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terça-feira, 16 de março de 2021

Guiné 61774 - P22010: In Memoriam (385): Joaquim da Silva Correia (1946-2021), ex-1.º Cabo, Pel Mort 1242 (Buba, 1967/69) (António Correia, filho)

 
Pel Mort  1242 (1967/69) > Alf Mil Clemente, 2.º [?] Srgt Mil Gomes, Fur Mil Albuquerque, Alf Mil Simão, 1.º Cabo [Joaquim da Silva] Correia (sublinhado a vermelho) (1946-2021), 1.º Cabo Fernandes, 1.º Cabo Gonçalves, 1.º Cabo Brito, 1.º Cabo Sousa, Soldados Cerqueira, Pepa [ou Pipa?]...

 Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > 2013 > Memorial do Pel Mort 1242 (1967/69) > ... Soldados Neto, Gomes, Sarmento, Aurélio, Pereira, Branquinho, Matias, ilegível [Silva?], Escaveira [?], E. Costa. ilegível [...Soto ?], [C]osta, ilegível [...eira]...

Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > 2013 > Memorial do Pel Mort  1242 (1967/69) >... Soldados Rodrigues, Félix, Macedo, Farropas, Teixeira,  ilegível [M. Oliveira?], M. Vieira, Domingos, Laginha, Couto, Venâncio, P. Vieira...

Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > 2013 > Memorial do Pel Mort 1242 (1967/69) >  ... Soldados P. Barbosa, Lopes, G. Barbosa, Ribeiro, Alves, Carvalho, Reis, Marques, B. Peneira, Oliveira, Anacleto... e os restantes ilegíveis



Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > 2013 > Memorial do Pel Mort 1242 (1967/69) > "Por aqui passou o Pel Mort 1242 (1967/69)"... Restos do seu memorial, com o respetivo brasão e a lista do pessoal (posto e apelido)... Tudo indica que o memorial foi alvo de um tosco (mas bem intencionado) "restauro"... 
 
Foto (e legenda) : © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guião do Pel Mort 1242 (Buba, 1967/69). 
Cortesia de Joaquim da Silva Correia / António Correia (2015)

1. Comentários deixado aqui, no poste P11653 (*), por António Correia, em  duas datas diferentes (13 de março de 2016  e 20 de fevereiro de 2020)...

Olá, boa tarde, o meu pai esteve no Pelotão de Morteiros 1242. Era o 1º cabo Correia. Ainda está vivo neste momento. Chama se Joaquim da Silva Correia. A  única pessoa que me respondeu foi o Sr Simão [ exs-alf mil, cmdt do Pelotão]. O meu pai vive em Oliveira de Azeméis. Este é  o meu contacto de telemóvel:  919966724


2. Mas também já nos tinha escrito em 2 de agosto de 2015, mandando-nos uma imagem (de fraca qualidade), como guião do Pelotão [, que reproduzimos em baixo]:

Olá, boa noite, Sr Luís. Sou António Correia, filho de Joaquim da silva Correia, que andou no Pel Mort 1242, Guiné, 1967/69. Neste momento vive em Macieira de Sarnes, concelho de Oliveira de Azeméis, Aveiro. Estou a escrever-lhe por talvez possa conhecer alguém de perto que gostaria de voltar a vê-lo. Muito obrigado, António Correia.


3. Recebi ontem, às 15h56 outra mensagem do António Correia infelizmente a comunicar o falecimento do pai:  


Olá,  boa tarde,  Sr. Luís, o meu pai faleceu dia 11 de março.

Cumprimentos, António Correia.

[, Foto à esquerda: Joaquim da Silva Correia, 74 anos (16 de junho de 1946 - 11 de março de 2021). Cortesia da agência funerária Alcino & Filho, através do portal infofunerais.pt]


4. Comentário do editor:

É muito triste a notícia que o  António nos dá. Já falei com ele  ao telefone. É o filho mais velho, tem mais duas irmãs. Aproveitei o ensejo  para lhe transmitir a ele, às irmãs, à mãe (, dois anos mais velha que o marido) e demais  família os votos de pesar da Tabanca Grande.  (**)

O nosso camarada Joaquim da Silva Correia morreu de doença prolongada (cancro no estômago, no IPO do Porto). Infelizmente, o diagnóstico da doença já foi tardio. Era natural de Penalva do Castelo, mas residia em Macieira de Sarnes, Oliveira de Azeméis., concelho onde também mora o filho.

Tem um bom álbum fotográfico do tempo da Guiné. O filho comprometeu-se a digitalizar e a mandar-nos algumas fotos. Gostaríamos que o nosso camarada entrasse para a Tabanca Grande,  a título póstumo,  não tendo nós nenhum representante do Pel Mort 1242. É, de resto, de louvar o gesto do seu filho António, procurando, em vida do pai, contactos com camaradas do seu tempo de Guiné. 

Para além dos seus camaradas de pelotão, haverá por certo outros camaradas do tempo do Joaquim da Silva Correia que o terão conhecido em Buba, entre 1967 e 1969. O Pelotão estava adido ao BART 1896 e depois ao BCAÇ 2834.

 Nas fotos acima  listados estão os apelidos e os post0s do pessoal que compunha o Pel Mort 1242. O 1.º Cabo Correia aparece em 5.º lugar na "pedra de Buba". Os nomes, em  maio de 2013, ainda continuavam  gravados nesse memorial que, esperamos,  hoje ainda se conserve em Buba, região de Quínara, Guiné-Bissau. 

5. Desta subunidade. o Pel Mort 1242 (Buba, 1967/69), de que temos poucas referências no blogue (, apenas cinco), sabemos o seguinte:

(i)  foi mobilizado pelo BC 10, Chaves;

(ii) parte do pessoal devia ser nortenho;

(iii)  esteve no TO da Guiné, em Buba, desde outubro de 1967 até agosto de 1969;

(iv) esteve adido ao BART 1896 (Buba, 1966/68); e depois ao BCAÇ 2834 (Buba, 1968/70);

(v)  regressou no T/T  Uige, em 23/8/1969, juntamente com outras tropas;

(vi) o pelotão deve ter tido esquadrões de morteiro 81 destacados noutros aquartelamentos, do sector de Buba, S2.

Recorde-se que o BART 1896 (Buba,  1966/68) em 5Abr67 foi render o BCaç 1861, assumindo então  a responsabilidade do Sector S2, com sede em Buba, e que  englobava  os subsectores de Sangonhá, Gadamael, Cameconde, Guileje, Aldeia Formosa e Buba e ainda uma companhia em Mejo. Isto até 28Mai68, sendo uma das suas missões a actuação continuada no corredor do Guileje.

Em 9Abr68, foi criado o subsector de Gandembel, e, em 12Jun68, a zona de acção  do Sector S2 foi foi reduzida da área de Aldeia Formosa.

_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 30 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11653: Em busca de... (223): Pessoal do Pel Mort 1242 (Buba, outubro de 1967/ agosto de 1969) cujos nomes ficaram gravados na "pedra de Buba"... O que é feito de ti, camarada Clemente, ex-alf mil e comandante? E de ti, Simão? E de ti, Laginha?... E de vocês todos, 44 anos anos depois de terem regressado no T/T Uíge, em 23/8/1969?

(**) Último poste da série > 14 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22007: In Memoriam (384): Ex-Fur Mil Cav Vítor Manuel de Carvalho Serrão da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66 (Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil Cav)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Guiné 61/ 74 - P18346: (D)o outro lado do combate (19): Os fracassos assumidos pelo PAIGC no ataque a Buba, de 12 de outubro de 1969 … E os outros que se seguiram (ao tempo da CCAÇ 2382 e do Pel Mort 2138) - Parte I (Jorge Araújo)



Guiné > Região de Quínara > Buba  > Material capturado ao PAIGC em 23 de novembro de 1968: granadas, minas, cunhetes de munições, medicamentos, géneros alimentícios enlatados, material diverso, incluindo um "poster" (ou retrato em tamanho médio, tipo 18'' x 24'')  de 'Che' Guevara, seguramente trazido pelos cubanos...

Foto do camarada Francisco Gomes, 1.º cabo escriturário da CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael (1968/1969). In: https://guine6869.wordpress.com/album/  (com a devida vénia.


Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 
(Xime-Mansambo, 1972/1974)


GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE  > OS FRACASSOS ASSUMIDOS PELO PAIGC NO ATAQUE A BUBA [12OUT1969] … E OS OUTROS QUE SE SEGUIRAM  (AO TEMPO DA CCAÇ 2382 E DO PEL MORT 2138 - Parte I


por Jorge Araújo


1. INTRODUÇÃO

Nas últimas três narrativas estivemos focalizados na região de Buba, ao tempo da CCAÇ 2382 e Pel Mort 2138, com a primeira visita a acontecer por acaso, quando encontrámos uma foto de um «espaldão de morteiros 81» no Arquivo Amílcar Cabral, localizada na Casa Comum – Fundação Mário Soares, e que, após identificado o local, nos permitiu chegar ao episódio de um ataque a esse Aquartelamento ocorrido em 12 de Outubro de 1969, domingo. Desse ataque foi produzido um “Relatório do Ataque”, como procedimento habitual, redigido pelo CMDT da CCAÇ 2382, ex-Cap Mil Carlos Nery Gomes de Araújo [vidé P18223].

Por efeito da pesquisa com ela [foto] relacionada, na qual se adicionou o contributo escrito das NT, tivemos acesso, «do outro lado do combate», a um relatório, sem referência ao seu autor, elaborado a propósito “das operações militares na Frente Sul”, realizadas pelo PAIGC no último trimestre de 1969, onde se incluía a análise crítica a um primeiro ataque a Buba efectuado naquele dia 12 de Outubro, com se indica acima [http://hdl.handle.net/ 11002/fms_dc_40082 (2018-1-20).

Aí são apresentadas as principais razões para os fracassos contabilizados nessa acção [P18244].

Finalmente, e para concluir a investigação sobre os Pelotões de Morteiros que passaram pelo Aquartelamento de Buba, foi elaborado um cronograma com essas Unidades, tendente a identificar os períodos das suas respectivas comissões, no quadro temporal iniciado em 1964 até 1974 [P18283].


Por todas estas razões, o presente trabalho procura dar sequência ao modo como os responsáveis do PAIGC (re) agiram aos fracassos anteriores e o que preconizaram fazer depois disso, e com que resultados.


2. OS FRACASSOS ASSUMIDOS PELO PAIGC EM 12OUT1969… E OS SEGUINTES…

Recorda-se que este primeiro ataque só foi concretizado depois de um longo período de minucioso reconhecimento sobre as melhores condições geográficas para a actuação da artilharia com três posições de fogo distintas. Por outro lado, esse reconhecimento previa também identificar as melhores vias de acesso para a infantaria e locais para a sua disposição, uma vez que iriam estar no terreno um universo superior a três centenas de combatentes, comandados pelo capitão cubano Pedro Peralta e por Nino Vieira.

Entretanto, durante esse reconhecimento, um grupo de guerrilheiros foi descoberto pelas NT, no dia 7 de Outubro, quando o sentinela do Pel Mort 2138, colocado no posto de vigia junto à Pista de aviação, detectou um guerrilheiro nas imediações da Pista. No dia seguinte (dia 8), na continuação do reconhecimento supra, um grupo IN accionou uma mina A/P reforçada implantada pelas NT junto ao cruzamento das estradas de Nhala e Buba (in: História do Pel Mort 2138, p3, recorte abaixo). 


Pelo acima exposto, confirma-se, então, o que é descrito no relatório da acção do PAIGC; “no cumprimento desta última missão de reconhecimento temos a lamentar a morte de um camarada e o ferimento de outros dois, entre os quais o camarada CAETANO SEMEDO, em consequência da detonação duma mina antipessoal” [P18244].

"Esta operação, que deveria ter início pelas 17 horas, só se iniciou meia hora mais tarde devido a atrasos na instalação dos canhões. O ataque iniciou-se com fogo dos canhões B-10, que falharam os alvos, tendo apenas dois obuses atingido o quartel. O inimigo [NT] respondeu com um nutrido fogo de morteiros [Pel Mort 2138], canhões [2.º Pelotão/BAC], metrelhadoras e armas ligeiras [CCAÇ 2382 + Pel Milícia]. Além disso, unidades inimigas [NT] de infantaria cruzaram o rio [de Buba], pondo sob a ameaça de liquidação do posto de observação, os canhões, em retirada, e os morteiros".


Citação: (1963-1973), "Irénio Nascimento Lopes; ensinando os combatentes do PAIGC a manobrar um canhão sem recuo [B-10] de origem soviética", [será que se trata do actual presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau - Manuel Irénio Nascimento Lopes “Manelito”?] CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/ fms_dc_43809 (2018-2-2).

"Nestas condições, abortou a acção da artilharia, que teve que se retirar, sempre debaixo do fogo das armas pesadas do inimigo [NT]. Como não actuou a artilharia, tampouco actuou a infantaria. Tivemos duas baixas na operação: dois feridos, um dos quais veio a falecer mais tarde. Além disso, temos a lamentar a morte de um camarada de infantaria, por acidente."


Infogravura adaptada do livro «Guerra Colonial», do Diário de Notícias, p. 295. 

As setas a amarelo servem para referenciar a zona onde se iniciou o ataque. 

Em função do desempenho das NT, que certamente teria provocado uma “louca correria” [digo eu] dos diferentes grupos em direcção a terrenos mais protegidos e estáveis, o que não é de estranhar neste contexto, não houve tempo para utilizar a totalidade do material de guerra transportado para o local do ataque e que, em princípio, seria todo para “queimar”. Assim sendo, e porque era mais cómodo e mais fácil correr sem pesos nas mãos ou noutros locais, grande parte desse material ficou no terreno, sendo recolhido no dia seguinte pelas NT. Disso dá-nos conta a “História do Pel Mort 2138, p.90”.

Como curiosidade, uma outra situação de captura de material ao PAIGC já se tinha verificado um ano antes, mais concretamente em 23 de Novembro de 1968, sábado, pelas 15h30, quando elementos da mesma Unidade - CCAÇ 2382/BCAÇ 2834 (1968/1969) -, que se encontravam perto do cruzamento de Buba, contactaram com uma coluna de reabastecimento IN, causando a estes baixas prováveis. 

Foram apreendidas [, vd. foto acima]: 
 - 74 granadas RPG; 
- 16 granadas de Morteiros 82;
- 3 minas anticarro;
- 11 minas antipessoais;
- 20 cunhetes 7,9 mm;
- muitos medicamentos e géneros enlatados, incluindo um "poster" do 'Che' Guevara [in; História da Unidade, da qual retirámos a citação que abaixo se reproduz].



Como consequência dos sucessivos fracassos observados nas suas acções contra o contingente sedeado em Buba [NT], foi aprovado pelos comandantes da Frente Sul [que desconhecemos] a realização de um segundo ataque a esse aquartelamento, com a inclusão de alterações estratégicas e de outros procedimentos operacionais.

Como elemento histórico, seguidamente daremos conta do seu conteúdo, dividido em pequenos fragmentos, ficando a sua conclusão para a Parte II, a publicar oportunamente.


3. O SEGUNDO ATAQUE A BUBA EM 10DEZ1969)… QUE PASSOU PARA 11DEZ1969 DEVIDO A SUCESSIVAS FALHAS NA SUA ORGANIZAÇÃO

"Dado o fracasso da primeira operação contra Buba, tentada no dia 12 de Outubro [1969], foi decidido cumprir a missão de atacar Buba na fase final da campanha [último trimestre]. Para isso levámos a cabo novos reconhecimentos: novas vias de acesso para a infantaria e escolha de novo posto de observação.

As nossas forças deviam actuar no dia 10 de Dezembro [1969], quarta-feira, com os seguintes efectivos [indicam-se no quadro abaixo, como elemento de comparação logística, as quantidades utilizadas no 1.º ataque]:


Desenvolvimento da acção: 

"Deviam actuar primeiro as peças do GRAD, em seguida os morteiros 120 da mesma posição de fogo que as peças do GRAD e, por último, a infantaria devia assaltar o quartel."



"Utilizávamos, pela primeira vez, os “rádios 104” para garantir a comunicação entre o posto de observação e a posição de fogo. Infelizmente, estes não funcionaram no momento em que se devia iniciar a operação, forçando-nos a adiá-la para o dia seguinte, com a substituição dos rádios por telefones."


Citação: (1963-1973), "Operador de rádio da guerrilha", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43758 (2018-2-2) 

"De novo tivemos de suspender a operação que devia ter lugar no dia 11 [Dez’69], devido a uma série de falhas nas instalações telefónicas e, mais tarde desistir da utilização da artilharia, dada a actuação independente da infantaria, com a qual, por falta de meios de comunicação, não foi possível combinar um outro plano em substituição do que estava previsto."


Final da Parte I.

Na Parte II deste tema, serão abordados os seguintes pontos:

1 – Conclusão do desenvolvimento da acção e respectivos resultados.

2 – Análise crítica sobre os aspectos que influenciaram a marcha das operações, como sejam: o reconhecimento dos quartéis; equipamento (fardamento); alimentação; comunicações e funcionamento do corpo de exército.

Obrigado pela atenção.

Com forte abraço de amizade,

Jorge Araújo.

05FEV2018.
__________________

Nota do editor::

Último poste da série > 23 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18244: (D)o outro lado do combate (17): ataque a Buba em 12 de outubro de 1969, ao tempo da CCAÇ 2382 e Pel Mort 2138: os fracassos assumidos pelo PAIGC (Jorge Araújo)

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17474: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca ... é Grande (109): Na Lourinhã, fui encontrar o ex-1º cabo at inf Alfredo Ferreira, natural da Murteira, Cadaval, que foi o padeiro da CCAÇ 2382 (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá, 1968/70)... e que depois da peluda se tornou um industrial de panificação de sucesso, com a sua empresa na Vermelha (Luís Graça)


Distintivo da CCAÇ 2382 (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá, 1968/70).  Cortesia de Manuel Traquina que descreve o distintivo nestes termos:

"Este era o distintivo da Companhia. Continha na parte central, a figura de um militar com aspecto de veterano de guerra, já com o camuflado e botas um pouco danificados, e a sua inseparável G3.
"Na mão direita segura aquilo a que chamávamos a 'pica', que não era mais que uma vareta de aço afiada e que servia como o nome indica para picar o terreno susceptível de ocultar uma mina. Na extremidade da referida 'pica' encontra-se uma pequena caixa que representa uma mina anti-carro.
Sendo a CCaç 2382 uma Companhia Independente, nos quatro ângulos do distintivo encontram-se as iniciais dos comandos a que pertenceu: o primeiro é o Regimento de Infantaria 2,  de Abrantes,  onde a companhia se formou e foi mobilizada; o segundo é o COSAF -  Comando Operacional de Aldeia Formosa; o terceiro, Batalhão de Caçadores 2834,  ao qual a companhia esteva adida e o quarto, o COP4 (Comando Operacional nº4, sedeado em Buba).

"As duas inscrições laterais poderão levantar algumas interrogações: 'Por Estradas Nunca Picadas'. Esta pequena frase diz-nos que a companhia andou por locais até ali ainda não pesquisados; 'Por Picadas Nunca Estradas' aqui pretende-se dizer o que foi uma realidade, que os militares andaram pelo mato por caminhos que nunca foram estradas.

"Mas voltando à figura central, àquele a que chamámos 'o Zé do olho vivo', por ser uma figura mais ou menos engraçada, valeu-nos na Guiné o título da Companhia dos Palhaços. ".Manuel Batista Traquina".



1. Há dias, na Lourinhã, fui visitar uma das minhas irmãs, a do meio (tenho três, mais novas do que eu). A mana Z... tem um filho, o A..., que está num país árabe a tentar a sua sorte como talentoso adjunto de treinador profissional de futebol. A sua conpanheira, I..., é do Cadaval, concelho vizinho.

Manuel Traquina
Os pais da moça foram-me apresentados. Na hora do chá, conversa puxa conversa, verifico que o pai, Alfredo Ferreira, estivera na Guiné na guerra colonial:
- Quando?
- 1968/70.
- Somos contemporâneos, o meu amigo é mais velho um ano do que eu...
- Pois, sou de 46!
- E eu de 47!... E a sua companhia, já agora, ainda se lembra o número ?
- A 2382, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá, Contabane... Éramos a companhia do "Zé do Olho Vivo"! Companhia de Caçadores...
- Se me lembro!... Tenho gente dessa companhia no meu blogue, Luís Graça & Camaradas da Guiné... E o camarada foi operacional? Qual era o posto?
- 1º cabo atirador de infantaria... Mas, como era preciso alguém para
Carlos Nery [, o cap mil Araújo]
fazer o pão, fiquei eu, como padeiro.
- E o capitão?
- Carlos Nery Sousa Gomes de Araújo. Era miliciano.
- Incrível, é meu vizinho de Alfragide!... E quem mais, dos alferes e furriéis...?
- Olhe, o furriel mecânico Manuel Traquina que até escreveu o livro com histórias do pessoal da companhia. É de Abrantes.
- Já estive com ele num dos nossos encontros anuais...

... Emociona-se o ex-1º cabo Alberto Ribeiro C. Ferreira ao falar do ataque a Contabane e das colunas a Gadamael... E do ataque a Buba... E do monumento que foi edificado aos combatentes da sua terra, que regressaram todos, graças a Deus... Sessenta e seis!... Estamos a falar de Murteira, freguesia de Lamas, concelho do Cadaval... Ele escreveu (ou ajudou a escrever) as três quadras de homenagem que estão gravadas na pedra. Recita-me as quadras com um brilhozinho nos olhos. Fica exasperado por lhe faltar o primeiro verso da última quadra... Faz apelo à memória da esposa, a seu lado...

O meu cunhado, M...,   estava banzado com a nossa conversa e a familiaridade dos nomes das terras da Guiné, que ambos testemunhávamos, eu e o Alfredo: de Mampatá a Contabane, do Saltinho a Gandembel, de Buba a Quebo,  e ainda de João Landim a Bula, e o dia em que o Alfredo  ia morrendo afogado no rio Mansoa, agarrado a um frágil tronco de palmeira, ele que nem sabia nadar!...

Falei-lhe do blogue e das referências que temos à malta da companhia do "Zé Olho Vivo"... Não é pessoa de navegar na Net, mas vai todos aos anos aos convívios da CCAÇ 2382... Fala, com calor humano, dos tempos da Guiné e dos seus camaradas... Vê-se que a guerra e a camaradagem marcaram-no para sempre.

Fico a saber que, no regresso (ou ainda antes, logo em 1969), se estabeleceu por conta própria como industrial de panificação. Devido à lei do condicionamento industrial, na época,  o Grémio do setor só o deixou estabelecer-se em Alcoentre, no concelho próximo, Azambuja, transferindo-se mais tarde (presumo que depois do 25 de Abril) para a Vermelha, outra sede de freguesia do concelho de Cadaval. 

O negócio do pão prosperou ao ponto de a clientela se ter alargado a boa parte da região Oeste e à Grande Lisboa... Passou a condução dos negócios ao filho, líder hoje da Panificadora Regional da Vermelha, empresa que tem mais de meia centena de colaboradores e uma apreciável frota automóvel para distribuição diária de pão... que chega às nossas mesas através das redes de hipermercados  e supermercados  onde fazemos compras... Vê-se que sente orgulho na obra feita e na continuidade dada pelo filho (que "não quis continuar a estudar" e é hoje um empresário de sucesso)...

O Zé Manel Cancela
Falámos ainda de amigos do concelho do Cadaval, do Joaquim Pinto de Carvalho, hoje advogado, outro camarada da Guiné, natural do Cadaval, que tem um turismo rural em Vila Nova, a "ArtVila"... Falámos do Miguel Luís Evaristo Nobre, do Vilar, e da sua paixão pelos moinhos de vento... Falámos, inevitavelmente, da serra de Montejunto, e das terras ali à volta, como a "pitoresca" Pragança e o Pereiro (onde se cantam e pintam os Reis) ...

Prometemos, enfim, fazer um visita a Murteira, ao monumento local aos combatentes da guerra do Ultramar e, naturalmente, à casa deste camarada que já ficou avisado:
- Para a próxima, passamos a tratar-nos por tu, como camaradas que somos e continuamos a ser... Tratamo-nos por tu, na Tabanca Grande, do general ao soldado...

2. Não me ocorreu o nome do meu amigo e camarada de Penafiel, o Zé Manuel Cancela, ex-soldado apontador de metralhadora pesada, que também pertenceu à CCAÇ 2382... Na altura não tinha o portátil comigo, pelo que não deu para fazer pesquisas sobre a malta desta companhia que faz parte da nossa Tabanca Grande, e onde se incluem os nomes do Manuel Traquina (ex-furriel miliciano) e do Carlos Nery (ex-cap miliciano, por sinal meu vizinho de Alfragide), além do José Manuel Moreira Cancela e do Alberto Sousa e Silva (ex-soldado de transmissões) (e de quem não temos para já uma foto atualizada).

Apesar da máquina fotográfica andar sempre comigo, também não me ocorreu tirar uma foto... com o Alberto Ferreira e a esposa. A filha I... já a conhecia há uns tempos mas não assistiu a esta conversa. Também ela costumava acompanhar os pais nos convívios anuais da companhia. E conhece bem o Manuel Traquina.

De qualquer modo, pode-se dizer,  mais uma vez, e com toda a propriedade, que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca...é Grande!

sábado, 3 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17427: Banco do Afecto contra a Solidão (22): Notícias do antigo 1º sargento da CCAÇ 1419 (1965/67) e da CCAÇ 2312 (1968/69), e cofundador da ONG Ajuda Amiga, António Joaquim Lageira: deixou de comparecer aos convívios anuais e estava num lar do exército, em Oeiras, em 2015 (Ana Pacheco / Carlos Fortunato)


Lisboa > 19/4/2008 > Grupo fundador da ONG Ajuda Amiga (*) :

(i) de pé da esquerda para a direita: Manuel Pais e Sousa (CCav 1650), Rogério Marques Freire (CArAntónio Joaquim Lageira (CCaç 1419 e Caç 2312) [, foto à direita],  Adrião Lourenço Mateus (CArt 1525), António Jesus Picado Magalhães (CArt 1525);
t 1525) Eurico Caeiro Lavado (CCaç 1419), Júlio da Silva Esteves (CCaç 816) Carlos Manuel Rodrigues Bernardes (CCav 1650),

(ii) em baixo da esquerda para a direita: Manuel Joaquim (CCaç 1419), Carlos Silva (CCaç 2548),  José Riço  (CCav 1650) e Carlos Fortunato (CCaç 13).

Foto (e legenda): Ajuda Amiga [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradasa da Guiné] 



1. A Ana Pacheco (Anita), filha de um camarada nosso, escreveu-nos no dia 1 a seguinte mensagem;

Boa tarde,

Desculpe estar a incomodar, mas precisava da sua ajuda. 
O meu pai, João Gonçalves Pacheco, esteve na Guiné-Bissau entre 1968  e 1970, na Companhia de Caçadores 2312, onde o sr. António Lageira era 1º Sargento.

Sempre participou nos encontros que se fizerem desde há 30 anos para cá, deixando de aparecer desde há uns 6 a 7 anos, não conseguindo nenhum dos camaradas do meu pai nem o meu pai, contactá-lo pois o telefone chama e ninguém atende.

Gostaríamos de saber se tem alguma informação sobre ele (ví que ele aparece numa fotografia numa publicação do vosso blog a 4 de março de 2010) para lhes poder dar, pois têm grande estima por ele.
Grata pela atenção,

com os melhores cumprimentos
Ana Pacheco

2. Resposta do nosso editor:

Anita:
Boa noite, e obrigado pelo seu contacto.

O camarada Lageira, 1º sargento, pertenceu originalmente à CCAÇ 1419 (Bissau, Bissorã e Mansabá, 1965/67)... Temos no blogue referências ao seu nome.


 Além disso, integrou originalmente os corpos sociais da ONG Ajuda Amiga, mas já não faz parte da lista eleita para o biénio 2016/17:
 
Talvez os nossos camaradas,  e membros da nossa Tabanca Grande, Carlos Fortunato, Carlos Silva e Manuel Joaquim, também cofundadores e atuais dirigentes dessa ONG, lhe possam dar notícias do camarada António Joaquim Lageira.

E espero que essas notícias sejam boas. Disponha sempre e dê um abraço nosso ao seu pai, João Pacheco, da CCAÇ 2312, subunidade da qual temos infelizmente poucas referências,  e que fazia parte do 
BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael 1968/69). Tem história da unidade disponível aqui, em sítio criado e mantido pelo nosso grã-tabanqueiro Francisco Gomes.

O nosso blogue está aberto ao seu pai e a outras camaradas da CCAÇ 2312 que queiram partilhar connosco memórias e afetos...

Saudações, o editor Luís Graça
3. Mensagem do nosso camarada Carlos Fortunato, presidente da ONG Ajuda Amiga, com data de ontem:


 Bom dia,

A última vez que falei com o António Lageira foi ao telefone, em 2015, na altura ele contou-me que a sua saúde tinha piorado e que estava num lar do Exército que existe em Oeiras, onde cuidavam bem dele e que tinha muita dificuldade em andar.

O ofereci-me para o ir buscar e o levar aos almoços de camaradas da Guiné que organizamos perto de Oeiras, eram pequenas deslocações, recusou disse que os passeios dele eram do quarto para a sala, e apenas por vezes por insistência dos auxiliares dava um pequeno passeio pelo corredor. Também não quis ser visitado, que preferia estar assim sem visitas.

Apesar de achar que lhe faria bem sair e dar dois dedos de conversa com os seus camaradas, respeitei a opção dele de se isolar, se era assim que ele se sentia bem.

Saudações

J. Carlos M. Fortunato

Presidente da Direção
E-mail jcfortunato2010@gmail.com + E-mail jcfortunato@yahoo.com
Telem. +351 935247306
NIF 111853338
Ajuda Amiga – Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento

ESCRITÓRIO
Rua do Alecrim, nº 8, 1º dtº
2740-007 Paço de Arcos

SEDE
Rua Mário Lobo, nº 2, 2º Dtº.
2735 - 132 Agualva - Cacém

NIPC 508617910
ONGD – Organização Não Governamental para o Desenvolvimento
Pessoa Coletiva de Utilidade Publica
Site http://www.ajudaamiga.com
E-mail ajudaamiga2008@yahoo.com

Telemóvel +351 937149143

4. Depois de termos dada à Anita, estas últimas notícias sobre o camarada Lageira (e que não eram as mais "encorajantes"), ela respondeu-nos de imediato nestes termos:

Bom dia!


Quero agradecer-vos a atenção e muito obrigado pelas informações.
Agradeço e retribuo os cumprimentos dirigidos ao meu pai.

Tenho muito orgulho nele e em todos os homens que estiveram nesta guerra. Cresci a ouvir falar dela e de há 30 anos para cá tenho conhecido os rostos e as histórias daqueles que durante 2 anos viveram com o meu pai, nas terras de Guiné - Bissau.

Foi, infelizmente, na missão com a companhia do meu pai, que o sr. Lageira se feriu ao pisar uma mina quando ia com dois camaradas apanhar lenha. Um grande homem por quem tenho um profundo respeito. (**)

Obrigado por tudo!
Cumprimentos para todos,
Anita

__________________

Notas do editor:

sábado, 19 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15129: Convívios (708): 6º almoço/convivio da CCS do B.CAÇ. 2834 (Flavio Ribeiro)


1. O nosso Camarada Flavio Ribeiro, enviou-nos a seguinte mensagem.

6º Almoço/Convívio da CCS do BCAÇ 2834 

Boa tarde caros amigos e camaradas de armas,

Dado ainda não me encontrar registado na TABANCA GRANDE, mas prometo faze-lo muito em breve, em referência ao assunto em epigrafe, solicito a publicação do mesmo, com os seguintes elementos;

6º.ALMOÇO/CONVIVIO DA CCS DO BCAÇ 2834 

DIA 20.06.2015

RESTAURANTE MILÉNIO

Via do Infante D. Pedro /Leitões – 3070-212 Mira


Agradecendo desde já a Vossa melhor atenção para o exposto, apresento os meus melhores cpts.

Flavio Ribeiro
Ex. Op. Cripto 

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: 



quinta-feira, 7 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14582: Convívios (676): VI Almoço do pessoal da CCS do BCAÇ 2834 (Buba, 1968/69), dia 20 de Junho de 2015 em Mira (Flávio Ribeiro, Op Cripto)

1. Mensagem do nosso camarada Flávio Ribeiro, ex-Op Cripto do BCAÇ 2834, com data de 1 de Maio de 2015

Boa tarde, caros amigos e camaradas de armas, 
Em referência ao assunto em epigrafe, e dado existir uma duvida razoável sobre o envio do e-mail através do Vosso Blogue, solicito a publicação do seguinte; 


6.º Almoço-convivio da CCS do BCAÇ 2834 

Data 20 de Junho de 2015 



Restaurante Milénio 
Via Infante D. Pedro // Leitões 3070-212 - Mira 

Contacto:
flavioribeiro46@sapo.pt
Tlm. 918 076 705 

Renovando o meus agradecimentos,
apresento melhores cpts.

Flavio Ribeiro
Ex-Op. Cripto
____________

Nota do editor

Último poste da série de 7 de maio de 2015 >  Guiné 63/74 - P14580: Convívios (675): X Encontro da CCAÇ 1426, Pinhal do General "Quinta do Conde" FERNÃO FERRO, 11/07/2015 (Fernando Chapouto)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11653: Em busca de... (223): Pessoal do Pel Mort 1242 (Buba, outubro de 1967/ agosto de 1969) cujos nomes ficaram gravados na "pedra de Buba"... O que é feito de ti, camarada Clemente, ex-alf mil e comandante? E de ti, Simão? E de ti, Laginha?... E de vocês todos, 44 anos anos depois de terem regressado no T/T Uíge, em 23/8/1969?


Foto nº 1 >Guiné-Bissau > Região de Tombali > Buba > Maio de 2013 > "Por aqui passou o Pel Mort 1242 (1967/69)"... Restos do seu memorial, com o respetivo brasão.


Foto nº 2 >Guiné-Bissau > Região de Tombali > Buba > Maio de 2013 > "Por aqui passou o Pel Mort 1242 (1967/69)"...  O que resta do memorial, em pedra, com os nomes de todos os seus militares (1)


Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Região de Tombali > Buba > Maio de 2013 > "Por aqui passou o Pel Mort 1242 (1967/69)"...  O que resta do memorial, em pedra, com os nomes de todos os seus militares (2)


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Tombali > Buba > Maio de 2013 > "Por aqui passou o Pel Mort 1242 (1967/69)"...  O que resta do memorial, em pedra, com os nomes de todos os seus militares (3)

Fotos : © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]



1.  O que é feito de vocês, camaradas do Pel Mort 1242 (Buba, 1967/69)? Por onde param?  Que histórias têm para contar? (*)... A "pedra" de Buba registou para a posteridade os vossos nomes... O José Teixeira e o Francisco Silva passaram por lá, no passado dia 1 de maio (**)  e trouxeram-nos uma foto do vosso memorial que não era aos mortos, mas aos vivos!...

Ainda bem visíveis, gravados na pedra (quase intacta) estão os nomes de:

Clemente
Gomes
Albuquerque
Simão
Correia
Fernandes
Gonçalves
Brito
Sousa (?)
Cerqueira
Pipa (?)
Neto
Gomes
Sarmento
Aurélio (?)
Neto
Pereira
Branquinho (?)
Matias
[...]

[vd. foto nº 3]

e também

Rodrigues
Félix
Macedo
Farropas (?)
Teixeira
M [...]
M. Vieira
Domingos
Laginha
Couto
Venâncio
P. Vieira
P. Barbosa
Lopes
G. Barbosa
Ribeiro
Alves
Carvalho
Reis
Marques
B. Peneira (?)
Oliveira
Anacleto
[...]

[Vd, foto nº 4].

Sabemos, das pesquisas no nosso colaborador José Martins, que o Pel Mort 1242 foi mobilizado pelo BC 10, Chaves, e esteve no TO da Guiné, em Buba, desde  outubro de 1967 até agosto de 1969.  É bem possível que tivesse secções e esquadras espalhadas por outros aquartelamentos e destacamentos da região de Quínara.

Muito provavelmente, o pessoal era transmontano, sendo a unidade mobilizadora o BC 10, de Chaves.  Sabemos que regressou no Uige, em 23/8/1969, juntamente com outras tropas... Esta era lista dos "passageiros", segundo apontamentos do nosso camarada da Reserva Naval, Manuel Lema Santos:

Cmd BCaç 1933/RI 15
CCaç 1790/1791/1792 RI 15
Cmd BCaç 1932/RI 15 CCaç 1787/1788/1789 RI 15
CCaç 1801/1802/ BC 10
Pel Mort 1242/BC 10
Pel AA 1257/RAAF
Pel Rec D 1258/ RC 6.

Se alguém souber do paradeiro atual de algum destes camaradas, que nos avise. Ou se alguém souber da sua história lá pelas terras de Buba, que nos escreva. Eles não têm ninguém que os represente na nossa Tabanca Grande. Há escassas referência, no nosso blogue, ao Pel Mort 1242. (***)
______________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 17 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11582: Em busca de ... (222): Quem confirma a ida de Brigitte Bardot às praias de Ponta Varela no início dos anos 60? (José Belo)

(**) Vd. poste de 28 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11649: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (2): De Bissau até ao sul: Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane, Buba, Quebo...

(***) Em 1968 estava em Buba o BCAÇ 2834:

Sobre o BCAÇ 2834:

Unidade Mobilizadora: RI 15 - Tomar
Comandante: TCor Inf Carlos Barroso Hipólito
2.º CMDT: Maj Inf Rui Barbosa Mexia Leitão
Of Inf Op/Adj: Maj Inf Albino Simões Teixeira Lino

CMDTs CCS:
Cap SGE António Freitas Novais
Cap Mil Art António Dias Lopes
Cap Inf Eugénio Batista Neves

CMDT CCAÇ 2312: Cap Mil Inf Júlio Máximo Teixeira Trigo
CMDT CCAÇ 2313: Cap Inf Carlos Alberto Oliveira Penim
CMDT CCAÇ 2314: Cap Inf Joaquim de Jesus das Neves

Divisa: "Juntos Venceremos" - "Para Vencer, Convencer"
Partida: 10JAN68
Regresso: 23NOV69

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11050: In Memoriam (136): A CCAÇ 2312 do BCAÇ 2834 (1968/69) está de luto. Faleceu o Alf Mil OpEsp/RANGER Carlos Hermes Ferreira Teixeira (António Brandão)


1. O nosso camarada António Brandão (ex-Combatente em Angola), enviou-nos a seguinte mensagem. 


Camaradas, 

Apenas para te informar que o Alferes Miliciano de Infantaria, Operações Especiais, Carlos Hermes Ferreira Teixeira, acaba de falecer. 

O RANGER Hermes, frequentou o 3º curso de Operações Especiais em Lamego, em 1967. De 1968/69, esteve na Guiné, ao serviço da CCaç 2312 pertencente ao BCaç 2834. 

Porque é um dos vossos, Guiné, porque não dize-lo, nossos também, agradecia a publicação no blogue do Luís Graça. 

O nosso camarada encontra-se em Paranhos sendo o funeral amanhã, 2013-02-04 para cemitério da mesma freguesia, pelas 10h30. 

Recebam um abraço, 
António Brandão 
_____________ 
Nota de M.R.: 

Vd. o último poste desta série em: 



sábado, 24 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10718: Em busca de ... (210): Ex-Tenente Esteves da CCS/BCAÇ 2834 que esteve em Buba, Aldeia Formosa e Gadamael nos anos de 1968/69 (Francisco Gomes)

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Gomes* (ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2834, Buba, Aldeia Formosa e Gadamael, 1968/69), com data de 17 de Novembro de 2012:

Olá, boa tarde
Pretendo saber o contacto/paradeiro do, hoje, Capitão de Artilharia Luís Esteves (penso que ainda mantém este posto), que era o Chefe da Secretaria da CCS do Batalhão de Caçadores 2834 (Guiné 68/69), na altura Tenente Esteves, cuja última morada civil era em Queluz e encontrava-se destacado no Quartel da Carregueira.

Quando mudei de residência, roubaram-me duas caixas com documentos, agendas, cassetes de vídeo e outros pertences, onde tinha o contacto dele e de outros camaradas da minha Companhia, e a última vez que o contactei pessoalmente, mais o 1.º Cabo Luís, foi precisamente no Quartel da Carregueira há uns anos. Penso até que já se encontre retirado do serviço mas de qualquer forma, foi um Oficial por quem sempre nutri muita admiração, dada a sua forma de tratamento digno com os subalternos e gostaria de saber como se encontra.

Alguém que o conheça ou saiba do seu paradeiro/contacto, agradeço o envio de um e-mail para: fragom@outlook.com.

Obrigado
Francisco Gomes
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 30 de Agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10308: Tabanca Grande (357): Apresenta-se o ex-1º. Cabo Escriturário Francisco Gomes, CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael, Buba, 1968/69)

Vd. último poste da série de 20 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10698: Em busca de ... (209): Meu parente José Diamantino Pereira, que morou em São Francisco do Sul e no Rio de Janeiro, Brasil, antes de se ter alistado na marinha de guerra portuguesa, por volta de 1963 (Salete Ramos)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10308: Tabanca Grande (357): Francisco Gomes, 1.º Cabo Escriturário Francisco Gomes da CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael 1968/69)

1. Mensagem do nosso novo grã-tabanqueiro Francisco Gomes (*):

De: Francisco Gomes [fragom@outlook.com ]

Data: 29 de Agosto de 2012 17:14

Assunto: 1º. Cabo Esferográfica/G3, presente!

Olá, camaradas!

Por um acaso, dei com o vosso Blogue e já estou em correspondência activa com o camarada Traquina. Também estou, ao fim de tantos anos, a construir um Blogue com algumas recordações (as menos penosas) que passámos na Guiné desde Jan/68 a Nov/69, para deixar às minhas netas como uma recordação. Pertenci à CCS/BCaç 2834 e estive em Buba, Aldeia Formosa, Cacine, Guileje, Gadamael Porto, voltei a Buba de regresso a Bissau à espera do Uíge que já estava ao largo...

Perdi centenas de fotos que tinha desta comissão, inclusive slides... uma desgraça,  pois era fotógrafo da Companhia e no Natal de 68 fiz centenas de postais de Boas Festas com a imagem de cada um de nós (encostados a uma parede branca como cenário de estúdio) para enviarmos às famílias!

Gostaria de pertencer à Tabanca Grande, eu, um jubi que adorava mancarra, Stolichnaya, Martell's, Buchannan's ou White Horse, além da Coca Cola americana que arranjávamos...

Gostava de poder encontrar mais camaradas da CCS/BCaç 2834, de recolher histórias e fotos desse tempo para poder inseri-las no meu Blogue, por isso, se souberem de alguém... chutem por favor! O endereço é: http://inforgom.pt/guine6869/

Um abraço
F. Gomes

PS - Junto envio uma foto actual e uma desses tempos de (in)glória...  


Blogue criado recentemente pelo Francisco Gomes, disponível aqui.

2. Comentário do editor:

Camarada Francisco, foste célere em responder ao nosso convite para ingressares na Tabanca Grande (*). Ficas bem entre tantos camaradas (e amigos) da Guiné.  Como já te disse, aprecio o teu bom humor e valorizo o teu empenho em reencontrar e reunir o pessoal do teu batalhão (que, além da CCS, integrava as CCAÇ 2312, 2313 e 2314). Vamos juntar esforços. Parabéns pela criação do teu blogue, do qual cito os seguintes excertos com a tua autoapresentação para um melhor conhecimento da pessoa que foste e és, por parte dos restantes membros da nossa Tabanca Grande:

(...) "A minha história, como ex-combatente da guerra colonial, arrumei-a na zona cerebral destinada ao esquecimento. Primeiro, porque fui obrigado a ir para uma guerra que não me dizia nada, absolutamente nada; segundo, porque quando fui mobilizado, estava casado e já tinha uma filha com dois anos de idade; terceiro, porque nunca gostei de tropa, fardas, etc..

"Feita a recruta na Serra da Carregueira, em Abril de 1967, segui para o RAL 4, em Leiria para tirar a especialidade de escriturário, profissão que já exercia na vida civil desde 1960. Aí, tive como companheiros de caserna o fadista João Braga e o guitarrista José Pracana. (...) Naquele tempo, as cantorias do João Braga e do Zé Pracana na caserna, davam para ir passando os tempos livres depois das aulas… Nunca mais os vi ou tive qualquer tipo de contacto com eles, finda a especialidade.

(...) "Fui [depois] colocado em Lisboa na Administração Militar, no Lumiar  (...) e logo de seguida, colocado na Secretaria da Escola Militar de Electromecânica em Paço Arcos (parte Exército, parte Força Aérea), onde estive menos de dois meses e onde recebi a ordem de mobilização para o Ultramar. 

"A Unidade mobilizadora foi o R.I. 15 em Tomar para onde fui fazer o I.A.O. em Nov/Dez/67 e a 10 de Janeiro de 1968 embarquei no Uíge rumo à Guiné-Bissau tendo chegado cinco dias depois. A minha Companhia ficou 5 dias em Bissau para receber a logística, armamento e ordens de operacionalidade e seguimos por LDG até Buba onde, meia hora depois, ainda estávamos a arrumar a tralha e a instalar-nos, sofremos o primeiro ataque (banho de fogo aos piriquitos) com roquetes, canhão sem recuo e morteiro 120. A primeira reacção foi mergulho para as valas escavadas ao longo do perímetro e depois agarrar na G3 e distribuir-nos pela área do arame farpado e pelos 4 abrigos, um em cada canto do aquartelamento que era uma espécie de quadrado rodeado de arame farpado e projectores de 150W alimentados por um gerador.

(...) [O] brasão do BCaç 2834 (...) foi da autoria do então Tenente Esteves, Chefe da Secretaria da CCS do Batalhão, mas foi integralmente acabado e pintado por mim, primeiro em papel vegetal e depois em papel normal para enviar à empresa que fabricava esse tipo de galhardetes. Um trabalho de dias e dias seguidos" (...).

Camarada Francisco Gomes, sê bem vindo. Uma vez lidos e aceites por ti os "nossos 10 mandamentos"   (constantes da coluna do lado esquerdo do nosso blogue), passas a ser o grã-tabanqueiro nº 574 (**). 

Um Alfa Bravo para ti. 
Luís Graça, editor, em férias.

(**) Último poste da série > 23 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10293: Tabanca Grande (356): Adelino Barrusso Capinha, ex-1.º Cabo Operador Cripto da CCS/BART 1904 (Bissau e Bambadinca, 1967/68)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10288: Em busca de... (199): Pessoal da CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael, Buba, 1968/69) (Francisco Gomes)


1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) Francisco Gomes:
De: Francisco Gomes [fragom@outlook.com]

Data: 21 de Agosto de 2012 19:04

Assunto: Olá,  pessoal!


Boa tarde

Apresenta-se o 1º. Cabo Esferográfica (G-3) da CCS do BCAÇ 2834, Guiné 68/69 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael Porto, regresso a Buba e depois ala que já se fez tarde para Lisboa...)

Ando à procura,  há anos,  de antigos camaradas da minha companhia e não consigo achá-los... Mesmo o Tenente (hoje parece-me que Capitão) Luis Esteves, Chefe da Secretaria da CCS, que ainda fui ter com ele, anos depois, à Carregueira onde prestava serviço (e onde eu fiz a recruta em Abril de 67), perdi o seu contacto, sabendo apenas que na altura morava em Queluz.

Do pessoal de Lisboa e arredores, perdi os contactos deles todos, numa mudança de casa onde me gamaram um caixote com várias fotos, agendas, etc. e apenas tinha contacto com o sacristão da CCS que era, há anos atrás, motorista da carreira 43 da Carris mas parece-me que está reformado, pois nunca mais o vi.


Por acaso, têm alguns contactos destes camaradas? Caso afirmativo, agradeço as vossas notícias.

Obrigado e um abraço

F. Gomes


2. Comentário do editor:

Sê bem aparecido, camarada Francisco Gomes! Presumo que sejas alfacinha...Gostei da tua apresentação, 1º cabo esferográfica (!)... Quanto ao pessoal do teu  batalhão, devo dizer-te, com pena, que ele anda arredio destas lides bloguísticas. 

Temos escassas referências sobre o BCAÇ 2834. A informação mais detalhada é do nosso camarada Manuel Traquina, ex-fur mil da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70, que esteve em contacto convosco cerca de um ano... Ver aqui os postes dele, com referências à CCS/BCAÇ 2843.

De qualquer modo aqui fica o teu pedido. Pode ser que alguém da CCS/BCAÇ 2834 te/nos  leia e te/nos  dê a grande alegria de uma resposta ou de um contacto. Para esse efeito, era útil termos uma fotografia tua, de menino e moço, vestido de camuflado, e outra mais actual, para o pessoal te (re)conhecer.  

Ficas, por outro lado,  desde já convidado a integrar a nossa Tabanca Grande: não pagas nada, manda-nos apenas as duas fotos da praxe, digitizadas, e fala-nos um pouco mais da tua história. Mesmo que tenhas perdido documentos e fotos, com as andanças da vida, sempre tens algumas memórias desse tempo e por certo que as queres partilhar com a malta que passou pela Guiné, no tempo da guerra colonial, e em particular pelo sul da Guiné, entre 1968 e 1969.

Sobre o teu batalhão, o BCAÇ 2834, já sabíamos o seguinte (*):

(i) Unidade Mobilizadora: RI 15 - Tomar
(ii) Comandante: Ten cor inf Carlos Barroso Hipólito
(iii) 2.º cmdt: Maj inf Rui Barbosa Mexia Leitão
(iv) Of Inf Op/Adj: Maj inf Albino Simões Teixeira Lino
(v) Comandantes da  CCS:  Cap SGE António Freitas Novais; Cap mil art António Dias Lopes; Cap inf Eugénio Batista Neves;
(vi) Comandantes das subunidades de quadrícula: 

CCAÇ 2312 > Cap Mil inf Júlio Máximo Teixeira Trigo; CCAÇ 2313 > Cap inf Carlos Alberto Oliveira Penim > CCAÇ 2314: Cap inf Joaquim de Jesus das Neve;

(vii) Divisa: "Juntos Venceremos" - "Para Vencer, Convencer"
(viii) Partida (para Bissau): 10 jan 68
(ix) Regresso (a Lisboa): 23 nov 69

Umn abraço do camarada Luís Graça (**)

________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 4 de agosto de 2011 > Guiné 63/71 - P8639: Em busca de... (173): Contacto de camaradas da CCS/BCAÇ 2834, Buba, 1968 (Manuel Traquina)

(**) Vd. último poste da série > Guiné 63/74 - P10244: Em busca de... (198): O nosso camarada Manuel Castro Moreira, ex-Soldado da CCAÇ 2315/BCAÇ 2835, procura camaradas da CCAÇ 2316 e do BENG 447

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Guiné 63/71 - P8639: Em busca de... (173): Contacto de camaradas da CCS/BCAÇ 2834, Buba, 1968 (Manuel Traquina)

1. Mensagem de Manuel Traquina (*), ex-Fur Mil da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70, com data de 2 de Agosto de 2011:

Camarada Vinhal:
Agradeço se possível algum contacto com elementos da CCS do BCAÇ 2834 que esteve em Buba no ano de 1968.
Não me recordo do número da Companhia com a qual estivemos cerca de um ano.

Um abraço
Traquina



Sobre o BCAÇ 2834:

Unidade Mobilizadora: RI 15 - Tomar
Comandante: TCor Inf Carlos Barroso Hipólito
2.º CMDT: Maj Inf Rui Barbosa Mexia Leitão
Of Inf Op/Adj: Maj Inf Albino Simões Teixeira Lino

CMDTs CCS:
Cap SGE António Freitas Novais
Cap Mil Art António Dias Lopes
Cap Inf Eugénio Batista Neves

CMDT CCAÇ 2312: Cap Mil Inf Júlio Máximo Teixeira Trigo
CMDT CCAÇ 2313: Cap Inf Carlos Alberto Oliveira Penim
CMDT CCAÇ 2314: Cap Inf Joaquim de Jesus das Neves

Divisa: "Juntos Venceremos" - "Para Vencer, Convencer"
Partida: 10JAN68
Regresso: 23NOV69


Síntese da Actividade Operacional

Em JAN68, rendendo o BART 1904, assumiu a responsabilidade do sector de Bissau, com a sede em Bissau e abrangendo os subsectores de Brá, Nhacra e Quinhamel, comandando e coordenando a actividade das subunidades ali estacionadas, por forma a garantir a segurança e defesa das instalações e populações da área; as suas subunidades foram então atribuídas a outros sectores.

Em 24JUN69, foi substituído no sector de Bissau pelo BCAÇ 1911 e assumiu em 25JUN68 a responsabilidade do Sector S2, com sede em Buba e abrangendo os subsectores de Sangonhá, que viria a ser extinto em 29JUL68, Gadamael, Cameconde, que desde 20DEZ68, passou a subsector de Cacine, Guileje, Gandembel e Buba, onde rendeu o BART 1896.

De 20AGO68 a 07DEZ68, a sua ZA foi reduzida dos subsectores de Guileje e Gandembel, que foram atribuídos temporariamente ao COP 2.

Em 15JAN69, a sua sede foi transferida para Aldeia Formosa, onde substituiu COP 1 e sendo então o subsector de Aldeia Formosa, incluído na sua ZA. Em 29JAN69, o subsector de Gandembel foi extinto e em 19JAN69, o subsector de Buba foi atribuído ao COP 4, então criado. Em 10JUL69, por transferência da sede do COP 4 para Aldeia Formosa, o Batalhão deslocou a sua sede para Gadamael, abrangendo nesta altura os subsectores de Guileje, Cacine e Gadamael.

Desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, reconhecimentos, emboscadas e segurança e controlo dos itinerários, bem como operações e acções sobre as linhas de infiltração e bases inimigas, orientada para a desarticulação dos grupos inimigos que procuravam fixar-se na sua ZA e ainda para a segurança e protecção dos trabalhos da estrada Buba-Aldeia Formosa.

Dentre o material capturado mais significativo, salienta-se: 2 pistolas-metralhadoras, 1 espingarda, 115 granadas de armas pesadas, 20 cunhetes de munições de armas ligeiras e 92 minas anticarro e antipessoal, destas, parte detectada e levantada nos itinerários.

Em 30SET60, recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso, sendo a sua ZA integrada no Sector S3, então sob responsabilidade do BART 2865.

Notas do Editor:
- Elementos recolhidos na Resenha Historico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), 7.º Volume, Fichas das Unidades, Tomo II, Guiné.
- Emblema da colecção do nosso camarada Carlos Coutinho
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 25 de Julho de 2011 > Guiné 63/71 - P8600: Em busca de... (172): Adalberto Santos, ex-Pára-quedista do BCP 12, Guiné, 1967/72, procura camaradas

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4847: Buba: o Alf Mil Lourenço (CCS/BCAÇ 2834) e o Fur Mil Trms Pinho (CCAÇ 2382) (Manuel Traquina)

Guiné > Região de Tombali > Contabane > CCAÇ 2382 (1968/70) > Malta da CCAÇ 2382 instalada nma monumental baga-baga (candidato ao concurso O Melhor Baga-Baga da Guiné...), nas proximidades de Contabane, uma tabanca e destacamento destruídos na sequência do ataque, de três horas, levado a cabo pelo PAIGC em 22 de Junho de 1968.

Contabane foi então abandonado pelas NT e pela população. Mais tarde será feito um reordenamento, mesmo frente ao Saltinho. Por lá passou o nosso camarada Paulo Santiago, quando foi comandante Pel Caç Nat 53 (1970/72). A povoação hoje chama-se Sinchã Sambel.

Foto: © Manuel Traquina (2008). Direitos reservados



1 Pedido de esclarecimento do editor L.G., em 8 de Agosto de 2009, ao Manuel Traquina:


Manuel: Quem era o Alf Lourenço ? E o Fur Pombo ? (*) A que unidades pertenciam ? ... Presumo que à CCS do Batalhão...

Já li o teu livro, vou fazer um recensão. Gostei. És um bom contador de histórias... Parabéns... Podes adaptar e mandar mais umas tantas para o blogue...

PS - Não havia nenhum Alf Lourenço na Companhia dos Maiorais... Fiz confusão com o José Belo (que está na Suécia)... Vou ter que rectificar...


2. Resposta do autor do poste (*), com data de 20 de Agosto:Amigo Luis Graça:

Em relação à poesia dedicada ao torneio de futebol de salão em Buba (*), esclareço que o Alferes Lourenço (0 árbitro) pertencia à CCS do BCAÇ 2834. O Furriel Pinho foi na altura alcunhado de "o triste Pombo" Era o Furriel de Transmissões da [CÇAÇ] 2382 (A Companhia do Olho Vivo). Escrevi já anteriormente um pequeno artigo sobre ele, "O Pinho e os seus Rádios" (**). Era um grande amigo, um bom camarada infelizmente falecido hà cerca de um ano.

No meu livro (***) ele é falado algumas vezes e consta também a sua foto na despedida de Buba onde tem um ferimento na cabeça.

Um Abraço
Traquina

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 8 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4797: Cancioneiro de Buba (1): A paixão do futebol (João Boiça / Manuel Traquina)

(**) Vd. poste de 17 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3214: Venturas e Desventuras do Zé do Ollho Vivo (3): Contabane, 22 e 23 de Junho de 1968: O Fur Mil Trms Pinho e os seus rádios

(***) Traquina, Manuel Batista - Os tempos de guerra: de Abrantes à Guiné. Abrantes: Palha de Abrantes. 2009. 230 pp., 70 fotos [Contactos do autor, ex-Fur Mil da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70: Telefones: 241 107 046 / 933 442 582; E-mail: traquinamanuel@sapo.pt] .

Vd. também poste de 5 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4642: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (18): Manuel Traquina, ribatejano, escritor... e fadista (Luís Graça)