,
para a intervenção lusa no processo
da grande e horrenda Guerra entre as Nações.
Apoio à Inglaterra, aliada
contra a Alemanha, em França (ocupada...)
faz lusos se baterem, quais leões...

Manuel Maia

[ Revisão / fixação de texto / imagens: L.G.]
__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores:


2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)

3 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)

6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II

15 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4351: Blogpoesia (47): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (IV Parte): II Dinastia (De D.Manuel, O Venturoso, até ao fim)

3 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)

22 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4561: Blogpoesia (49): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VI Parte): IV Dinastia (Brigantina) (até 1755)

30 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4610: Blogpoesia (51): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VII Parte): De Pombal (1755) até ao regente D. Miguel (1828)

10 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4663: Blogpoesia (53): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VIII Parte): Da Monarquia Constitucional à República

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8486: Parabéns a você (280): Manuel Maia, o nosso bardo (Tertúlia / Editores)

PARABÉNS A VOCÊ

DIA 30 DE JUNHO DE 2011

MANUEL MAIA


1. Com um abraço de parabéns do nosso camarada Miguel Pessoa:


************

2. Para o Manuel Maia com toda a admiração e amizade.


Um dia muito feliz junto dos teus familiares e amigos e que ele se repita por muitos e muitos anos.
Um abraço
Juvenal Amado




************


3. Da nossa amiga tertuliana Felismina Costa:


Meu caro amigo Manuel Maia!
É um prazer cumprimentá-lo ao completar mais um Aniversário Natalício, neste dia 30 de Junho de 2011.


Desejo que a vida lhe sorria sempre e o inspire, para continuar a cantá-la em verso ou em prosa, mas… cantá-la, porque… quando a cantamos, não só “espantamos o mal”, como participamos no seu colorido, e é por isso, que eu não deixo de a cantar!


Permita-me que transcreva uma pequeníssima…


Homenagem


Enquanto o Sol brilhar
E a água correr, 
O vento soprar
E a lua aparecer;
Enquanto eu ouvir
Os homens falar
E ver as aves voar,
Livres e belas,
Eu vou pendurar…
Colchas nas janelas!..


Felismina Costa
Outono de 2007


Permita-me, um abraço fraterno.
Felismina


************


4. Do nosso camarada Joaquim Mexia Alves:


Para o Manuel Maia


Hoje faz anos o nosso bardo
Para quem rimar não é um fardo
Mas antes um respirar, um viver…
Como a onda morre na praia,
Vive na rima o Manuel Maia,
Pois a rima é o seu ser…


Enquanto farto bigode vai cofiando,
As palavras vão saindo, vão rimando,
Tudo transformando em poesia…
E do pensamento ao papel,
É um só instante para o Manel
A quem o engenho e arte alumia…


Na folha branca já se vê o traço,
Que eu envolvo num abraço
A rima também tentando…
Parabéns, Manel amigo,
A poesia é contigo,
Da lei da morte te libertando…


30 de Junho de 2011
Joaquim Mexia Alves


5. Do nosso editor Luís Graça:


 O Manuel Maia é um membro activo do nosso blogue, quer como autor quer como comentador... É, como eu costumo, dizer, um "contribuinte líquido" do nosso blogue: lê, visita, comenta, alimenta, produz, consome, exporta, importa... É, além disso, um dos nossos grandes poetas.  Bardo do Cantanhez, lhe chamei eu. Também talentoso, direi mesmo genial,  autor de uma História de Portugal em Sextilhas... É igualmente  um façanhudo e temível polemista em verso, metendo-se facilmente ao barulho com aqueles por quem tem um ódio de estimação... (Esta faceta é a que eu menos aprecio, deixa-me ser sincero contigo, Manel!, embora reconheça que, em verso,  lutando contra quixotescos moinhos de vento e marés, às vezes agigantas-te qual Guerra Junqueira contra os bretões!... Em todo o caso, concordas facilmente comigo que este não é espaço ideal para a gente travar duelos de morte, e  muito menos fraticidas )...  


Tem, o nosso Manuel Maia,  cerca de 90 referências no nosso blogue... Nestes últimos tempos (há um mês e tal) ele  não tem dado notícias... O que para meninos como nós, já membros do Clube dos SEXA, é sempre de ficar com a orelha atrás da porta: (i) Será que o gajo anda desenfiado ?, (ii) Pirou de vez ?; (iii) Passou-se para (ou foi rapatdo por) o IN ?; (iv) Morreu de morte matada ?; (v) Anda apanhado do clima ?... Mil e uma dúvidas nos assaltam quando não temos notícias dos nossos camarigos...


No caso do Manel, eu só espero que ele esteja bem, pelo menos de saúde (física, mental, psicológica, sexual, poética, económica, financeira, espiritual...). E, especialmente hoje, que é o seu dia, a gente deseja (e mais: exige) que ele esteja em grande forma! Na forma, em grande forma, devidamente ataviado e fardado como manda a p... da sapatilha!

Hoje, o nosso querido camarada faz anos. Alguns amigos e camaradas que lhe são mais chegados (ou que estavam mais atentos e disponíveis) quiseram fazer-lhe antecipadamente  uma pequena surpresa, escrevendo-lhe duas palavrinhas bonitas, ou postando-lhe um "cartanito" (caso do Miguel, que não faz fretes a ninguém, a não ser aos "camarigos e conhecidos"),  para celebrar este dia de glória.  O meu muito obrigado a todos. Para o Manel, o nosso bardo, e para o resto do tabancal, muita saúde e longa vida!!!
  
 PS - O Manuel Maia está connosco desde Fevereiro de 2009... (Em termos poético-paleontológicos, diríamos que é já um dinossauro, do nosso blogue... Em todo o caso, em termos de cronobiologia, é um dinossauro júnior... Oxalá chegue à idade do Jurássico Superior, qualquer coisa como 150 milhões de... anitos!).
__________


Notas do Editor:


Manuel Maia foi Fur Mil na 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74


Vd. último poste da série de 29 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 – P8484: Parabéns a você (279): Santos Oliveira, nasceu a 29 de Junho de 1942 (Os Editores)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3928: PAIGC: O Nosso Livro da 1ª Classe (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, Cafal Balanta / Cafine, 1972/74)




Imagens do Livro da 1ª Classe do PAIGC... Exemplar capturado pelo nosso camarada Manuel Maia no Cantanhez, possivelmente em finais de 1972 ou princípios de 1973. Vê-se que esse exemplar tinha uso. A capa teve de ser reforçada com uns improvisados adesivos (aparentemente autocolantes, que acompanhavam embalagens de apoio humanitário, vindas do exterior).

Fotos: ©
Manuel Maia (2009). Direitos reservados

1. Mensagens enviadas por Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine (1972/74) (*):

Aqui vai uma imagem que carece de comentários, referente à forma de ensino ministrada às crianças das "regiões libertadas"... Trata-se do livro da 1ª classe do PAIGC, feito pelos nossos "amigos" suecos (**). Foram feitos 20.000 exemplares numa primeira edição.

Foi recolhido durante uma operação no Cantanhez (para lá da bolanha...). Neste mesmo dia apanhei ainda duas cartas, uma escrita em árabe e outra em crioulo que reproduzirei noutra altura.

Um abraço.

Manuel Maia

__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:

20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3886: Tabanca Grande (118): Manuel Maia, ex-Fur Mil, o poeta épico da 2ª Companhia do BCAÇ 4610/72, o Camões do Cantanhez

(**) Já aqui publicámos textos e imagens de outro livro escolar, do PAIGC, de uma edição de 1966, anterior a esta, referida pelo Manuel Maia, que presumimos seja de 1970, a exemplo do Livro da 2ª classe.

Recorde-se que o livro da 2ª classe foi "elaborado e editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné" (sic). Tem o seguinte copyright: 1970 PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)... A primeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares. Foi impresso em Upsala, Suécia, em 1970, por Tofters/Wretmans Boktryckeri AB.

Vd. postes de:

27 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)

29 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1899: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (1): O português...na luta de libertação

1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1907: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (2): A libertação da Ilha do Como (A. Marques Lopes / António Pimentel)

4 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1920: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (3): O mítico Morés

9 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1938: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (4): Catunco

Vd também postes relativos ao livro da 2ª classe, também uma edição sueca, e obedecendo à mesma linha estética do livro da 1ª classe:

27 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)

31 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2232: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (2): O Morés e os amigos da Europa do Norte (Luís Graça / Paulo Santiago)

16 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3062: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (3): O Dia da Mulher (Luís Graça / Paulo Santiago)

segunda-feira, 9 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4004: Memória dos lugares (18): Cafine, no Cantanhez, ocupada pela 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610 (Manuel Maia)




Guiné > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610 (1972/74) , Os Terríveis > Imagens da 'ocupação' de um dos lugares míticos de uma região libertada que era então um verdadeiro 'ex-libris' do PAIGC, aparentemente inexpugnável desde 1966 até finais de 1972.

Fotos: © Manuel Maia (2009). Direitos reservados


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cacine > Cadique > Junho de 2007 > Não confundir com Cafine... Pedras que falam da CCAÇ 4540 - Somos um Caso Sério - que esteve aqui, em Cadique, em pleno coração do Cantanhez, na margem esquerda do Rio Cumbijã, de 12 de Dezembro de 1972 a 17 de Agosto de 1973. (**)


1. Mensagem do Manuel Maia, ex-Fur Mil, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine (1972/74) (*)

Caro Luis não sei se cheguei a enviar estas fotografias de Cafine que evidenciam termos sido "os primeiros" (fizemos o quartel...) numa das paredes do forno que lá construímos, bem como o problema que representava "circular" por trás da cozinha. Só de barco!

Numa dessas fotos pode ver-se o saudoso Lima que morreu de acidente juntamente com o Afonso (outro furriel) na semana do regresso (***).

Um dos jacarés fora abatido por ele [, o Fur Mil Lima].

Um abraço.

Manuel Maia

P.S. - Sabes alguma coisa mais do pessoal que foi em missão de solidariedade [à Guiné-Bissau] ? Tenho um amigo, e conterrâneo, entre eles (Tabanca de Matosinhos), e gostaria de saber se está tudo bem.


2. Comentário de L.G.:

Manuel:

(i) Obrigado, pelas imagens de Cafine (que eu estou sempre a confundir com Cadique). Temos poucas imagens do Cantanhez, do tempo da guerra.

(ii) A malta está bem, está de volta, por terra (falei com o José Manuel Lopes, ao telefone; tenho falado também Luisa Valente Lopes). Devem chegar na 3ª feira. O Carvalho era pressuposto vir de avião [, no sábado passado ou no próximo ?] .

(iii) Vocês aguentaram Cafine até quando ? Foram rendidos por outra sub-unidade ? Se sim, sabes qual ?

(iv) Explica-me melhor essa história da "captura fortuita" do Rafael Barbosa, primeiro presidente do Comité Central do PAIGC, preso pela PIDE em Fevereiro ou Março de 1962, deportado para a Ilha das Galinhas, libertado por Spínola e, mais tarde, depois da independência, acusado de estar envolvido na conspiração que levou ao assassinato de Amílcar Cabral. Condenado à morte, viu a pena ser comutada em prisão perpétua, por Luís Cabral... 'Nino' Vieira, de etnia papel, como o Rafael Barbosa, mandou-o libertar... Morreu em 2007.

Um abraço, Luís
__________

Notas de L.G.:

(*) Vd.poste de 14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

(...) Fui Furriel Miliciano da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 que rumou, depois do necessário IAO do Cumeré, para Bissum/Naga.

Aí nos mantivemos uns sete a oito meses para sermos apanhados na famosa operação do Cantanhez que implicou a ida de dois Grupos de Combate, (entre os quais o meu...) para Cafal - Balanta, ficando adstritos à Companhia residente (que ali se encontrava apenas há dias...) vivendo em condições infrahumanas em buracos escavados no solo sem a possibilidade de protecção de "tecto" pois o homem do monóculo não autorizava senão panos de tenda e folhas de palmeira.

Esta parceria com Cafal durou uns três a quatro meses até à chegada do resto da minha Companhia que foi destacada para Cafine (distando cerca de 2 km dali...)

Então, já reunidos, passámos a viver em tendas de campanha até termos concluída a feitura dos reordenamentos, consubstanciada em largas dezenas de habitações para a população. Só então procedemos à construção de mais algumas para serventia da companhia...

Foi um trabalho insano, mas que nos deu plena satisfação e que permitiu, estou certo, - a juntar ao episódio da captura algo fortuita de Rafael Barbosa, líder guinéu do PAIGC (em rota de colisão com os dirigentes caboverdeanos...) - a saída precoce da região, a título de prémio, creio bem...

Foram nove ou dez meses ali passados, naquela zona minguada de tudo menos de mosquitos e balas... (...)


(**) 22 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2871: Excerto do Diário do ex-Alf Mil A. Nunes Ferreira (CCAÇ 4540, Cadique, 31/1/73 a 20/2/73)

(...) 20 de Fevereiro de 1973:

(...) Amanhã vamos sair novamente em missão operacional e há notícias de que o Caco Baldé vem aqui mais uma vez a Cadique, desta feita acompanhado de uma equipe da TV alemã para filmar alguns aspectos do destacamento e o andamento dos trabalhos de construção da estrada Cadique – Jemberém. (...)

(***) Vd. poste de 20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

Vd. outros postes do Manuel Maia:

13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3886: Tabanca Grande (118): Manuel Maia, ex-Fur Mil, o poeta épico da 2ª Companhia do BCAÇ 4610/72, o Camões do Cantanhez

23 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3928: PAIGC: O Nosso Livro da 1ª Classe (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, Cafal Balanta / Cafine, 1972/74)