quinta-feira, 24 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6637: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (12): E as crianças, Senhor, por que lhes dais tanta dor?















Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > O Alf Mil Torcato Mendonça e as crianças (Mansambo, Candamã e outros locais)

Fotos: © Torcato Mendonça (2007). Direitos reservados


Continuação da publicação do álbum de fotografias do Torcato Mendonça que ele teve a gentileza de me fazer chegar, pelo correio, através de um CD-ROM. Chamou-lhe Fotos falantes (I, II, III), o que é uma expressão curiosa que vamos manter, e que faz jus à ideia de senso comum de que vale mais uma imagem do que mil palavras... Eu concordo, em parte, porque acho que uma boa fotografia exige sempre uma boa legenda...


FOTOS FALANTES >  As Crianças
por Torcato Mendonça

[Fotos falantes  III – 1.1, 2, 4, 19, 21, 38 e outras]

Dizer que a criança é a grande vítima dos conflitos… é um lugar comum…Todos o  sabem, apesar de muitos disso não quererem saber.

Crianças a merecerem atenção hoje, por todos nós, talvez pouco ontem. Outros tempos. Referimo-nos só á Guiné.

A criança guineense vivia, na quase totalidade do seu território,  uma realidade, nada consentânea com a sua condição de criança. Não havia escolas, não aprendiam a falar português, a alimentação era deficiente, não tinham quaisquer cuidados de saúde ou higiene.

Nas cidades a vida seria ligeiramente diferente. Pouco melhor, excepto na Capital. Pelo que, naquela altura pude constatar. Eu era homem do mato. Por isso, focalizo mais a criança das tabancas, no mato ou nos bairros periféricos dos maiores centros populacionais. Havia outras, nas pequenas cidades ou na capital. A sua condição sócio-económica permitia-lhes uma vida diferente.

A Administração Colonial não fazia nada. Aliás, nunca fez nada pelo desenvolvimento das populações do território, em séculos.

Não curiosamente mas, propositadamente, nas ditas zonas libertadas, mesmo só em zonas de supremacia do PAIGC, procurava-se ensinar, em escolas rudimentares e em português. A higiene e a saúde eram também preocupações, para com crianças e adultos. A prová-lo o material que apreendemos nalgumas dessas zonas. (É assunto a ser tratado fora deste tema da criança).

Nas auto defesas, aldeias (tabancas) onde se juntavam outras tabancas de menor população e que tinham defesas próprias, auxiliadas pelas nossas tropas, sempre que era possível a criança era tratada com alguma atenção.

Em Candamã, havia uma mais que rudimentar escola, ensino de certas regras de higiene e alguns cuidados de saúde. Na zona de Galomaro, na auto defesa de Nova Cansamba, creio ser esse o nome, um homem grande, velho e sabedor, ensinava numa simples madrassa versículos do Corão. Certamente os ensinamentos iam além do Corão. Parece que era o imã da pequena mesquita lá existente. Falei com ele… só que o tempo e a memória, por vezes, falham.

Em Bambadinca sabia haver uma escola. Havia certamente em pequenas cidades e noutros centros populacionais.

Ver foto 19 o pé da criança. Elefantíase? Nem médico nem a família estavam interessados em resolver o problema. Vivia na zona de Fá, este miúdo.

Abordamos, por agora, o mais ligeiramente possível este tema da CRIANÇA. Continuaremos depois, tentando aprofundar com algumas “estórias”.

[ Revisão / fixação de texto / edição das imagens : L.G.]
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Nota de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores desta série:

24 de Abril de 2007  > Guiné 63/74 - P1694: Fotos Falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (11): Paisagens: a árvore dos dezassete passarinhos

26 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1626: Fotos Falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (10): O Moicano e os milícias

24 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1459: Fotos Falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (9): Operação Cabeças Rapadas (Estrada Bambadinca-Xitole, Março / Maio de 1969)

16 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1372: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (8): Mansambo: Rescaldo da batalha de 28 de Junho de 1968

19 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1295: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (7): Mariema, a minha bajuda...

8 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1257: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (6): Julho de 1969, já velhinho, destacado em Galomaro

28 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1219: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (5): Um médico e um amigo, o Dr. David Payne Pereira

11 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1167: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (4): Candamã, uma tabanca em autodefesa

5 de Outubro de 2005 > Guiné 63/74 - P1152: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (3): Braimadicô, o prisioneiro que veio do céu

28 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1124: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (2): A vida boa de Bambadinca, no tempo do Pimentel Bastos

26 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1116: Fotos falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (1): A guerra acabou?

Guiné 63/74 - P6636: Parabéns a você (124): Vasco Joaquim, ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1972 (Os Editores)


Neste dia de S. João do ano de 2010, completa 62 anos de idade o nosso camarada Vasco Joaquim (ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), a quem vimos desejar uma vida cheia de qualidade por mais 38 anos, para a então grande festa do Centenário. Não fazemos por menos, porque estaremos por aqui, se não todos, pelo menos a grande maioria.

Recebe, caro Joaquim, um abraço da tertúlia, que assim partilha a tua alegria por acrescentares mais um ano à tua vida. Goza o prazer da companhia da família e dos amigos que tens por perto, não esquecendo os da Tabanca Grande.


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Nota de CV:

Vd.último poste da série de 23 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6631: Parabéns a você (123): Carlos Geraldes, ex-Alf Mil da CART 676, Pirada, Bajocunda e Paunca, 1964/66 (Os Editores)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6635: Banco do Afecto contra a Solidão (14): O caso do Baptista: já está a receber a sua pensão de prisioneiro de guerra, agradece o carinho dos camaradas mas está triste por perder o "grande ronco" de Monte Real, no próximo sábado (Álvaro Basto / Eduardo Campos)


 

Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria > III Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné >  17 de Maio de 2008 > Depoimento do António da Silva Baptista sobre o seu tempo de cativeiro, em Conacri (1972/74).

Vídeo (5' 44''): Luís Graça (2008). Alojado em You Tube > Nhabijões


1. Têm sido muitas as manifestações de carinho e de solidariedade para com o nosso camarada Antóni, o Baptista, internado no Hospital de Matosinhos, que fica muito sensibilizadado, que agradece (através dos camaradas que o foram visitar, bem como da sua filha Sandra, e que não esconde a sua tristeza por, este ano, ir falhar o "grande ronco" do dia 26, em Monte Real)

(i) Mail do Álvaro Basto,

Data: 22 de Junho de 2010 09:59

Assunto: O Caso do Baptista

Caros amigos:

O Batista agradece reconhecido todas as manifestações de amizade que tem recebido. Ele está com melhor aspecto, graças a uma semana de dieta forçada mas tem ainda os lhos muito amarelos da icterícia. Esta a fazer antibióticos em força, para poder ser operado a uma litíase biliar de alguma dimensão (pedras na vesícula).

Graças ao nosso apelo já começou a receber visitas em profusão e esta muito mais animado.

[Em resposta a uma pergunta do António Costa:] Contou-me ontem que já recebeu os retroactivos da pensão de prisioneiro de guerra, cerca de 500,00 €, e a Caixa Nacional de Pensões já lhe está a pagar a pensão direitinha, cerca de 100 € mensais.

Foi um longo e desgastante processo que chega assim ao fim, mais de 35 anos volvidos sobre os acontecimentos.

Em nome dele um grande obrigado por tudo que foi feito para aqui chegarmos e também pelo vosso cuidado.

Álvaro Basto

(ii) Comentário, de 22 do corrente,  do Eduardo Campos ao poste P6623 (*):

Caros Amigos

Tenho noticias frescas sobre o estado de saúde do Baptista, acabei de chegar do hospital onde o fui visitar e encontrei o mesmo com muita boa disposição.

Depois dos exames efectuados felizmente a gravidade não se confirma, já que é um problema de vesícula e terá de remover umas pedras e em principio será operado na próxima segunda feira.

A esposa e uma das filhas com quem tive o prazer de cavaquear um pouco, confirmaram o diagnóstico que acabo de mencionar. A familia agradece a preocupação dos camaradas, mas felizmente não é nada de grave.

Quanto ao Baptista está triste é porque não poder ir até Monte Real, mas ficará para o ano.

Um Abraço

Eduardo Campos

Guiné 63/74 - P6634: (Ex)citações (82): Meu pai, meu herói (Sofia Carvalho, filha do nosso camarada J. Casimiro Carvalho, Ex-Fur Mil Op Esp., CCAV 8350, Piratas de Guileje, 1972/74)

Lamego (?) > s/d > Na foto, o nosso ranger, à esquerda, posa com a Kika, o General Mário  Lemos Pires (1930-2009), a Sofia e o General José Alberto Cardeira Rino (Op Especiais)... J. Casimiro Carvalho  mora em Vermoim, na Maia, e é casado há 35anos. Tem duas filhas, a Kika, de 33 anos (secretária administrativa) e a Sofia, de 28 (economista).  E já tem netos (a primeira neta, Beatriz, nasceu em 2008).




Guiné > Região de Tombali > Gadamel > Maio ou Junho de 1973 > O Fur Mil Op Esp, J. Casimiro Carvalho, da CCAV 8350 (Piratas de Guileje, 1972/74), numa das famosas valas de Gadamael...

"(...) Em Gadamael não havia casamatas como em Guileje, só valas. Os bombardeamentos eram tão intensos que nem dava para acreditar, quando ouvíamos as saídas, tínhamos 22 ou 23 segundos até as granadas 120 caírem em cima de nós ou , muito raramente, caírem mais além. O pessoal começou a fugir para o rio, e as granadas caíam no rio, o pessoal corria para o parque Auto e as granadas caíam no parque Auto, o pessoal saltava para as valas e as granadas iam cair nas valas.



Numa dessas quedas (voos) para a vala - e já lá ! -, senti as nádegas húmidas e, ao pôr lá a mão, esta veio encharcada em sangue... Berrei que estava ferido e fui evacuado num patrulha da Marinha para Cacine (entretanto no barco fui tratado e apaparicado pelos marujos). (...)

Fotos:  © J. Casimiro Carvalho (2009). Direitos reservados


1. Comentário de Sofia Carvalho, filha do Pirata de Guileje (ninguém escolhe o pai...) J. Casimiro Carvalho, inserido no poste P6554 (*):

Olá,  a todos! Sou a Sofia Carvalho, filha do ex-furriel José Casimiro Carvalho. Desde sempre, ouço o meu pai falar sobre a Guiné. E as emoções são muito diversas: ora de mágoa, de dor, por todo o sofrimento que passou e viu os amigos passarem, ora de grande carinho e saudade pois, apesar de tudo, houve companheirismo entre os colegas e muito convívio com as gentes africanas. 

O que o meu pai me conta (**), não parece real; só vi imagens parecidas em filmes e, talvez por isso, por vezes, não lhe dê o valor e a atenção que ele merece. Para mim, todos vocês são heróis, dignos de louvores e,  quem sabe, dignos até de serem imortalizados numa estátua. 

O orgulho que sinto do meu pai é imensurável. É o meu Herói e fico muito feliz por ver todo o esforço e dedicação que ele coloca em tudo o que está relacionado com este acontecimento. 

Ao Sr. Luís Graça, muitos parabéns pelo blogue e também a todos os que o ajudam na sua construção diariamente.

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Notas de L.G.:

(*) Último poste desta série, (Ex)citações:

16 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6602: (Ex)citações (64): Chafurdar na lama da guerra... e querer lá voltar... voltar a pisar aquela terra vermelha, antes da Grande Viagem (Hélder Sousa /Luís Borrega)
(**) Vd. poste de 25 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1625: José Casimiro Carvalho, dos Piratas de Guileje (CCAV 8350) aos Lacraus de Paunca (CCAÇ 11)

Guiné 63/74 - P6633: Patronos e Padroeiros (José Martins) (11): Marinha Portuguesa - Infante D. Henrique

Patronos e Padroeiros - XI

Patrono da Marinha Portuguesa


Infante D. Henrique

"Talent de Bien Faire"


Henrique, o Navegador, foi o quinto filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nascendo, no Porto a 4 de Março de 1394, uma Quarta-feira de Cinzas, dia pouco propício ao nascimento de uma criança. O seu baptizado ocorreu poucos dias após o seu nascimento, sendo seu padrinho o Bispo de Viseu, D. João Homem. O seu nome, Henrique, provavelmente ficou a dever-se ao seu tio-avô materno, o Duque Henrique de Lencastre, que, a 30 de Setembro de 1399, foi coroado Rei de Inglaterra com o nome de Henrique IV.

Dos primeiros anos da vida do Infante, assim como a dos restantes infantes de Ínclita Geração, pouco se sabe, mas há a indicação que tinha como aio um cavaleiro da Ordem de Avis, da qual o pai tinha sido Mestre.

Por volta dos 20 anos, cerca de 1414, D. Henrique convence o rei, seu pai, a organizar uma expedição a Ceuta, o que vem a acontecer em 22 de Agosto de 1415. É a primeira incursão de Portugal em África. A partir desta data o destino de Portugal era a África e, daqui, para o mundo.

Foi em Ceuta que D. Henrique e os irmãos foram armados cavaleiros, tendo recebido os títulos de Duque de Viseu e Senhor da Covilhã, sendo ainda nomeado encarregado do governo de Ceuta, em 18 de Fevereiro de 1416.

A 25 de Maio de 1420, D. Henrique é nomeado dirigente da Ordem de Cristo, criada em 14 de Março de 1319, pela Bula Papal “Ad e a ex-quibus”, de João XXII, originalmente com o nome de Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, herdando os bens do Ordem dos Templários. Possuidora de vastos recursos, foi a financiadora dos descobrimentos marítimos, cujo símbolo, a Cruz de Cristo, figuraria nas velas das naus portuguesas

João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira já tinham aportado, em 1418, à Ilha de Porto Santo e, no ano seguinte, acompanhados de Bartolomeu Perestrelo, chegam à Ilha da Madeira. As primeiras ilhas, do arquipélago dos Açores, são descobertas, em 1427, por Gonçalo Velho. Em 1434, após quinze tentativas e utilizando um novo modelo de embarcação denominado Caravela, Gil Eanes dobra o Cabo Bojador, “abrindo” caminho para sul. Nesse mesmo ano é encontrado ouro na região da Guiné.

Contra a vontade do Rei D. Duarte e as Cortes, D. Henrique comanda, em Setembro de 1437 uma expedição a Tanger, que se revela um fracasso, tendo ficado prisioneiro o infante D. Fernando, que ficou conhecido na história pelo Infante Santo, vindo a falecer em 1441, no cativeiro. Nesse ano, em 1441, os navegadores portugueses, tendo ao comando da expedição Nuno Tristão e Antão Gonçalves, descobrem o Cabo Branco.

As expedições chegam à Baía de Arguim e, no ano seguinte, Dinis Branco chega ao rio Senegal e dobra o Cabo Verde. Em 1946, Álvaro Fernandes chega às terras onde hoje se situa a Guiné-Bissau.

Dez anos mais tarde, em 1456, são encontradas as primeiras ilhas do arquipélago de Cabo Verde por Diogo Gomes e Alvise Cadamosto. As restantes seriam descobertas por Diogo Gomes e António Noli, ao serviço da coroa portuguesa, em 1461.

No ano de 1460, a costa de África já estava explorada até onde se situa hoje a Serra Leoa, quando, a 13 de Novembro morre, em Sagres, o Infante D. Henrique que durante a vida foi Grão-Mestre da Ordem de Cristo, Duque de Viseu, Fronteiro-mor de Leiria, Cavaleiro da Ordem da Jarreteira (Inglaterra), Senhor da Covilhã, de Lagos e de Sagres, do Algarve, de cujo reino foi governador perpétuo.

José Marcelino Martins
15 de Junho de 2010
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Nota de CV:

Vd. último poste da série 18 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6613: Patronos e Padroeiros (José Martins) (10): Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra - Nossa Senhora do Sameiro

Guiné 63/74 - P6632: Memória dos lugares (85): Bissau, cidadezinha colonial (Parte IV) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


Guiné > Bissau > s/d > Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Bissau. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 144". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).





Guiné > Bissau > s/d > Monumento a Diogo Gomes e Edifício das Alfândegas > Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 136". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).



Guiné > Bissau > s/d > Monumento a Teixeira Pinto <  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 112". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).




Guiné > Bissau > s/d > Av da República.  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 138". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).






Guiné > Bissau > s/d > Desfile na Praça do Império >  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 104". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).


Colecção de postais ilustrados: Agostinho Gaspar
Selecção dos postais, digitalização, edição de imagem, legendas, texto de ligação, título do poste e links: L.G.
 1. Continuação da publicação de alguns postais da Guiné (*), da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.

Pede-se aos nossos leitores (nomeadamente os que nasceram ou viveram em Bissau, ou que conheceram bem a Bissau do nosso tempo) para completarem, reverem ou melhorarem as legendas, identificando monumentos, ruas, lugares ou contando pequenas histórias associadas a Bissau... Voltamos a repetir o pedido: Alguém tem um mapa da cidade de Bissau anterior à Independência ? Se sim, agradecíamos que nos mandassem uma cópia digitalizada...

Por outro lado, seria interessante fazer a equivalência das topinímicas, a de Bissau colonial de ontem, e da capital da Guiné-Bissau de hoje. Quem quer abalançar-se a esse tarefa, que não me parece muito difícil, para quem tenha conhecido a cidade, antes e depois da independência ?
(LG)


2. Sobre Bissau, escreveu recentemente Arménio Estorninho (**):


(...) Bissau, como a conheci, era uma cidade pequena, em que a parte urbana (casario de alvenaria) seria idêntica à da minha Lagoa (hoje tembém cidade). Era suficientemente perceptível que a grande maioria dos que se apresentavam como civis eram militares “camuflados à paisana” e/ou seus familiares e parecendo uma cidade cheia de movimento.

Aquando do aproximar do regresso à Metrópole dos militares em fim de comissão de serviço, era ver um movimento inusitado nos estabelecimentos comerciais. Pela minha parte e bem informado, fui comprando muito antes da chegada do navio para o embarque, regateando aqui e além, o que me favorecia obter preços mais acessíveis.

Na baixa de Bissau, tanto de noite como de dia, era ver em grupos os “camuflados à paisana” nos diversos estabelecimentos similares e de restauração, de uma forma geral tudo se movimentava com os militares. Lembrando entre outros: O Noé (dos pombos verdes e ostras), O Solar dos 10 (Restaurante), O Pelicano (na cave, as francesinhas e as inglesinhas), a Cervejaria Império, a Cervejaria Sol Mar e a Esplanada do Bento (locais onde não faltavam as cervejas e os mariscos) (...). (***)


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Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores da série:

4 de Março de 2010 > 
Guiné 63/74 - P5928: Memória dos lugares (73): Bissau, cidadezinha colonial (Parte I) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)
 
22 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6625: Memória dos lugares (78): Bissau, cidadezinha colonial (Parte III) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)

(**) Vd. postes de


16 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6405: Do meu álbum fotográfico (Arménio Estorninho) (1): Bissau - Um olhar de turista

18 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6421: Do meu álbum fotográfico (Arménio Estorninho) (2): Bissau - Um olhar de turista

(***) Vd. também a série Estórias de Bissau (com 19 postes até agora publicados, entre Novembro de 2006 e Dezembro de 2008):

11 de Novembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1266: Estórias de Bissau (1): Cabrito pé de rocha, manga di sabe (Vitor Junqueira)
11 Novembro 2006 > Guiné 63/74 - P1267: Estórias de Bissau (2): A minha primeira máquina fotográfica (Humberto Reis); as minhas tainadas (A. Marques Lopes)

14 Novembro 2006 > Guiné 63/74 - P1278: Estórias de Bissau (3): éramos todos bons rapazes (A.Marques Lopes / Torcato Mendonça)

17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1286: Estórias de Bissau (4): A economia de guerra (Carlos Vinhal)

18 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1288: Estórias de Bissau (5): saudosismos (Sousa de Castro)

18 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1289: Estórias de Bissau (6): os prazeres... da memória (Torcato Mendonça)

18 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1290: Estórias de Bissau (7): Pilão, os dez quartos (Jorge Cabral)

24 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1314: Estórias de Bissau (8): Roteiro da noite: Orion, Chez Toi, Pilão (Paulo Santiago)

22 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1391: Estórias de Bissau (9): Uma noite no Grande Hotel (José Casimiro Carvalho / Luís Graça)

2 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1484: Estórias de Bissau (10): do Pilão a Guidaje... ou as (des)venturas de um periquito (Albano Costa)

10 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1512: Estórias de Bissau (11): Paras, Fuzos e...Parafuzos (Tino Neves)

31 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1639: Estórias de Bissau (12): uma cidade militarizada (Rui Alexandrino Ferreira)

19 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2281: Estórias de Bissau (13) : O Pilão, a Nônô e o chulo da Nônô (Torcato Mendonça)

21 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2290: Estórias de Bissau (14) : O Pilão, a menina, o Jesus e os pesos que tinha esquecido (Virgínio Briote)
 
6 de Fevereiro de 2008 >
Guiné 63/74 - P2509: Estórias de Bissau (15): Na esplanada do Pelicano, a ouvir embrulhar lá longe (Hélder Sousa) 19 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2556: Estórias de Bissau (16) : O Furriel Pechincha: apanhado ma non troppo (Hélder Sousa)

1 de Dezembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3550: Estórias de Bissau (17): Um espectáculo de streep-trease, nos Nazarenos, em Bissau, em Março de 1970 (Jorge Teixeira)

Guiné 63/74 - P6631: Parabéns a você (123): Carlos Geraldes, ex-Alf Mil da CART 676, Pirada, Bajocunda e Paunca, 1964/66 (Os Editores)

1. O dia 23 de Junho é também data de nascimento do nosso camarada Carlos Adrião Geraldes, ex-Alf Mil da CART 676, Pirada, Bajocunda e Paúnca, 1964/66.
Dizia-nos ele em Agosto do ano passado, quando se atabancou, que tinha 68 anos, o que quer dizer que de hoje a um ano completará 70. Bonita idade. Fica desde já marcado encontro.

Ao nosso camarada Geraldes, que vive numa das mais lindas cidades de Portugal, a princesa do Lima, Viana do Castelo, desejamos que este dia de aniversário que se prolongue por todo o S. João, santo muito festejado nas terras do Norte.
Que a sua vida seja repleta de saúde e alegria junto de quem mais ama e tão longa quanto a vista que do alto do Monte de Santa Luzia o olhar consegue abranger.


2. Carlos Geraldes que esteve na Guiné nos idos anos de 1964 a 1966, depositou no nosso blogue alguns testemunhos da sua passagem por aquela terra de África. Aconselhamos a tertúlia a reler e os mais novos a ler as estórias publicadas nas duas séries Gavetas da memória e Cartas, a que podem aceder através dos respectivos marcadores. É uma leitura muito interessante.

Já vai algum tempo que não temos notícias dele, provavelmente por estar à espera de inspiração ou que lhe venham à memória outras estórias para nos contar. Carlos não te esqueças de nós.

3. Aqui deixo algumas fotos do Carlos Geraldes:

Pirada, 1965 > Cap Barão da Cunha, Cap Tadeu, Alf Mil Médico Duarte e Alf Mil Carlos Geraldes

Pirada, Dezembro de 1965 > Alf Mil Carlos Geraldes, Cap Seco, Alf Mil Correia e prof António Oscar Baldé





Paunca, 7 de Janeiro de 1966 > Carlos Geraldes em frente à Mesquita

Carlos Geraldes na actualidade
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 22 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P6624: Parabéns a você (122): António Costa, ou Tó Zé, de soldadinho de chumbo a cadete da Academia Militar, de Alferes em Cacine (CART 1692, em 1968/69) a Capitão no Xime (CART 3494, 1972) e Mansabá (CART 3567, 1972/73), cobrindo-se de glória da defesa antiaérea da BA 12, em Bissalanca (BRT AA 3434, 1971/72) (Miguel Pessoa / Tony Levezinho)

Guiné 63/74 - P6630: Tabanca Grande (227): Rui Barbot / Mário Cláudio, ex-Alf Mil, Secção de Justiça do QG, Bissau (1968/70)




Guiné > Bissau > Quartel General > Ex-Alf Mil Rui Barbot Costa, que fez o serviço militar obrigatório na Secção de Justiça do QG... Aí conheceu, em 1970,  o nosso camarada Carlos Nery. O Rui, aliás Mário, passou doravante a pertencer à nossa Tabanca Grande, trazido pela mão do nosso camarada Carlos Nery. Já está na lista alfabética, de A a Z, na Letra M,  como Mário Cláudio.

Fotos: © Mário Claúdio (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Carlos Nery (ex- Cap Mil Inf,  CCAÇ 2382, Buba, 1968/70):

Caros Camaradas,

Junto o texto que me acaba de enviar o Rui Barbot, meu amigo desde 1970 em Bissau. 

Tivemos arte e engenho para, nessa altura, organizar um grupo de teatro, aliciar pessoas para esse empreendimento e, do nada, levantar um espectáculo. Quem se compromete numa tal "sopa de pedra"  fá-lo para toda a vida... Não há divórcios possíveis... 

Pergunto-me onde anda quem nela deitou o sal e os temperos e a ajudou a pôr ao lume; estamos a preparar um Poste sobre essa experiência e gostaríamos de reunir depoimentos, ou a seu pretexto, reunirmo-nos nós...

O Barbot, além de uma das molas impulsionadoras, foi um dos actores que tive a grata oportunidade de dirigir. Já lho disse e repito sem hesitar, se não tivesse optado pela escrita, que domina como o texto que se segue evidencia ["Para o livro de ouro do Capitão Garcez"], poderia ter sido um grande actor. Tinha a intuição, a inteligência e o "nervo" necessários para tal. Ganhou-se um grande escritor e, não o esqueçamos, um grande dramaturgo. Não se ficou a perder...

Carlos Nery

2. Mensagem do Rui Barbot / Mário Cláudio (cujo endereço de email não divulgamos, para já), com data de 17 do corrente, dirigida ao Carlos Nery

Meu Caro Carlos Nery,

Aqui segue o que lhe prometi. O que não constar dos anexos seguirá depois, ou irá ter-lhe às mãos por via postal.

Grande abraço amigo do
Rui Barbot

3.  Breve nota biobliográfica de Mário Cláudio, pseudónimo de Rui Manuel Pinto Barbot Costa , baseada em elementos fornecidos pelo próprio e/ou recolhidos pelo editor L.G, na Internet ou nos livros do escritor.

  [ P - Neste momento, estou a falar com o Mário Cláudio ou com o Rui Barbot Costa? R - Está a falar com os dois ao mesmo tempo, embora a segunda entidade a que se referiu tenda a desaparecer cada vez mais, porque, entretanto, se avolumou o autor. Excerto de uma entrevista, em 2/2/2009, ao JN- Jornal de Notícias ]

(i) Nasceu no Porto [, em 1941]. ["Não sou um escritor do Porto. Sou um escritor no Porto, que é uma coisa diferente".]

(ii) ["Mário Cláudio é o pseudónimo literário de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nascido a 6 de Novembro de 1941, no seio de uma família da média-alta burguesia industrial portuense de raízes irlandesas, castelhanas e francesas, e fortemente ligada à História da cidade nos últimos três séculos"].

(iii) [Fez o liceu no Porto; em seguida, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo depois se transferido para a Universidade de Coimbra]; 

(iv) Licenciou-se, em 1966, em Direito, pela Universidade de Coimbra;

(v) É igualmente diplomado com o Curso de Bibliotecário-Arquivista, pela mesma Universidade, Master of Arts em Biblioteconomia e Ciências Documentais, pela Universidade de Londres [, em 1976];

(vi)  ["Pelo meio, a Guerra Colonial e uma mobilização para a Guiné, na secção de Justiça do Quartel General de Bissau. Antes de partir, em 1968, entrega ao pai, pronto para publicação, o seu primeiro livro de poemas, 'Ciclo de Cypris', publicado no ano seguinte".]

(vii) Ficcionista, poeta, dramaturgo, ensaísta e tradutor, é autor, entre outros, dos volumes de poesia Estâncias e Terra Sigillata, dos romances Amadeo, Guilhermina, Rosa, A Quinta das Virtudes, Tocata para Dois Clarins, As Batalhas do Caia, O Pórtico da Glória, Peregrinação de Barnabé das Índias, Ursamaior, Oríon, Gémeos, Camilo Broca e Boa Noite, Senhor Soares, e das peças de teatro Noites de Anto, O Estranho Caso do Trapezista Azul e Medeia

(viii) Tem numerosíssima colaboração dispersa por jornais e revistas, portugueses e estrangeiros. 

(ix) Está traduzido em inglês, francês, castelhano, italiano, húngaro, checo e serbo-croata. 

(x) Recebeu os seguintes galardões: 

Grande Prémio de Romance e Novela (1984), da Associação Portuguesa de Escritores;
Prémio de Ficção, da Antena 1;
Prémio Lopes de Oliveira;
Prémio de Ficção, do PEN Clube Português;
Prémio Eça de Queiroz, da Câmara Municipal de Lisboa;
Grande Prémio da Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores;
Prémio Pessoa (2004);
Prémio Vergílio Ferreira (2008);
Prémio Fernando Namora (2009).

(xi) Foi galardoado pelo Presidente da República com a Ordem de Santiago da Espada [, em 2004,] e pelo Governo Francês com o grau de Chevalier des Arts et des Lettres.

4. Comentário de L.G.:

Mário, sê bem vindo à Tabanca Grande, a  caserna virtual aonde se acolhem os camaradas (e os amigos) da Guiné... O tratamento romano é norma, entre homens que estiveram física e psicologicamente muito próximos uns dos outros no Teatro de Operações  (TO) .

 Não podemos ignorar que és mais famoso, pelos teus livros (e prémios), do que  nós todos juntos.  Isso não nos impede de nos sentirmos irmanados pelas circunstâncias da vida que nos levaram à Guiné, no longo período em que decorreu a a guerra do ultramar / guerra colonial / luta de libertação (1963/74) (conforme os 'óculos' do observador)...

Como fazemos gala de dizer (e de tentar praticar) os amigos e camaradas da Guiné têm como maior denominador comum a experiência de (ou a relação com) a guerra colonial, a guerra do ultramar ou a luta de libertação na Guiné, entre 1963 e 1974... Tudo o mais que nos possa separar (a idiossincrasia, a ideologia política,  a religião, a nacionalidade, a origem social, a etnia, a cor da pele, as antigas patentes e armas, a orientação sexual, a riqueza, a fama,  o proveito, etc.), é secundário. Direi secundaríssimo.

Sabemos que, pelos teus afazeres de escritor activo, produtivo e famoso, um dos maiores da língua portuguesa actualmente vivos, e potencialmente Nobelitável, não terás muito tempo para, com regularidade, escreveres no nosso (e doravante teu) blogue,  e/ou compareceres nos nossos convívios períódicos (Tabanca Grande, anualmente, em Monte Real; Tabanca de Matosinhos, semanalmente, em Matosinhos; Tabanca do Centro,  em Monte Real, trimestralmente, etc.).

Mas fica a saber que será um grande prazer, para mim e para os restantes amigos e camaradas da Guiné, conhecer-te em pessoa, ao vivo, um dia destes. Somos calorosos, às  vezes até demais, fervendo em pouca água com alguns ditos & escritos. Mas vamos regando, todos os dias, a nossa cultura da tolerância...

Já leste, de certo, os nossos "dez mandamentos" (disponíveis na coluna do lado esquerdo do nosso blogue), o último dos quais diz o seguinte: "(x) respeito pela propriedade intelectual, pelos direitos de autor... mas também pela língua (portuguesa) que nos serve de traço de união, a todos nós, lusófonos"...

Agradeço-te antecipadamente o envio do texto, soberbo (e julgo que inédito), "Para o Livro de Ouro do Capitão Garcez", que nos chegou, juntamente com as fotos, através do Carlos Nery... Oxalá o nosso blogue também te possa inspirar muitas outras e boas histórias relacionadas com este povo, fantástico e às vezes demasiado humilde, de soldados, marinheiros, poetas e aventureiros. de quem os altivos castelhanos diziam: "Portugueses, pocos, pero locos".

É, naturalmente, também uma honra, para nós, poder publicar e ler em primeira mão textos, de ficção ou não, de um grande escritor como tu, que também foi nosso camarada. Bem hajas. Prometo publicar o teu primeiro texto  muito em breve. LG.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Guiné 63/74 – P6629: FAP (50): A Associação dos Deficientes das Forças Armadas homenageou Força Aérea Portuguesa (Carlos Vinhal)

Com a devida vénia ao Correio da Manhã, damos destaque a uma notícia inserta naquele jornal de domingo, dia 20 de Junho de 2010, dando conta de uma cerimónia de homenagem à Força Aérea Portuguesa promovida pela Associação dos Deficientes das Forças Armadas.

O título da notícia "Nunca nos deixaram" é sugestivo, justo e verdadeiro.

É evidente que mais que ninguém, os nossos deficientes estarão reconhecidos aos militares nossa FAP, porque muitos deles, não fora os inestimáveis serviços de evacuação, muitas das vezes nas piores condições de segurança, não estariam vivos.


__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de20 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 – P6620: FAP (49): Pista da época (Como a fruta) (Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74) 

Guiné 63/74 - P6628: As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-quedistas (19): Em Cacine, em finais de 1968, eu, Alf Art, com a Ten Enf Pára Maria Ivone Reis (António Costa)

Guiné > Região de Tombali > Cacine > CART 1692 > Dezembro de 1968 > A Ten Enf Pára-quedista Maria Ivone Reis e o Alf QP António José Pereira da Costa, posando para a "posteridade"...

Foto: © António Costa (2010). Direitos reservados

1. Texto do António José Pereira da Costa (Cor Art Res) (*)

Assunto - Cacine 68

Camarada: Aqui vai uma foto da Ten Enf Para, (como ela escrevia, ) Ivone Reis. Foi já em Dezembro de 1968 quando estávamos ser rendidos pela CCaç 2445 (açoreanos).

Nesse dia, vi a guerra do ar! Um Gr Comb da nossa unidade e a CCaç [2445] completa andavam ali para os lados de Cacoca a procurar o IN.

Eu e o cap Veiga da Fonseca (**) andávamos a ver como iam as coisa. Subitamente, detectámos um grupo de 25 turras. Pedimos o héli-canhão para cima deles. E então foi aluciante: o avião às voltas sobre o héli e o héli às voltas sobre os turras e aquele rotor a rodar tão depressa...

Subitamente, os turras começaram a acenar com os bonés... Era o nosso grupo que, com os camuflados desbotados, foram confundidos e ia havendo um azar.

Aterrámos e eu estava completamente almareado. Confesso que "sujei" o avião. A Ivone (***) deu-me uma ordem seca:
- Patinho! Lavar o avião, já!

E lá fui eu,  às ordens da nossa tenente, lavar o material de guerra.

Depois pousámos para "memória futura"... Será que também há memória passada?

Olha, um Ab.

António Costa
______________
Nota de L.G.
 (...) Comecei na CART 1692, na altura já em Cacine, em 16JAN68. Era um operacionalíssimo alferes,  adjunto do capitão. A maioria do pessoal da CArt era mais velha que eu. Já comecei a descrever a estadia no último quartel da Guiné.



Regressei à capital do Império exactamente um ano depois. A 25MAI71 embarquei, de novo para "Uma Guiné Melhor", para me cobrir de glória na desfesa antiaérea da BA 12, como Cmdt da BTR [Bateria]AA 3434.


A 22JUN72 assumi o comando da CART 3494 que, então guarnecia o Xime. A 11NOV72 (Dia de S. Martinho) passei à CART 3567, estacionada em Mansabá, que deixei no TO daquela PU em 09AGO73. (...).

(**) Cap Art José João de Sousa Veiga da Fosneca, comandante da CART 1692 / BART 1914. Esteve na Guiné entre Abril de 1967 e Março de 1969 (Sangonhá, Cameconde, Bissau)

(***) Vd. último poste desta série > 5 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6535: As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-quedistas (18): As primeiras mulheres portuguesas equiparadas a militares (5): Maria Ivone Reis (Rosa Serra)

Guiné 63/74 - P6627: V Convívio da Tabanca Grande (6): As inscrições terminam amanhã, quarta-feira, 23 de Junho de 2010 (A Organização)


V CONVÍVIO DA TABANCA GRANDE

MONTE REAL, 26 DE JUNHO DE 2010


1. Caros camaradas e amigos tertulianos

Estamos a poucas horas do fecho das inscrições no V Encontro da Tertúlia. O número atingido, 150, faz adivinhar uma participação que ultrapassa as previsões mais optimistas.

Há alguns camaradas que não fazendo parte da tertúlia, são habituais presenças nos nossos convívios, estou a lembrar-me, como exemplo, do camarada Carlos Santos que conheci já na Ameira, e outros que vão aparecendo ao longo dos anos, porque querem sentir de perto a nossa camaradagem.

Este ano vamos ter a presença de mais uma camarada enfermeira Pára-quedista, a Rosa Serra, que assim se junta à enfermeira Giselda Pessoa que nos deu o prazer da sua companhia, pela primeira vez, o ano passado.
Não podemos esquecer os restantes camaradas da FAP que marcam presença nos nossos Encontros, o Victor Tavares, o Victor Barata, o Miguel Pessoa e o António Martins de Matos. Este ano vamos reunir ainda, além da Rosa Serra, o Jorge Narciso.

Quem não se inscreveu este ano foi o jovem João Carlos, camarada representante das gerações mais novas.

Infelizmente da Armada Portuguesa não teremos desta vez representantes em Monte Real.

As inscrições vão encerrar amanhã, quarta-feira, para que o nosso coordenador no terreno, Joaquim Mexia Alves, possa organizar devida e atempadamente o Encontro de molde a não haver falhas. Pede-se mais uma vez aos camaradas que ainda não o fizeram, se estão com ideia de aparecer, que se inscrevam.

2. Lista dos 150 inscritos:

Acácio Dias Correia e Maria Antónia - Algés / Oeiras
Agostinho Gaspar e Maria Isabel - Leiria
Alvaro Basto, Fernanda e Rolando - Leça do Balio / Matosinhos
Amadu Djaló - Amadora
Américo Batista - Lisboa
António Baia e Celeste - Amadora
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António Graça de Abreu - S. Pedro Estoril / Cascais
António José Pereira da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro
António Marques e Gina - Cascais
António Martins de Matos - Lisboa
António Osório e Ana - Vila Nova de Gaia
António Paiva - Lisboa
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Santos e Graciela - Loures
António Sousa Bonito - Montemor-o-Velho
Armando Neves Coelho - Lisboa
Arménio Santos - Oeiras
Belarmino Sardinha e Antonieta - Odivelas
Benjamim Durães - Palmela
Carlos Marques Santos - Coimbra
Carlos Santos - Viseu
Carlos Silva e Germana - Massamá / Sintra
Carlos Vinhal e Dina- Leça da Palmeira / Matosinhos
Casimiro Carvalho e Ana - Maia
Coutinho e Lima - Lisboa
David Guimarães e Lígia - Espinho
Delfim Rodrigues - Coimbra
Eduardo Campos e Manuela - Maia
Eduardo Magalhães Ribeiro e Fernanda - Porto
Eduardo Moutinho Santos - Porto
Fernando Franco e Margarida - Amadora
Fernando Gouveia - Porto
Henrique Matos - Olhão
Hugo Guerra e Ema - Lisboa
Humberto Reis e Maria Teresa - Alfragide / Amadora
Hélder Valério de Sousa - Setúbal
Idálio Reis - Cantanhede
J.L. Vacas de Carvalho - Lisboa
Jaime Machado e Maria de Fátima - Matosinhos
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria
Joaquim Peixoto e Margarida - Penafiel
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Jorge Cabral - Lisboa
Jorge Canhão - Oeiras
Jorge Narciso - Cadaval
Jorge Picado - Ílhavo
Jorge Rosales- Cascais
José Armando F. Almeida e Teresa - Albergaria-a-Velha
José Barros Rocha - Penafiel
José Brás - Montemor-o-Novo
José Carmino Azevedo e Maria do Amparo - Vale Frechoso / Vila Flor
José Eduardo Alves e Maria da Conceição - Leça da Palmeira / Matosinhos
José Eduardo Oliveira e Maria Helena - Alcobaça
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos
José M. M. Cancela e Carminda - Boelhe / Penafiel
José Manuel Lopes - Viseu
José Manuel Matos Dinis - Cascais
José Martins e Manuela - Odivelas
José Pedro Neves e Ana Maria - Lisboa
José Zeferino - Loures
João Barge - Leiria
João Lourenço - Figueira da Foz
João Parreira e Maria Isaura - Carcavelos
Juvenal Amado - Fátima
Júlia Neto e Leonor - Queluz / Sintra
Luís Graça e Alice - Alfragide / Amadora
Luís Marcelino e Maria Rosa - Leiria
Luís R. Moreira - Agualva-Cacém / Sintra
Luís Rainha e Dulce - Figueira da Foz
Manuel Amaro - Amadora
Manuel Azevedo Ramos e Francelina - Vila do Conde
Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde
Manuel Reis - Aveiro
Manuel Resende e Isaura - Cascais
Manuel Santos e Maria de Fátima - Viseu
Manuel Traquina e Fátima - Abrantes
Miguel Pessoa e Giselda Pessoa - Lisboa
Mário Fitas e Helena - Estoril / Cascais
Mário Rodrigues Pinto - Barreiro
Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda
Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Rosa Serra - Oeiras
Rui Ferreira - Viseu
Silvério Lobo e Linda - Matosinhos
Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria
Sousa de Castro - Vila Fria / Viana do castelo
Tomás Carneiro - Ponta Delgada / S. Miguel / Açores
Torcato Mendonça e Ana de Lourdes - Fundão
Vasco da Gama e Celeste - Buarcos
Vasco Ferreira e Margarida - Vila Nova de Gaia
Victor Barata - Vouzela
Victor Caseiro e Celeste - Leiria
Victor Tavares - Aguada de Cima / Águeda
Virgínio Briote e Maria Irene - Lisboa
Xico Allen - Vila Nova de Gaia

3. Os eventuais interessados em participar no nosso Encontro, dispõem de todas as informações na nossa página e nos postes anteriores, cujos atalhos listamos no fim do poste.

Lembramos que o preço do almoço é de 30 euros e inclui um lanche ao fim da tarde.

4. Por último ficam algumas informações complementares do nosso camarada Mexia Alves


Em consonância com o Hotel várias informações importantes:

1 - Data limite para as inscrições para o almoço - 4ª feira dia 23 de Junho

2 - Reservas para quartos podem ser feitas a qualquer tempo, desde que haja disponibilidades.

3 - O parque das Termas tem um parque de estacionamento junto ao Hotel e também junto às Termas.
Agradeço que não estacionem os carros em cima dos passeios, mas sim, não havendo lugar no parque do Hotel, poderão colocar no parque das termas, logo abaixo, e fazer 200 metros a pé o que para militar não é nada!

4 - Se a cancela de entrada estviver fechada basta retirar o bilhete na máquina de entrada, (tipo auto estrada), porque depois à saída a cancela estará aberta.

5 - Podemos juntar-nos logo na varanda/terraço de lado do Hotel que dá acesso directo à sala do almoço. Basta descer um pouco em direcção às termas e fica logo ali no lado do Hotel, junto ao parque de estacionamento.

Um abraço
Joaquim

Pela Organização
CV
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Nota de CV:

Vd. postes de

20 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6025: V Convívio da Tabanca Grande (2): Escolhida a data de 19 de Junho de 2010 e o local, o Palace Hotel Monte Real (A Organização)

24 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6043: V Convívio da Tabanca Grande (3): Justificação para a segunda mudança de data (Joaquim Mexia Alves)

21 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6205: V Convívio da Tabanca Grande (4): Ponto da situação das inscrições em Abril (A Organização)
e
1 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6516: V Convívio da Tabanca Grande (5): As inscrições sucedem-se a bom ritmo, mas ainda não atingimos a marca de 2009 (A Organização)

Guiné 63/74 - P6626: Tabanca Grande (226): Acácio Correia, ex-Alf Mil, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1973/74)










1. Comentário de Luís Graça:

Amigos e camaradas, abram alas para a entrada do mais recente membro do nosso blogue, o Acácio Dias Correia, que esteve na Zona Leste, no Xime e em Mansambo,  como Alf Mil da CART 3494, a mesma subunidade do BART 3883 (Bambadinca, 1971/74), a que pertenceu o nosso tabanqueiro nº 2, o minhoto Sousa de Castro.

Sei, de resto, que o Acácio e o Sousa de Castro já  são velhos amigos. O Sousa de Castro deve-lhe ter falado do nosso blogue. O Acácio, por outro lado, já não esteve no Xime,  com o nosso camarada António Costa, que hoje faz anos.  Pela simples razão, de que o Costa deixou o comando da CART 3494 em Novembro de 1972, tendo ido para Mansabá comandar outra subunidade.

O Acácio era de rendição individual, tendo sido moblizado para a Guiné em Fevereio / Março de 1973 (e não de 1972, como por lapso escreveu no texto de apresentação que acima se publica).

Ficamos, desde já, à espera de partilhar mais histórias e memórias do novo membro da Tabanca Grande.

Por outro lado, o Acácio (que é casado com a Maria Antónia Correia, vivendo o casal em Algés) é conhecido da minha mulher, Maria Alice, pertencendo os três à USILA - Universidade Senior e Intergeracional de Algés (Alameda Hermano Patrone - Algés, 1495-064 Algés,  Oeiras, Tel: 214115172). Foi através da Maria Alice que eu o conheci, em 2009, durante uma apresentação do grupo de Tai  Chi da USILA.

Ele andava há muito tempo a prometer que me mandava as duas fotos da praxe mais um pequeno texto de apresentação, de modo a poder cumprir as formalidades para  ingressar no blogue. Voltámos a encontrar-nos no 10 de Junho de 2009. O Acácio e a esposa vão estar presentes no nosso V Encontro Nacional, em Monte Real, dia 26 do corrente. Então, até mais logo... LG





16 de Março de 2009, Hotel Dom Pedro, Lisboa. Actuação do Grupo de Tai Chi da USILA - Universidade Senior e Intergeracional de Algés, no âmbito das III Jornadas de Saúde e Bem-Estar, encontro inserido nas comemorações do 50º aniversário da Freguesia de Campolide. Organização da Junta de Freguesia de Campolide e da Federação das Universidades da Terceira Idade. O Acácio Correia aparece em primeiro plano no vídeo.

Video (3' 44"):  Luis Graca (2009) > Alojado em You Tube > AliceDeCandoz (com a devida vénia...)

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Nota de L.G.:

(*) Último poste desta série >  20 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6617: Tabanca Grande (225): João Santos, ex-Alf Mil Rec Info, CCS/BCAÇ 2852, e BENG 447 (1968/70)

Guiné 63/74 - P6625: Memória dos lugares (84): Bissau, cidadezinha colonial (Parte III) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)




Guiné > Bissau > s/d > Rua Dr. Oliveira Salazar. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 135". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).




Guiné > Bissau > s/d > Aeroporto Craveiro Lopes. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 121". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).



Guiné > Bissau > s/d > Palácio do Governador. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 139". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).




Guiné > Bissau > s/d > Museu. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 143". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).





Guiné > Bissau > s/d > Catedral. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 132". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).



Colecção: Agostinho Gaspar / Digitalizações e edição: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).





1. Continuação da publicação de alguns postais da Guiné (*), da colecção do nosso camarada, natural do concelho de Leiria, Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74) (**).

Pede-se aos nossos leitores (nomeadamente os que nasceram ou viveram em Bissau, ou que conheceram bem a Bissau do nosso tempo) para completarem, reverem ou melhorarem as legendas, identificando monumentos, ruas, lugares ou contando pequenas histórias associadas a Bissau... Voltamos a repetir o pedido: Alguém tem um mapa da cidade de Bissau anterior à Independência ? Se sim, agradecíamos que nos mandassem uma cópia digitalizada... (LG)

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Notas de L.G.:


(*) Vd. postes anteriores da série:


4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5928: Memória dos lugares (73): Bissau, cidadezinha colonial (Parte I) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)