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sábado, 3 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18374: Em busca de... (287): Minha prima Gilda Pinho Brandão e outros membros da família, a que pertenço, e de que estou a fazer a árvore genealógica (José Pedro Caetano)


Gilda Pinho Brandão, nascida em Catió, de mãe fula e pai português, quando veio para Portugal, aos 7 anos, em 1969, para uma família de acolhimento, trazida por um camarada nosso, o Fur Mil João  Pina, a quem ela chama mano. Em 2007 pediu ajuda ao nosso blogue, para encontrar a família do pai, que é de Arouca. Afonso Pinho Brandão, comerciante, foi assassinado em 1962, em Catió.

Foto: © Gilda Brandão (2007). Todos os direitos reservados [ Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem do nosso leitor José Pedro Caetano

Data: 2 de março de 2018 às 20:38
Assunto: Gilda Brandão

Olá, Luís,

Espero que esteja bem.

Deparei-me com o seu blogue e vi um pedido  da Gilda Brandão [, procurando descendentes da família Pinho Brandão] (*)

Acontece que sou sobrinho de uma prima da Gilda e gostava de entrar em contacto com ela. Tentei enviar-lhe um email (para gilda@asanto.pt) mas recebi uma mensagem de erro. Por acaso o Luís não terá um outro contacto da Gilda que me possa facultar?

Encontro-me a construir a árvore genealógica da minha família. Neste sentido, não terá também alguma fotografia dos meus familiares Afonso Pinho Brandão e Manuel Pinho  Brandão, que estiveram na Guiné?

Obrigado,
José Pedro Caetano
[telemóvel, telefone e emails...]


2. Resposta do editor LG:

José Pedro:

Não tenho notícias, desde finais de 2015,  da nossa amiga e grã-tabanqueira Gilda Brandão. Mas vamos tenta localizá-la, através do seu último endereço (um gmail),  de que lhe dou conhecimento, a título privado...

Há também um familiar, aliás, filho do mesmo pai, irmão dela, em Bissau, o engº Carlos Pinho Brandão, que terá interesse em contactar... Foi colega, em agronomia, do nosso também grande e saudoso amigo Carlos Schwarz da Silva, 'Pepito' (1949-2014). Foi através deles os dois  que ela soube das circunstâncias da morte do pai, Afonso. Preciosas foram também as ajudas do nosso amigo, guineense, Leopoldo Amado, cujo pai era chefe dos correios de Catió, e cuja família convivia com os Pinho Brandão.

É uma família extensa, os Pinho Brandão... Ajudámos a Gildão Brandão [Brás, por casamento] a encontrar as suas raízes portuguesas, em Arouca... e em Bissau.

Ver aqui referências a ela  [Gilda Brás] e à família Pinho Brandão:

Obrigado, por nos autorizar a publicar esta mensagem... Assim, é possível chegar mais facilmente a ela e a outros membros da família, bem como camaradas nossos que estiveram em Catió (***).  Dou-lhe também o email do engº Carlos Pinho  Brandão, de Bissau. Boa sorte para a sua pesquisa.

O editor,
Luís Graça
PS - Infelizmente não temos, connosco, nenhuma  foto do pai dela, Afonso, morto logo no princípio da guerra. Ela conseguiu, em Arouca, pelo menos a certidão de nascimento do pai. E estava feliz por poder mostrar as suas raízes arouquesas à filha (**). Vou repescar mais informação no nosso blogue.

A Gilda faz parte do nosso blogue desde 25 de julho de 2007. Foi graças a nós, e com o incentivo do nosso saudoso Vítor Condeço, e as preciosas informações do Leopoldo Amado, do Pepito e do Carlos Pinho Brandão, em Bissau, que ela conseguiu encontrar os seus irmãos e outros familiares do pai.
_______________

Notas do editor:

(* ) Vd. poste de 30 de maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1798: Região de Catió: Descendentes da família Pinho Brandão procuram-se (Gilda Pinho Brandão)


domingo, 14 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11388: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (5): Respostas de Gumerzindo Silva (Alemanha), Veríssimo Ferreira, Gilda Brandão


Gilda Pinho Brandão, nascida em Catió, de mãe fula e pai português,  quando veio para Portugal, aos 7 anos, em 1969,  para uma família de acolhimento, trazida por um camarada nosso, o Fur Mil Pina, a quem ela chama mano. Em 2007 pediu ajuda ao nosso blogue, para encontrar a família do pai, que é de Arouca. Afonso Pinho Brandão, comerciante, foi assassinado em 1962, em Catió.

Fotos: © Gilda Brandão (2007). Todos os direitos reservados [ Edição e legendagem: LG]


1. Mais três respostas ao nosso questionário (*). Duas são de dois valentes grã-tabanqueiros, o Gumerzindo Silva, que viva na diáspora, na Alemanha, e outra do nosso "pira" Veríssimo Ferreira.

 A terceira resposta  também muito nos alegra, é da nossa amiga, guineense, natural de Catió, a Gilda Brandão, filha de um português, morto no início da guerra [. Segundo a explicação dada pelo Pepito à Guilda, o pai foi morto por um grupo de balantas quando defendia a sua casa; a mãe é fula]. Ajudámo-la a encontrar a família do pai, Afonso Pinho Brandão, que ela não conheceu em vida. Aos sete anos, em 1969, foi acolhida por uma família português. Brás é o seu apelido de casamento. (Bom, é uma das muitas histórias bonitas que publicámos no blogue, "uma história triste com um final feliz").


2. 10. Gumerzindo Silva [, ex-Soldado Condutor Auto da CART 3331, Cuntima, 1970/72, hoje a viver na Alemanha]


Meu Caro Luis Graça. Um abraço e obrigado pelo trabalho que tu, o Carlos e o  Magalhães, não esquecendo o Briote, nos têm brindado. Que Deus vos vá dando saúde e muita força para que o nosso poilão siga crescendo. Os votos sinceros  do Caetano que na Alemanha vai dando conta do que à volta do poilão se passa.Vamos ás respostas.

(1)  Em Junho de 2008.
(2) Através do nosso encontro anual em Peso da Régua.

(3) [Membro da Tabanca Grande:] Desde 2008.
(4) Diáriamente ,a não ser a altura que tive problemas com a máquina.

(5) Tenho mandado pouco e tenho algumas coisas,mas isso irá ficar para mais tarde; penso brevemente voltar para Portugal.

(6) Sim conheço [o facebook] mas não utilizo.

(7) Sem dúvida, ao blogue.

(8) [O que mais gosto:] Tudo,  principalmente quando se fala de Cuntima, a norte de Farim.

(9) [O que menos gosto:] Certas farsas que ás vezes aparecem.

10) Não [, não tenho dificuldade em aceder ao Blogue].

(11) Representa muito, na medida em que,tive conhecimento de certos casos que se passaram no nosso meio e, que a nós passou ao lado porque ,tinha que ser assim.

(12/13) Não e com muita pena minha,continuo na Alemanha e é difícil conciliar o encontro da Tabanca Grande com o encontro da nossa [CART]  3331, este ano outra vez no mesmo dia.

(14) Sem dúvida.

(15) [Outras críticas, sugestões, comentários:] Nada tenho a dizer.

Gumerzindo Caetano da Silva
Hauptstr.112 53797 Lohmar
Alemanha

2.11. Veríssimo Ferreira [, ex-Fur Mil, CCAÇ 1422 / BCAÇ 1858, Farim, Mansabá, K3, 1965/67]

O aniversário do Batalhão dos Combatentes da Guiné, Blogue Luís & Graça & Camaradas... Salvé, 23 de abril!

(1/2) Já 9 anos? Ainda parece que foi ontem. Descobri o blogue, acidentalmente no Google e mais tarde aconselhado pelo Armando Pires, decidi vir a candidatar-me ao prémio Nobel e começar a escrever umas coisitas, que os Administradores e o meu Editor, na sua bondade,  decidiram publicar, na esperança vã e de que com o tempo, tais escrevinhadelas pudessem vir a contribuir para memória futura.

(3) Assim, por aqui ando há mais ou menos 6 meses e na qualidade honrosa de ser o grã-tabanqueiro 581, o que é obra. Plebeu, incentivado, tenho sido e até me proporcionaram um Real Editor.

(4) Consulto o blogue quase diariamente, pois que ainda tenho ali, muitas e muitas informações a absorver, excepto ao Domingo, porque esse é o dia em que o meu ego sobe...sobe e então leio...releio e vice-versa, os meus episódios vividos a rir e beneficiados pelas imagens e legendas anexadas pelo referido antes, Sr Editor Carlos Vinhal.

(5) Tenho falado com amigos, também veraneantes na Guiné e, a curto prazo, três se alistarão e têm,  ao que sei, muito a dar, para engrandecer as tropas (se tal for possível).

(6/7) De quando em vez, também vou à página da Tabanca [Grande] no Facebook, mas a informação que procuro, está aqui menos disponível.

(8/9) De qualquer forma, quer aqui, quer ali, insurjo-me e manifesto-o, com alguns elogios tecidos ao IN. Mau feitio,  o meu ? Pode ser...só que as feridas da alma não esquecem e,  se as tenho,  foi porque ele foi quem nos obrigou a passar pelo que todos passámos. Mas amo o povo Guineense, creiam.

(10) Não tenho tido dificuldades no acesso e as que se dão, prendem-se mais com a entrada na própria Internet.

(11/12/13) /Rejuvenesço recordando...as saudades são mais que muitas...tenho agora mais amigos dos bons e se tudo correr bem, devo ir abraçá-los no Encontro Nacional deste ano.

(14) Garra para continuar ? Qu'é lá isso.  amigalhaços? Claro que sim...prá frente é que é o caminho.
Se mesmo quando a bolanha enchia...se mesmo quando do lado de lá sabíamos que estava o perigo e não fugíamos, também agora ninguém será autorizado a desertar, ponto final, parágrafo.

Por isso, caros Admistradores, caros Editores, caros Colaboradores Permanentes e até nós escribas, que comungamos todos um mesmo propósito, continuemos a dar as mãos, e em uníssono gritemos para que o nosso Batalhão jovem do veterano Blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné, se faça ouvir lá bem longe. Parabéns, conta muitos.

2.12. Gilda [Brandão] Brás [, aqui na foto à direita, com o marido e a filha]

Bom dia,  Amigo Luís, espero que esteja tudo bem consigo e com os seus. Eu cá vou indo, ainda no desemprego, mas colaborando com quem precisa da minha ajuda, neste caso numa IPSS, mas, não estou a gostar, pois vejo muita injustiça e maldade e não consigo lidar com isso; no final deste mês acaba o meu contrato e já pedi ao centro de emprego para não o renovar.
Desculpe de só responder agora, mas só hoje é que consegui tirar algum tempo para o fazer.
Um abraço
Gilda Brandão

(1) Há cerca de 5/6 anos, não tenho a certeza. [Mais exatamente, em 25 de julho de 2007]

(2) Através do Google, quando procurava informação sobre o meu pai, Afonso Pinho Brandão.

(3) Sou membro da nossa Tabanca Grande desde dessa altura, penso que em 2008

(4) Agora vou menos vezes, costumo ir mais ao facebook.

(5) Não, não tenho enviado nada nos últimos tempos.

(6) Conheço, sim, [a nossa página do facebook]

(7) Vou mais vezes ao facebook

(8) Gosto de todos os assuntos que são abordados tanto num como noutro, mas,gosto mais de os ler no blogue.

(9) [O que gosto menos do blogue e do facebook:] As entradas de alguns "curiosos" e ainda por cima anónimos, em certas conversas, só pelo prazer de dizer mal.

(10) Sim, algumas vezes tenho dificuldades de aceder ao blogue.

(11) Representa muito, pois foi através do blogue e com o incentivo do nosso saudoso Vitor Condeço, que encontrei os meus irmão e outros familiares do meu pai; aliás, foi no 1º. encontro com os meus irmãos que vi pela primeira vez uma fotografia do meu pai.

(12/13) Nunca participei em nenhum encontro [da Tabanca Grande] e neste também não posso; mas, ainda hei-de ir um dia.

(14) Claro que tem [ fôlego para continuar], espero que por muito mais anos.

_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 12 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11383: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (4): Resposta do António Vaz [, ex-Cap Mil da CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69] , que sobreviveu a uma recente "emboscada" na estrada da vida...

(...) Questionário ao leitor do blogue:

(1) Quando é que descobriste o blogue ?

(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?

(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?

(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

Obrigado pela tua resposta, que será publicada, com direito a foto. O editor, Luís Graça. (...)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10856: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (8): Mensagens de Natal da Tertúlia (2)

MENSAGENS DE NATAL DA NOSSA TERTÚLIA (2)


Ernestino Caniço, ex-Alf Mil, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, MansabáMansoa e Bissau, 1970/72

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Manuel Luís Rodrigues Sousa (ex-Soldado da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4512, Jumbembem, 1972/74

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Mensagem do nosso camarada Tony Levezinho, ex-Fur Mil das CCAÇ 2590/CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71:

Amigo Carlos
Peço-te o favor de seres o portador de um forte Abraço a todos os nossos Amigos e Camaradas da Tabanca Grande, com os melhores votos de Feliz Natal e de um 2013 com algum oxigénio para podermos todos respirar e aspirar a melhores dias.
 Abração
Tony Levezinho


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Mensagem do nosso camarada Francisco Palma, ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72

Estimado Carlos,
Se possível desejava enviar a todos os Administradores, Editores e colaboradores do "nosso" Blog e outros bloquistas, Tabaqueiros e o resto dos Combatentes em Geral um Grande Abraço Natalício.
BOAS FESTAS A TODOS, COM MUITA PAZ, AMOR E AMIZADE
Obrigado e tudo Bom para todos
Um abraço
Francisco Palma
CCAV 2748
Canquelifá
1970/72


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Do nosso camarada Armando Faria, ex-Fur Mil, CCAÇ 4740, Cufar, 1972/74:

Nesta quadra em que sempre trocamos/enviamos votos de PAZ, saúde e felicidade, quero repetir hoje e sempre esses salutares desejos que a todos nos irmana, Feliz Natal!
(Imagem recolhida por mim da colecção do museu do Convento de Mafra - Portugal)

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Mensagem do nosso camarada José Lima da Silva, ex-Soldado da CCAÇ 1496/BCAÇ 1876, BissumPirada e Bula, 1966/67: 

Caro Vinhal
Santo e Feliz Natal para si e família. Que o ano de 2013, não havendo certezas de nada, espero que vos seja o melhor possível.
Também se lhe for possível, transmita ao camarada Luís Graça e à tertulia, os meus cumprimentos, e também votos de Feliz Natal.
Com estima e consideração
JLS

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Mensagem do nosso camarada Jorge Picado, ex-Cap Mil na CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá e no CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72:

Amigo e Caro Camarada Mansabanho.
Aproveito esta oportunidade para te desejar e a todos os teus familiares um Bom Natal, com muita alegria e se possível um 2013 melhor do que o ano que está chegando ao fim (não é um mundo que está chegando ao fim).
Abraço- vos com o desejo de nos reencontrarmos no Novo Ano.
Jorge

Agora, mais uma tarefa, não uma ordem de velhos galões, mas um pedido. Pública ou envia aos Tabanqueiros a minha mensagem.

Um Feliz Natal e um Novo Ano de 2013 com muita saúde, são estes os meus sinceros votos e desejos para todos os Camarigos e respectivas Famílias.

Um abraço do tamanho do mundo, que vai continuar por séculos e séculos, do
Jorge Picado

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Mensagem da nossa amiga  Maria Teresa Almeida da Liga dos Combatentes:

Nesta quadra natalícia, tão importante para todos nós, quero deixar aqui, expresso, para os meus Inesquecíveis Editores deste Blog – e para TODOS os meus INESQUECÍVEIS COMBATENTES DO ULTRAMAR, e seus Familiares, os meus sinceros votos de Santo e Feliz Natal, e que o Ano Novo lhes traga tudo o que de bom tem a VIDA: A SAÚDE.
Teresa Almeida
Liga dos Combatentes



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Do nosso camarada Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 763, Os LassasCufar, 1965/66


BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO

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Da nossa amiga Gilda Brandão:

Aos meus Familiares e Amigos, um Santo e Feliz Natal, e que o novo ano vos traga saúde, paz e muita calma, para ultrapassar os momentos menos bom.

Abraços e beijinhos para todos.
Gilda
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Vd. último poste da série de 24 DE DEZEMBRO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10855: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (7): Nada chega ao meu natal de inverno / Com formigos, rabanadas / E o bacalhau com todos de Portugal ! (J.L. Mendes Gomes, Zewhlendorf, Berlin, Deutschland)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Guiné 63/74 - P8001: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (37): Venturas e desventuras da nossa amiga Gilda Brás em terras de Arouca: finalmente tem a certidão de nascimento de seu pai, Afonso Pinho Brandão


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 18 > Vista para as traseiras da Igreja tirada da torre desta, vê-se em primeiro plano o posto médico/enfermaria e outro edifício administrativo.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço >Foto 19 >Escola primária oficial na avenida, foto tirada da torre da Igreja.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 20  > A Rotunda e casas de habitação vistas da torre da Igreja.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 4Igreja Paroquial de N. Sª. de Catió.



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 34  > Rua do Bar Catió, à direita as lojas e residência do Sr. José Saad, depois o Bar com a bomba em frente, a seguir o telheiro dos jogos de ping-pong e matraquilhos e por fim o muro do quartel.

Fotos (e legendas): © Victor Condeço (2007). Direitos reservados. 


1. Notícias, fresquíssimas (e reconfortantes), da nossa amiga Gilda Brás (guineense, de nome de solteira Gilda Pinho Brandão, uma órfã de guerra, que através do nosso blogue ganhou um novo país e uma nova família, um caso, de resto, que muito sensibilizou e mobilizou os amigos e camaradas da Guiné reunidos nesta Tabanca Grande; membro da nossa Tabanca Grande desde 25 de Julho de 2007) (*)

Caro Luís: (...) Aproveito também para lhe dizer que já fui a Arouca visitar alguns familiares do meu pai Afonso, fui bem recebida pela cunhada e sobrinhos dele, mas repudiada pelos filhos dele (desculpe, mas custa-me chamá-los de irmãos).

A única coisa que lhes pedi foi que me dissessem o ano do nascimento do pai, que era para pedir uma certidão de nascimento, a resposta que obtive, foi que me dirigisse ao registo [civil], respondi que já lá tinha estado mas, como não tinha praticamente dados nenhuns, a funcionária não me pôde ajudar, respondeu que também não me podia ajudar . Desejei-lhe um bom dia e fui-me embora. Voltei novamente ao registo, pois tinha combinado com a senhora independentemente de ter alguns dados ou não, de lá voltar; Deus realmente escreve direito por linhas tortas, assim que entrei a senhora chamou-me e disse que já tinha uma certidão de nascimento do meu pai para mim; ficou tão impressionada com o caso que, durante a hora de almoço dela, foi fazer uma busca intensiva em todos os livros de registo e lá encontrou o do arouquense AFONSO PINHO BRANDÃO.


Mantenho contacto com a cunhada do meu pai (a tia Sãozinha, que é um doce de senhora) e um dos sobrinhos (o primo António) e a esposa dele, pois os outros estão emigrados. 

Pelo menos a minha filha já ficou a conhecer alguns familiares do avó de quem só sabia o nome, viu fotografias do tio avô e conheceu alguns primos e eu já sei um pouco mais da história do homem que foi o meu pai e, dou-me por satisfeita e feliz, a Márcia já pode fazer a sua árvore genealógica, com os nomes dos bisavós, avós e alguns tios.

Há duas semanas atrás uma das filhas do meu pai, como sabe que o meu primo se dá connosco, foi ter com ele para tentar saber como é que eu era, onde vivia, etc., no fim de tudo isso vira-se para ele e diz que só acredita que eu sou filha do pai dela se fizer um teste de ADN. Podem esperar sentados, pois a palavra da minha mãe Mariboi e do meu avó paterno estão acima de qualquer teste.

Peço desculpa por toda esta lenga lenga, mas só agora é que tive disponibilidade para lhe contar esta minha aventura por terras de Arouca

Muito obrigada por tudo, pois foi graças a muitos amigos do blogue, ao Luís e aos sábios conselhos do nosso saudoso Amigo Victor Condeço, que sempre me incentivou a ir mais na busca pelas minhas raízes paternas, que cheguei até aqui.


Aproveito para informar tenho um novo mail de casa [...] e no Facebook se receber um pedido de amizade de uma Gi Pinho, sou eu, apesar de a foto não ser minha. 

Um bom fim de semana, um grande beijinho para si e muito, muito obrigada por tudo.

Cumprimentos,
Gilda Brás  [Pinho Brandão, de solteira; foto à esquerda, quando veio para Portugal, aos 7 anos, para uma família de acolhimento, trazida por um camarada nosso, o Fur Mil Pina, a quem ela chama mano].

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Notas do editor:

Último poste da série > 21 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7481: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (36): O 64º Aniversário cá do rapaz (Humberto Reis), seguido da história da misteriosa bajuda de Nhabijões (Luís Graça)

(*) Vd. poste de 25 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1994: Tabanca Grande (29): Gilda Pinho Brandão: uma mulher feliz, que ganha uma nova família e um novo país


 (...) Boa tarde, Amigo Luís,

Pois é, este fim-de-semana recebi a visita do nosso amigo Pepito, um ser humano extraordinário e um guineense orgulhoso, que fala do seu país e das suas gentes com uma paixão indescritível, por mim ficava o dia todo a ouvi-lo, pena não ter podido ficar mais tempo.

Relativamente aos meus familiares, falou-me no meu primo Carlos Pinho Brandão, que foi colega dele de curso [, de Agronomia,] das circunstâncias da morte do meu pai [, Afonso Pinho Brandão,] que foram um pouco dramáticas, pois segundo o Carlos contou ele era muito querido pela população, era um homem bastante sociável: ao fazer frente a uns balantas que se queriam apropriar da casa dele, acabou por ser morto, pois estava em inferioridade numérica. O Pepito também falou-me acerca dos fulas, etnia da minha família materna. A seguir ao encontro com os meus irmãos, este foi um dos momentos mais marcantes desde que comecei esta busca pelas minhas raízes (...).


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7364: Parabéns a você (180): Eng Agr Carlos Schwarz, Pepito para os amigos, fundador e director executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento (Luís Graça, co-editores e restantes tabanqueiros / Miguel Pessoa / Zé Teixeira / Gilda Brás / António Estácio)

1. O cartoon (ele não gosta da palavra, prefere postal) é do nosso artista, Miguel Pessoa (MP), provavelmente o cartoonista mais strelado do mundo (antes de o ser, era... pilav, isto é,  costumava cruzar os céus da Guiné, no século passado, aos comandos de um Fiat G-91, até que no dia 25 de Março de 1973 atropelou um irã no cocuruto de um poilão, lá para os lados de Guileje; esta é, pelo menos, a história que ele há-de contar aos netos, quando chegar a vez dele de ser avô, e que seguramente é muito mais bonita e mágica do que aquela outra versão, mais prosaica, que corre por aí, segundo a qual a sua aeronave teria sido abatida por um míssil terra-ar SAM-7 Strela, de fabrico soviético, disparado por um tal Cab Fati, cujo patrão era um tal Manecas dos Santos, um tipo alteirão que andou a estudar no Instituto Superior Técnico, em Lisboa,  para ser engenheiro, e que poderia dar um grande basquetebolista se não tivesse nascido no sítio errado e, para mais, decidido pegar em armas contra os seus amigos tugas)...

Este cartoon (quer eu dizer, postal) foi feito por encomenda mas o Pepito (que não conhece o MP, mas que esteve há dias no Cacheu com o tal Manecas, de quem é amigo) vai adorar... É, de resto, uma das prendas que a nossa Tabanca Grande manda para o Bairro do Klélé, em Bissau, onde mora o nosso patriarca, com a sua família, a Isabel, as filhas, a neta e demais parentela, empregados, colaboradores  e amigos...

Eis o bilhetinho que o artista, MP,  me mandou: Luís, tenho dificuldade em fazer postais de pessoas com quem não me relaciono. Com o Pepito nunca tive essa oportunidade, por isso o postal que anexo é o melhor que consegui, apenas com a leitura de alguns textos... Um abraço. Miguel.

A prova de que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabnca... é Grande, é o facto de ter sido o nosso amigo Pepito a dar-nos a notícia sobre o paradeiro do homem apontou o Strela ao Fiat G-91, pilotado pelo Ten Pilav Miguel Pessoa, na tarde do dia 25 de Março de 1973, sob os céus de Guileje: Luís: O Caba Fati faleceu durante a nossa guerra de 7 de Junho de 1998. Pepito. Recordo-me de logo a seguir reencaminhar o mail ao MP, com o lacónico (e com laivos de humor negro) comentário Miguel: Já não poderás apertar a mão (e muito menos dar um abraço) ao homem que te quis matar... Luís. Mais uma vez, o MP foi, na sua resposta, de uma elegância e humor admiráveis...

Mas vamos às outras prendas,  o testemunho de alguns dos seus amigos da Tabanca Grande,  a quem eu pedi um palavrinha, bonita, para a ocasião... Desta vez não improvisámos... tanto!

Recorde-se que o ano passado, em 1/12/2009,  o aniversário (os 60 anos!!!) Pepito correram o risco de ficarem em branco, no nosso blogue... Fomos alertados para o lapso pelo nosso camarigo Jo(a)quim Mexia Alves, mesmo em cima do acontecimento:

Meus camarigos editores: Acho estranho o Carlos Schwarz (Pepito) fazer hoje anos e não haver o correspondente texto de parabéns! Ou estou eu enganado? Ou haverá outras razões? Não conheço o camarigo mas será lapso ou estão de feriado como eu? É que se for isso acho muito bem! Abraço. Joaquim.

A resposta, meio-envergonhada, veio ao fim do dia, por minha parte: Joaquim: Só demos conta esta manhã... FOI A MINHA MULHER QUE ME ALERTOU; SOMOS AMIGOS DA FAMÍLIA... E depois demora fazer um poste como deve ser... Isto é para gente profissional, em tempo inteiro... Mas já está, no blogue, desde a hora do jantar... Tens que o conhecer, nas férias em Agosto, em São Martinho do Porto...  Obrigado pelo alerta. Luís.

Foi postado tarde e a más horas (às 19h, mesmo em cima do jantar em Bissau...), mas mesmo assim caprichámos, tentando fazer o nosso melhor (*)...

O ano passado trabalhei só com a prata da casa... para homenagear um homem que não foi nosso camarada (etimologicamente falando), mas é um grande amigo, membro da nossa Tabanca Grande desde finais de 2005. Desta vez, conto com o carinho e a amizade de alguns tabanqueiros muito especiais: o Zé Teixeira, o António Estácio,  a Gilda Pinho Brandão (hoje, Brás), estes dois últimos guineenses da diáspora... Sem esquecer este seu amigo, Luís, mais a Alice, a Joana e o João... (LG).

2. José Teixeira (O rosto mais visível, o líder da nossa Campanha de Angariação de Fundos para Sementes e Água Potável para a Guiné-Bissau):

Pepito:

Em cada dia que nasce,
ousas sonhar com um amanhã mais sorridente,
mesmo quando no horizonte
se apresenta carregado de escuras nuvens.

Acreditas mesmo que é possível a mudança.
Toda a tua forma de ser e estar na vida reflecte isso mesmo.
Tu provocas a mudança.
Avanças, desafias o futuro.
O futuro da tua terra,
que te habituaste a amar nas suas gentes,
cujos sonhos e anseios têm sido continuamente adiados.

Acreditas nas pessoas
e imprimes a confiança necessária
para que se sintam com vontade de agir.
As transformações vão acontecendo.

Tenho bem guardado na mente a visita
que fizemos juntos a Cabedú.
A forma como foste recebido.
A festa daquela dgenti da mato no mais profundo da Guiné,
por ter a partir daquele dia a água potável
que não viam por perto há trinta e cinco anos.
Quiseram a tua presença para inaugurar o fontanário.
Tinham sido aliciados por ti,
apoiados por ti via AD
e motivados por ti a seguirem em frente.

Agora quiseram a tua presença
para com eles entrares na sua festa.
A festa da esperança,
porque muita coisa ia mudar a partir daquele dia
em que tinham água ali mesmo,
na tabanca.
A forma como te pediram para arranjar as simenti
demonstrou bem como confiavam no Pepito.

Deixa-me contar-te um segredo.
Nesse dia, os nossos companheiros de jornada,
no Simpósio de Guiledje,
foram a uma romagem de saudade e turismo a Cacine.
Eu estava pronto para partir na barca quer os levou.
Quando soube que tu não ias,
preferi acompanhar-te a Cabedú.
Eu o Zé Carioca e outro Gringo de Guiledje,
cujo nome me escapa.
Não calculas como me senti feliz.
Logo ali, sentimos o grito das gentes de uma tabanca
que acreditava ser possível melhorar a sua forma de vida,
agora que tinham água.
Vi lágrimas nos olhos do Zé
e eu também chorei de emoção.

Logo ali pensamos que talvez pudéssemos dar uma ajudinha.
Regressados a Portugal,
 o Zé Carioca organizou a campanha de sementes.
Chegaram ao destino e deram fruto.
Provou-o o Carlos Silva no ano seguinte,
quando passou por lá.


Foi ali, naquele bocadinho de terra,
em plena mata do Cantanhez,
naquela gente humilde e analfabeta,
naquelas mulheres vestidas com o fato domingueiro,
que eu acordei para a realidade do povo guineense.
A mudança é possível
quando as pessoas querem
e usufruem dos meios e técnicas.
O Povo da Guiné,
aquela dgenti que eu conheci num ambiente de guerra.
Gente que durante anos conviveu com o fantasma da morte
na ponta de uma espingarda.
Gente a quem outrora foi prometido Uma Guiné melhor.
Gente que se cansou de ouvir slogans de mudança para melhor,
acabou por acreditar em si própria
e procurou fazer caminho.

Outras sementes se lançaram,
naquela linda tarde primaveril.
Ali nasceu a campanha
Sementes e água potável para A Guiné-Bissau.
Campanha que vai dando alguns frutos.

Neste dia em que comemoras mais uma primavera,
eu quero estar contigo,
num abraço de esperança.
O futuro a Deus pertence,
diz o ditado popular,
reflexo da sabedoria das gentes que nos antecederam.
Que o teu futuro seja longo e feliz,
na família que te ama,
nos muitos amigos que te admiram e estimam.

Até sempre, bom amigo.

Zé Teixeira
http://empada.no.comunidades.net/index.php

[ Revisão / fixação de texto: L.G.]


3. António Estácio, nascido em Bissau, em 1947, no chão papel, de enxerto transmontano, escritor, sinólogo, amigo do Zé Neto, do Mário Dias, do Pepito e do Graça de Abreu, membro da nossa Tabanca Grande desde Maio passado, também fez questão de mandar uma palavrinha para o Pepito, seu amigo e condiscípulo do Liceu Honório Barreto (onde era professora a mãe do Pepito, a Dra. Clara Schwarz, que continua honrar o nosso blogue com a sua presença e com os 95 anos!)


Meu Caro Pepito:

Como vai longe o mês de Dezembro de 1963 quando, no nosso 5º ano do Liceu Honório Barreto, em Bissau e em casa dos teus pais, celebrámos o teu aniversário com um agradável convívio, animado pelo saudoso colega Armandinho Salvaterra que, para gáudio dos presentes, se não furtou a, meio desengonçado, brindar-nos com uns passos de merengue !...

Ao longo da décadas, foram os anos passando e,  ainda que o destino nos tivesse separado e, como no meu caso, levado para remotas paragens, jamais enfraqueceu a nossa amizade, a qual, direi que tonificada pela saudade, se robusteceu.

Nos últimos anos, ainda que por curto período, tenho tido o prazer de estar contigo e me aperceber da seriedade com que, em prol de camadas mais desfavorecidas da população da nossa terra,  acompanhas vários projectos que, através da tua ONG, puseste em prática e do entusiasmo que evidencias em implementar outros.

E se, entre nós, há datas que merecem ser recordadas destaco pela oportunidade a celebração do teu aniversário natalício que hoje, 1 de Dezembro, se assinala. Como tal, proveito a oportunidade que me é dada para te felicitar, desejando que, com saúde e motivação, contes muitos e eu a ver.

Recebe pois um abração do amigo que muito te estima e tanto te recorda.

António J. Estácio [, foto à direita]


4. Gilda Brás (guineense, de nome de solteira Gilda Pinho Brandão, uma órfã de guerra, que através do nosso blogue ganhou um novo país e uma nova família, um caso, de resto,  que muito sensibilizou e mobilizou os amigos e camaradas da Guiné reunidos nesta Tabanca Grande; membro da nossa Tabanca Grande desde 25 de Julho de 2007) (**)

Olá, Amigo Luís, tudo bem consigo? Por cá vamos indo com a graça do Criador.

Que dizer em relação ao nosso Amigo Pepito?  Tudo o que eu possa dizer é pouco para a dimensão do trabalho e do bem que ele tem feito pelos guineenses e não só, portanto, só lhe posso desejar um dia super feliz na companhia de todos que o amam e enviar-lhe um grande beijinho de parabéns com muita amizade e carinho.

Um grande beijinho para si também e um excelente fim-de-semana.
 








5. Luís Graça, Alice Carneiro, Joana Graça, João Graça (algures, em Havana, de férias):









Fonte:  Artur Augusto da Silva - Pequena viagem através de África: Conferência pronunciada em 1963 no Salão Nobre da Associação Comercial  da Guiné, no 46º Aniversário da sua fundação. Bissau: Novagráfica. 2009 (Ed. lit, Henrique Schwarz, João Schwarz e Carlos Schwarz), capa + pp.1-3. Cópia de exemplar oferecido por Clara Schwarz ao João Graça, há dois anos atrás...



Portugal > Grande Lisboa > Alfragide > Luís Graça, frente ao computador, explorando a velha carta (militar) com o mapa geral da então província portuguesa da Guiné (1961)... Por onde andará o seu amigo Pepito ?

Foto: © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados.




Guiné-Bissau > Bissau > Bairro do Klélé > Casa da família Schwarz > 5 de Dezembro de 2009 > O Pepito preparando-se para sacrificar... o queijinho de ovelha  que o João Graça lhe levou de Portugal... com o seu cheirinho tão característico... e que nas alfândegas se confunde com o chulezinho das sapatilhas embrulhadas em papel de jornal...

Foto: © João Graça (2009). Todos os direitos reservados.


Querido Pepito: 

Temos o privilégio de te ter como amigo. Somos privilegiados por tu nos considerares como teus amigos. A amizade exige reciprocidade e sobretudo não deve ser tratada como coisa banal. É uma relação que implica direitos e deveres. Como todas as relações humanas positivas. É uma planta que precisa de ser regada. E adubada. 

Dito isto, cá estamos hoje para te desejar,  não a eternidade (o que seria um bico de obra  só para te poder acompanhar, e nós confessamos que não temos a tua pedalada), mas no mínimo muita saúde e longa vida, com qualidade de cinco estrelas, já que tu mereces tudo... 

Não vamos (por não podermos) estar aí, hoje,  na tua casa, no Bairro do Klélé, com a tua tribo. Fisicamente, falando. Mas estamos,  como o teu irã protector, a zelar por ti e a tua família, a torcer por ti, pela tua AD, pelos teus projectos, pelos teus colaboradores, pelas tuas gentes, no Klélé, no Cacheu, no Cantanhez, que tu ajudas a ganhar asas para voar, a dar autonomia para sair do círculo vicioso da pobreza, a materializar a esperança, a sonhar, a viver com dignidade e liberdade...

Não te imagino longe da tua Guiné, em Lisboa ou noutra cidade qualquer do dito 1º mundo, a gozar as delícias do sistema (era uma expressão, irónica, que eu, L.G., gostava de usar quando passei menos de dois meses em Contuboel, na tua Contuboel, então um "oásis de paz", entre Junho e Julho de 1969). Para além da família e dos amigos, Lisboa também é boa e tem algumas coisas boas, como os médicos, os nossos hospitais públicos, os pastéis de Belém, o queixo de ovelha, as amêijoas à Bulhão Pato e, claro, os Melech Mechaya... Mas a gente sabe que a tua raison d'être está aí, nessa terra que é tua, toda tua, de pleno direito  (e também um bocadinho nossa, por açúcar e por afecto). Claro que a gente gosta de te ver por cá, tanto quanto tu gostas de nos receber lá... 

Acabas de realizar mais um sonho, que foi o Festival Cultural Cacheu, Caminho de Escravos (que decorreu entre 18 a 25 de Novembro deste ano,  no quadro do projecto “O Percurso dos Quilombos: da África para o Brasil e o Regresso às Origens”).  Temos indicações que foi um sucesso, sob todos os pontos de vista...Que melhor prendas de anos o teu irã protector te poderia dar este ano,  diz-nos lá?!... Se estiveres com o teu sorriso de bom gigante, vamos interpretá-lo como um sinal de satisfação pela missão cumprida... Podes imaginar, por outro lado, ao tamanho da nossa pena por não podermos estar aí contigo e com a tua gente, num momento tão especial e histórico como terá sido esse... Hoje, dia dos teus anos, não sabemos se já regressaste a casa, já que, pela informação da tua mamã, deverás estar em Iemberém... A propósito, o Luís telefonou-lhe ontem, tinha acabado de fazer uma pequena cirurgia oftalmológica e estava bem...

Não queríamos terminar sem fazer uma pequena homenagem ao teu pai, Artur Augusto Silva [, foto acima, à esquerda], que foi e continua a ser um exemplo inspirador para ti.  O seu amor por África e a sua sabedoria humana merecem ser melhor conhecidos no nosso blogue e partilhados pelos amigos e camaradas da Guiné. Daí termos tomado a liberdade de ter transcrito, com a devida vénia aos editores do livro (os três  manos Schwarz), as três primeiras páginas de Pequena Viagem através de África

O Pepito, corajoso, determinado, frontal, crítico, realizador, generoso, solidário, visionário, rebelde, libertário, que nós conhecemos e admiramos, foi buscar ao seu pai, Artur,  à sua mãe, Clara, e aos seus antepassados, essa força anímica que o leva a recomeçar, recomeçar sempre, ou sempre que a vida prega as suas partidas...   A vida com as suas minas e armadilhas...

Meia dúzia de anos depois de eu, L.G., calcorrear as estradas e as picadas do triângulo Xime-Bambadinca-Xitole (1969/71), o Pepito está de volta à sua terra, em 1975, como engenheiro agrónomo, casado (com a Isabel), pai de uma filha (, a Cristina), arregaçando as mangas e distribuindo sementes de arroz e de mancarra pelos agricultores do leste e do sul do novo país, do seu país, onde nasceu em 1949... Foi o seu verdadeiro baptimo de fogo, aqui recapitulado:

(...) "Ofereci-me para essa missão e é assim que após uma primeira paragem em Bafatá para distribuir sementes de arroz, carrego 20 toneladas de mancarra com destino a Catió, sul da Guiné-Bissau. Ao chegar a Bambadinca, o condutor do camião redobra de cuidados e atenções. É que, na mesma estrada que ligava a Xitole e depois a Saltinho, tinham 'saltado' poucos dias antes, 2 camiões dos 'Armazéns do Povo' que se desviaram ligeiramente das bermas da estrada e pisado uma mina.


"De olhos esbugalhados, não era só o condutor a dirigir o camião. Também eu o conduzia, sem pestanejar, mas sem pedal nem volante. Era o meu baptismo de 'fogo' nas estradas da Guiné-Bissau que continuaram durante alguns anos a ameaçar todos os que a utilizavam, sem que isso impedisse os técnicos de abdicarem das suas missões patrióticas" (...). (***)

______________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 1 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5386: Parabéns a você (46): Carlos Schwarz Silva, simplesmente Pepito, para os felupes, os nalus, os fulas, os companheiros da AD e os tugas... do nosso blogue (Luís Graça)


(**) Vd. poste de 25 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1994: Tabanca Grande (29): Gilda Pinho Brandão: uma mulher feliz, que ganha uma nova família e um novo país


(...) Boa tarde, Amigo Luís,



Pois é, este fim-de-semana recebi a visita do nosso amigo Pepito, um ser humano extraordinário e um guineense orgulhoso, que fala do seu país e das suas gentes com uma paixão indescritível, por mim ficava o dia todo a ouvi-lo, pena não ter podido ficar mais tempo.


Relativamente aos meus familiares, falou-me no meu primo Carlos Pinho Brandão, que foi colega dele de curso [, de Agronomia,] das circunstâncias da morte do meu pai [, Afonso Pinho Brandão,] que foram um pouco dramáticas, pois segundo o Carlos contou ele era muito querido pela população, era um homem bastante sociável: ao fazer frente a uns balantas que se queriam apropriar da casa dele, acabou por ser morto, pois estava em inferioridade numérica. O Pepito também falou-me acerca dos fulas, etnia da minha família materna. A seguir ao encontro com os meus irmãos, este foi um dos momentos mais marcantes desde que comecei esta busca pelas minhas raízes (...).

(***) Último poste desta série > 27 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7346: Parabéns a você (179): Agradecimento de Jorge Teixeira, ex-Fur Mil Art.ª da CART 2412

domingo, 27 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5545: Votos de Feliz Natal 2009 e Bom Novo Ano 2010 (23): Gilda Pinho Brandão (ou Gilda Brás)

  1. Mensagem natalícia da nossa amiga Gilda Pinho Brandão (hoje, Brás, por casamento). uma órfã de guerra, que através do nosso blogue ganhou um novo país e uma nova família (um caso que muito sensibilizou e mobilizou os amigos e camaradas da Guiné reunidos nesta Tabanca Grande) (*):

Para todos vós

A todos os meus amigos, colegas e a àqueles que não pertencendo a nenhum dos dois grupos, "pisaram a areia da minha praia", deixando recordações de carinho, solidariedade, respeito e consideração e, me surpreenderam levando-me a acreditar que vale a pena que os anos se sucedam, sempre na esperança de ter sonhos, se não concretizados, pelo menos sonhados, desejo "Um Natal cheio de Paz e que a nova década seja cheia de alegria e prosperidade".

Um beijinho de coração,

Gilda Brandão

____________

Nota de L.G.:

Vd. postes de:
30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1798: Região de Catió: Descendentes da família Pinho Brandão procuram-se (Gilda Pinho Brandão)

(...) 1. Mensagem enviada por Gilda Bras:

Muito boa tarde,

Parabéns pela vossa página, pois ajudou-me a descobrir que a família que eu procuro há mais de 35 anos, foi importante para a formação da Guiné.

Não sei se alguém me pode ajudar, eu gostava de encontrar familiares do Afonso Pinho Brandão e Manuel Pinho Brandão, comerciantes importantes na Guiné na altura da Guerra.

Sou filha do Afonso Pinho Brandão, chamo-me Gilda Pinho Brandão. Se me puderem ajudar, podem fazê-lo para o meu e-mail.

Muito obrigada e continuem com o vosso bom trabalho.

Cumprimentos
Gilda Brás (...)


3 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1811: Vim para Portugal aos 7 anos, em 1969, e não tenho uma fotografia de meu pai, A. Pinho Brandão (Gilda Pinho Brandão, 44 anos)

(...) A minha história é um bocado longa, mas vou tentar resumi-la em poucas linhas:

(i) Vim da Guiné em 1969, a pedido da mãe do militar (Furriel Pina) que me trouxe; tinha 7 anos e lembro-me de vir num barco de guerra com os militares todos e mais um menino negro chamado Domingos (já falecido).

(ii) Esta família deu-me tudo e cuidou de mim como se fosse da família; hoje com 44 anos, perdi um bocado as minhas raízes guineenses, mas tenho uma família portuguesa fantástica.

(iii) Este ano acabei por descobrir que tenho mais 8 irmãos (só da parte do pai Afonso), espalhados por Portugal, Alemanha e Guiné. Conheci dois deles no fim-de-semana passado e espero muito em breve conhecê-los todos.

(iv) Os meus familiares maternos continuam na Guiné, poucas lembranças tenho deles, o único membro de que me lembrava mais ou menos era da minha avó, mas que já faleceu há algum tempo, a minha mãe faleceu há cerca de 2 anos.

(v) Nunca mais voltei lá mas, agora que tenho uma filha, terei que pensar em visitá-los, para lhe apresentar a família biológica.

Mais uma vez muito obrigada pelas vossas palavras, a guerra foi muito “feia” e “má”, mas contribuiu para se fazerem GRANDES AMIZADES. (...)


5 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1817: Catió: Em busca da família Pinho Brandão (Leopoldo Amado / Victor Condeço / Armindo Batata / Gilda Pinho Brandão)

(...) Bom dia Amigos,

Muito, muito obrigada. Não encontro palavras, para vos expressar o que sinto com todas estas informações.

Vou falar com o meu irmão (Furriel Pina), para o caso de ele ter algumas fotos nossas da Guiné e dar-lhe o contacto desta fantástica Tertúlia de Amigos da Guiné.

Ao Dr. Luís Graça em particular, os meus sinceros agradecimentos pelo tempo dedicado ao meu caso.

Cumprimentos e até breve

Gilda Brás (...)


25 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1994: Tabanca Grande (29): Gilda Pinho Brandão: uma mulher feliz, que ganha uma nova família e um novo país

(...) Boa tarde, Amigo Luís,

Pois é, este fim-de-semana recebi a visita do nosso amigo Pepito, um ser humano extraordinário e um guineense orgulhoso, que fala do seu país e das suas gentes com uma paixão indescritível, por mim ficava o dia todo a ouvi-lo, pena não ter podido ficar mais tempo.

Relativamente aos meus familiares, falou-me no meu primo Carlos Pinho Brandão, que foi colega dele de curso [, de Agronomia,] das circunstâncias da morte do meu pai [, Afonso Pinho Brandão,] que foram um pouco dramáticas, pois segundo o Carlos contou ele era muito querido pela população, era um homem bastante sociável: ao fazer frente a uns balantas que se queriam apropriar da casa dele, acabou por ser morto, pois estava em inferioridade numérica. O Pepito também falou-me acerca dos fulas, etnia da minha família materna. A seguir ao encontro com os meus irmãos, este foi um dos momentos mais marcantes desde que comecei esta busca pelas minhas raízes (...).

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1994: Tabanca Grande (29): Gilda Pinho Brandão: uma mulher feliz, que ganha uma nova família e um novo país

1. Mensagem da Gilda Bráz (ou Gilda Pinho Brandão, novo membro da nossa tertúlia) (1):

Boa tarde, Amigo Luís,

Pois é, este fim-de-semana recebi a visita do nosso amigo Pepito, um ser humano extraordinário e um guineense orgulhoso, que fala do seu país e das suas gentes com uma paixão indescritível, por mim ficava o dia todo a ouvi-lo, pena não ter podido ficar mais tempo.

Relativamente aos meus familiares, falou-me no meu primo Carlos Pinho Brandão, que foi colega dele de curso [, de Agronomia,] das circunstâncias da morte do meu pai [, Afonso Pinho Brandão,] que foram um pouco dramáticas, pois segundo o Carlos contou ele era muito querido pela população, era um homem bastante sociável: ao fazer frente a uns balantas que se queriam apropriar da casa dele, acabou por ser morto, pois estava em inferioridade numérica. O Pepito também falou-me acerca dos fulas, etnia da minha família materna. A seguir ao encontro com os meus irmãos, este foi um dos momentos mais marcantes desde que comecei esta busca pelas minhas raízes (1).

Hoje enviei também um e-mail ao nosso amigo Victor Condeço, a falar-lhe acerca deste encontro.
Vocês vão sempre fazer parte daquele grupo restrito a que eu chamo AMIGOS; se houvesse mais pessoas com os mesmos princípios e formas de estar na vida como vós, o mundo seria bem mais “saudável”.

A minha próxima etapa é neste fim-de-semana tentar encontrar-me com o Souleimane Silá (conhecido do Victor) que mora perto de mim.

Como deve calcular, meu bom amigo, todas estas informações estão a ter um impacto superpositivo no meu dia a dia; sou por natureza uma pessoa alegre, mas ultimamente nota-se mais essa boa disposição; os meus colegas pensam que é devido ao facto de ter mudado de casa; é óbvio que também contribui, mas nada se compara à felicidade que sinto quando os meus irmãos me telefonam a perguntar se está tudo bem e se preciso de alguma coisa. É difícil explicar por palavras o meu estado de espírito nesta boa fase da minha vida, só sei que me sinto muito feliz com tudo o que está a acontecer.

Muito obrigada por tudo.

Uma boa semana de trabalho e um abraço com amizade

Gilda

2. Comentário de L.G.:

Gilda: É bom saber que a Gilda voltou a ganhar uma nova família e um novo país. E que o nosso blogue deu um pequeno contributo para isso. Espero que um dia nos possamos encontrar, numa das reuniões da nossa tertúlia. Continue a contar connosco.
____________________

Nota dos editores:

1) Vd. posts anteriores:

4 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1919 - Tabanca Grande (22): Gilda Pinho Brandão, uma nova amiga

10 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1829: Tabanca Grande (9): À Gilda e a todas as vítimas de guerras, discriminação, racismo... (Torcato Mendonça)

6 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1819: De Catió a Lisboa, de menina a Mulher Grande ou uma história triste com final feliz (Gilda Pinho Brandão / Luís Graça)

5 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1817: Catió: Em busca da família Pinho Brandão (Leopoldo Amado / Victor Condeço / Armindo Batata / Gilda Pinho Brandão)

3 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1811: Vim para Portugal aos 7 anos, em 1969, e não tenho uma fotografia de meu pai, A. Pinho Brandão (Gilda Pinho Brandão, 44 anos)

30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1798: Região de Catió: Descendentes da família Pinho Brandão procuram-se (Gilda Pinho Brandão)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1919: Tabanca Grande (22): Gilda Pinho Brandão, uma nova amiga


Guiné > Região de Tombali > Catió > A Gilda Pinho Brandão, com sete anos, algum tempo antes de vir para Portugal, para uma família de acolhimento.

Foto: © Gilda Brás (2007). Direitos reservados

1. Mensagem da nossa amiga Gilda [Pinho Brandão], com data de 15 de Junho último:

Boa tarde meu Bom Amigo,

Que boa informação esta que acabam de me transmitir Fico muito feliz por saber que tenho mais um familiar interessado em me conhecer[vd. ponto 2].

Peço desculpa de ontem não ter contactado, regressei mais cedo das férias, pois ainda falta uns pequenos detalhes na casa e só conseguimos fazer a mudança definitiva no final da semana que vem.

Não resisto a enviar-lhe uma foto tirada poucos dias antes de vir para Portugal (está um pouco velhota, pois já tem 37 anos em cima) e, como por enquanto não encontro as caixas com os meus álbuns das fotografias, junto uma foto (prova) recente com os meus dois amores [, o meu marido Pedro e a nossa filha], para que nos conheça um pouco mais. Quando estiver instalada na minha casa, envio-lhe uma sozinha, para inserir na nossa Tertúlia.

Portugal > 2007 > A Gilda, o seu marido Pedro e a filha. Foto: © Gilda Brás (2007). Direitos reservados


Os meus contactos são: 967 983 685 [...]; relativamente à morada, prefiro aguardar mais uma semana e envio a morada correcta, a localidade chama-se Abóboda e fica na freguesia de S. Domingos de Rana.

Mais uma vez o meu muito obrigada todos os tertulianos mas, em especial a Si, ao Pepito e ao Dr. Leopoldo, pelo vosso empenho e dedicação nesta busca.

Eu sei que vocês são Amigos e Solidários, senão nunca teriam respondido ao meu pedido de ajuda.

(...) Um abraço com amizade . Gilda


2. Mensagem do Pepito/ AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau), também com data de 15 de Junho:

Amigo Luís:

Desde que li o pedido de apoio da Gilda Pinho Brandão, tentei contactar o meu amigo Engº Carlos de Pinho Brandão, tio da Gilda, o que consegui hoje.

Ele mostrou-se muito sensibilizado em recebê-la em sua casa se ela decidir visitar a família em Bissau. Diz que a reconheceu logo pois é muito parecida com a irmã dela que também está cá.

Para o caso de ela querer falar directamente com ele, aqui seguem os numeros de telefone: 6630623 e 7202781, antecedidos do indicativo 00.245.

O Carlos gostaria de ter os contactos dela (telefone e morada) para o caso de ir a Portugal e poder vê-la.

abraços

pepito


PS - O Carlos contou-me as circustâncias da morte do Adolfo (pai da Gilda), só imagináveis numa situação de guerra.

3. Comentário do editor do blogue: Obrigado, Pepito, pelas tuas diligências. Diz-me só se o nome do pai da Gilda está correcto: Adolfo ou Afonso ? Para a Gilda (e família) vão os nossos parabéns pela sua persistência na procura das suas raízes e da sua família guineense. Seja bem-vinda à nossa Tabanca Grande. Obrigado à malta da nossa tertúlia por, mais uma vez, se mostrar solidária e interessada por este caso que acaba por ter um final feliz...

PS - Afonso (e não Adolfo): já corrigiu o Pepito.
______________

Nota de L.G.:

(1) Sobre este caso, vd. os seguintes posts:

30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1798: Região de Catió: Descendentes da família Pinho Brandão procuram-se (Gilda Pinho Brandão)

3 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1811: Vim para Portugal aos 7 anos, em 1969, e não tenho uma fotografia de meu pai, A. Pinho Brandão (Gilda Pinho Brandão, 44 anos)

5 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1817: Catió: Em busca da família Pinho Brandão (Leopoldo Amado / Victor Condeço / Armindo Batata / Gilda Pinho Brandão)

6 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1819: De Catió a Lisboa, de menina a Mulher Grande ou uma história triste com final feliz (Gilda Pinho Brandão / Luís Graça)

10 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1829: Tabanca Grande (9): À Gilda e a todas as vítimas de guerras, discriminação, racismo... (Torcato Mendonça)

domingo, 10 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1829: Ser solidário: À Gilda e a todas as vítimas de guerras, discriminação, racismo... (Torcato Mendonça)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > Fotos Falantes II > Putos do campo fortificado de Mansambo...

Foto: © Torcato Mendonça (2007). Direitos reservados.

1. Mensagem do Torcato Mendonça (ex-Alf Mil da CART 2339, Zona Leste, Sector L1, Mansambo , 1968/69) . Vive actualmente no Fundão, o coração dos lusitanos e do Viriato, que merece uma visita, com tempo e vagar, não só pela sua cereja e a sua festa (15 a 17 de Junho próximos) pelo seu património arquitectónico, pelo seu Museu Arqueológico Municipal José Monteiroe pela sua novíssima casa da cultura, a Moagem - Cidade do Engenho e das Artes... De facto, há mais vida, para lá do litoral, do eixo Setúbal-Lisboa-Coimbra-Porto-Braga e das autoestradas que nos levam da periferia ao centro... A A23, por exemplo, que nos leva ao Fundão e à Cova da Beira e às nossas raízes lusitanas... (LG)


Eih, pá, consegues dizer praticamente ou realmente tudo. Esta estória (1) é, para mim, um cântico à tragédia das guerras, ao sofrimento daqueles miúdos que nós conhecemos, às mães e pais a sofreram aquele drama. Há um aperto em mim, se sou piegas problema meu, mas recordo, talvez o que mais fortemente recordo são os meninos e o olhar…um olhar doce, a suplicar ajuda das mães.

Luís, só por este post, só por esta estória valia a pena ter um espaço na Net para ajudar…contribuir para que as pessoas, que tanto sofreram, sejam um dia, mais felizes. Tocou-me e não dá para continuar. Obrigado a ti, aos camaradas que ajudaram a Gilda e que ela, a filha, a família sejam felizes. Que, se assim o desejarem, voltem a reunir-se à sombra das mangueiras e dos poilões… e a Gilda diga que é de Catió, de Cascais, portuguesa ou guineense, as duas naturalidades… E não se esqueça que nós, humanos, temos diferentes cores…religiões…eu sei lá…Felizmente tanta diferença para, ao fim e ao cabo, sermos todos iguais, humanos.

Obrigado por este final de tarde, mesmo sofrido.

Um abraço para ti, para a Gilda (1) e, através dela, para todos os que foram – continuam a ser – vítimas de guerras, de discriminação, de racismo, de tanto sofrimento… o tal Grito de protesto…


Torcato Mendonça
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Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 6 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1819: De Catió a Lisboa, de menina a Mulher Grande ou uma história triste com final feliz (Gilda Pinho Brandão / Luís Graça)

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1798: Região de Catió: Descendentes da família Pinho Brandão procuram-se (Gilda Pinho Brandão)


Guiné > Região de Tombali > Ilha do Como > 1964 > Croquis da Op Tridente (de 14 de Janeiro a 24 de Março de 1964) .... "A designada Ilha do Como é, na realidade, constituída por 3 ilhas: Caiar, Como e Catunco mas que formam na prática um todo, já que a separação entre elas é feita por canais relativamente estreitos e apenas na maré-cheia essa separação é notória". O Mário Dias, que participou na Operação Tridente, desenhou este croquis com base na carta da província da Guiné (1961). A vermelho, aparece assinalada a famosa Casa Brandão que esteve no centro da batalha da Ilha do Como, uma batalha mítica para o PAIGC e para a sua máquina de propaganda (LG).


Infogravura: © Mário Dias (2005). Direitos reservados.


1. Mensagem enviada por Gilda Bras:

Muito boa tarde,

Parabéns pela vossa página, pois ajudou-me a descobrir que a família que eu procuro há mais de 35 anos, foi importante para a formação da Guiné.

Não sei se alguém me pode ajudar, eu gostava de encontrar familiares do Afonso Pinho Brandão e Manuel Pinho Brandão, comerciantes importantes na Guiné na altura da Guerra (1).

Sou filha do Afonso Pinho Brandão, chamo-me Gilda Pinho Brandão. Se me puderem ajudar, podem fazê-lo para o meu e-mail.

Muito obrigada e continuem com o vosso bom trabalho.

Cumprimentos


Gilda Brás

2. Minha querida:

Dois dos nossos camaradas que estiveram na Ilha do Como e em Catió, têm apontamentos sobre a família Pinho Brandão. Pelo que presumo das suas palavras, o Afonso e o Manuel Pinho Brandão seriam irmãos. É isso ? Será que estamos a falar da mesma família ? Julgo que sim. Pode ser que que os nossos camaradas Mário Dias e Mendes Gomes possam acrescentar algo mais sobre estes importantes comerciantes e proprietários da Região de Tombali. Obrigado pela simpática apreciação que faz do nosso blogue. Apareça sempre. Saudações. Luís Graça & Camaradas da Guiné.

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Nota de L.G.

(1) Há várias referências no nosso blogue à Casa Brandão e à figura, já então lendária, do comerciante Manuel Pinho Brandão, da Ilha do Como. Vd. posts sobre a batalha da Ilha do Como (1964):

17 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXCV: A verdade sobre a Op Tridente (Ilha do Como, 1964) (Carlos Fortunato / Mário Dias)

15 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXX: Histórias do Como (Mário Dias)

15 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXXII: Op Tridente (Ilha do Como, 1964): Parte I (Mário Dias)

(...) "[A Ilha do Como] não tinha estradas. Apenas existia uma picada que ligava as instalações do comerciante de arroz, Manuel Pinho Brandão (na prática, o dono da ilha) a Cachil. A partir desta localidade o acesso ao continente (Catió) era feito de canoa ou por outra qualquer embarcação. A casa deste comerciante era, se não estou em erro, a única construída de cimento e coberta a telha" (...)

16 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXXV: Op Tridente (Ilha do Como, 1964): II Parte (Mário Dias)

(...) "A tabanca de Cauane, bem como as restantes, estava praticamente destruída assim como a casa do comerciante Brandão, ali bem próxima. Meses antes, já a aviação havia actuado na ilha bombardeando e destruindo todas as instalações que pudessem ser proveitosas ao IN. Recordo-me ainda de assistir no QG em Santa Luzia, onde ocasionalmente me encontrava, aos protestos do referido Brandão por lhe terem escavacado tudo quanto possuía no Como" (...).

(...) "Um dos pontos que pretendíamos dominar era a picada que, partindo das imediações da casa Brandão, seguia para Norte em direcção a Cassaca e Cachil. Tarefa difícil pois o inimigo tinha instaladas à entrada da mata metralhadoras no enfiamento da picada. No dia 23 o grupo de comandos reforçado com uma secção da CCAV 488 e uma secção de fuzileiros dirigiu-se ao local para tentar alcançar e destruir as metralhadoras. Escondidos na casa Brandão, fomos progredindo de um e outro lado do ourique. Porém, ao chegarmos junto ao rio que atravessa a bolanha tínhamos que subir para o ourique e passar por umas tábuas que faziam de ponte. Como era de esperar, as metralhadoras entraram em funcionamento. Zás. Tudo a saltar de novo para o desnível do ourique" (...).

17 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXXX: Op Tridente (Ilha do Como, 1964): III Parte (Mário Dias)

(...) "Passagem e pequena paragem na tabanca de Cauane, troca de informações com o comandante da CCAV 488, dono da casa, e iniciámos a penetração na mata à 1 hora do dia 21, partindo da casa Brandão. Reacção do IN?...nenhuma. Progredimos até Cassaca que foi alcançada às 02H30. Feita uma batida cuidadosa à região, encontraram-se a Norte algumas casas de mato quase destruídas e há muito abandonadas" (...).

15 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLI: Falsificação da história: a batalha da Ilha do Como (Mário Dias)

Há também uma referência a um outro (?) Brandão, de Ganjola, região de Catió, e que é aqui soberbamente evocado pelo nosso camarada Mendes Gomes:


22 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1455: Crónica de um Palmeirim de Catió (Mendes Gomes, CCAÇ 728) (7): O Sr. Brandão, de Ganjolá, aliás, de Arouca, e a Sra. Sexta-Feira


(...) "Sete e Meio era o nome dado à casa que albergava os alferes da companhia de intervenção e mais alguns dos felizardos, residentes com o comando do batalhão (...).

"Era a casa do enfermeiro de antes da guerra. Como aconteceu a tantos outros, foi obrigado a cedê-la, de aquartelamento, aos militares.

"Uma pequena moradia, em cimento armado e tijolo, como as que se encontravam em qualquer parte da metrópole, ali, era um palacete de luxo, aos olhos dos indígenas das rudes tabancas de palha. Uma sala comum, quatro quartos e uma casa de banho, dava a sensação de estadia romanesca, para um aventureiro que viesse fazer uma caçada nas cerradas matas tropicais, ali ao pé.

"Era-nos fácil imaginar, com sadia cobiça, a deliciosa época da vida colonial, de antes da guerra, para os felizardos, a quem a sorte, em boa hora, escorraçara, com a pena de desterro, por feitos heterodoxos à moral reinante das gentes da metrópole.

"Era o caso do Sr. Brandão, de Ganjola, a quinze km de Catió, um injustiçado lavrador das terras de Arouca. Ali vivia há dezenas de anos, por assassínio, cometido numa das romarias da Senhora da Mó. No meio dos folguedos e romarias, por vezes, acertavam-se contas atrasadas, duma qualquer hora de desavença, mesmo no fim da missa domingueira.

"O Sr. Brandão, agora, era um velhote, rodeado de filhos e netos que foi gerando, ao sabor das madrugadas de batuque e da liberdade de escolha, sem custos, entre as mais viçosas bajudas da tabanca…

"Uma negra, velha, mas de rosto e olhar, ainda iluminados por olhos meigos, como a sua voz, doce, era a predilecta, de sempre. Seu nome, Sexta-Feira. Soava bem aos ouvidos dos falares balantas, fulas ou mandingas. Era ela quem lhe tratava das tarefas caseiras. Dedicada. Sem nada cobrar, para além do breve e malicioso sorriso do velho Brandão, quando lhe despontava o desejo do seu corpo, negro, sem idade. Podia despontar a qualquer hora. Sexta-Feira ali estava, sempre dócil e submissa.

"Uma loja farta de tudo o que chegava na carreira regular das barcaças de Bissau. Os lindos panos de cor garrida e os gordos cordões reluzentes, de fantasia, com que as negras tanto gostavam de se enfeitar.

"O vinho tinto da metrópole era o regalo dos ociosos negros, de rostos engelhados e curtidos pelo álcool, pela tarde fora, a par da cachaça de coco.O saboroso bacalhau, curado nas míticas secas da Figueira da Foz e Aveiro, tão apreciado e toda a sorte de ferragens eram tudo o que aguçava o desejo daquelas gentes, para a troca do arroz, milho, mandioca, galinhas e demais produtos que, em cortejo lento e constante, pelas picadas entre as frondosas matas, traziam em açafates, à cabeça.O preço era feito, à medida da vontade gulosa do velho, matreiro e bem afortunado, Brandão.

"Dizia-se que tinha metade das terras de Arouca… não fosse o diabo tecê-las. Ali, vivia, pacatamente, como se não houvesse guerra, numa típica mansão colonial, de um piso sobreelevado, com um varandim a toda a volta, com as dependências necessárias à farta panóplia de utensílios, alfaias e mercadoria.

"Ficava mesmo ao pé [do rio], rico de peixe, onde, infalivelmente, chegavam, em cada dia, as marés vivas capazes de lhe movimentar, de graça, os prodigiosos moinhos com que moía os cereais abundantes.

"Conhecia toda a gente, naquelas paragens, incluindo os turras, a quem pagava, com simpatia, os devidos tributos de guerra…quando não era o fornecimento das informações sobre os últimos planos de operações que, por artes obscuras, ali chegavam aos ouvidos bem afilados.

"Aquele sítio era estratégico e crucial. Por isso, um pelotão reforçado com uma metralhadora pesada, destacado de Catió, disputava-lhe os largos aposentos, como guarda avançada e tampão às possíveis arremetidas que os turras poderiam desfechar sobre Catió" (...).