segunda-feira, 28 de março de 2011

Guiné 63/74 - P8005: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (6): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte II)
















Guiné-Bissau > Arquipélago dos Gijagós > Ilhas de Bubaque e Rubane (a sudoeste da ilha de Bolama) > 12 de Dezembro de 2009 > Encantos e armadilhas da(s) ilha(s)... paradisíaca(s) (Bubaque e Rubane).  Um sábado cheio de descobertas e emoções para o João Graça e o seu companheiro de ocasião, o cooperante espanhol Victor (a trabalhar numa ONG em Bafatá)... (A maior parte das fotos são da ilha de Rubane, que a escassos minutos de Bubaque, em viagem de piroga).

Fotos: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



1. Continuação da publicação das notas do diário de viagem à Guiné, do João Gracça, acompanhadas de um selecção de algumas das centenas fotos que ele  fez, nas duas semanas que lá passou (*)... Nos cinco primeiros dias (de 6 a 10 de Dezembro de 2009) fomos encontrá-lo, como médico, voluntário, no Centro de Saúde Materno-Infantil de Iemberém (*). O fim de semana de 11 a 13 (6ª, sábado e domingo) de Dezembro de 2009, foi passado em Bubaque e Rubane, no aqruipélago dos Bijagós. Um fim de semana bem merecido...

Por serem de todo ilegíveis ou fazerem referências muito pessoais a terceiros, optei por assinalar com parênteses rectos e reticências [...] certas partes do diário... Noutros casos, acrescentei, também dentro de parênteses rectos [ ], algumas notas da minha lavra, decorrentes das nossas conversas sobre esta viagem (memorável, para ele)... (LG)



12/12/2009, sábado > Bubaque e Rubane (Bijagós)


8.1. Afinal não havia lugar para mim no passeio de barco. Também era caríssimo (180 mil CFA / 5 pessoas). No final, ainda bem, porque Bubaque valeu a pena e o mar estava mau.


8.2. Passeio em Bubaque colonial. Conheci um velho sem dentes que detestava os tugas: “A culpa é dos portugueses”. Expliquei-lhe que já tinham passado 35 anos. “Mas o que é que os portugueses deixaram cá ?”. Com um rapaz mais novo, dei-lhe a volta. “O que importa é daqui para diante”, disse eu.


8.3. Apanhámos piroga para [a ilha de] Rubane [, contígua à ilha de Bubaque, a nordeste], com Victor e o francês, namorado da dona do restaurante, preta e nova […] que trabalhava no hotel de Rubane. Demos passeio na ilha paradisíaca [, Rubane]. Vimos aranhas gigantes penduradas nas teias; óleo de palma em extracção; velhotas a pedirem dinheiro por fotos.


8.4. Almoçámos [, já ao fim da tarde, em Ruane] um peixe fantástico. O cozinheiro era do Senegal, simpático. Os peixes são enormes. Pesca desportiva.


8.5. No passeio afundámo-nos no lodo descoberta pela vaza da maré. Demorámos 30 minutos para andar 200 m!


8.6. [Ainda em Rubane], ouvimos uns sons, vozes femininas dentro da mata. Era um grupo de mulheres, 10, [com ar de] alienadas. Cantavam à nossa volta, tocavam-nos, queriam dinheiro. Havia uma que era rainha virgem. Lá chegámos a um acordo para as fotos. Ainda assim queriam mais. Sufoco. Toques. Mexiam nas nossas coisas. Foi um alívio quando saímos.


[Continua]


[ Fixação / revisão de texto / selecção e edição de fotos / título: L.G.]
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Nota do editor:


Último poste da série > 12 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7931: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (5): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte I)

domingo, 27 de março de 2011

Guiné 63/74 - P8004: 16 de Março de 2011, lançamento do novo livro de Beja Santos, Mulher Grande (Temas & Debates / Círculo de Leitores, 2011) (3): Vídeo com excertos da intervenção do autor



Lisboa > Livraria Bertrand Chiado > 10 de Março de 2011 > 18h30 > Sessão de lançamento do novo livro do nosso camarada e amigo Mário Beja Santos, Mulher Grande, editado pela Temas & Debates e pelo Círculo de Leitores (2011) > Última intervenção da noite, com palavras do autor a agradecer os apoios que teve para a escrita desta narrativa (com destaque para o pessoal da biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa), a evocar as suas fontes de informação e de inspiração e ainda a anunciar o seu próximo livro, Tangomau, com o qual fechará o ciclo da Guiné.

Benedita é o nome da personagem principal. É uma homenagem a três mulheres grandes que marcaram a vida do autor, incluindo a sua mãe.  É também o nome da sua primeira neta, filha de Joana. Recorde-se que, no meio da escrita deste livro, o Mário e a Cristina passaram por uma grande tragédia com a perda, em Julho de 2009, da sua filha mais nova, a sua querida Locas, Glória Allen Revez Beja dos Santos (1976-2009).


O livro também já foi lançado em Pedrógão Grande, em 15 do corrente, terra do distrito de Leiria onde o Mário tem casa de fim de semana... Uma rádio local, a Rádio Condestável, fez deste modo a sinopse do livro:



(...) "Mulher Grande significa 'mulher velha, sábia, ousada, resistente e de grande coragem'. Mário Beja Santos apresentou este fim-de-semana mais um dos seus livros. Desta feita Mulher Grande retrata uma Guiné Bissau que não esquece, onde viveu quando combateu em nome da pátria. 


"O livro surge para colmatar uma sensação de vazio. Em tempos havia escrito dois volumes respeitantes a 26 meses vividos num teatro de operações. Quando terminou Tigre Vadio optou por 'tomar um banho de água' e escrever duas obras sobre segurança alimentar e publicidade, sentindo no entanto que ainda faltava algo. Foi então que começou a
escrever num blog (*), e que surgiu a ideia de escrever esta última publicação que é fruto de uma viagem à Guiné, onde teve oportunidade para ouvir alguns relatos interessantes.


"Beja Santos criou assim uma Mulher Grande,  significando 'mulher velha, sábia, ousada, resistente e de grande coragem'. Conta a história de uma mulher com 90 anos que teve uma educação esmerada, um pai que morreu com um tumor e que deixou a família embaraçada, obrigando-a a um pacto, ou seja o irmão comprometeu-se a acabar o curso de medicina e ajudar a mãe e a irmã. A mãe socorreu-se de tudo para sobreviver, mas sempre com dignidade e aos 30 anos apaixonou-se por um funcionário colonial... 


"São cerca de 300 páginas 'de leitura fácil mas que tenta sempre fazer o seu enquadramento histórico', relata ainda o autor. 


"Beja Santos é desde algum tempo um munícipe de Pedrógão Grande e fez questão de depositar na biblioteca municipal daquele concelho grande parte do seu vasto espólio literário o que para João Marques, presidente da autarquia é 'um contributo inesquecível para nós' " (...)





Vídeo (4' 44''): Alojado em You Tube < Nhabijoes
© Luís Graça (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
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Nota do editor:


Último poste da série 24 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7993: 16 de Março de 2011, lançamento do novo livro de Beja Santos, Mulher Grande (Temas & Debates / Círculo de Leitores, 2011) (2): Vídeo com excerto da apresentação feita pela escritora Lídia Jorge

(*) Não sei se a referência é ao nosso blogue... Por que a memória é curta, convém esclarecer este ponto: A colaboração  de Beja Santos no nosso blogue (mais de meio milhar de referências), começou muito antes, em Julho de 2006, e foi no nosso blogue (II Série) que 'nasceram' os seus dois primeiros livros de memórias: Na Terra dos Soncós e Tigre Vadio, anteriormente publicados pela editora Temas & Debates e Círculo de Leitores, depois de aparecerem em "episódios", todas as semanas, neste espaço de partilha de memórias (e de afectos) dos antigos combatentes na Guiné:

Vd. poste de 28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1004: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (1): o pudor das nossas recordações


(...) Caro Luís, foi muitíssimo agradável ter-te revisto ontem [4ª feira, dia 26 de Julho], passadas estas décadas. Do muito que falámos, estou neste momento publicamente comprometido com todos os parceiros do blogue a depor sobre o que vi e conservei da minha experiência na guerra colonial.


Durante anos, acalantei a ideia de escrever um romance sobre a minha experiência (na ficção, como em todas as manifestações de arte, escrevemos sempre sobre nós, condicionando a nossa imagem, seleccionando o que queremos comunicar aos outros). Assim, escrevi na cabeça Soncó, que teria como base os Soncó, a família dos régulos do Cuor. Com os empregos antes do 25 de Abril e os estudos, a ideia esmoreceu. (...)



Guiné 63/74 - P8003: Parabéns a você (231): Carlos Vinhal e Eduardo Magalhães Ribeiro, os nossos queridos co-editores, fazem hoje 63 e 59 anos, respectivamente!

 ;






1. Os parabéns (sempre originais e ternurentos) do Miguel & da Giselda, o casal mais 'strelado', se não do mundo, pelo menos da nossa Tabanca Grande ('strelado', para quem chegou agora ao blogue, quer dizer  "o menos stressado") [, foto à esquerda]...


Por que hoje é dia de cantar os parabéns aos nossos dois camarigos e co-editores, Carlos Vinhal (63 anos) e Magalhães Ribeiro, ou Eduardo MR (59) (por ordem de antiguidade, que a antiguidade é um posto na tropa, como a gente dizia no tempo em que lá andou; e a propósito, não sabemos quem nasceu primeiro no dia, nem a que horas nasceram...).


Infogravuras: © Miguel Pessoa (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


 2. Como a equipa de piquete (o Carlos e o Eduardo) hoje está dispensados de serviço, cabe-me a mim fazer as honras da casa... Com alguma antecedência, mandei um bilhetinho, às escondidas, a todos os/as amigos/as, camaradas e camarigos/as, registados/as na nossa Tabanca Grande, e claro à revelia dos nossos aniversariantes... O bilhetinho dizia mais ou menos isto:




 "Os nossos queridos co-editores Carlos Vinhal e Eduardo MR fazem anos no próximo dia 27... É apenas um lembrete: se os camarigos que estão mais próximos deles quiserem escrever duas palavrinhas bonitas, mandem-se as vossas contribuições até 25 de Março, para o meu endereço pessoal"...


Os menos preguiçosos mandaram-me, em devido tempo, os seus postais de parabéns, nalguns casos, com fotos e ilustrações... Os mais preguiços (mas não menos amigos do Carlos e do Eduardo) poderão mandar-lhe os parabéns, através de comentários a este poste: como sabem, é fácil e barato.


A mim, como fundador e editor deste blogue [ foto à direita,], compete-me dizer duas ou três palavras, sem pompa nem circunstância: (i) só conheci o Carlos e o Eduardo através do blogue, em 2006; (ii) ao todo, devemo-nos ter encontrado, nestes anos todos,  menos de uma dúzia de vezes (nos nossos encontros anuais, na Ameira, em Pombal, em Monte Real; nos convívios da Tabanca de Matosinhos; uma ou outra vez em Lisboa ou no Porto; no 10 de Junho, no caso do Eduardo...); (iii) telefonamo-nos  com maior ou menor regularidade, sempre que é preciso; (iv) trocamos mails de serviço; e, no entanto, (v) eu tenho a sensação de ter estado com eles na Guiné, noutra encarnação qualquer, e sermos velhos camarigos de há muitos, muitos anos...  Em suma, é este o sortilégio do nosso blogue e das pessoas que o fazem, todos os dias, que aprenderam a trabalhar em equipa, que aprenderam a apoiar-se e a respeitar-se, independentemente das suas idiossincrasias, das suas diferenças, da sua história de vida...


Da minha parte,  não tenho dúvidas que o nosso blogue (e a sua longevidade) não seria o mesmo sem o seu labor, a sua dedicação, a sua humildade, a sua capacidade organizativa, os seus contactos, a sua lealdade, o seu espírito de missão... Acho que hoje é uma boa ocasião para lhes dizer isto, em público, já que é o seu dia, o seu dia de aniversário... E fá-lo em meu nome pessoal, mas também do nosso cartógrafo-mor, o Humberto e do outro co-editor, que nos tem acompanhado ao longo destes anos, o Virgínio Briote (com a colaboração possível, nos últimos tempos, mas sempre atento, disponível, útil e afectuoso)... E ainda, se eles  (e elas) mo permitirem,  em nome de todos os demais colaboradores permanentes e, por fim, de todos os demais camaradas, amigos e camarigos que pertencem formalmente à Tabanca Grande (o nosso "batalhão").


Carlos e Eduardo:  Como eu gosto de dizer, muita saúde e longa vida, porque vocês merecem tudo!... O espumante fica para o dia 4 de Junho, se a gente não se encontrar antes, nas férias da Páscoa, lá pela Tabanca de Matosinhos!... Um xicoração também para as  vossas caras metades, Dina e Fernanda, que são umas santas. (LG).
   


3. A prenda de anos do Mário Miguéis (que não precisa de grandes apresentações: ex-Fur Mil Rec Inf, Bissau,Bambadinca Saltinho, 1970/72; bancário reformado; talentoso cartoonista; vive em Esposende) [, foto à direita,]:


Conversa a dois, “quer-se dizer…”


Zé – Este gajo dos desenhos não sabe onde tem a cara!…


Tó – Bom, quer-se dizer…


Zé – O desenho do das minas, ainda vá que não vá… Agora, o do fadista…


Tó - ???...


Zé – E onde está o acompanhamento instrumental, seu ignorante do caraças?!...


Tó – Realmente, quer-se dizer….


Zé – Se fosse eu, punha até, a acompanhá-lo, os do conservatório de Lamego, que fazem o que querem de guitarras, violas e contrabaixos. Isso sim, era um desenho do caraças!... Já imaginaste, ó Tó!, o Joaquim, à viola, o Luís – o das armas -, à guitarra, … Eia, pá, só os dois já são uma orquestra…


Tó – Sim, sim, quer-se dizer…


Zé – E mesmo o fado que o gajo lhe pôs na boca está muito mal metido. Na minha modesta opinião, não é o mais indicado para o evento.


Tó - ???...









Texto e imagem: © Mário Miguéis da Silva (2010). Todos os direitos reservados




Zé – Então não ficava melhor - e nem era preciso sair de casa – aquela composição do Joaquim, “O regresso”, também conhecida por “Ninguém quer saber de nós”, gravada no início do mês passado?... Isto é que é um fado à boa maneira lusitana!...


Tó – Sim, sim, mas na Ribeira…


Zé – Isto, sim, é um exemplo paradigmático – ouviste bem, ó Tó? – é um exemplo paradigmático do fado assente nas nossas matrizes, nas nossas raízes musicais, desde o tempo dos Afonsinhos. Está ali tudo, ali naquela letra escrita por quem tem sensibilidade e conhecimento de causa, que não é coisa que esteja ao alcance de um qualquer. É a voz do povo a cantar as nossas ancestrais penas e trabalhos, a má fortuna e o amor ar… - bom, isso já é a outra parte da temática admitida. Enfim, e em resumo, estão ali patentes as agruras desta gente martirizada ao longo dos séculos.


Tó – Sim, sim, mas na Ribeira…


Zé – Estes artistas de vanguarda ou do raio que os parta andam para aqui a adulterar tudo, já nem o fado respeitam.


Tó – É verdade, Zé, na Ribeira…


Zé - Fala duma vez, caraças!... Na Ribeira, o quê?!...


Tó - Na Ribeira, até a letra do fado do Joaquim já alteraram.


Zé – O quê?!...


Tó – Sim, sim, quer-se dizer,... alteraram, mas vem tudo dar ao mesmo…


Zé – Vem tudo dar ao mesmo?!... Que raio de conversa é essa? Anda, desembucha de uma vez por todas!


Tó – É que lhe chamam o fado do “Ninguém nos liga um c……”, dizem que é a sua nova versom.


Zé – Ninguém nos liga um c……? (!!!)


Tó – Pois é, …


Zé - Bom, bom, … esses gajos são uns indecentes do caraças, mas não é por aí que o gato vai às filhós. Agora, cantar o fado de capa,…


… à lua e à capela, onde é que já se viu?!...


Esposende, 27 de Março de 2011
Mário Migueis


4. Joaquim Mexia Alves [, foto à esquerda, ainda do tempo de Guiné, 1972/73, quando jovem e esperanço fadista]

Para o Carlos Vinhal


- Oh Carlos, vem-te deitar homem!


É a voz da Dina, altas horas da noite a chamar pelo Carlos, que agarrado ao computador, já tem os olhos em bico.
- Oh filha, o que é que tu queres? Ainda tenho aqui mil duzentas e quarenta e nove recensões de livros do Beja Santos, trezentos e vinte e dois poemas do Manuel Maia e do Mexia Alves, os últimos cento e vinte e quatro episódios da série Na Kontra, Ka Contra, do Fernando Gouveia, fora os comentários e contra comentários dos camarigos, alguns deles a precisarem de “água na fervura”!
- Está bem, homem, mas podias deixar qualquer coisa para amanhã!
- Isso é que era bom! Se não me atiro a isto hoje, amanhã tenho aí trezentos mil mails do Luís Graça a perguntar pelos textos que esta malta vai mandando, e que ele para se livrar deles, atira para cima de mim!


E lá se embrenhou outra vez o Carlos no visor e no teclado do computador a pensar com os seus botões:
- Mas que raio de mal fiz eu, para aturar isto!... Bem, pensou ele, já só publico mais quatrocentos e vinte postes e depois vou para a cama.


Mas a Dina insistia:
- Oh Carlos, tu assim dás cabo de ti!
- Oh mulher, o que é tu queres? Estes gajos não têm nada que fazer e põe-se para aqui a parir textos, como quem arrota depois de beber uma coca-cola, e “ós despois” quem paga é aqui o desgraçado!...E não sabes tudo! Ainda tenho que aturar o Mexia, com a mania de se armar em defensor do blogue, a chatear porque esta merda está a descambar para a política e sei lá mais o quê! Raios parta o homem!... Calcula bem, que aquele gajo agora até me veio chatear porque na lista dos camarigos não estava lá que o gajo tinha pertencido ao Pel Caç Nat 52. Mas o gajo julga que eu não tenho mais nada que fazer, ou quê?


Deu um murro na mesa, levantou-se, e foi dar uma mija para acalmar os nervos. No regresso passou pelo quarto e ia dizer qualquer coisa à mulher, mas reparou que a Dina já dormia a sono solto.
- Carago, pensou ele, esta já dorme, e os camelos que escreveram esta gaita toda também já devem estar a dormir, e eu aqui feito parvo a trabalhar para eles! Eu não tenho idade para isto!


De repente lembrou-se que a partir da meia-noite, (que já tinha passado), fazia anos. Olhou para o lado e para trás, para ver se não estava ninguém a ver, e começou a cantar para ele próprio:
- Parabéns para mim,
nesta data querida,
muitas felicidades,
muitos anos de vida!


Hoje é dia de festa,
vou-me mas é deitar,
mando o blogue à merda,
ponho-m’a ressonar!!!


Foi então que de repente o visor do computador se iluminou, e quatrocentos e oitenta e três camarigos, atabancados na Tabanca Grande, apareceram a cantar:
- Parabéns para o Carlos,
nesta data querida,
muitas felicidades,
muitos anos de vida.


Hoje é dia de festa,
vamos lá a acordar,
já não te livras desta
tens muito que publicar!!!


Joaquim Mexia Alves
Monte Real


Para o Eduardo Magalhães Ribeiro


 Do alto do seu porte

aí temos o homem,
como um pau de bandeira
hasteando ao alto,
a sua frontalidade,
a sua sinceridade,
a sua amizade.


Ouve-se-lhe de dentro um grito,
uma revolta,
um bradar “às armas”,
porque se a guerra que foi sua,
já terminou,
o combate pela dignidade,
continua.


Outro grito ainda,
faz parte do seu viver,
é um hino,
uma vontade,
um só modo de ser,
que moldado à sua vida,
faz dele um garboso

Ranger.


Conhecem-lhe o nome,
a fala,
a firmeza,
num só corpo,
todo inteiro.


À passagem da caravana,
ladram os cães,
foge o mentiroso,
e o alcoviteiro,
porque fala o Magalhães
o tal,
que também é Ribeiro.


E aqui estou eu,
braços abertos,
sem espinhos,
(que não sou cardo),
gritando alegremente:
Parabéns para ti,
Eduardo,
meu Ranger aclamado!


Joaquim Mexia Alves
Monte Real






5. Vasco da Gama, o Tigre de Cumbijã, agora retirado em Buarcos [, foto à esquerda]: 




PARABÉNS, CAMARIGOS!


Separados por quatro exactos  anos, nasceram no mesmo dia – 27 de Março -  dois robustos meninos a quem os babados papás deram os nomes de Carlos e Eduardo, por esta ordem, pois a velhice é um posto a respeitar, não só nas fileiras do exército do nosso tempo, mas também na antiguidade no nosso Blogue.


Ambos estiveram na Guiné, o primeiro cumprindo comissão na íntegra de quase dois anos e o mais novo menos tempo, noutra altura, porventura com menor desgaste físico, mas cumprindo papel histórico de relevo ao ficar ligado ao final da guerra na Guiné.


Lá não se conheceram, tal como eu não conheci nenhum deles e se hoje, a par de mais umas centenas de camaradas, somos todos amigos e nos respeitamos, com pontuais excepções, concordando ou discordando a propósito disto ou daquilo, existe um denominador comum que cimenta essa união e amizade que a maior parte de nós comunga e que é o nosso Luís Graça e Camaradas da Guiné.


Em data de aniversário dos nossos editores não poderia dissociar neste escrito o nome do responsável por toda esta sucessão de acontecimentos que é o Luís Graça, ao ter tido a capacidade de criar a nossa Tabanca Grande, onde tantos de nós passam tanto tempo e cuja simples existência  criou laços de verdadeira amizade entre todos nós e potenciou também o aparecimento daquelas Tabanquinhas todas que vão nascendo e onde a malta se vai reunindo cada vez com maior assiduidade, porventura porque o tempo urge…


O Carlos e o Eduardo,  o primeiro  reformadinho como eu, o segundo ainda no exercício da sua profissão que o obriga por vezes a percorrer centenas de quilómetros por dia, são no seu ser e no estar pessoas diferentes, cada um com as suas características que os diferenciam, mas ambos de enorme dedicação a este excelente e generoso lugar onde vai sempre cabendo mais um.


Não interessa hoje e aqui mostrar as características de cada um dos nossos camarigos, mas antes e apenas relevar a  eficiência, dedicação e amor que ambos devotam ao nosso Blogue, sacrificando ao seu merecido descanso horas e horas que feitas de trabalho na edição e publicação dos escritos com que todos nós os brindamos, conseguem manter viva e com chama intensa a nossa Tabanca Grande.


O que pedem eles em troca?.  Nada!, quando se calhar tudo merecem, mas no mínimo uma palavrinha de agradecimento, um telefonema de quando em vez, uma mensagem com apenas um obrigado, não nos fica mal.


No dia de hoje, envolvo ambos, no mesmo abraço amigo,  o Carlos Vinhal e o Magalhães Ribeiro, tão diferentes mas tão iguais no servir, na solidariedade, na amizade, na irmandade, no interesse que devotam a esta nossa comunidade de combatentes da Guiné, personificando ambos nesta adjectivação o espírito que deve presidir ao nosso querido Blog. 


PARABÉNS CAMARIGOS e que a saúde vos acompanhe. Vasco






6.  António Graça de Abreu, o mais sínico (mas não cínico...) dos nossos tabanqueiros:


Luís, caríssimo


Estou há mês e meio sem blogue, isto agora é só China. Mas regresso na próxima semana a Portugal. (...) Fiz este texto para os os anos do Vinhal e do Magalhães Ribeiro. Creio que entra no blogue.
Desde Xangai, um abraço e até breve.
António Graça de Abreu


Carlos e Eduardo:


Desde Xangai, encavalitado num dos cinco mil arranha-céus da cidade, um fortíssimo abraço de parabéns aos dois meninos Carlos Vinhal e Magalhães Ribeiro, gente boa das minhas ditosas e amadas terras do norte. Ai Porto, Porto!...


Do coração, desejo muitos mais anos de vida e que nos possamos encontrar em breve na Tabanca de Matosinhos,em Monte Real ou quem sabe, na futura Tabanca de Xangai... 


O vosso,
António Graça de Abreu




7. Fernando e Regina Gouveia [, foto à esquerda, Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria,  IV Encontro Nacional da Tabanca Grande, 20 de Junho de 2009 ]:


Caro Luís: O nosso contributo para o aniversário é o que se segue.  Um abraço. Fernando Gouveia e Regina


Dia 27 de Março:


- Dia Mundial do Teatro
- Em 1513, o explorador Juan Ponce de León chega ao continente americano (Florida)
- Em 1809, começa a investida pelo exército de Soult, sobre a cidade do Porto
- Em 1845 nasce Wilhelm Rontgen, que descobriu os raios X
- Em 1863 nasce Frederick Henry Royce, co- fundador da empresa Rolls-Royce
- Em 1933 é descoberto o polietileno
- Em 1938 Juan Manuel Fangio disputa a sua primeira corrida automobilística
- Em 1945 o general Eisenhower  anuncia  a  derrota dos nazis, na frente ocidental
- Em ano indeterminado nascem os incansáveis co-editores do blogue “Luís Graça e  Camaradas da Guiné”, Magalhães Ribeiro [1952, Matosinhos] e Carlos Vinhal [1948, Vila do Conde].




8. Mário Beja Santos [, que acaba de publicar Mulher Grande] [, foto à direita,]:


Caríssimo Carlos, desejo-te saúde e abraço-te com profunda estima, admiração e gratidão. É verdade que quem corre por gosto não cansa, mas às vezes fico a magicar o que é estar aí na sala das máquinas a cozer e a bordar o que chega à posta restante. Sei que cumpres com desvelo essa arte esdrúxula de pespontar, refinar e adereçar, é labor que requer persistência e uma curiosidade que me escapa. Todos os dias embalas este berço e não deve ser fácil ser simultaneamente contra-regra, grumete, contra-almirante e co-editor. Que o Senhor de Matosinhos te proteja são os votos deste impenitente que tanto te aprecia, Mário




9. Augusto Silva  Santos, ex-Fur Mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73 [ foto à esquerda,]

Do Dubai, onde me encontro de visita a familiares (mas sempre com Portugal no pensamento), não quero esquecer esta data e enviar-vos um grande e forte abraço com votos de feliz aniversário e que tudo vos corra pelo melhor junto dos vossos familiares e amigos. Até breve. Augusto Silva Santos


10. José Martins [, o nosso Sherlock Holmes, incansável pesquisador de arquivos] e sua esposa, Manuela, presença habitual nos nossos encontros:


Parabéns aos Co-editores


Como a antiguidade é um posto, comecemos pelo Carlos:


Oficialmente conheci o Carlos em 14 de Outubro de 2006, a ele e à sua Dina, que foram, por mérito próprio, o casal do ano (2010). Casal afável fazia/faz amigos com muita facilidade, o que lhe(s) traz amizades merecidas.


Sobre o Eduardo, rapaz muito mais novo, tive conhecimento da sua existência ao ler as NOTICIAS DO MILÉNIO, em que relata o facto de ter sido o militar português que arriou a última Bandeira Nacional na Guiné.


Para ambos, votos de um dia feliz e que se repita por muitos e largos anos, connosco a enviar saudações.


Manuela e José Martins




11. Gilda Brás (Pinho Brandão, de solteira, a nossa menina de Catió que veio para Portugal aos 7 aninhos, órfã de pai) [, foto à esquerda, com o marido e a filha]:


Boa tarde Amigo Luís,


Tudo bem consigo?, nós por cá todos bem.


Queria desejar ao nosso Amigo Carlos Vinhal, um dia super feliz na companhia da sua querida Dina e de todos que o amam, com muita saúde e paz e que esta data se repita por muitos e bons anos. Um grande beijinho para ele.


Gilda Brás




 12. Felismina Costa, nossa madrinha de guerra, que virá finalmente conhecer-nos, por ocasião do nosso VI Encontro Nacional, em Monte Real, 4 de Junho de 2011 [, foto à esquerda]


Ao Carlos Vinhal


Quero desejar ao meu editor e amigo Carlos Vinhal, uma vida longa e feliz e dizer-lhe, que ele é um homem da história!


Da história, que ele e tantos de vós, (jovens que atravessaram o período de 63/74) escreveram: primeiro, no campo de batalha e hoje, preocupados em deixar o registo desse passado, para a posteridade.


Sempre a postos na direcção deste jornal, (digo blogue), "de grande tiragem", ele verifica, analisa e por fim edita, o que muitos de vós/nós escrevemos e enviamos, preocupado com a continuidade, com a qualidade, com a harmonia e satisfação de todos, por verem editado o que a sua memória registou.


Vai para o Carlos Vinhal hoje, o meu obrigada sincero, pela sua persistência, pelo seu carisma, pelo seu brio em prol do esforço colectivo, para deixar às gerações vindouras um registo tão fiel quanto possível, dum acontecimento da nossa história, aqui contado na primeira pessoa.


Peço-lhe que aceite o meu agradecimento, por este trabalho que valorizo grandemente e o meu abraço fraterno.
Felismina Costa


Ao Magalhães Ribeiro


Outro dos homens que tomaram a seu cargo, os registos das vossas memórias, desejo igualmente tudo o que de melhor a vida lhe possa oferecer.


Agradeço a sua disponibilidade, no tempo roubado ao seu descanso, (uma vez que ainda trabalha), para ajudar a guardar os registos dos acontecimentos que todos vós viveram e vos marcou indelevelmente.


Os meus parabéns por mais um aniversário:--interessante que aconteça no mesmo dia do Carlos Vinhal...Coincidências!


Para si, o meu desejo de que a vida lhe sorria sempre, pois já foi testemunha e participante, de um conflito que lhe deve ter dado uma dimensão muito precisa do valor da vida.


Peço-lhe que aceite o meu abraço fraterno.


Felismina Costa


13. Manuel Maia (,o nosso aclamado autor de História de Portugal em Sextilhas, e cuja prenda de anos para os os nossos dois aniversariantes se perdeu na blogosfera, na viagem entre a Maia e Alfragide; com as desculpas do editor aos homenageados e ao nosso camarigo, o bardo do Cantanhez e da Tabanca Grande) [, foto à direita]: 


Para os nossos aniversariantes:


De Régio, foz do Ave, a urbe amada,
por outros bem mais cedo já cantada
p`lo rico pano cré das caravelas...
Três anos pós segunda enorme guerra
foi berço de Vinhal a bela terra
de bilros e de rendas tão singelas.

Em Matosinhos vida vai encetar,
a nível de trabalho, junto ao mar,
no porto de Leixões, ali ao pé...
Aposentado dessa ocupação,
vai entregar-se de alma e coração
ao blog do Luís sobre a Guiné...

Trabalhador inato e incansável,
Carlos Vinhal, amigo formidável,
um termo desconhece que é cansaço..
Daqui o homenageio com prazer,
p`los seus 63 a merecer
um franco e muito amigo forte abraço...

É Matosinhos, terra de eleição,
(Florbela Espanca a teve de adopção)
onde Eduardo a luz primeira enfrenta...
Com primavera imberbe de seis dias,
num tempo de mar chão p`ra pescarias,
corria o ano dois após cinquenta...

Num tempo já de paz chegou à guerra,
suficiente para amar a terra,
de gente sã e ocre/amarelo chão...
Quem água da Guiné um dia prova,
não mais a olvidará até à cova,
estou certo tendes mesma opinião...

Ainda na labuta, no activo,
encontra na Tabanca um incentivo,
trabalho de feitura, co-editor...
Daqui deste "comparsa" tabanqueiro
segue um abraço ao Magalhães Ribeiro,
um`entre as quatro forças do motor...

ESTA É COMUM

Coincidência, simples mero acaso,
Vinhal e Eduardo, neste caso,
no mesmo dia optarem por nascer...
Os dois têm por traço d`união
a bela Matosinhos onde então,
um viu a luz outro o mester...



Manuel Maia


14. Também de Esposende, do nosso camarada Albino Silva:


PARABÉNS

Parabéns Carlos Vinhal 
da Tabanca co-editor
Amigo e camarada
e ainda administrador...

Te desejo tudo de bom
e por esta data querida
que seja por muitos anos 
com muita saúde e vida...

De Mansabá e em Leça 
os camaradas que tens
e eu com toda a Tabanca
a cantar-te os Parabéns...

Felicidades



PARABÉNS

É o teu Aniversário
e numa data como esta
pois assim nossa Tabanca
tem mais um Régulo em festa...

Felicidades camarada
eu te estou a desejar
para que em nossa Tabanca
continues a editar...

Desejo-te muitos anos de vida
com muita saúde então
para ti Magalhães Ribeiro
que tenhas tudo de bom.

Felicidades

Albino Silva
____________


Nota do editor:


Último poste da série > 25 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7997: Parabéns a você (230): Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816 (Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67) (Tertúlia / Editores)

Vd. também postes do ano passado:


27 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6056: Parabéns a você (92): Carlos Vinhal, 62 anos, o braço direito do nosso blogue, um incansável trabalhador da nossa Tabanca Grande (Luís Graça)


27 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6055: Parabéns a você (91): Eduardo José Magalhães Ribeiro, ou simplesmente o ranger MR, ou apenas o Pira de Mansoa, nosso querido camarada, amigo e co-editor: faz hoje... 58 anos!